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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS Curso Piscicultura A 2020-1
Marle Angélica Villacorta Correa, Dra.
Apostila
Manaus, 18 / 06 / 2021
PREPARO DE VIVEIROS PARA PISCICULTURA
ETAPAS PARA A PREPARAÇÃO
 Esvaziamento e secagem
 Desinfecção
 Oxidação matéria orgânica
 Aplicação de calcário
 Fertilização 
ESVAZIAMENTO E SECAGEM
Quando se termina um cultivo, o viveiro deve ser completamente esvaziado 
e seco ao sol. Ao secar o solo racha, permitindo que o oxigênio do ar 
penetre até camadas mais profundas. Isto é muito importante para oxidar e 
mineralizar o excesso de matéria orgânica que sempre fica no fundo após 
terminado o cultivo.A mineralização é um processo onde a matéria orgânica 
é decomposta, fazendo com que todos os nutrientes que ela contem, sejam 
liberados. Esses nutrientes, poderão mais tarde ser aproveitados pelo 
fitoplâncton.
A secagem do viveiro também é importante para a eliminação dos ovos de 
peixes e de outros predadores dos peixes cultivados que podem até 
sobreviver em solo úmido, mas nunca em solo completamente seco.
NIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS Curso Piscicultura A 2020/1
Marle Angélica Villacorta Correa, Dra.
Apostila
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A exposição ao sol permite a oxigenação do próprio solo, diminuindo 
aquelas áreas mais escuras e com forte cheiro de enxofre, que caracteriza 
zonas onde predominam processos anaeróbicos de decomposição que leva 
a produção de compostos tóxicos para os peixes, como ácido sulfídrico.
Não existe tempo pré-definido para o viveiro ficar exposto ao sol. Se o 
objetivo for esterilizar o viveiro, é importante que o solo seque 
completamente, o que ocorre, geralmente, depois de cinco a sete dias de 
sol. Um critério que pode ser utilizado par definir este tempo é o de poder 
caminhar por todo o viveiro sem afundar o pé na lama.
DESINFECÇÃO
O sol é a melhor e mais barata forma de desinfetar o viveiro. As vezes, porém, pode ser 
muito difícil secar completamente o fundo ou as laterais do viveiro. Neste caso é 
necessária a desinfecção química como:
Uso de cal virgem (CaO) ou cal hidratada (Ca(OH)2)
Em contato com a água, a cal virgem libera calor, além de aumentar muito rapidamente 
o pH da água e do solo, matando todos os organismos aquáticos que estiverem 
presentes no ambiente. Já a cal hidratada mata exclusivamente pelo aumento do pH, 
pois não eleva a temperatura da água. A quantidade recomendada para eliminação de 
todos os organismos indesejados é de duas toneladas/ha. 
CALAGEM
Calagem é a principal técnica para melhorar a qualidade da água nos viveiros 
escavados em solos ácidos. Consiste na aplicação de um composto rico em cálcio ou 
uma combinação de cálcio e magnésio, de forma que a presença de íon negativo 
neutralize a acidez do meio.
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Marle Angélica Villacorta Correa, Dra.
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A calagem inclui adição de calcário CaCO3, oxido de cálcio CaO, ou hidróxido de 
cálcio (CaOH) na sua forma em pó. A calagem reage com a acidez neutralizando-a e 
aumentando o pH
Viveiros para piscicultura construídos em locais com solos ácidos freqüentemente 
apresentam água com valores baixos de pH e concentrações reduzidas de alcalinidade 
total e dureza total. 
Frequentemente, problemas de acidez nos viveiros não resultam diretamente dos 
efeitos negativos do pH baixo sobre o crescimento, reprodução, ou sobrevivência, mas 
sim dos efeitos da baixa alcalinidade total e da presença de sedimentos ácidos no fundo 
dos viveiros, que interferem indiretamente na produção de plâncton e bentos . 
A presença de sedimentos ácidos no fundo dos viveiros de aqüicultura é um 
problema bastante comum, que exige a utilização de grandes quantidades de calcário 
agrícola para sua correção. O pH da maioria dos viveiros de água doce varia entre 6,0 e 
9,0, e no mesmo viveiro podem ocorrer variações diárias de uma a duas unidades de pH 
(QUEIROZ & BOEIRA, 2006). 
As variações diárias de pH resultam das alterações da taxa de fotossíntese pelo 
fitoplâncton ou outras plantas aquáticas em resposta ao fotoperíodo diário. Vários 
métodos para determinar as exigências para calagem já foram propostos em 
decorrência das diferenças na composição do solo e seus efeitos sobre o pH, e também 
sobre a alcalinidade total e a dureza total.
Por que aplicar calcário?
1. Elevar o pH do solo;
2. Diminuir a retenção do fósforo no fundo dos viveiros: A aplicação do calcário 
aumenta o pH e como conseqüência menos fósforo fica retido no solo aumentando 
sua disponibilidade para o fitoplâncton;
3. Aumentar a quantidade de gás carbônico para a fotossíntese;
4. O calcário reage com a água produzindo gás carbônico e portanto, aumenta a 
fotossíntese;
5. Aumentar a alcalinidade da água para valores maiores de 20mg/l de CO3Ca.
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6. Pode ajudar a clarear águas com partículas de argila em suspensão;
7. O excesso eleva o pH a níveis indesejáveis e remove o fósforo da água, pela 
precipitação como fosfato de cálcio insolúvel;
Quando aplicar calcário?
Em águas com pH menor que 6;
Quando a dureza e/ou alcalinidade da água forem menores de 20mg de CO3Ca/l
Efeitos benéficos da calagem dos viveiros
 Incrementa o pH e a alcalinidade da água (poder buffer);
 Incrementa a disponibilidade de carbono para os processos fotossintéticos;
 Diminui a capacidade que o lodo tem de adsorver os nutrientes que são úteis para 
as plantas, principalmente fosfatos inorgânicos;
 Propicia um ambiente mais favorável para o crescimento microbiano, favorecendo 
a decomposição e mineralização da matéria orgânica dos sedimentos;
 Proporciona cálcio solúvel para os organismos que fazem parte do alimento 
natural do viveiro;
 Ajuda a clarificar águas turvas, facilitando a floculação e precipitação dos coloides 
orgânicos e da argila que se encontra em suspensão;
 A calagem, desde que feita com cal virgem ou hidratada, serve também como 
desinfetante para o viveiro.
Tipos de calcário que podem ser utilizados
 Calcário agrícola:
O calcário pulverizado é também conhecido como calcário agrícola e, de acordo 
com o percentual de óxido de magnésio presente (MgO), um calcário pode ser 
calcítico (menos de 5%), magnesiano (de 5 a 12%) ou dolomítico (acima de 12% 
de MgO). E composto por (CaCO3), CaMg (CO3)2 ou uma mistura dos dois, pode 
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ser aplicado em viveiros com peixes. Boa disponibilidade no mercado sendo 
melhor preço  mais utilizado. Reação lenta na água.
 Cal hidratada: ou cal de construção: hidróxido de Ca e/ou Mg CaMg (OH)4- É 
obtida pela hidratação do cal virgem. Evitar doses elevadas em viveiros com 
peixes. Alta solubilidade e rápido efeito na elevação do pH da água. Mais utilizado 
em calagem de fundo dos viveiros, funciona também como medida profilática para 
eliminação de parasitas, bactérias e peixes indesejáveis que ficam nas poças de 
água após a drenagem.
Dependendo da dosagem o pH pode atingir valores elevados. Após o enchimento, 
neste caso, espera-se 1 semana até normalizar o pH antes de estocar os peixes;
 Cal virgem: obtida da calcita (CaCO3) ou da dolomita (CaCO3.MgCO3) possui o 
inconveniente de ser cáustica e corroer maquinas e equipamentos. Obtida da 
calcita aquecida em um forno: devem ser tomados cuidados semelhantes ao uso 
da cal hidratada. Tem ação cáustica, deve ser aplicados com muita cautela 
evitando a inalação e o contato do produto com a pele, olho e mucosa do 
aplicador. Em contato com a água libera calor. Alem de aumentar o pH da água e 
do solo mata todos os organismos presentes.
Uma a duas semanas após o enchimento conferir a alcalinidade,se é menor que 30mg 
de CaCO3/l, aplica-se uma nova dose de calcário agrícola (50-100kg/1.000m2 ).
A dosagem de calcário: Depende do tipo de material a ser utilizado e da acidez a ser 
neutralizada (tabelas 12 e 13)
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Tabela 12. quantidade de calcário a ser utilizado no viveiro de acordo com o pH da 
mistura solo:água
 PH da mistura 
Solo:água 1:1 
Dose inicial 
(kg/1.000m2)
Calcário agrícola Cal hidratada Cal virgem
Menor que 5 300 220 170
5 a 6 200 150 110
6 a 7 100 75 55
Fonte:Boyd, 1976
 Dosagem inicial  no fundo do viveiro
 Se a textura do calcário agrícola for grosseira  multiplicar a dosagem por 1,5
 Em tanques e viveiros já estocados as doses de cal hidratada ou cal virgem não 
devem exceder de 10kg/1.000m2 /dia
O calcário agrícola mais recomendado por ser mais seguro para os peixes.
Tabela 13. Quantidade de calcário agrícola a ser utilizado em função da alcalinidade
Alcalinidade total 
mg/l CaCO3
Calcário agrícola 
(kg/ha)
0-5 4.000
5-10 3.000
10-15 2.000
15-50 1.000
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Tabela 14 – Quantidade de calcário que deverá ser aplicada para correção do solo
Kg de CaCO3/ha
pH do solo Argiloso Argilo-arenoso Arenoso
<4 14.320 7.160 4.475
4,0 – 4,5 10.780 5.370 4.475
4,6 – 5,0 8.950 4.470 3.580
5,1 – 5,5 5.370 3.580 1.790
5,6 – 6,0 3.580 1.790 896
6,1 – 6,5 1.790 1.790 0
>6,5 0 0 0
Fonte: Ostrensky & Boeger (1998)
Freqüência de aplicação 
É recomendado aplicar o calcário após uma drenagem total, 1 semana antes de fertilizar 
os viveiros. (Figura 60). Em um primeiro momento o calcário irá reduzir as quantidades 
de P e CO2 disponíveis. Depois reage com a água e aumenta estas concentrações.
Recomendável calagem de manutenção ao redor de 25% da dose inicial após cada ciclo 
de produção e drenagem dos viveiros de forma a manter adequados níveis de 
alcalinidade total e pH do solo. 
Figura 60. Aplicação de calcário no viveiro (Fonte: Ostrensky & Boeger, 1998)
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OXIDACÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA
Para eliminar o excesso de matéria orgânica acumulada que pode prejudicar os cultivos 
posteriores, o viveiro deve ser drenado, exposto ao sol e aplicados fertilizantes químicos 
que contenham nitrogênio (uréia) espalhando-o junto com o calcário.
A decomposição da matéria orgânica será feita pelas bactérias presentes no solo. Essas 
bactérias são constituídas, principalmente, por carbono e nitrogênio e a matéria orgânica 
que fica no fundo é quase sempre rica em carbono e pobre em nitrogênio. Assim ao 
adicionar nitrogênio se está fortalecendo as bactérias para que façam melhor o seu 
trabalho. A necessidade de aplicação conjunta de nitrogênio e de calcário se deve a que 
as bactérias preferirem um pH próximo ao neutro (7,0).
Quanto de N ? 
Cerca de 10kg / há, ou seja 22kg de uréia por Ha
O sedimento que fica no fundo do viveiro após um cultivo deve ser retirado?
Na maioria dos casos, esse sedimento é constituído de solo mineral, contendo 
pouca matéria orgânica. Alem disso, ao longo dos anos ocorre uma estabilização da 
quantidade de matéria orgânica no fundo, de forma que esse material, geralmente não 
representa maiores problemas. Somente em casos onde o sedimento que fica no viveiro 
é comprovadamente uma fonte de contaminação, ou que esteja causando assoreamento 
do viveiro é que sua retirada passa a ser justificável.
Eliminação de partículas em suspensão
É recomendável a aplicação de esterco na dose de 500 – 1.000kg/há, gesso 
(sulfato de cálcio) na dose de 250-500 mg/l, sulfato de alumínio 25-50mg/l
O gesso e o esterco podem ser lançados na superfície do viveiro 
Deve-se ter cuidado com o sulfato de alumínio, pois é fortemente ácido
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Para prevenir a queda de pH, não utilizar dosagens de sulfato de alumínio em 
mg/l acima da concentração da alcalinidade total. Por exemplo, se a alcalinidade total for 
25mg/l, não aplicar mas de 25mg/l de sulfato de alumínio.
O gesso agrícola é melhor para águas de baixa alcalinidade total.
Oxidação do solo
Um período de secagem dos viveiros de 2 a 3 semanas é adequado. O 
revolvimento do solo com uma grade de disco também pode melhorar a aeração, porém 
estes solos antes do enchimento devem ser compactados para reduzir a tendência a 
erosão.
A aplicação de nitrato de sódio em viveiros e lagos tem sido sugerida com uma técnica 
para manter uma fina camada superficial de solo oxidado.
Existem evidencias teóricas e experimentais de que o nitrato de sódio é um excelente 
fertilizante nitrogenado e oxidante de fundo do viveiro que pode reduzir os efeitos 
ambientais e melhorar a sustentabilidade da aqüicultura. Até que mais dados estejam 
disponíveis, não há bases para estabelecer dosagens de tratamento.
Algumas recomendações para Calagem e Controle da Acidez
1. Aplicar calcário agrícola diretamente sobre a superfície da água dos viveiros que 
não precisam ser drenados rotineiramente. Este procedimento permite controlar a 
acidez da água dos viveiros sem necessidade de drená-los, prevenindo dessa 
forma a poluição dos corpos de água adjacentes que poderia ser causada pelos 
efluentes dos viveiros. 
2. O calcário agrícola reage rapidamente e pode aumentar as concentrações de 
alcalinidade total e dureza total dentro de duas semanas, entretanto os efeitos 
sobre o pH do solo somente serão observados dentro de um a dois meses. 
3. Reduzir as taxas de calagem quando a concentração de dióxido de carbono 
dissolvido na água dos viveiros for maior do que 57 mg/L, que é igual a 
concentração de equilíbrio entre o carbonato de cálcio (calcário agrícola), a água 
e o dióxido de carbono atmosférico normal (STUMM; MORGAN, 1996). Quando a 
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concentração de dióxido de carbono for maior do que 57 mg/L a solubilidade do 
calcário aumenta e, portanto, o efeito da calagem é maior. 
4. Reduzir as taxas de calagem quando houver um acumulo excessivo de matéria 
orgânica na água e nos sedimentos do fundo dos viveiros. A decomposição da 
matéria orgânica do solo pelos microorganismos e pela respiração de outros 
organismos aquáticos aumenta a concentração de dióxido de carbono, e em 
conseqüência, a alcalinidade total e a dureza total podem ser tornar muito altas.
5. Evitar o acúmulo excessivo de matéria orgânica (fezes e restos de ração) nas 
camadas superficiais dos sedimentos do fundo dos viveiros a fim de otimizar os 
efeitos da calagem e seus benefícios sobre a qualidade da água e os índices de 
produtividade. A camada superficial de 5 cm do sedimento do fundo dos viveiros é 
a que exerce maior influencia sobre a qualidade da água nos viveiros de 
aqüicultura.
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FERTILIZAÇÃO DE VIVEIROS (ADUBAÇÃO)
BASES TEÓRICAS DA FERTILIZAÇÃO
Em viveiros fertilizados com adubos químicos ou orgânicos se estabelecem dois 
mecanismos simultâneos que atuam de forma sinérgica e são denominadas cadeias 
tróficas ou alimentícias: o primeiro depende da luz solar sendo denominado de 
“AUTOTRÓFICO” e o segundo que não depende da luz é conhecido como 
“HETEROTRÓFICO” também denominado de cadeia alimentícia de detritos. 
A cadeia autotrófica sintetiza a matéria orgânica e permite a fixação de energia 
solar pelas plantas verdes durante a fotosíntese, com produçãode nova matéria 
orgânica, CO2 e água que é consumida pelos animais. Embora, as plantas verdes, 
especialmente o fitoplâncton, sejam os principais produtores primários dos viveiros, 
algumas bactérias anaeróbicas e cianobactérias não fotosintéticas são capazes de 
produzir matéria orgânica do carbono inorgânico, utilizando energia química derivada da 
oxidação celular de substratos inorgânicos tais como enxofre, nitrogênio, hidrogênio e 
outros compostos químicos sendo conhecidas como autótrofas quimiosintéticas.
Os organismos heterotróficos se nutrem de outros organismos ou subprodutos 
dos mesmos e formam uma nova biomassa microbiana para liberar nutrientes 
inorgânicos e CO2. Esta nova biomassa formada por bactérias serve como fonte de 
alimento para os protozoários, nemátodos, anélidos e outros organismos do bentos. 
Todos os organismos que habitam nos viveiros, sejam autótrofos ou heterótrofos, estão 
formados por carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, fósforo e enxofre, são 
considerados como elementos básicos e sua presença é fundamental para manter uma 
elevada produtividade na massa de água. 
Em geral, durante dias de sol e na parte da tarde o pH da água nos viveiros 
fertilizados pode variar entre 8,0 e 9,5 o que significa que altas taxas de fertilização 
feitas com uréia e com fertilizantes a base de amônia podem causar grandes 
mortalidades em decorrência do aumento significativo da toxidez de amônia em 
função do pH
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Por todos estes conceitos é importante entender os processos de produtividade e 
procurar um bom manejo dos viveiros, seja pela aplicação controlada de fertilizantes 
químicos, que atuam diretamente sobre os organismos autotróficos ou de fertilizantes 
orgânicos, que controlam a cadeia heterotrófica.
Por que fertilizar viveiros? 
1. A fertilização da água dos viveiros de aqüicultura tem como objetivo aumentar a 
produção de fitoplâncton.. O aumento da biomassa de fitoplâncton nos viveiros 
vai provocar a remoção do CO2 da água durante o dia devido à fotossíntese, cujo 
processo resulta na elevação do pH e,conseqüentemente, pode implicar em um 
aumento significativo da toxidez da amônia
2. Os fertilizantes introduzidos liberam nutrientes e aumentam a produção de 
fitoplâncton. O fitoplâncton serve de alimento para o zooplâncton. O fitoplâncton e 
zooplâncton são a principal fonte de alimento para os peixes cultivados.
3. No fundo dos viveiros se desenvolvem organismos bentônicos (larvas de insetos 
vermes e pequenos moluscos). Estes animais se alimentam do plâncton e 
qualquer resíduo orgânico que chegue até o fundo do viveiro. Para aumentar a 
produção destes organismos que servem de alimento é importante adicionar 
fertilizantes nos viveiros.
Como funciona o ciclo de produção e morte de fitoplâncton nos viveiros?
A vida nos viveiros se inicia com a fertilização. Havendo condições de luz e 
temperatura, os nutrientes presentes nos fertilizantes (principalmente nitrogênio, fósforo 
e potássio) dissolvem-se na água e são assimilados pelo fitoplâncton, que os usa como 
alimento. Com essa combinação de luz, temperatura e nutrientes, o fitoplâncton se 
reproduz rapidamente, formando densas comunidades no viveiro conhecido como 
“bloom” fitoplanctônico.
O esterco de animais contém os mesmos nutrientes que os fertilizantes químicos, 
porém em quantidades muito menores. Quando o esterco é jogado no viveiro, bactérias 
presentes naturalmente nesse ambiente, fazem a sua decomposição, liberando para a 
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água os nutrientes que ele contem. Os fertilizantes químicos dissolvem-se mais 
rapidamente e as bactérias não participam desse processo de liberação de nutrientes.
No verão as fertilizações são mais eficientes do que no inverno, pois a elevação da 
temperatura acelera todo o processo de crescimento das microalgas.
O fitoplâncton é constituído por algas que possuem apenas uma célula e por isso vivem 
pouco tempo. Entretanto se reproduzem rapidamente. Em condições normais o 
fitoplâncton vai morrendo e liberando nutrientes que são imediatamente reaproveitados. 
Em caso de variação muito grande de temperatura, falta de nutrientes ou outro problema 
mais grave, pode haver um uma grande mortalidade de todo o fitoplâncton do viveiro 
praticamente ao mesmo tempo. Neste caso, grandes quantidades de oxigênio dissolvido 
serão gastas na decomposição desses fitoplâncton.
Tipos de fertilizantes
a) Orgânicos 
Utilizam-se estercos e dejetos em geral para fertilizar os viveiros. Em alguns locais, a 
produção de peixes é feita quase exclusivamente com o uso de dejetos animais, sem 
fornecimento de rações. Isto é possível por que são cultivadas espécies, que alem de 
beneficiarem dos efeitos da fertilização da água, podem se alimentar diretamente dos 
materiais não digeridos destes dejetos. Quando não se fornece rações, se está limitando 
naturalmente a quantidade de peixes que será produzida, mas, por outro lado, está se 
reduzindo drasticamente os custos de produção. A diferença entre fertilizantes químicos 
e orgânicos é que estes últimos possuem uma quantidade menor de nutrientes e grande 
percentagem de fibras. Portanto a quantidade de esterco que deve ser aplicada é 
sempre maior que a quantidade de fertilizantes químicos. Uma quilograma de 
superfosfato tem fósforo equivalente a 167kg de esterco suíno. Uma quilograma de uréia 
contem nitrogênio equivalente a 75 kg de esterco bovino.
A liberação dos nutrientes presentes no esterco é feita por bactérias que fazem que a 
quantidade de oxigênio dissolvido na água diminua. Isto por que as bactérias também 
precisam de oxigênio para sobreviver. A quantidade de oxigênio que será consumida 
depende do tipo de dejeto a ser utilizado e da temperatura da água. Quanto maior for 
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essa temperatura, maior o risco de que venha a faltar oxigênio para os peixes, em caso 
de excesso de adubação. Por isso a quantidade de dejetos lançada nos viveiros deve 
ser sempre bem controlada (Tabela 13).
Tabela 13. Quantidade semanal de esterco a ser aplicada para a obtenção e 
manutenção da fertilidade da água nos viveiros
Tipo de 
Esterco
Quantidade a ser aplicada por 
semana (Kg/ha)
Bovino 1000
Frango 600-800
Pato 600-800
Ovelha 1000
Cavalo 1000
Suíno 600-800
Formas de ministrar o esterco
 Diretamente sobre o fundo do viveiro quando estiver seco e compactá-lo com uma 
camada fina de terra. Enche-se o viveiro com uma camada de água de  30cm por 7 
dias, depois completa-se a água
 Colocado em sacos de algodão submersos a 30cm de profundidade mexendo-o 
diariamente
 Diretamente sobre a água distribuindo-o uniformemente no viveiro no viveiro
 Em forma líquida (esterco curtido e diluído)
 Não devem ser utilizados estercos frescos, pois a presença de grande quantidade de 
fibras e umidade presentes, não contribui para a fertilização dos viveiros. Fibras vão 
consumir O2 na sua degradação e produzir grande quantidade de lodo nos viveiros.
Vantagens da utilização de esterco
Geralmente algumas espécies de peixes podem-se alimentar diretamente do esterco e o 
fato de que o esterco se decompõe lentamente demorando em liberar todos os 
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nutrientes na água conferem ao esterco uma certa vantagem sobre os fertilizantes 
químicos. Os fertilizantes químicos, liberam imediatamente seus nutrientes na água e 
podem ser mais rapidamente absorvidos pelo fitoplâncton, podem ficar retidos no solo 
ou levadosfora do viveiro durante a troca de água. Se não for aplicado de forma 
adequada, em menos de uma semana, todo o fósforo poderá perdido ou consumido
Neste caso não é que a eficiência do esterco que é maior, mas, sim, a aplicação 
incorreta dos fertilizantes químicos. Programas ideais de fertilização são aqueles onde 
se combina a fertilização orgânica com a química. (Tabela 14)
Tabela 14. Diferenças entre a aplicação de fertilizantes químicos e dejetos de animais 
nos viveiros para piscicultura
Fertilizantes 
químicos
Dejetos
Quantidade de nutrientes Grande Pequeno
Quantidade a ser utilizadas Pequena Grande
Custo do produto Alto Baixo
Custo de transporte Baixo Alto
Composição química Conhecida Desconhecida
Armazenamento Por um longo 
tempo
Por pouco tempo
Liberação de nutrientes na água Imediata Lenta
Não consome o oxigênio dissolvido na 
água
Não Sim
Serve como alimento para os peixes Não Sim
b) Químicos
Os fertilizantes utilizados na agricultura podem também ser utilizados em piscicultura. O 
importante é que eles contenham em sua formulação, elementos ou compostos 
necessários para promover o desenvolvimento de fitoplâncton. 
Os fertilizantes mais comuns disponíveis no mercado contem nitrogênio (N) , (P), na 
forma de pentóxido de fósforo (P2O5), e potássio (K), na forma de (K2O). Assim, um 
fertilizante N:P:K denominado por exemplo, de 20:20:5 contém 20% de nitrogênio, 20% 
de fósforo, na forma de P2O5 e 5% de potássio, na forma de K2O.
O fertilizante mais usado como fonte de nitrogênio é a uréia, principalmente por que é 
barata. Noentanto, excesso de uréia pode levar a um aumento da concentração de 
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amônia na água, que é tóxica para os peixes. Já os fertilizantes a base de nitrato 
apresentam melhores resultados, mas são bem mais caros que a uréia.
O fósforo é muito mais importante que o nitrogênio ou o potássio para o fitoplâncton. No 
entanto, fornecer nitrogênio combinado com fósforo costuma dar melhores resultados 
que o uso de fósforo sozinho. Raramente será preciso usar potássio, de forma que seu 
uso é quase sempre dispensável.
Fertilizantes mais utilizados:
 Fosfatos (superfosfato triplo P2 O5)
 Nitrato (nitrato de amônia) 
 Uréia (mais barato) 
 NPK
Quantidades recomendáveis
 g/ m2
Superfosfatos 18% 5
Nitrato de amônia 5
Uréia 5
Recomendações antes da fertilização 
 Avaliar as concentrações de O2 
 Não utilizar fertilizantes em excesso
 Fertilizar pouco a pouco
 Não fertilizar viveiros com outras plantas que fitoplâncton
 Reduzir a renovação da água
 Combater a erosão dos diques e plantar grama 
 Estocar os fertilizantes químicos em local seco e ventilado
 Não estocar os fertilizantes por muito tempo (ideal um ciclo completo de 
produção)
LITERATURA CONSULTADA
ARREDONDO FIGUEROA J. L. 1993. Fertilización y Fertilizantes: su uso y manejo em la 
acuicultura. Universidad Autonoma Metropolitna Unidad Iztapalapa. Mexico DF. Primeira 
ediçión. 202p.
NIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS Curso Piscicultura A 2020/1
Marle Angélica Villacorta Correa, Dra.
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OSTRENSKY, A.,BOEGER W.A. 1998. Piscicultura. Fundamentos e técnicas de manejo. 
Livraria e Editora Agropecuária. Guaiba SR Brasil. 211p.

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