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DIABETES MELLITUS GESTACIONAL

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OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
Diabetes Mellitus e Gravidez 
• Diabete melito é um distúrbio metabólico de etiologia múltipla, caracterizado por hiperglicemia crônica, com alteração do 
metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas → decorrentes de defeitos na secreção ou ação da insulina, ou de ambos 
• Nas 2 últimas décadas, houve aumento progressivo do nº de mulheres com diagnóstico de diabetes em idade fértil e, 
consequentemente, durante o ciclo gravídico-puerperal 
o O crescimento populacional, aumento da idade materna, falta de atividade física e o aumento da prevalência de obesidade 
são apontados como principais fatores responsáveis 
• Para mulheres e seus filhos, antecedente obstétrico de DMG é o principal FR para desenvolvimento de DM2 e síndrome metabólica 
o Essencial identificação da hiperglicemia durante o ciclo gravídico-puerperal tanto pelo risco de piores desfechos perinatais 
quanto para prevenção de distúrbios metabólicos maternos em longo prazo 
• A prevalência de hiperglicemia na gravidez varia dependendo dos critérios diagnósticos utilizados e a população estudada → no 
mundo, 1 em 6 nascimentos ocorre em mulheres com alguma forma de hiperglicemia na gestação 
o 84% desses casos seriam decorrentes do DMG 
o No Brasil, estima-se que a hiperglicemia materna esteja presente em 1 em 4 nascimentos 
• Fatores de risco para o desenvolvimento de DMG → utilizados como ferramentas para identificar casos com maior risco de 
desenvolver resultados adversos matemos e fetais durante o acompanhamento pré-natal 
o Idade materna > 25 anos, sobrepeso materno e/ou ganho excessivo de peso 
o Antecedente familiar de 1º grau de DM 
o Diabetes mellitus gestacional em gravidez prévia, Intolerância à glicose anterior à gravidez 
o Antecedente de macrossomia fetal e/ou feto grande para a idade gestacional 
o Hipertensão arterial, uso de corticosteroide 
 
Classificação 
❖ DM-1 → ocorre pela destruição das células B-pancreáticas, que geralmente leva à deficiência absoluta de insulina 
o Autoimune ou idiopática → usualmente diagnosticado na infância 
o Pctes em geral apresentam os sintomas clássicos de polidipsia e poliúria e, muitas vezes, cetoacidose. 
❖ DM-2 → causada pela redução progressiva da secreção de insulina subjacente ao estado de resistência à insulina 
o Usualmente apresentam poucos ou nenhum sintoma, o que dificulta e atrasa o diagnóstico → favorece que número 
significativo de pacientes só venha a ser diagnosticado no início da gravidez 
❖ Overt diabets → identificada na gestação mas que já era previa 
❖ DM-Gestacional → é a DM diagnosticada apenas durante a gravidez, ocorrendo no 2º ou 3º tri da gestação, mas que fora da 
gestação não alcança critérios → A1 dieta, A2 insulina 
❖ Tipos Específicos Secundários → decorrentes de defeitos genéticos na função das células betapancreáticas ou na ação da insulina, 
doenças do pâncreas ou é induzido por drogas 
 
Fisiopatologia 
• Gestação é caracterizada por acréscimo na resistência periférica à insulina e mais produção de insulina pelas células b-pancreáticas 
• A resistência aumenta pela secreção placentária de alguns hormônios considerados diabetogênicos (contra insulínicos) → hormônio 
do crescimento, cortisol e hormônio lactogênico placentário (além de estrogênio, progesterona...) 
• Na gestação, o metabolismo energético pode ser dividido em duas fases distintas 
o Fase anabólica → glicemia das gestantes tende a diminuir, em especial quando ocorre jejum prolongado 
o Fase catabólica → crescente consumo de nutrientes pelo feto → torna-se evidente o aumento da resistência à insulina 
• Quando a função pancreática não é suficiente para vencer a resistência à insulina, ocorre DMG 
 
❖ 1º trimestre → tendencia a hipoglicemia (principalmente em pctes com bastante intolerância gastrintestinal) 
• 2º trimestre → elevação das necessidades de insulina (pelos motivos supracitados) 
• 3º trimestre → elevação das necessidades de insulina, e diminuição próximo ao termo 
• Puerpério → queda brusca das necessidades, pela ausência dos hormônios 
 
Diabetes Pré Gestacional 
• Determina risco aumentado de desfechos adversos maternos e fetais 
• Complicações materno-fetais podem ser reduzidas com o adequado planejamento da gestação acompanhamento pré-natal 
• A glico-hemoglobina (medida integrada dos níveis de glicose nos últimos 90 dias) é o teste empregado para avaliar risco de 
malformações fetais (= ou < 6,1) 
o DM previa se associa a mal formações pois o que determina são os níveis glicêmicos periconcepcionais (antes da embriog) 
• Métodos anticoncepcionais seguros devem ser empregados até que o controle glicêmico satisfatório seja obtido 
• Automonitoração intensiva da glicemia capilar – antes de cada refeição, 1 ou 2 horas após as refeições e ao deitar – e ajustes nas 
doses de insulina são métodos mais utilizados 
 
 
OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
Complicações 
❖ HAS → é complicação frequente em pacientes diabéticas → prevalência relacionada ao tipo, à obesidade, à idade e à etnia 
o Na DM1, hipertensão é usualmente manifestação de doença renal preexistente 
o Na DM2, é considerada parte da síndrome metabólica (obesidade, hiperlipidemia e hiperglicemia) 
❖ Retinopatia Diabética → complicação vascular mais específica do DM, sendo sua prevalência relacionada à duração da doença 
• Controle glicêmico adequado é principal forma de prevenir ou retardar seu aparecimento 
o Caso a paciente apresente retinopatia, ela deve ser informada do risco de progressão dessa complicação e orientada a 
realizar tratamento prévio à gestação 
❖ Nefropatia Diabética → acomete 20 a 40% do total de pacientes com diabetes, sendo uma das principais causas de IRC 
• Maior risco de desenvolvimento de pré-eclâmpsia, devendo ser avaliada em gestantes com diabetes pré-gestacional 
o Controle glicêmico e pressórico tem sido sugerido como a principal forma de interferir na evolução da nefropatia 
❖ Malformações Fetais → a hiperglicemia nas primeiras 6 a 8 semanas de gestação aumenta o risco de malformações fetais 
• São mais comumente afetados o aparelho cardiovascular, SNC, sistema digestório, aparelho genitourinário e musculoesquelético 
o Uma das propostas para diminuir o risco é, durante o período pré-concepcional, ter como objetivo atingir valores de 
hemoglobina glicada < 6% 
• O hiperinsulinismo fetal se associa à hipertrofia do septo interventricular cardíaco 
o Normalização das glicemias maternas é o fator isolado mais importante na prevenção 
 
 Avaliação das complicações crônicas do diabetes e outras comorbidades 
o Exame de fundo de olho realizado por oftalmologista, Pesquisa de albuminúria 
o Avaliação da função tireóidea (TSH e anticorpos), principalmente no DM1 (tireoidite concomitante) 
o Eletrocardiografia em repouso e de esforço, avaliação da PA 
o Avaliação da função renal com medida da creatinina e estimativa da TFG 
o Avaliação de imunidade contra rubéola, sífilis, toxoplasmose, hepatite e HIV 
• Orientações terapêuticas → perda de peso em mulheres com IMC 27 kg/m2 
o Estímulo à prática de exercício físico 
o Substituição dos antidiabéticos orais por insulina em mulheres com DM2, exceto a metformina 
o Suspensão ou substituição de drogas → estatinas, IECAs e bloqueadores dos receptores da angiotensina II 
o BB, como o labetalol e o pindolol, podem ser mantidos 
▪ Metildopa é o anti-hipertensivo de primeira escolha na gestação 
o Prescrição de ácido fólico (4 mg/dia) por, no mínimo, 1 mês antes da concepção até a 12ª semana de gestação 
 
Diagnóstico De Hiperglicemia Na Gestação 
• A presença de DM pode ser vista na anamnese da 1ª consulta, quando o objetivo será identificar casos cujo diagnóstico preceda 
a gravidez → ideal é ser identificada na consulta pré-concepçional,mas essa ocorre em muito poucos casos 
• Principais pontos da consulta são a avaliação do controle glicêmico, autocuidado em diabetes (automonitorização, dieta, habilidade 
para lidar com hipoglicemias e hiperglicemias) e otimização de complicações preexistentes e comorbidades 
• No atendimento, os objetivos são → hemoglobina glicada < 6, quando o risco para mal formações se iguala ao da população geral 
o Avaliação, otimização e tratamento de complicações do DM → retinopatia proliferativa e nefropatia... 
o Interrupção do uso de estatinas e IECA/ARA2 pelos riscos fetais 
o Autocuidado eficiente → automonitoramento glicêmico e dieta adequada 
• Para gestantes já sabidamente diabéticas, anamnese é suficiente para identificação da doença → para as demais, é essencial 
realizar o diagnóstico da hiperglicemia na gestação, classificada em 
o DM diagnosticado na gestação → hiperglicemia detectada na gestação segundo critérios OMS para DM em não gestantes 
▪ Glicemia de jejum > 126mg/dL ou glicemia ocasional > 200mg/dL 
o DMG → hiperglicemia detectada pela 1ª vez durante a gravidez, com níveis glicêmicos sanguíneos que não atingem 
critérios diagnósticos para DM 
 
❖ Reconhecer o momento de manifestação do diabetes (prévio ou durante a gestação) é importante, pois o mau controle da doença 
na fase periconcepcional aumenta o risco de malformações fetais 
• Quanto mais longe da gestação ocorreu o surgimento do diabetes, maiores as chances de que, na gravidez, já estejam presentes 
complicações de longo prazo da doença. 
 Presença de glicosuria pelo aumento da TFG (em todas mas principalmente na DMG) → que vai predispor a ITU, candidíase, 
progressão de lesões vasculares e associação com pré-eclâmpsia 
 
 
 
 
 
 
OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
Diabetes Mellitus Diagnosticado na Gestação 
• Em 2010, a International Association of Diabetes and Pregnancy Study Groups propôs que o diabetes diagnosticado durante a 
gravidez fosse classificado de duas formas → diabetes pregresso desconhecido e diabetes mellitus gestacional 
• Seriam consideradas portadoras de diabetes pregresso e desconhecido as pacientes que na 1ª consulta de pré-natal, 
apresentassem um dos seguintes critérios de diagnóstico de diabetes fora da gravidez: 
o Glicemia em jejum > 126 mg/dL 
o Hemoglobina glicada > 6,5% 
o Glicemia ocasional > 200 mg/dL 
• Já o diabetes mellitus gestacional seria diagnosticado quando se observassem valores de glicemia de jejum na 1ª consulta entre 
92 e 125 → ou por meio do teste de tolerância à glicose oral (TIGO) de 75 g 
• Atualmente, a tendência é que o teste diagnóstico (TIGO 75 g) seja realizado entre 24 e 28 semanas por todas as gestantes que 
apresentem resultado de glicemia de jejum da 1ª consulta de pré-natal < 92 mg/dL, ou seja, de forma universal. 
• TOTG → mede glicemia em jejum > toma 75g de xarope > mede glicemia pós 1h > mede glicemia pós 2h 
o GJ >= 92, G1H > 180, G2H > 153-199 → DMG 
▪ Se mostrou o mais sensível e especifico 
 
❖ Os protocolos, para serem aplicáveis no brasil, apresenta 2 propostas de diagnostico de hiperglicemia na gestação 
 Em caso de viabilidade financeira e/ou disponibilidade técnica 
• Inicio do pré-natal < 20 semanas → glicemia de jejum imediatamente (92-125 ou > 126 DMG) → e programa TOTG entre 24 e 
28 quando o resultado da primeira glicemia for < 92 mg/dL 
o Inicio do pré natal de 20 a 28 semanas → programa TOTG entre 24 a 28 sem 
o Inicio do pré natal > 28 semanas (tardio) → TOTG imediato 
• PS: se a primeira glicemia der entre 92 e 126 ou > 126 → já diagnostico 
 
 
 Em caso de pouca viabilidade financeira/disponibilidade técnica 
• Inicio do pré natal em qualquer IG → glicemia de jejum pra diagnostico 
o Se 2 > ou = 126 → DMG 
o Se < 92 antes de 24 semanas → nova glicemia de jejum entre 24 e 
28 sem 
o Se entre 92 a 125 → DMG 
 
• 6 semanas pós parto se repete TOTG e orienta pra dieta e atv física → pra 
ver se n se tornou DM 
o 50% chance de diabetes crônica 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
Seguimento Pré-Natal da Gestante Diabética 
METAS 
• Glicemia capilar → < 95 em jejum e < 100 pré prandial 
o Pós prandial → 1h < 140, 2h < 120 
• Orientar realização do perfil glicêmico → 2 medidas por dia, alternando horários (jejum, 2h pós café, pré almoço, 2h pós almoço...) 
 
Dieta 
• Importante para controle glicêmico adequado → 70-85% conseguem fazer isso com a terapia nutricional 
• Preconiza-se a ingesta de 1.800 a 2.200 calorias diárias totais, sempre se levando em consideração o IMC e o trimestre da gestação 
• Essa dieta é fracionada e constituída por 45% a 50% de carboidratos (preferencialmente de absorção lenta – integrais), 30% a 
35% de lipídios e 15% a 20% de proteínas 
o Fracionamento é feito em seis refeições → café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia. 
• Para cálculo das necessidades calóricas diárias, avalia-se o peso corporal ideal durante a gravidez 
o Mulheres com peso adequado necessitam de 30 kcal/kg/dia → sobrepeso 25 kcal/kg/d → obesas 20 kcal/kg/d (peso atual 
▪ Levando-se em consideração uma ingesta mínima de 1.800 kcal/dia para evitar a cetose. 
o Para as mulheres abaixo do peso, a necessidade calórica é de até 40 kcal/kg/dia 
• No primeiro trimestre não se recomenda acréscimo de calorias, porém estima-se necessário acréscimo de 340 kcal/dia no segundo 
trimestre e de 452 kcal por dia no terceiro trimestre de gravidez 
 
Exercício 
• Exercícios físicos aumentam a sensibilidade periférica à insulina e consumo de glicose, importantes para o para o controle glicêmico 
• Na ausência de contraindicação e após avaliação individualizada, é recomendada a realização de exercício físico de baixo impacto 
durante 25 a 30 minutos em até 4X por semana 
o No DMG, recomenda-se 15 a 30 minutos de atividade física diária com automonitoração da atividade fetal 
• Para evitar a hipoglicemia, as gestantes com DM1 devem avaliar a glicemia capilar antes de iniciar atividades → quando < 100 
mg/dL, realizar um lanche antes de iniciar a atividade 
o E a paciente deverá ser orientada quanto ao risco de cetoacidose quando a glicemia capilar for > 200 mg/dL → atividade 
física deverá ser suspensa. 
 
Tratamento Medicamentoso 
• Tto farmacológico padrão para DMG é a insulina, mas recentemente, medicamentos orais têm sido empregados no tratamento do 
diabete gestacional como a metformina e glibenclamida → pós 15-30 dias de dieta/atv física sem sucesso 
 
Medicamentos Orais 
❖ Metformina 
• Não aumentou o risco de malformações congênitas, mas não há estudos a longo prazo para avaliar malefícios na vida adulta 
• Tal que ao usar medicamentos orais na DMG, deve-se orientar paciente sobre os riscos 
o Indicação → idade de 18 a 45 anos 
o Idade gestacional de 20 a 33 semanas 
o Glicemia de jejum < 140 mg/dL. 
o Efeitos adversos → náusea e desconforto gastrintestinal 
❖ Glibenclamida → indicado a mulheres com gestação única, glicemia de jejum < 140 mg/dL, e IG entre 11 e 33 semanas 
o Seu principal efeito adverso da glibenclamida é a hipoglicemia 
 
Insulinoterapia 
• Tto padrão do DMG por ser eficaz e seguro → elevado peso molecular impede a passagem placentária em quantidades significativas 
• Indicado para gestantes que não atingem as metas de controle glicêmico com dieta 
• Nas que apresentam falha do tratamento com medicação oral ou naquelas com preditores de falha do tto oral 
o Glicemia de jejum > 140 mg/dL ou glicemia em 2 h no TTG 200 mg/dL. 
• Dose e tipo dependem do padrão da hipoglicemia 
o Hiperglicemia de jejum → insulina de longa ação (NPH) 
o Hiperglicemia pós-prandial → insulina de ação rápida 
o Hiperglicemias pré e pós-prandiais → esquema com 4 doses diárias 
 
❖ Pacientes com DMG usualmente atingem controleglicêmico com insulina NPH, e em alguns casos necessitam de utilização de 
insulina regular → pctes com DM pré-gestacional, especialmente DM1, usualmente utilizam múltiplas doses diárias de insulina 
• Prescreve-se insulina NPH e regular na dose inicial de 0,5 UI/kg de peso (cada) → dose diária fracionada em 3 aplicações ao dia 
o Metade antes do café da manhã, 1/4 aplicado antes do almoço e 1/4 às 22h 
• Em intervalos de 1 a 2 semanas, avaliar o controle glicêmico e verificar a necessidade de ajuste da dose de insulina NPH. 
o Quando os valores pré-prandiais estão normais, mas nota-se hiperglicemia pós-prandial → prescrever insulina de ação 
rápida (insulina regular) ou ultrarrápida apenas para o horário da refeição em que o controle está insatisfatório. 
 
 
OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
❖ Pacientes com DM2 podem ser controladas somente com dieta, uso de hipoglicemiantes orais ou já serem dependentes de insulina 
• Associação entre insulina humana de ação lenta (NPH) e de ação rápida (regular) ou ultrarrápida é bastante utilizada 
• Pctes que precisam de insulina podem utilizar → 0,5 unidade/kg/dia, no 1º tri, 0,7 u/kg/dia no 2º e 0,9 u/kg/dia no 3º tri 
o A proporção inicial é de 2/3 da dose total de NPH e 1/3 da dose total de insulina rápida ou ultrarrápida, que estão menos 
associados a episódios de hipoglicemias. 
• Durante a evolução da gravidez, doses crescentes de insulina são necessárias, especialmente a partir do final do 2º trimestre 
• A complicação mais comum no uso da insulina é hipoglicemia → familiares devem ser ensinados a identificar e manejar a 
hipoglicemia quando a paciente não puder fazê-lo sozinha 
 
❖ SISTEMA DE INFUSÃO CONTÍNUA DE INSULINA → em alguns países a utilização ocorre em grande escala, especialmente se DM1 
• Caso a paciente inicie seu pré-natal utilizando SICI, ele deve ser mantido com os ajustes que se façam necessários 
o Pacientes que, apesar de utilizarem doses fracionadas de insulina, não atinjam controle glicêmico adequado podem se 
beneficiar do SICI → da mesma forma que pacientes que apresentam nefropatia grave 
 
Outros Pontos Importantes A Serem Avaliados No Seguimento Pré-Natal 
• Pacientes com DM pré-gestacional precisam de avaliação quanto a possíveis lesões de órgãos-alvo e presença de malformações 
fetais (ultrassonografia morfológica e ecocardiograma fetal) 
• Em casos de vasculopatia materna pode ocorrer insuficiência placentária, sendo necessários o monitoramento da vitalidade fetal 
com Dopplervelocimetria e o perfil biofísico fetal para avaliar a função placentária 
• Há tambem maior risco de ITU ou bacteriúria assintomática, sendo importante a realização de urocultura a cada dois meses 
 
Avaliação Da Vitalidade Fetal 
• Gestantes são orientadas a observar a MF a partir da 28ª semana de gestação e a buscar atendimento obstétrico na eventualidade 
de movimentação fetal reduzida ou ausente 
o Morte intrauterina parece ser precedida por uma rápida diminuição dos movimentos fetais ao longo de 2-3 dias, seguida 
pela cessação de movimentos por 12-48 horas antes da morte 
• Após 32 semanas, sugere-se avaliação da vitalidade fetal semanal ou bissemanal → antecipada na presença de comorbidade 
• Nas gestantes com bom controle glicêmico em tratamento não farmacológico e sem comorbidades, a avaliação de vitalidade fetal 
não é necessária até o termo da gestação 
• Monitoração eletrônica fetal anteparto (MAP) e o perfil biofísico fetal (PBF) são os instrumentos mais utilizados para avaliação, 
apesar da baixa especificidade do MAP e da baixa sensibilidade do PBF nas gestações de risco 
 
Momento Do Parto 
• Diante de paciente com bom controle metabólico, sem repercussões fetais (peso fetal < 4kg), pode-se permitir a evolução da 
gravidez até 39-40 semanas 
• Se o controle glicêmico for insatisfatório (uso de insulina) → resolução da gestação entre 37 e 40 semanas (38) 
o Situações especiais como nefropatia diabética franca, retinopatia proliferativa, macrossomia fetal, associação com 
hipertensão arterial, restrição do crescimento fetal e tambem podem determinar a antecipação do parto 
• A via do parto vaginal preferencial, exceto quando existirem contraindicações como peso fetal > 4.000 g 
• Realiza-se o controle glicêmico a cada 3h em pacientes com DMG e a cada 1h em pacientes com diabetes pré-gestacional. 
• Orienta-se a infusão intravenosa de solução de glicose a 5% (60 mL/h ou 20 gotas/min) nas pacientes mantidas em jejum 
o Preconiza-se que a paciente receba, no dia do parto, 1/3 da dose de insulina NPH pela manhã → meta GJ 70-110 
• Para correção da hipoglicemia, deve-se aumentar a velocidade de infusão do soro glicosado a 5% até que os valores de glicemia 
capilar estejam dentro dos limites 
 
Puerpério 
• No puerpério imediato, as pacientes com DMG voltam a receber dieta para não diabéticos e a insulinoterapia é suspensa. 
o Pctes com DM1 retornam a insulinoterapia pré-gravídica ou têm redução em metade da dose do final da gestação 
o Pctes com DM2 poderão utilizar metade da dose de insulina prescrita no final da gestação ou hipoglicemiantes orais para 
controle glicêmico no período pós-parto 
• A amamentação deve ser estimulada, pois traz benefícios para o recém-nascido e também para a mãe → diminuição da incidência 
de intolerância a glicose e DM2 
 
❖ Preconiza-se que todas as mulheres com DMG sejam reavaliadas e reclassificadas 6 semanas após o parto, utilizando-se os critérios 
padronizados para a população de não gestante 
• O perfil glicêmico ainda será mantido para verificar a manutenção da intolerância à glicose por 48h 
• Deve-se realizar teste de sobrecarga de 75 g em 6 semanas após o parto → se espera que o estado metabólico tenha retornado 
às condições prévias à gestação 
• Diagnóstico de DM é feito quando a glicemia em jejum é ≥ 126 mg/dL ou 2h após sobrecarga de 75g de glicose ≥ 200 mg/dL 
o Define-se ainda glicemia de jejum alterada (100 a 125 mg/dL) 
 
OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
o Caso jejum seja < 126 mg/dL, mas glicemia 2h após sobrecarga 75g for 140-199 → diagnóstico de intolerância à glicose 
• Em situações nas quais não seja possível a realização do TOTG, pode-se realizar apenas a glicemia de jejum → porém 34% dos 
casos de intolerância à glicose ou diabetes não serão diagnosticados 
• Caso o TOTG seja normal, a paciente deverá ser avaliada anualmente por meio de glicemia de jejum, TOTG ou 
• Todas as pacientes com DMG devem receber orientações sobre modificações de estilo de vida 
Cetoacidose Diabética 
• Cetoacidose diabética é uma emergência médica caracterizada por hiperglicemia e acidose desencadeadas pelo déficit de insulina 
• QC composto por náuseas, vômitos, dor abdominal, poliúria, polidipsia, fraqueza, perda de peso, desidratação, hipotensão, 
taquicardia e hiperventilação 
o Glicemia > 200 mg/dL, presença de corpos cetônicos na urina, acidemia (pH arterial < 7,30) e bicarbonato < 18 mEq/L 
• Em 60 minutos, devem-se obter os resultados da gasometria para confirmação de cetoacidose diabética e dosagem dos eletrólitos 
(sódio e potássio) para definição da conduta a ser adotada 
o Cetoacidose não confirmada → repetir glicemia capilar e, se necessário, realizar insulinoterapia para controle glicêmico 
o Cetoacidose diabética confirmada → a conduta é baseada na tríade hidratação, reposição de potássio e insulinoterapia 
• Reposição de bicarbonato → só está indicada quando o pH < 7,0 
• Sua concentração deve ser reavaliada a cada 2h por gasometria venosa 
o pH entre 6,9 e 7,0 → infundir 50 mL (50 mEq) de bicarbonato de sódio a 8,4% em 200 mL de água destilada em 1h 
o pH menor que 6,9 → infundir 100 mL (100 mEq) de bicarbonato de sódio a 8,4% em 400 mL de água destilada em 2h 
 
 
 
 
 
OBSTETRÍCIAKamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
Filhos De Mães Diabéticas 
• Complicações perinatais que respondem pela maior parte da morbidade neonatal 
 
Hipoglicemia Fetal 
• Valores de glicemia sérica < 40 mg/dL no RN de termo durante as primeiras 12 horas de vida 
• Hiperglicemia materna acarretaria hipoglicemia fetal, estimulando o pâncreas fetal e resultando em hipertrofia e hiperplasia das 
células-beta, com aumento dos níveis de insulina fetal 
o Com a separação do binômio materno-fetal no nascimento, a transferência de aporte glicêmico é interrompida, levando 
à hipoglicemia neonatal 
 
Macrossomia (>4000g) 
• Hiperinsulinemia traz a aceleração do crescimento fetal levando à macrossomia 
• Fetos macrossômicos apresentam aumento das necessidades de oxigênio, hipoxemia crônica e aumento do número de hemácias 
(policitemia) para compensação do transporte de oxigênio 
o Aumento das taxas de hemoglobina glicada fetal, ávida por oxigênio, favorece a diminuição do oxigênio sanguíneo livre 
e a hipoxia tecidual → pode acarretar óbito fetal, o que pode explicar o sofrimento do feto 
o Acarreta riscos principalmente pelo parto vaginal → distocia de ombro, tocotraumatismos e óbito perinatal 
• A hiperglicemia é também responsável pela ocorrência de diurese osmótica fetal → leva ao aumento do volume de líquido amniótico 
e, consequentemente, a polidrâmnio 
 
❖ Há associação entre a glicose materna e a adiposidade fetal, gradiente dependente, com evidências de que a insulina de produção 
fetal seja a mediadora dessa relação 
 
Policitemia Neonatal 
• Complicação comum do diabetes e é decorrente tambem de hiperglicemia e hiperinsulinemia, que levam a diminuição do conteúdo 
de oxigênio livre arterial e estímulo da eritropoiese 
 
Síndrome Do Desconforto Respiratório 
• Taquipneia, retração da musculatura intercostal, hipoventilação, hipoxia, evidência de broncogramas e densidades granulares finas 
no parênquima pulmonar no RX → ocorre mais em casos de diabetes com controle glicêmico irregular 
• Hiperinsulinemia inibe a ação do cortisol no pulmão fetal, levando à inibição da produção de lecitina pelo pneumócito tipo 2 
 
 
 
LITERATURA: 
- Tratado de Obstetrícia da FEBRASGO 
- Obstetrícia – Zugaib (3ª edição)

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