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DIABETES GESTACIONAL DMG: mulher com hiperglicemia detectada pela primeira vez durante a gestação, com níveis glicêmicos que não atingem critérios dx para DM. ‘’DMG é a intolerância aos carboidratos, em variados graus de intensidade, iniciada durante a gestação, e que pode ou não persistir após o parto’’. (ADA) DM prévio: mulher sem dx prévio de DM, em que a hiperglicemia foi detectada na gestação, mas que os níveis glicêmicos encontrados nos exames, atingem os critérios da OMS para DM prévio, ou seja, na ausência da gestação. Fatores de risco - Idade → diretamente relacionado ao aumento da idade - Sobrepeso/obesidade (IMC >/= 25 kg/m²) - Antecedentes familiares de DM em parentes de 1º grau. - Antecedentes pessoais de alterações metabólicas: - HbA1c >/= 5,7% - SOP - HAS - Doença cardiovascular aterosclerótica - Uso de medicamentos hiperglicemiantes (corticoides, diuréticos tiazídicos) - Antecedentes obstétricos: - 2 ou + perdas gestacionais prévias. - DMG - Polidrâmnio - Macrossomia (peso > 4 kg) - Óbito neonatal/fetal - Malformação fetal Epidemiologia - Aumento nas últimas décadas de mulheres com dx de DM na idade fértil e durante o ciclo gravídico puerperal. - Prevalência média mundial de DMG é de 16,2% - 1 a cada 6 nascimentos ocorre em mulheres com alguma forma de hiperglicemia durante a gestação, sendo 84% dos casos decorrentes de DMG. Fisiopatologia - No organismo materno é desencadeado um estado de hipoglicemia de jejum, um catabolismo exagerado de lipídeos e progressiva resistência a insulina. 2º trimestre: desenvolve-se uma RI comandada pelos hormônios contrainsulínicos (lactogênio placentário, estrogênio, cortisol, progesterona, prolactina) que reduzem a atuação da insulina em seus respectivos receptores como forma de direcionar os produtos do metabolismo da glicose para o feto, deixando a gestante com os produtos do metabolismo dos lipídeos. Gestante entra em um estágio hiperglicêmico, podendo levar a DMG. ‘’O defeito metabólico nas mulheres com DG é a incapacidade de secretar insulina em níveis necessários para atender à demanda aumentada. - A RI progride por toda a gestação, elevando a [ ] de insulina durante toda gestação. - No puerpério, por não haver mais atuação de hormônios contrainsulínicos há uma queda brusca da necessidade de insulina. Manifestação clínica - Glicosúria (aumento da tx de filtração glomerular) - Maior predisposição à infecção urinária - Candidíase vaginal - Progressão de lesões vasculares (retinopatia diabética, principalmente quem tem DM prévio). - Associação com pré-eclâmpsia Diagnóstico - Todas as gestantes devem dosar a glicemia em jejum até as 20 semanas de gestação. - Aquelas que tiveram o início do pré-natal tardiamente (após 20 semanas) deve ser realizado o TOTG o mais breve possível. - Recomenda-se após 6 semanas do parto fazer o TOTG e concomitante glicemia de jejum. - Não usar HbA1c para rastreio. Glicemia aleatória s/ jejum: >/= 200 + sintomas (polidpsia, poliuria e emagrecimento) → DM prévio Hb glicada >/= 6,5 → DM prévio *HbA1c oferece os dados dos últimos 3 meses. Complicações Materna Neonatais Fetais A longo prazo TPP Hipoglicemia Feto GIG Obesidade RPMO Hipocalemia Macrossomia DM Polidrâmnio Icterícia Óbito fetal HAS Pré-eclâmpsia Sínd. da angústia respiratória Infecções urinárias Hiperbilirrubinemia Atonia uterina Policitemia/hiperviscosidade *Distócia de ombro relacionada a macrossomia fetal → tto manobra de McRoberts e pressão supra-púbica. *Macrossomia ocorre devido uma hiperglicemia fetal que estimular uma hiperinsulinemia fetal. E a insulina no feto tem efeito como hormônio do crescimento, provocando acúmulo de gordura (membros e tronco) e visceromegalias. *Polidramnia devido a hiperglicemia materna que evolui para uma hiperglicemia fetal, acaba evoluindo para uma diurese hiperosmolar. Devido uma urina muito concentrada fetal, essa acaba puxando muito líquido e eliminando na forma de urina. A partir da 2º metade da gravidez o principal componente do líquido amniótico é por meio da diurese fetal. ILA (índice de líquido amniótico) > 18 = indicativo de macrossomia fetal; Avaliação USG deve ser realizada a cada 4 semanas após a 28º semana. *Malformação fetal mais típica é a regressão caudal. A prevenção ocorre com a indicação de engravidar com HbA1c < 6%. Mais comum na DM prévia. Outras malformações: defeitos cardíacos e síndrome de regressão caudal. *DMG não aumenta malformação. CARDÍACAS NERVOSAS RENAIS REGRESSÃO CAUDAL Transposição de grandes vasos Anencefalia Agenesia renal Comunicação interventricular Meningocele Coarctação da aorta Hidrocefalia Espinha bífida *Hipoglicemia fetal devido o aporte de glicose materno ser interrompido no clampe do cordão umbilical e o bebê estar em um estado de hiperinsulinemia. *Vasculopatia, a perfusão seletiva é empregada pelo concepto para se proteger da hipóxia. Está é imposta pelo comprometimento das trocas placentárias e acarreta redução do fluxo renal, podendo resultar em oligodramnia. *Sínd. da angústia respiratória: altos níveis de insulina fetal retardam e alteram o mecanismo fisiológico de amadurecimento pulmonar, interferindo no metabolismo dos fosfolípideos, com redução da produção de surfactante pulmonar. Classificação Pct classe A → Adquirido na gestação A1 = sem insulina A2 = com insulina Pct classe >/= B → Prévio Pct classe >/= D → pct com diabetes prévio + doença vascular Tratamento Frequência de monitorização glicêmica: ➔ SEM uso de terapia farmacológica – 4x/dia → Jejum; Pós-café; Pós-almoço; Pós-jantar ➔ EM USO de terapia farmacológica – 6x/dia → Jejum; Pós-café; Antes do almoço; Pós-almoço; Antes do jantar; Pós-jantar. - Natação, caminhada, aeróbica de baixo impacto, yoga e pilares, treinamento de força e exercícios ergométricos. - As consultas devem ser realizadas quinzenalmente até a 30ª semana e semanalmente após a 30ª semana, assim como deve-se proceder com a realização trimestral de: função renal e proteinúria, urocultura, fundo de olho. - USG morfológica e ecocardiograma fetal (26 semanas), visando detectar malformações fetais nas diabéticas prévias. -USG seriada mensal a partir de 28 semanas para avaliação da estimativa de peso e volume de líquido amniótico. - Tto medicamentoso: 1º Insulinoterapia: NPH (ação intermediária) para controle da glicemia de jejum e pré-prandiais + Regular (ação rápida) para o controle das glicemias pós-prandiais. Deve-se ser realizados ajustes a cada 15 dias até a 30ª semana e semanalmente após a 30ª semana baseado nos resultados da monitorização glicêmica. *as doses devem ter maiores concentrações pela manhã, antes do café da manhã. - Controle glicêmico intraparto, deve ser mantido entre 70-120mg/dl. Valores < 70mg/dL devem ser corrigidos com infusão contínua de glicose a 5 ou 10%. Caso os níveis glicêmicos estejam ≥ 120mg/dL deve-se aplicar insulina regular subcutânea devido a sua ação rápida. - Interrupção da gestação: ➔ Compensada s/ insulina: 40 semanas ➔ Compensadas c/ insulina: 38 semanas ➔ Descompensadas – avaliar vitalidade fetal - Controle glicêmico no parto em pcts que usam insulina ➔ Dieta zero por 8 horas ➔ Suspender a insulina NPH ➔ Infusão contínua de soro glicosado ou salina (com infusão de glicose) visando euglicemia. ➔ Insulina regular conforme glicemia capilar (horária ou 2/2 hrs) visando a euglicemia. Cesárea eletiva em feto > 4 kg - Tto na pct com DM prévio: insulina droga de escolha!! 1º trimestre/pós-parto= diminuir dose de insulina 2º/3º trimestre = aumentar a dose de insulina *Gliburida e Metformina parecem seguras *MS não libera hipoglicemiantes orais.
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