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Vacinas Tipos de imunização: a imunização pode ser passiva ou ativa. A imunização passiva gera imunidade temporária pela transferência de anticorpos de um animal resistente a outro suscetível (ex:colostro, anticorpo monoclonal e soros), sendo que estes anticorpos conferem proteção imediata, porém a intensidade de proteção diminui à medida que essas imunoglobulinas vão sendo catabolizadas. Já a imunização ativa envolve a administração de antígenos a um animal (através de vacina ou por infecção natural), estimulando que o sistema imune responda eficientemente, formando anticorpos e guardando memória em relação ao invasor. Como é uma resposta adaptativa ela acaba sendo mais lenta que a passiva que é imediata. Uma vacinal ideal deve: propiciar uma imunidade eficaz e prolongada, não apresentar efeitos colaterais adversos, estimular a imunidade adaptativa sem desencadear a inflamação associada com a imunidade inata, o antígeno deve ser apresentado de forma eficiente, os linfócitos T e B devem ser estimulados para que gerem grandes números de células de memória, linfócitos T auxiliares e efetores devem ser gerados para diversos epitopos vacinais. Vacinas Vivas: São aquelas que possuem organismos vivos e com capacidade de infectar as células do hospedeiro. Elas infectam as células e realizam a replicação viral, levando a uma resposta imune similar a que ocorre nas infecções naturais. As células invadidas processam o antígeno endógeno e geram uma resposta predominantemente dos linfócitos T CD8. Esse processo pode ser prejudicial, pois esses microrganismos podem acabar causando uma doença ou infecção persistente, isso é chamado de virulência residual. Essa virulência residual pode se estender também para os outros animais, pois o vírus vivo pode ser revertido para um tipo extremamente virulento e se disseminar na população. Além disso as vacinas vivas apresentam alto risco de contaminação por organismos indesejáveis. Para driblar esses problemas, a maioria das vacinas vivas passam pelo processo de atenuação, fazendo com que elas sejam capazes de infectar as células e se replicar sem gerar doença clínica. Geralmente são liofilizadas + estsbilidade. Vacinas inativadas: Os microrganismos inativados atuam como antígenos exógenos e estimulam a resposta dos linfócitos CD4. As vacinas inativadas conferem uma maior segurança em relação a virulência residual (que nesse caso é nula) e facilita o armazenamento, já que os vírus não estão mais “vivos”. Em contrapartida as vacinas inativadas necessitam de conjugação com adjuvantes para aumentar a antigenicidade, o que pode causar inflamações graves ou toxicidade sistêmica. Inativação: Precisam inativar sem alterar as propriedades de antigenicidade. Agentes químicos (como o formaldeído= rigidez estrutural) e agentes alquilantes (não alteram as proteínas de superfície= B- propiolactona) podem ser utilizados. Atenuação: Microrganismos muito virulentos precisam ter sua virulência reduzida para que possam ser utilizados em vacinas vivas sem gerar doenças. Esse processo é chamado de atenuação. Uma atenuação insuficiente irá gerar virulência residual e doença, e uma atenuação excessiva tornará a vacina ineficiente. A atenuação pode ser realizado pelos seguintes métodos: Manipulação genética: método muito confiável para tornar bactérias menos virulentas. Ex: dependência de estreptomicina; Cultivo em células ou em espécies: usado para vírus, sendo que esses são cultivados em células ou espécies que eles não são naturalmente adaptados; Cultura prolongada em tecidos: utilizada para atenuação viral. Nesse caso o organismo é cultivado em células nas quais ele não está adaptado. I- Antígenos gerados por clonagem gênica: Nesse processo o gene que codifica para um antígeno de interesse é isolado do patógeno (clonado). Esse DNA é inserido em uma bactéria ou levedura de maneira que o gene seja funcional e produza o antígeno puro em grandes quantidades, que é usado na vacina. II- Organismos geneticamente atenuados: Nesta técnica os organismos se tornar irreversivelmente atenuados. Nela o gene causador da virulência é removido geneticamente, gerando um organismo avirulento (sem o fator de virulência) que é utilizado na vacina. III- Organismos vivos recombinantes: Os genes que codificam para antígenos, como no anterior, podem ser clonados diretamente em uma variedade de organismos (principalmente em bactérias). Nesse caso, ao invés do antígeno purificado, o próprio organismo recombinante pode ser utilizado como vacina. Esses vetores são capazes de infectar as células, mas não de se replicar. Para estimular a resposta imune eles produzem proteínas imunogênicas infectadas cm o gene antigênico. IV- Vacinas de polinucleotídeos: Esse método não envolve antígenos mas sim o DNA que codifica para antígenos estranhos. Nesse caso o DNA que codifica para o antígeno de uma vacina pode ser inserido em um plasmídeo bacteriano. Quando o plasmídeo modificado geneticamente é injetado (por via intramuscular) em um animal ele é incorporado pelas células do hospedeiro. O DNA é então transcrito em mRNA e traduzido em uma proteína vacinal endógena. A desvantagem é que o plasmídeo não consegue se replicar em células de mamíferos, diante disso é necessária a conjugação com adjuvantes. Prime-Boost: Sensibilização e reforço diferentes. Em geral, as combinações envolvem a sensibilização com uma vacina de DNA, porém o reforço é com outra vacina de DNA, talvez administrada com outro vetor, ou com antígenos proteicos recombinantes. Busca escolher a dupla que possui maior eficiência. Adjuvantes: São usados pois podem aumentar a velocidade ou a intensidade de resposta do corpo a vacinas, permitir reduções na quantidade de antígeno injetado ou no numero de doses administradas e são essenciais para estabeler memoria prolongada contra agentes solúveis. Eles são misturados em soluções vacinais que contem organismos inativados, com baixa antigenicidade ou em antígenos purificados. Existem 3 grupos de adjuvantes: os adjuvantes de deposito (protege os antígenos de uma degradação rápida e prolonga a resposta imune), os adjuvantes particulados (transportam de forma eficaz os antígenos até as células apresentadoras de antígeno) e os adjuvantes imunoestimuladores (moléculas que aumentam a produção de citocinas e estimulam a indução de Th1 ou Th2 por meio de coestimulação). Uso de vacinas: os principais fatores que determinam seu uso são a segurança e a eficácia. Deve se assegurar que os riscos da vacinação não se excedem daqueles associados a chance de contrair a própria doença. Devido esses fatores as vacinas veterinárias são divididas em categorias de acordo com a sua importância, podendo ser: vacinas essenciais (necessárias porque protegem contra doenças comuns e perigosas), vacinas opcionais (direcionadas a doenças cujo o risco associado a não vacinação sejam baixos) e as vacinas sem aplicação convencional (vacinas destinadas a doenças de pouca significância clinica que não traz riscos altos). Imunidade de rebanho: é a resistência a uma doença por um grupo inteiro de animais como resultado de uma proporção de animais imunes no grupo. Ela reduz a probabilidade de contato entre um animal susceptível com outro infectado, impedindo a disseminação da doença. Vacina polivalente: formada por combinações de organismos em uma única vacina. Estas combinações podem ser utilizadas quando deseja-se proteger os animais contra diversos agentes infecciosos sem esforços. Porém, quando diferentes antígenos são inoculados simultaneamente (fato que ocorre na vacina polivalente) eles irão competir entre si, isso obrigada que os fabricantes de vacinas as fomulem de forma que a combinação entre esses antígenos seja adequada. Estimulo inicial: Os anticorpos maternos protegem os recém-nascidos de forma passiva até cerca de 4 meses e eles podem interferir na vacinação por 3 maneiras,impedindo que seja possível vacinar os animais logo após o nascimento. As três maneiras são: processo de inibição da replicação dos agentes vivos (onde os anticorpos maternos opsonizam os antígenos injetados fazendo com que eles sejam destruídos e não consigam se replicar), mascaramento de antígenos (no qual os antígenos são impedidos de serem apresentados ao sistema imune) e retroalimentação negativa (ocorre a formação do complexo antígeno e anticorpo, que se ligam ao plasmocito B e impedem que le produza mais anticorpos). Portanto, se for necessário a proteção dos neonatos nessa fase, é indicado que a progenitora seja vacinada nos períodos finais da gestação e assim transfira esses anticorpos através do colostro para seus filhos. Após o nascimento a imunização ativa só é eficaz após a diminuição das quantidades de anticorpos transferidos de forma passiva pelo colostro. Não é possível prever o momento que isso acontece e, portanto, as primeiras vacinações são administradas em várias doses, para garantir a formação da imunidade. Janela de susceptibilidade: Após o parto os anticorpos maternos sofrem um declínio considerável e acabam atingindo níveis onde acabam sendo considerados não protetores. Existe um período da vida do filhote em que os níveis dos anticorpos maternos estão abaixo do nível protetor, mas acima do nível de interferência com a vacinação. Esse período é a janela de susceptibilidade e ocorre entre a 8 e a 12 semana de vida. Nesse período o filhote é extremamente vulnerável. Revacinação: depende da duração de uma proteção eficaz que por sua vez depende da composição dos antígenos específicos, dos organismos contidos nas vacinas e da via de administração. Estratégias: vacinação em anel: busca conter um surto estabelecendo uma barreira de animais imunes ao redor de uma área afetada. Vacinação preditiva: busca vacinar animais das fazendas que provavelmente irão contribuir mais para uma futura disseminação da doença. Avaliação da vacina: Os animais devem ser inicialmente vacinados e depois submetidos a um desafio. Assim pode-se calcular a porcentagem de animais que foram vacinados e sobreviveram ao desafio e a porcentagem de animais controle (não vacinados) que também sobrevivem ao desafio. PF= %de mortes do grupo controle-%de mortes dos animais vacinados. Para garantir que a vacina é boa e eficaz o resultado deve ser superior a 80% Falhas na vacinação: Reações adversas da vacinação: A toxicidade relacionada a vacinas é rara leve e transitória. Os riscos mais significativos associados a vacina são: a virulência residual, a toxicidade, as respostas alérgicas, o desenvolvimento da doença em hospedeiros imunodeficientes, as complicações neurológicas e os feitos prejudiciais ao feto. As reações de hipersensibilidade do tipo I são as mais comuns relacionadas a vacinação, elas costumam a aparecer nas primeiras 24 horas após a vacinação e podem ser de dois tipo: reações anafiláticas (imediatas e fatais) ou reações locais (edema, prurido, pápulas). Imunidade a Bactérias 607 Imunidade inata: O reconhecimento das bactérias ocorre por meio dos receptores do tipo toll (TLRs) que induz a inflamação, a liberação de citocinas e ativa o sistema complemento buscando exterminar o invasor. Se esses fenômenos não forem suficientes os mecanismos da resposta adaptativa entram em ação, onde os macrófagos e as células dendriticas ingerem as bactérias e realizam a apresentação de antígeno, secretando citocinas e estimulando a resposta dos linfócitos. Os TRLs estão presente na superfície das células fagociticas e são responsáveis pelo reconhecimento inicial das bactérias invasoras. A ligação deles com os PAMPs desencadeia uma cascata de sinais que ativa genes fundamentais para a defesa do hospedeiro. As células natural killer também pode atuar como protetoras, onde iram produzir citocinas que ativam os macrófagos e células dendriticas. A maioria das bactérias é destruída por fagocitose, porem uma pequena parcela é morta enquanto está livre na circulação através da ação do sistema complemento por meio da via alternativa ou da lectina. Imunidade adaptativa: Combatem as bactérias por 5 mecanismos: neutralização de toxinas ou enzimas por anticorpos, morte das bactérias mediada por anticorpos ou componentes do sistema complemento, opsonização das bactérias por anticorpos ou componentes do sistema complemento, destruição de bactérias intracelulares por macrófagos ativados e morte direta das bactérias mediada por linfócitos T citotóxicos e células NK. Imunidade a bactéria toxigênicas: nesses casos a resposta imune além de eliminar a bactéria precisa neutralizar as toxinas produzidas por ela. Essa neutralização é feita através do anticorpo, que se liga ao receptor da toxina e impede que ela se ligue com os receptores das células –alvo. Imunidade a bactérias extracelulares: A fagocitose (principalmente por macrófagos e neutrófilos) é muito importante para combater esse tipo de bactéria, sendo que para ela ser mais eficaz é necessário que ocorra a opsonização (por componentes do sistema de complemento, por anticorpos ou pela lectina). Os anticorpos dirigidos a esses antígenos, além de realizarem a opsonização, ativam a via clássica do sistema complemento e podem neutralizar as propriedades antifagociticas da capsula das bactérias, permitindo com que elas sejam facilmente fagocitadas. Nesses casos o IgM é muito mais potente do que o IgG. O sistema complemento além de facilitar a opsonização através do componente C3B, também forma o complexo de ataque a membrana que realiza a lise das bactérias. Imunidade a bactérias intracelulares: algumas bactérias são capazes de crescer dentro dos macrófagos e, além disso, algumas podem “escapar” do sistema imune e penetrar nas células migrando entre elas, sem passar pelo fluido extracelular. Nesses casos a primeira forma de defesa que essas células utilizam é a autofagia, onde as bactérias invasoras são submetidas pela maquinaria celular que degrada as organelas indesejadas, e acabam sendo destruídas também. A autofagia também permite a apresentação de antígenos através do MHC, o que estimula as células T CD4 e TCD8. A ativação das células TCD4 ativa uma grande quantidade de macrófagos e leva a produção de oxido nítrico que destrói a bactéria. E as células TCD8 vão atuar destruindo os macrófagos infectados através da sua citotoxidade (degranulação). Foi observado que nesses casos o uso de vacinas inativadas não é eficaz, necessitando de vacinas vivas. Evasão: Produção de PAMPs modificados, capacidade de resistir a proteínas antimicrobianas, capacidade de interferir na sinalização celular, podem bloquear a fagocitose, algumas possuem paredes celulares extremamente resistente a enzimas, etc. Imunidade a fungos 631 O principal mecanismo de defesa contra esses organismos se dá pela atuação das células fagocíticas que os destroem através da produção, principalmente, de oxido nítrico. Os TLRs presentes nas células fagocíticas, estimulam a produção de IL-23 que, por sua vez, ativa os linfócitos Th17. Esse linfócito produz IL-17 que ativa os neutrófilos e as células endoteliais levando à inflamação aguda. Os neutrófilos podem realizar a fagocitose ou a degranulação (caso o organismo seja muito grande para ser fagocitado). Quando há esporos ou pequenos fragmentos de fungos, os macrófagos e as NK podem atuar na defesa. Imunidade a vírus 633 Imunidade inata: Na fase inicial da infecção a defesa é realizada pelos interferons tipo I, pelos macrófagos e pelas células NK. Os interferons são citocinas produzidas por células invadidas por vírus para avisar e proteger as demais células da invasão viral, bacteriana ou protozoótica. Além disso, alguns tipos de interferons podem atuar ativando os macrófagos e as células NK, que irão destruir a célula invadida. Os macrófagos e outras células apresentadoras de antígeno produzem IL-12 que estimulas ascélulas NK a exercer citotoxicidade e produzir mais interferons, que ativa amis macrófagos. Isso forma uma espécie de ciclo. Imunidade adaptativa: As células TCD8 ativadas, através do reconhecimento de antígenos virais via MHC nas células afetadas, realizam a liberação de granzimas e perfurinas, que realizam a lise das células infectadas e do vírus. Ocorre também a ativação das células TCD4 que colaboram com as células B na produção de anticorpos. Os anticorpos desempenham função importante pois neutralizam os vírus que estão “livres” nos tecidos ou na circulação (que provavelmente são resultado da multiplicação da célula mãe na célula hospedeira) impedindo que eles penetrem em uma célula não infectada. Os anticorpos podem também auxiliar na citotoxicidade, onde permitem uma ação mais intensa das células NK. Evasão: Variação antigênica, prevenção da apoptose, período de latência, inibição da apresentação de antígenos, destruição das células do sistema imune, etc. Imunidade a protozoários Imunidade inata: A atividade da defesa inata ocorre assim como nos casos anteriores, ou seja, vários componentes participam dessa defesa, porém esses organismos conseguem escapar facilmente dela. Os mecanismos utilizados nesses “escapes” variam de acordo com a espécie do protozoário. Imunidade adaptativa: Os macrófagos e as células dendriticas fazem a apresentação de antígenos via MHC e desencadeiam a resposta adaptativa. Isso leva a uma ativação dos linfócitos TCD8 e TCD4, que irão atuar na destruição das células invadidas. Os anticorpos produzidos vão atuar principalmente os parasitas circulantes no sangue os entre os tecidos, realizando a opsonização, a aglutinação ou a imobilização. Além disso, os anticorpos também podem atuar em conjunto com as células T citotóxicas, ajudando a destruir os invasores e as células invadidas. Evasão: Os protozoários possuem diversos mecanismos de evasão, o que permite que esses organismos permaneçam no hospedeiro durante toda sua vida, sem causar doença e sem ser notado. Imunidade a helmintos 679 Imunidade inata: Fatores inatos que influenciam as infecções incluem não apenas efeitos derivados do hospedeiro, mas também a influência de outros parasitas presentes no mesmo hospedeiro, sendo que a presença de parasitas adultos no intestino pode atrasar o mesmo desenvolvimento de estágios larvares da mesma espécie nos tecidos e etc. Fatores de origem do hospedeiro como idade, sexo, e os antecedentes genéticos também regulam as infestações. Os macrófagos, neutrófilos e os mastócitos são importantes na defesa inata pois produzem a enzima quitinase, que degrada a quitina presente na superfície dos helmintos e pode também se ligar a eles e atuar como uma opsonina. Imunidade adaptativa: É o principal tipo de defesa contra os helmintos. Esses organismos são um problema pois muitos realizam migração pelo corpo. Diante disso, o corpo procura destruir os estágios de larva e expulsar os parasitas adultos. As células TCD4 e TCD8 ativadas produzem algumas citocinas que induzem a produção de IgE pelas células B e ativam os eosinófilos, mastócitos e basófilos. Os anticorpos produzidos se ligam aos basófilos circulantes ou aos mastócitos teciduais e induzem a liberação de histaminas e outros mediadores de hipersensibilidade imediata, que leva a destruição dos helmintos. Imunidade no feto e no recém-nascido 490 Os mamíferos recém-nascidos são vulneráveis a infecção durante as primeiras semanas de vida, necessitando de assistência para se defender nesse período. Essa ajuda provém da mãe, por meio da transferência passiva de imunidade, principalmente de anticorpos. Desenvolvimento do sistema imune: Durante a vida fetal o timo é o primeiro órgão a se desenvolver, seguido dos órgãos linfoides secundários. Os linfócitos B são produzidos logo após o desenvolvimento do baço e dos linfonodos, porem os anticorpos são encontrados apenas no final da vida fetal e, em algumas espécies, nem são encontrados. Infecção intrauterina: o sistema imune adaptativo do feto não é totalmente funcional e devido a isso algumas infecções podem ser brandas ou imperceptíveis na mae mas causar danos severos e até letais no feto. As infecções fetais desencadeiam uma resposta imune e níveis elevados de imunoglobulinas. Por essa razão que a presença de qualquer anticorpo no soro de um recém-nascido que ainda não foi amamentado indica que ele passou por uma infecção intrauterina. Microbiota intestinal: Ela gera uma mistura complexa de PAMPs que atuam por meios de receptores TLR de células endoteliais, e esses sinais promovem o desenvolvimento funcional do sistema imune. Sem a microbiota intestinal os mamíferos não conseguiriam desenvolver completamente sus tecidos linfoides. Imunidade da mãe para a prole: A via pela qual a imunidade irá atingir o feto depende da estrutura da placenta: Placenta hemocorial (humanos e primatas): sangue materno em contato direto com o trofoblasto. Esse tipo permite que a IgG materna seja transferida diretamente para o feto. A IgM, IgA e a IgE não são transferidas. A IgG transmitida pode entrar na corrente sanguínea fetal e assim o bebe possui IgG circulando. Placenta endoteliocorial (cão e gato): o epitélio coriônico fica em contato com o endotélio dos capilares maternos. Nesse tipo cerca de 5 a 10 % do IgG é transferido diretamente da mãe para os filhotes, mas a maior parte é obtida através do colostro. Placenta sindesmocorial (ruminantes): o epitélio coriônico fica em contato direto com tecidos uterinos. Nesse tipo de placenta a passagem transplacental de imunoglobulinas é totalmente bloqueada. Os recém-nascidos dependem 100% dos anticorpos presentes no colostro. Placenta epiteliocorial (cavalos e porcos): o epitélio coriônico fetal fica em contato direto com o epitélio uterino intacto. Não há passagem assim como no anterior. Colostro: ele contém secreções acumuladas da glândula mamaria nas últimas semanas de gestação e também proteínas transferidas da corrente sanguínea. Ele é rico em IgG, sendo que cerca de 65 a 90% do colostro é composto por ele. Além disso ele pode conter IgA, IgM e IgE em menores quantidades. A medida que a lactação progride e ocorre a mudança de colostro para leite, surge diferença entre as quantidades de imunoglobulinas presentes. O colostro também é rico em citocinas que podem promover o desenvolvimento do sistema imune jovem do recém-nascido. Absorção do colostro: O colostro é ingerido logo após o nascimento. Nesse momento a atividade proteolítica no intestino do recém-nascido é baixa e é inibida por inibidores contidos no colostro. Devido a isso, as proteínas contidas no colostro, quando ingeridas, não são degradadas e conseguem alcançar o intestino intactas. No intestino as imunoglobulinas se ligam aos receptores Fc das células epiteliais. As células epiteliais capturam essas moléculas e as transferem para os capilares lácteos e intestinais. E assim elas alcançam a circulação sanguínea e o neném passa a estar protegido. Os mamíferos diferem em relação a seletividade de absorção. Já a permeabilidade intestinal, em geral, é maior após o nascimento e diminui após as 6 horas de vida, principalmente devido a substituição das células epiteliais sem o receptor Fc. Falha de transferência: pode acontecer por 3 razoes: falha na produção (quando a mãe produz um colostro insuficiente ou de má qualidade), falha na ingestão (quando a produção é suficiente mas ocorre um consumo inadequado) e falha de absorção (pode acorrer mesmo diante de um consumo adequado). Hipersensibilidade tipo I ou imediata 699 É uma forma de inflamação aguda que resulta da interação de antígenos com a IgE presente na superfície de mastócitos. A ligação entre eles promove a degranulação dos mastócitos e esses grânulos que são responsáveis pela inflamação aguda. Ela é chamada de imediata pois sedesenvolve dentro de minutos após a exposição ao antígeno. Essa hipersensibilidade é responsável pelos inúmeros tipos de alergia, e quando ela é sistêmica (atinge todo o corpo) ela causa o choque anafilático. Geralmente os animais, quando submetidos a antígenos, promovem uma resposta produzindo anticorpos IgG ou IgA, o que não causa problemas. Porém alguns animais podem montar uma resposta Th2 exagerada e produzir muitos IgE (atopia), esses animais que irão desenvolver a hipersensibilidade tipo I. O desenvolvimento de atopia e hipersensibilidade depende da interação dos genes e fatores ambientais. Produção de IgE: Os linfócitos Th2 produzem IL-4 e IL-5, que irão desencadear uma síntese de IgE pelos linfócitos B. A IL-4 também será produzida pelos mastócitos estimulados e aumentar ainda mais a produção de Th2 e a liberação da interleucina 4. Resposta dos mastócitos: os mastócitos podem residir nos tecidos (principalmente abaixo da pele, na mucosa intestinal e respiratória) e as IgE aderidas à ele atuam como uma mina em um campo minado. Se um antígeno encontra um mastócito e faz ligação cruzada com duas moléculas de IgE, o mastócito desencadeia a liberação de seus grânulos (que são moléculas pró-inflamatórias responsáveis pela alergia) e do seu conteúdo rapidamente, o que gera uma inflamação aguda. Em uma reação normal, que não seja de hipersensibilidade, a liberação dos grânulos dos mastócitos ocorre de maneira fragmentada e lenta. Eosinófilos: Os tecidos que sofrem reação de hipersensibilidade contem grandes quantidades de eosinófilos que são atraídos para esses locais devido a degranulação dos mastócitos. Eles também irão desgranular, mas de maneira fragmentada, e, portanto, são considerados células efetoras terminais da resposta alérgica. Clínica: os sinais clínicos resultam da liberação excessiva de mediadores inflamatórios pelas células de defesa. A severidade e a localização dessas respostas dependem do número e da localização dessas células e da quantidade de antígeno, do grau de sensibilização e da via de administração. Anafilaxia: é uma reação sistêmica severa e de risco a vida. Seus sinais clínicos são determinados pelos órgãos envolvidos, que diferem entre as espécies. Muitos dos sintomas resultam da contração da musculatura lisa dos brônquios, do trato gastrointestinal, do útero e da bexiga. Alergias locais: é a mais comum observada e os sítios em que elas ocorrem dependem da via de administração do antígeno. Ex: antígenos inalados provocam inflamação no trato respiratório superior, na traqueia e no brônquio, resultando em exsudação de muco e asma. Etc. Hipersensibilidade tipo II 735 Também denominada hipersensibilidade citotóxica, ocorre quando os anticorpos e o sistema complemento destroem células normais. O principal tipo de hipersensibilidade tipo II é a destruição de eritrócitos transfundidos administrados a um receptor incompatível. Se o sangue for transfundido de um animal para outro, sendo esses animais diferentes geneticamente, os antígenos eritrocitários (presentes na superfície dos eritrócitos) irão estimular uma resposta humoral no receptor. Esses anticorpos causam rápida eliminação dos eritrócitos transfundidos através da hemólise intravascular pelo sistema complemento e pela destruição extra vascular através da opsonização e remoção pelas células fagocíticas. Os anticorpos são formados contra os tipos sanguíneos diferentes mesmo antes de haver um contato prévio com esses eritrócitos, eles geralmente são IgM. Na ausência dessas anticorpos pré-existentes, os eritrócitos transfundidos irão estimular uma reposta imune do receptor, onde essas células irão circular até haver a produção de anticorpos contra elas. Doença hemolítica do recém-nascido: as fêmeas se tornar sensibilizadas pelo vazamento de eritrócitos fetais da placenta para a circulação sanguínea durante a gestação. Nessas femeas, os anticorpos antieritrocitos podem ser concentrados no colostros e adquiridos pelo recém-nascido na ingestão do mesmo, o que causa rápida destruição dos seus eritrócitos. Hipersensibilidades a drogas e doenças infeciosas: as drogas e antígenos bacterianos podem ser adsorvidos à superfície dos eritrócitos e torna-los estranhos, o que induz a sua destruição pelo sistema imune. Nesses casos ocorre anemia severa. Hipersensibilidade tipo III ou mediada por imunocomplexos 752 Quando os antígenos e os anticorpos se combinam ocorre a formação dos imunocomplexos. Quando esses complexos são depositados nos tecidos, ocorre a ativação da via clássica do sistema complemento que atraem os neutrófilos. Esses neutrófilos acumulados podem liberar oxidantes e enzimas que causam inflamação aguda e destruição tecidual, o que é chamado de hipersensibilidade tipo III. Classificação: a intensidade e a importância das reações dependem da quantidade e do local de deposição dos imunocomplexos. Em relação a isso elas podem ser: Reações locais: se desenvolvem quando os imunocomplexos se formam dentro dos tecidos. Geralmente se dá pela inoculação de antígeno via subcutânea em um animal que já possui um nível elevado de anticorpos em sua corrente sanguínea, o que leva a uma inflamação aguda. Após a injeção do antígeno os primeiros eventos observados são a aderência de neutrófilos no endotélio vascular e sua migração para os tecidos. Cerca de 6 horas após a injeção, o local encontra-se densamente infiltrado por inúmeros neutrófilos, e, a medida que a reação progride, pode ocorrer hemorragia, edema, agregação plaquetária e trombose. Ex: doença do olho azul Reações generalizadas: ocorrem quando os imunocomplexos se formam dentro da corrente sanguínea. Esses imunocomplexos geralmente são depositados nos glomérulos renais o que leva ao desenvolvimento de lesões glomerulares (glomerulonefrite). Além disso, esses complexos podem se ligar a células sanguíneas, causando anemia, ou podem ser depositados nas paredes dos vasos e nas articulações, causando vasculite e artrite. Quando ocorrem esses problemas, esses complexos são normalmente removidos pela ligação a eritrócitos ou plaquetas ou, se forem muito grandes, são removidos pelas células fagocíticas. Ex: doença do soro. Hipersensibilidade tipo IV 774 Alguns antígenos, quando injetados na pele de animais sensibilizados, induzem uma resposta inflamatória, no local da injeção, de desenvolvimento lento (após 12 a 24 horas), chamado de hipersensibilidade tardia. Essas reações são mediadas principalmente por linfócitos T e células natural killer. As reações de hipersensibilidade tardia podem ser consideradas uma forma especializada de inflamação direcionada a organismos que são resistentes a eliminação por respostas convencionais. Reação Tuberculínica: Um exemplo importante dessa reação é a resposta a tuberculina. A tuberculina é um extrato de micobactérias utilizados em testes cutâneos buscando identificar animais infectados pela tuberculosa. Quando a tuberculina é injetada na pele de um animal infectado com a tuberculose, ocorre uma resposta de hipersensibilidade. Nesses animais ocorre o desenvolvimento de um aumento de volume no local da injeção. Em reações muito graves, pode ocorrer até mesmo destruição tecidual e necrose no local da injeção. Essa reação é mediada por linfócitos T. Quando o animal é infectado pela tuberculose, os organismos são prontamente fagocitado por macrófagos. Alguns desses antígenos desencadeiam uma resposta Th1 e geram células de memória. Esses linfócitos T de memória respondem a antígenos injetados, como a tuberculina. Quando a tuberculina é injetada ela é capturada pelas células de Langerhans, as quais migram até os linfonodos. Nesse local elas apresentam o antígeno ao linfócito de memória que geram uma resposta Th1. Esses linfócitos reconhecem o antígeno quando o encontram e se acumulam ao redor do depositodesse antígeno. Os linfócitos então recrutam macrófagos e outros linfócitos para o sitio. Todas essas células acompanhadas das citocinas por elas produzidas vão ser responsáveis pela inflamação aguda causadas no local. Consequências: Formação de tubérculo e dermatite de contato alérgica. A dermatite se dá pelo ataque dos linfócitos T citotóxicos que realizam degranulação e matam as células alteradas, o que permite o desenvolvimento de vesículas intraepiteliais. Imunodeficiência 916 Devido as mutações genéticas, alguns animais recém-nascidos podem ter falhas no desenvolvimento do seu sistema imune, levando ao quadro de imunodeficiência. As deficiências hereditárias são conhecidas como imunodeficiências primarias ou adquiridas, e existem muitas delas descritas atualmente. Defeitos como falhas na fagocitose, aderência leucocitária e morte intracelular são deficiências observadas na imunidade inata, o que aumenta a susceptibilidade de doenças bacterianas (ex: deficiência da adesão leucocitária canina e neutropenia clínica). Já na imunidade adaptativa, são observados defeitos nas funções dos linfócitos T, que predispõe o animal a infecções virais persistentes, e defeitos nas funções dos linfócitos B e na produção de imunoglobulinas que levam a infecções bacterianas persistentes (ex: imunodeficiência combinada severa em equinos). As imunodeficiências causadas por danos no sistema imune são muito comuns nos animais domésticos e são conhecidas como imunodeficiências secundarias. As causas mais importantes de imunossupressão são as infecções virais (o principal é pelo vírus da cinomose), já que os vírus, para sobreviver dentro de um hospedeiro, podem causar uma imensa deficiência pois infectam e destroem linfócitos, podendo até mesmo torna-los cancerosos. Além disso, fatores ambientais como estresse físico e mental, toxinas, má nutrição e idade avançada também pode contribuir para o desenvolvimento de imunodeficiências. Imunodiagnóstico Ligação Primária: permite o reconhecimento do antígeno pelo anticorpo e os complexos imunes formados podem ser mensurados. Para se mensurar as reações um dos reagentes deve ser quimicamente marcado por marcadores fluorescentes, radioisótopos, metais coloidais, etc. Radioimunoensaios: utilizam radioisótopos como marcadores e são altamente sensíveis. Podem ser de dois tipos. O primeiro é o radioimunoensaio para anticorpos, que mensura IgE especifica no soro de animais alérgicos através de discos de celulose. Os discos são impregnados com antígenos e imersos no soror, após a lavagem ele é imerso em uma solução com antiglobulina radiomarcada. O segundo tipo é o radioimunoensaio para antígenos, que é muito sensível e normalmente utilizado para detectar drogas. Nesse teste o antígeno é marcado com o radioativo e misturado com seu anticorpo especifico. Ocorre a ligação Ag-Ac e a formação de imunocomplexos que se precipitam na solução. Qualquer resquício que radioatividade no fluido do sobrenadante é devido à presença de antígeno não ligado, já que não houve precipitação. Imunofluorescência: utiliza corantes fluorescentes que são acoplados aos anticorpos e podem ser observados em microscópio. Os ensaios de Imunofluorescência podem ser diretos ou indiretos. Os testes com anticorpos de fluorescência direta são usados para identificar a presença do antígeno em uma amostra de tecido. Os anticorpos dirigidos ao antígeno especifico são incialmente acoplados ao corante após isso esses anticorpos são aplicados sobre o tecido ou esfregaço com o organismo fixado em lamina. Na observação os anticorpos que se ligaram ao organismo irão exibir fluorescência. Ele serve para detectar a presença ou a quantidade de organismos. Os testes com anticorpos de fluorescência indireta podem ser utilizados para mensurar anticorpos no soro ou para identificar antígenos específicos em tecidos ou em células em cultura. Quando se deseja mensurar o número de anticorpos, utiliza-se um esfregaço, um corte de tecido ou cultura celular em uma lamina ou lamínula; que é incubado com o soro suspeito de haver anticorpos específicos. Após isso a antiglobulina marcada é adicionada e é observado se houve ou não ligação através da fluorescência. ELISA: é utilizada para detectar e mesurar anticorpos específicos. Inicialmente placas cm micropoços são preenchidas com uma solução de antígeno e as proteínas da solução se aderem fortemente a superfície da placa, o antígeno não ligado então é removido pelas lavagens. Essas placas revestidas por uma camada de antígeno recebem o soro a ser testado e os anticorpos presentes no soro irão se ligar ao antígeno. Após isso se adiciona uma solução cm antiglobulina quimicamente conjugada cm uma enzima, que irá se ligar às reações Ag-Ac, e por fim ao se adicionar o substrato da enzima em questão, a quantidade de anticorpo pode ser detectada e mensurada através da formação de um complexo colorido na placa, sendo que quanto mais a quantidade de anticorpos mais intensa será a cor observada. Uma variação da técnica de elisa é o ELISA sanduiche, que é utilizado para detectar antígenos específicos. Nesse caso os poços das placas são preenchidos com anticorpos específicos. Após isso a solução de antígeno a ser analisada é adicionada e os antígenos presentes irão se ligar aos anticorpos de captura aderidos a placa. Depois é adicionado o anticorpo especifico ou de detecção, que também irá se ligar ao antígeno. Por fim se adiciona a antiglobulina e o substrato que serão responsáveis pela coloração. Imuno-histoquímica: técnica onde enzima conjugadas com imunoglobulinas ou antiglobulinas são utilizadas para localizar antígenos específicos em cortes de tecidos. No teste direto, uma seção de tecido é incubada com o anticorpo ligado a enzima e após isso o tecido é incubado em uma solução de substrato especifico para a enzima. O anticorpo ligado a enzima é detectado através da formação de cor. No teste indireto, o anticorpo ligado é detectado por uma antiglobulina marcada que se liga a ele. Essa técnica é melhor que a Imunofluorescência pois o tecido pode ser observado por microscopia de luz convencional. Imunocromatografia: é um tipo de dispositivo descartável para imunoensaio usado para detectar antígenos. Uma solução de antígeno (como por exemplo sangue infectado) é adicionada no local indicado. Essa solução irá percorrer uma tira porosa, sendo que ela passa primeiro por uma zona onde encontra e solubiliza anticorpos marcados liofilizados, formando imunocomplexos. Após isso ela passa por uma zona de detecção contendo anticorpos imobilizados específicos para ao antígeno e que captura os imunocomplexos formados. Como resultado, se o teste for positivo irá surgir uma linha corada no local da leitura. Ligação secundária: mensuram os resultados da interação antígeno-anticorpo in vitro. Os testes de ligação secundária geralmente são menos sensíveis quando comparados ao de ligação primária, porém são mais fáceis de serem realizados. Elas podem ser de 3 principais tipos: de precipitação (quando os anticorpos se conjugam com antígenos em suspensão e os complexos formados se precipitam), de aglutinação (quando os anticorpos reconhecem antígenos particulados e causar agregação ou aglutinação deles) e de fixação do complemento (quando o anticorpo é capaz de ativar a via clássica do sistema complemento e levar a lise celular). Imunodifusão: é um método de precipitação usada para detectar antígenos e também observar a relação entre eles. Nessa técnica poços redondos são cortados em uma camada de agar. Um poço é preenchido com antígeno solúvel e o outro com antissoro; e esses reagentes irão se difundir radialmente pelo ágar. No local onde houver o encontro dos reagentes irá surgir uma linha branca de precipitado. Se soluções com diferentes antígenos e anticorpos forem adicionadas nos poços, irão se formar mais que umalinha e a posição das linhas indica a relação entre esses antígenos. Imunoeletroforese: é uma técnica de precipitação utilizada para identificar proteínas em fluidos corpóreos. Uma calha é cortada no ágar paralelamente à linha de separação das proteínas e nela é adicionado o antissoro contra o soro total, o que permite que a difusão ocorra lateralmente. Quando os anticorpos difundidos encontram os antígenos são formados arcos de precipitado para cada um dos constituintes da mistura de antígenos. Titulação: é tipo de precipitação usado para mensurar os anticorpos específicos. O soro a ser testado sofre seriadas diluições e cada uma das diluições é testada para a atividade. O título será a menor diluição que produz uma reação positiva (precipitação) e ele indica uma estimativa da quantidade de Ac presentes no soro. Aglutinação passiva: é um método de aglutinação e quando comparado ao método de precipitação se mostra muito mais sensível. Nesse método um antígeno é conjugado quimicamente a partículas inertes. Formando-se partículas muito grandes, quando comprados aos antígenos sozinhos, que se ligam ao Ac especifico e aglutinam. A diferença entre a precipitação é que ela usa antígeno conjugado e não antígeno solúvel. Testes de antiglobulina: utilizado quando é necessário detectar a presença de anticorpos não aglutinantes na superfície de partículas. As partículas são misturadas com uma antiglobulina e se os anticorpos estiverem presentes irá ocorrer a reação de aglutinação. Fixação do complemento: O soro a ser utilizado como a fonte de complemente prover das cobaias e deve ser armazenado congelado em alíquotas de pequeno volume. O teste é realizado em duas etapas. Primeiramente os antígenos e anticorpos (cm o complemento inativado por 56C) são misturados e incubados na presença do soro de cobaia normal como fonte de complemento. Após a mistura reagir a quantidade de complemento livre que permanece na mistura é mensurada adicionando um sistema indicador, que normalmente são eritrócitos de ovelha recobertos por anticorpos. Se ocorrer a lise dos eritrócitos das ovelhas leva a uma coloração vermelha e indica que o resultado é negativo e indica que o complemento não foi ativado e que o anticorpor estava ausente no soro submetido. A ausência de lise indica que o complemento foi consumido e é um resultado positivo. Testes in vitro: mensuram o real efeito protetor dos anticorpos em um animal. Imunoterapia: é um tipo de tratamento que utiliza a capacidade do sistema imune do corpo para combater infecções. Ela pode produzir um resposta imune contra certa doença ou aumentar a resistência dos sistema imune à ela. Um exemplo de tratamento é a utilização de anticorpos monoclonais.