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As bases molecul!es da h"edit!iedade O GENOMA, O DNA E OS GENES AULA 2 O genoma é uma longa sequência de DNA organizada nos cromossomos celulares, nos quais o DNA fica compactado por meio de proteínas chamadas histonas. Funções das histonas: - compactar o DNA - proteger o DNA - regular a expressão gênica: quando a histona desenovela alguma parte do DNA, ela inicia um processo de síntese proteica. Esse processo de desenove- lar pode ser feito, por exemplo, por meio da acetilação do DNA. O conjunto de 8 histonas promove 2 voltas no DNA e forma os chamados nucleossomos. Já o DNA é composto por nucleotídeos (uni- dade básica do DNA). Cada nucleotídeo é formado a partir de uma base nitrogenada, um açúcar (pentose) e um grupo fosfato. As bases nitrogenadas podem ser pú- ricas (adenina e guanina, possuem 2 anéis) ou pirmídicas (timina e citosi- na, possuem 1 anel). Por fim, os genes são sequências de subunida- des de DNA que contém a informação para codificar as cadeias polipeptídicas de uma proteína, sendo responsáveis pela hereditari- edade. De acordo com a pentose que o ácido nucleico apresenta, ele pode ser um DNA (desoxirribose) ou um RNA (ribose). A ligação que ocorre entre as BN é do tipo ponte de hidrogênio (2 entre A e T e 3 entre C e G). Já a que ocor- re entre uma pentose e um grupo PO4- é do tipo fosfodiéster, termi- nando sempre em um carbono 3’ ou 5’ do açúcar. ATENÇÃO A extremidade reconhecida pelas enzimas de re- plicação sempre é a 3', e o sentido de replicação sempre é 5’-3’ (a fita replicada começa no 5’). Exemplo: a prof. te dá uma fita 3’ e pede a transcrição. O que vo- cê tem que fazer é o par da fita 3’ trocando T por U. Se ela te des- se a fita 5’ você teria que fazer a 3’ e então a transcrição. @paulapsantos1 ✓ Io DNA x RNA - fita dupla - timina - H no carbono 2' (desoxirribose) - fita simples - uracila - OH no carbono 2' (ribose) A estrutura molecular do DNA apresenta 4 vantagens importantes: 1- possibilita o armazenamento de imensa quantidade de informação, já que possui 4 BN diferentes. 2- cada fita possui toda a informação do DNA, e pode servir de molde para a for- mação de uma nova fita complementar. 3- possui um mecanismo de defesa contra a perda de informação genética, pois, se uma BN sofrer um dano, a sua correspon- dente na fita complementar permite sa- ber qual foi essa base para sua reconsti- tuição. 4- permite que fitas se identifiquem e se juntem por meio da complementaridade. Assim, o DNA contém a informação que codifica uma cadeia polipeptídica, en- quanto o RNA utiliza essa informação. O CÓDIGO GENÉTICO O código genético descreve a relação en- tre a sequência de bases nitrogenadas do DNA e a sequência de aminoácidos na cadeia polipeptídica correspondente. A palavra chave para um aminoácido é uma sequência de 3 BN chamada códon. PROPRIEDADES DO CÓDIGO GENÉTICO: 1- DEGENERADO: mais de um códon co- difica o mesmo aminoácido. Isso mini- miza os efeitos das mutações, já que permite as mutações silenciosas. 2- NÃO AMBÍGUO: uma trinca só pode codi- ficar um aminoácido. 3- SEM SUPERPOSIÇÃO: uma base só pode per- tencer a uma trinca. 4- SEMIUNIVERSAL: os mesmos aminoácidos são codificados pelos mesmos códons em quase todos os organismos. 5- CONTÍNUO: não há espaçamento entre os códons. 6- START/STOP CÓDONS: sinalizam o início e o fim da síntese de um polipeptídeo. Antes e depois desses códons, há os UTRs. O GENOMA HUMANO O conteúdo de DNA das células humanas constitui o que se denomina de genoma hu- mano, que é dividido em nuclear e mitocon- drial. O esquema anterior mostra que, em todo o genoma humano, somente uma pequena parte são genes que codificam proteínas. Esses genes e sequências relacionadas, são os chamados genes estruturais. Nas se- quências relacionadas aos genes, encon- tramos fatores que não codificam proteí- nas diretamente, mas influenciam esse processo e não são DNA repetitivo. Entre eles há os íntrons, UTRs e regiões promoto- ras, alem dos pseudogenes. @paulapsantos1 - Região promotora: região do DNA que vai receber a RNA polimerase (que forma o RNAm), indicando onde deve ser feita a transcrição. Essa região não é transcrita. Os pseudogenes são genes sem região pro- motora. Ainda segundo o esquema, vemos que a maior parte do DNA do genoma consiste em sequências de DNA repetitivo, sem função codificadora. Essa porção é chamada de DNA extragênico. Íntrons: sequências internas de DNA remo- vidas antes da tradução do RNAm maduro. Os genes que os contém são chamados in- terrompidos. Um exemplo muito importante de DNA extra- gênico são os telômeros. TELÔMEROS: são complexos de DNA, pro- teínas que se encontram nas extremida- des dos cromossomos lineares, formados por repetidas sequências simples de DNA: 5’ TTAGGG 3’. A presença do telômero é diretamente proporcional à capacidade reprodutiva da célula. Quando o telôme- ro acaba, a célula para em G0 e sofre apoptose. A única enzima que replica o telômero é a telomerase. Quando a célula está prestes a entrar em GO e morrer, a telomerase atua. Esse gene é necessário somente na fase em- brionária, pois se o telômero for perdido na formação do individuo, ou ele sofre aborto, ou nasce com envelhecimento precoce. Após o nascimento, fatores como os hormônios promovem a inativação do gene. Uma manifestação patológica da telo- merase é o câncer, quando as células can- cerígenas não morrem. Isso configura um tumor maligno. No nosso organismo, temos o gene da telomerase, mas ele não é ativa- do. Se ele for ativado, ocorre o tumor ma- ligno. Uma manifestação patológica da perda embrionária do telômero é a Síndrome de Werner, que ocorre por um erro na TRF-2, proteína que protege o telômero da fusão e de enzimas responsáveis por mecanis- mos de correção de danos de DNA. @paulapsantos1 I - o Por fim, os microssatélites são muito se- melhantes aos transposons (repetições pe- quenas que vêm depois de um gene), porém sem mobilidade. Eles possuem 2 importân- cias clínicas, a de poderem gerar patolo- gias caso seu número aumente muito (o que causaria inativação do gene), e também a de serem marcadores moleculares, utiliza- dos, por exemplo, em testes de paternidade. Os microssatélites são altamente poli- mórficos, ou seja, seu número de repeti- ções varia muito entre os indivíduos. O número de repetições que uma pessoa tem em cada gene, assim como todo o seu genoma, é adquirido a partir do ge- noma de seu pai e de sua mãe. Assim, o teste de paternidade é feito por meio da compatibilidade dos microssatélites do filho com seu possível pai. Todos os mi- crossatélites que não tiverem o mesmo número de repetições iguais aos da mãe do indivíduo devem ser necessariamente iguais aos do pai. Conforme a ocorrência ou não dessa equivalência, define-se o pai do indivíduo. Além dos telômeros, existem também as repetições dispersas e os microssatélites, sendo ambos relacionados a doenças. Entre as repetições dispersas, encon- tramos os LINE, SINE e LTR, que são todos sequências repetitivas de diferentes tama- nhos. O maior destaque desse grupo são os transposons, que são repetições de tama- nho menor que vêm depois de um gene, po- rém com a peculiaridade de serem móveis. Assim, saltam de um gene para outro, e se esse movimento aleatório ocorrer num mo- mento de expressão de proteínas, eles po- dem influenciar esse processo e gerar uma patologia. @paulapsantos1 D
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