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1 Marcela Oliveira – Medicina 2021 1. Definir e classificar a diarreia quanto a sua origem, fisiopatologia, e tempo. Diarreia pode ser definida como a eliminação de fezes amolecidas, de consistência liquida que geralmente vem acompanhado de: a) Aumento do numero de evacuações (>3x ao dia); b) Aumento da massa fecal (>200g/dia); A diarreia ocorre quando o balanço entre absorção e secreção de fluidos pelos intestinos esta prejudicada, por redução da absorção e/ou aumento da secreção. CLASSIFICAÇÃO Existem diversas formas de classificar as diarreias. Todas são uteis e podem ser aplicadas simultaneamente. Quanto à duração: 1. Diarreia aguda: < 2 semanas; 2. Diarreia protraída ou persistente: entre 2 e 4 sememas; 3. Diarreia crônica: > 4 semanas; Quanto a origem: 1. Diarreia alta (proveniente do intestino delgado): os episódios diarreicos são mais volumosos. Nos casos mais graves, a perda liquida pode ultrapassar 10L/dia. Se o volume de fluido proveniente do delgado estiver acima desse valor, o paciente terá diarreia. É importante lembrar que, como o delgado é responsável pela absorção dos nutrientes, a síndrome disabsortiva associada à esteatorreia, pode ocorrer em alguns pacientes. 2. Diarreia baixa (proveniente do cólon): as evacuações são em pouca quantidade, mas muito frequentes e ainda associadas ao tenesmo (desconforto ao evacuar) e urgência fecal, sintomas clássicos de irritação do reto. Se o problema for exclusivo do colón, o total de líquidos eliminados não excede 1,5L. Quanto o mecanismo fisiopatológico: 1. Diarreia osmótica: Ocorre por acumulo de solutos osmoticamente ativos não absorvíveis no lúmen intestinal. Assim, ocorre retenção de líquidos intraluminais e consequentemente diarreia. Isso porque, tanto o delgado quanto o cólon não são capazes de sustentar um gradiente osmótico, e por isso não conseguem evitar que o equilíbrio entre os dois lados da mucosa seja atingido. A diarreia osmótica cessa completamente com o estado de jejum, logo não há diarreia noturna ao contrario das diarreias secretoras. A suspensão da substancia incriminada, por exemplo, lactose (quando a deficiência de lactase) melhora rapidamente o quadro. Como a absorção de eletrólitos esta intacta nas diarreias osmóticas, a quantidade de sódio e potássio tendem a ser reduzida nas fezes, por causa disso, observamos um gap SP1 – CAMINHADA EXTENSA cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Máquina de escrever Fórmula: 290- 2x (Na+ + K+) fecal. 2 Marcela Oliveira – Medicina 2021 osmolar fecal elevado (> 125 mOsmm/L). Esse é um parâmetro que utiliza a dosagem de sódio e potássio fecal para estimar a contribuição desses eletrólitos para a retenção de agua no lúmen intestinal. 2. Diarreia secretória Algum fator, geralmente uma toxina, droga ou substancia neuro-hormonal esta promovendo um distúrbio no processo hidroeletrolítico da mucosa intestinal, por meio da secreção de íons e agua para o lúmen ou inibição da absorção, por meio de drogas ou toxinas. Diferentemente da osmótica, nesse tipo vamos ter um gap osmolar baixo (< 50 mOsm/L), não melhora com jejum e é responsável por um grande volume de fezes aquosas. 3. Diarreia inflamatória É decorrente da liberação de citocinas e mediadores inflamatórios por lesão direta da mucosa intestinal, o que estimula a secreção intestinal e o aumento da motilidade. O marco desse tipo de diarreia é a presença de sangue, pus e muco nas fezes (avaliado pelo exame RAF – elementos anormais nas fezes), podendo ser chamada de disenteria. Ela pode ser infecciosa ou não infecciosa (ex: doença inflamatória intestinal). Nessas disenterias temos a lactoferrina fecal aumentada, já que é um marcador de ativação leucocitária. 4. Diarreia disabsortiva É também conhecido como esteatorreia (aumento da eliminação fecal de lipídios). A causa dessa diarreia está associada a baixa absorção dos lipídios no intestino delgado, ou seja, pode ser causada por uma síndrome de má absorção ou por uma síndrome de má digestão. Os principais exemplos são a doença celíaca, doença de Crohn, doença de Whipple, estrongiloidiase. 5. Diarreia funcional Nesse tipo de diarreia, a absorção e a secreção estão normais, porem não há tempo suficiente para ocorrer à absorção de nutrientes corretamente, devido a hipermotilidade intestinal. É um diagnostico de exclusão e os principais exemplos são: síndrome do intestino irritável e diarreia diabética (neuropatia autonômica). 6. Descrever a etiologia, quadro clinico e epidemiologia das diarreias no adulto. EPIDEMIOLOGIA A diarreia foi a nona causa de morte em todo o mundo em 2015. A maioria dos casos de diarreia esta associado a alimentos e fontes de agua contaminados, e mais de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo não tem acesso ao saneamento básico. A diarreia infecciosa aguda continua sendo uma das causas mais comuns de mortalidade nos países em desenvolvimento. A diarreia aguda recorrente, em crianças de países tropicais resulta em enteropatia ambiental com impactos de longo prazo nos desenvolvimentos físicos e intelectual. DIARREIA AGUDA Definimos como diarreia aguda aquela que dura < 2 semanas e na maioria das vezes possui etiologia infecciosa por vírus, bactérias, helmintos e protozoários. O restante ocorre devido a ingestão de medicamentos, açúcares pouco absorvidos, impactação fecal, inflamação pélvica ou isquemia intestinal. ETIOLOGIA A gastroenterite viral é a causa mais comum de diarreias infecciosas, sendo o mais importante o rotavirus. Esse agente vai promover diarreia predominantemente em cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Máquina de escrever na intolerância a lactose o gap osmolar fica entre 50 e 125, isso porque o acumulo de carboidratos promove uma ação de bacterias que vai levar a produção de aniôns e por isso a mucosa lança mao de ions para balancear. 3 Marcela Oliveira – Medicina 2021 bebes e idoso. Esse vírus invade células intestinais a partir de receptores específicos e em seguida, escapa do endossomo ficando livre no citosol para se multiplicar. Logo, ele passa a produzir uma proteína chamada de NSP4 que bloqueiam alguns transportadores como o SGLT1, o que interrompe a absorção de sódio, glicose e agua, provocando diarreia. Já o Norovírus é o que causa mais quadro de gastroenteriteem adultos. Já o principal agente da gastroenterite bacteriana é o E.coli. Essa é uma bactéria da flora intestinal, porem existe algumas formas patogênicas que podem ser adquiridas e causar diarreias. Outros agentes bacterianos comumente encontrados são a Shigella, Salmonella spp, S.aureus. QUADRO CLÍNICO Em geral, as diarreias agudas são leves, cursando com 3-7 evacuações diárias e perda de menos de 1 litro de liquido nas fezes. Contudo nos casos graves, como na cólera, o paciente pode evacuar mais de 20 vezes ao dia e perder mais de 5 litros de fluido, culminando com desidratação, hipovolemia, choque circulatório e acidose metabólica. Quando acompanhada de náuseas, vômitos e dor abdominal difusa, a diarreia aguda compõe a síndrome de gastroenterite aguda, uma condição habitualmente causada por infecções virais ou intoxicação alimentar. A maioria das diarreias infecciosas é adquirida pela transmissão fecal-oral pela agua, alimentos ou contato interpessoal. As diarreias agudas inflamatórias geralmente afetam o cólon, manifestando-se com diarreia de pequeno volume e múltiplos episódios ao dia, além de dor no quadrante inferior esquerdo do abdome, tenesmo e urgência fecal (sinais de “irritação” do retossigmoide). Por outro lado, as diarreias agudas não inflamatórias geralmente afetam o delgado, manifestando-se com diarreia de grande volume, poucos episódios e dor periumbilical, não raro sendo acompanhadas pelos demais sinais e sintomas que constituem a síndrome de gastroenterite aguda. DIARRÉIA CRÔNICA A persistência de um quadro de diarreia por mais de 4 semanas caracteriza a diarreia crônica. As causas da diarreia crônica são múltiplas e incluem: cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Máquina de escrever A diarreia, na verdade, não é uma doença, mas sim uma manifestação clínica cecel Máquina de escrever shigela tem que ser tratada em todo paciente pela alta infectividade - pode causar convulsoes cecel Máquina de escrever osteomielite em paciente com anemia falciforme causada pela salmonela 4 Marcela Oliveira – Medicina 2021 a. Alergias alimentares e/ou intolerâncias, como ao glúten e a lactose; Adultos com deficiência de lactase se queixam de gases, distensão e diarreia após ingestão de leite ou laticínios, mas não perdem peso. A lactose não absorvida é osmoticamente ativa, arrastando água para o lúmen intestinal. b. Uso excessivo de alguns tipos de medicamentos, como laxantes e antibióticos; c. Doenças autoimunes do intestino; d. Doenças genéticas que podem alterar o tecido do trato digestivo, como é o caso da fibrose cística; e. Alguns tipos de infecções, como giardíase, ascaridíase ou amebíase, além de problemas como AIDS, tuberculose intestinal e infecções relacionadas a fungos, bactérias e vírus; Infecção por Giardia lamblia é uma das infecções por protozoário mais comum, pode causar má absorção em indivíduos infectados com muitos trofozoítos, especialmente em hospedeiros imunocomprometidos ou com deficiência de lgA. Essa Má absorção ocorre quando muitos organismos recobrem o epitélio e provocam inflamação da mucosa, que resulta em achatamento das vilosidades e redução da área de superfície absortiva. Já a ameba é um parasita do intestino grosso, onde ela se aloja causando diarreia. Ela pode invadir a parede do intestino e causar diarreia com sangue, o que já é um caso grave. f. Câncer intestinal; Pacientes com tumor carcinoides metastáticos do trato gastrointestinal podem desenvolver uma diarreia aquosa e dores abdominais em cólicas, além de outros sintomas. g. Insuficiência do pâncreas; O vipoma é um tumor raro do pâncreas que cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar 5 Marcela Oliveira – Medicina 2021 produz peptídeos secretagogos que cursa com diarreia secretória. Devido ao grande numero de causas da diarreia crônica é necessário uma boa anamnese, um exame físico e realização de alguns exames laboratoriais para o direcionamento mais racional na investigação clinica. Historia clinica: inicialmente é importante entender o que o paciente caracteriza como diarreia, questionando diretamente quais são as características das fezes, com especial atenção na diferenciação de diarreia e incontinência fecal, pois esta ultima esta associada a perda involuntária de fezes. Características das fezes: essas características podem direcionar para a origem da diarreia, ou seja, diarreias com pequeno numero de evacuações ao dia, porem volumosas, com odor fétido e presença de gordura ou alimentos não digeridos sugerem uma origem alta, com comprometimento da absorção. Já os casos de diarreia em pequena quantidade, com presença de sangue vermelho vivo e acompanhadas de tenesmo sugerem o comprometimento do cólon distal por neoplasia ou inflamação. Dessa forma é importante observar a presença de manifestações extras intestinais, as quais são comuns em pacientes com doença inflamatória intestinal. Antecedentes pessoais: doenças sistêmicas como artrite, diabetes, hipertireoidismo, doenças do colágeno, ulceras pépticas de repetição, cirurgias gastrointestinais; Antecedentes familiares: casos na família de doença inflamatória intestinal, doença celíaca e neoplasia de cólon também direcionam a investigação; O exame físico do paciente com diarreia é útil, principalmente para avaliar a severidade dos sintomas. A avaliação do nível de desidratação através do turgor da pele, da frequência cardíaca e da mensuração da pressão arterial em decúbito e sentado é o mais importante dado a ser colhido, uma vez que ditará a necessidade ou não de hidratação venosa. O exame do abdome avaliara distensão e sensibilidade abdominal. 7. Entender o diagnóstico e tratamento da diarreia aguda no adulto; DIARREIA AGUDA - DIAGNÓSTICO Inicialmente, uma anamnese bem feita e um exame físico bem detalhado vão ser imprescindíveis para levantar suspeitas da etiologia da diarreia. Para isso, identificar: • Volume das evacuações • Frequência das evacuações • Sangue, muco ou pus nas fezes • Características das fezes (coloração, odor, consistência) • Presença de febre • Dor abdominal associada, náuseas, vômitos ou outros sintomas • Ausência de melhora após 48h • Surtos na comunidade • Viagens recentes • Uso recente de antibióticos • Idade do indivíduo (> 70 anos) e imunocomprometidos (ambos os sinais de alarme); cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacarcecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar 6 Marcela Oliveira – Medicina 2021 Como em mais de 90% das vezes o quadro de diarreia trata-se de um quadro brando e autolimitado, com resolução espontânea em torno de 5 dias, não costuma ser necessário realizar exames para investigar o diagnostico etiológico; No entanto, existem algumas situações nos quais justifica a solicitação de exames complementares como: Algumas literaturas consideram que qualquer paciente com mais de 70 anos de idade deve realizar exames para investigar a etiologia de uma diarreia aguda. Os exames que normalmente são solicitados são: EAF (elementos anormais nas fezes) – pesquisam-se hemácias e leucócitos e muco, além de produtos da ativação leucocitária como a lactoferrina. Coprocultura; Pesquisa de toxina do C.difficlie – se internação ou uso recente e ATB. Testes parasitológicos; TRATAMENTO A base do tratamento de diarreias agudas é a hidratação e correção de distúrbios hidroeletrolíticos, realimentação, uso de antibióticos e de probióticos. 1. DIETA Deve ser de acordo com a aceitação do paciente. Refeições leves e de fácil digestão devem ser encorajadas. Quadros de diarreia onde o paciente consegue manter a ingestão de agua, sal e carboidratos dificilmente leva à desidratação. Em lactentes, o aleitamento materno não deve ser interrompido. 2. HIDRATAÇÃO O risco de desidratação tende a ser maior nos extremos de idade (crianças pequenas e idosos), sendo diretamente proporcional a gravidade da diarreia. Sempre que possível deve-se preferir a reidratação oral. Isso porque, a reidratação venosa é reservada para os casos graves ou naquele que o paciente não tolera o uso da via oral. A solução de escolha é o Ringer Lactato, pois o lactato é transformado em bicarbonato pelo fígado, corrigindo ou prevenindo a acidose metabólica. O soro caseiro funciona da seguinte forma: sabemos que substancias como a glicose é absorvida nos enterócitos em cotransporte com o sódio, isto é, a glicose faz o sódio entrar na célula. Uma vez dentro do enterocito, o sódio é transferido ao organismo através da bomba de Na-K presente na membrana, e a glicose absorvida garante a energia necessária para isso. Lembre-se que a agua sempre acompanha o sódio em seu percurso. Logo, ainda que a secreção de sódio e agua estejam aumentada pela diarreia, a glicose absorvida a partir do soro caseiro leva consigo o sódio e a agua consequentemente para dentro do corpo. 3. AGENTES ANTIDIARRÉICOS As drogas antidiarreicas podem dar conforto ao paciente, diminuindo o numero de evacuações e a sensação de urgência fecal, além de aumentar a consistência das fezes. No entanto, seu emprego so pode ser cogitado em quadro de diarreia aguda “não inflamatória”, ou seja, sem presença de sangue, muco e pus nas fezes, além de febre e sinais de toxicidade sistêmica. Isso porque o uso de antidiarreicos nessas condições aumenta a chance de complicações. cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar 7 Marcela Oliveira – Medicina 2021 4. ANTIMICROBIANOS Alguns pacientes com diarreia aguda devem receber antibioticoterapia empírica, ou seja, é iniciado antes da confirmação do diagnostico etiológico. As principais indicações para esse uso são: As drogas de escolha são as fluroquinolonas (ex.: ciprofloxacina 500 mg 12/12h ou levofloxacina 500 mg 1x/dia por 3-5 dias). Como alternativas, podemos utilizar sulfametoxazol + trimetoprim 800/160 mg 12/12h ou doxiciclina 100 mg 12/12h, ambos por 5-7 dias. O tratamento da diarreia deve ser estabelecido conforme os planos: Plano A cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar 8 Marcela Oliveira – Medicina 2021 PLANO C O Plano C consiste em duas fases de reidratação endovenosa destinada ao paciente COM DESIDRATAÇÃO GRAVE. Nessa situação o paciente deverá ser transferido o mais rapidamente possível. Os primeiros cuidados na unidade de saúde são importantíssimos e já devem ser efetuados à medida que o paciente seja encaminhado ao serviço hospitalar de saúde. • Realizar reidratação endovenosa no serviço saúde (fases rápida e de manutenção); • O paciente deve ser reavaliado após duas horas, se persistirem os sinais de choque, repetir a prescrição; caso contrário, iniciar balanço hídrico com as mesmas soluções preconizadas; • Administrar por via oral a solução de SRO em doses pequenas e frequentes, tão logo o paciente aceite. Isso acelera a sua recuperação e reduz drasticamente o risco de complicações. • Suspender a hidratação endovenosa quando o paciente estiver hidratado, com boa tolerância à solução de SRO e sem vômitos. cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar 9 Marcela Oliveira – Medicina 2021 8. Caracterizar as principais síndromes disabsortivas (diagnostico diferencial de doença celíaca); Os termos síndrome de má absorção ou síndrome disabsortiva é uma terminologia comumente empregada para descrever o resultado, tanto de hidrólise ineficiente de nutrientes (má digestão) quanto de defeitos na absorção intestinal pela mucosa (má absorção propriamente dita) e no transporte de nutrientes para a circulação sanguínea (no caso dos carboidratos e proteínas) e linfática (no caso das gorduras). A designação “síndrome de má absorção intestinal”, no entanto, pode dar a falsa ideia de que somente problemas na absorção intestinal propriamente dita causam síndrome de má absorção. Contudo, problemas na digestão e no transporte de nutrientes também causam má absorção destes, com consequente comprometimento do estado nutricional do paciente. Basicamente, a digestão e a absorção dos nutrientes envolvem três fases: 1. Fase luminal: em que acontecem os processos de digestão intraluminal dos nutrientes. 2. Fase mucosa: em que são observadas, tanto digestão complementar quanto absorção pela mucosa. 3. Fase de transporte: relacionada à passagem dos nutrientes para a circulação sanguínea e linfática. Assim, didaticamente, a má absorção intestinal pode do ponto de vista fisiopatológico, ser classificada em condições que afetam as fases luminal (ou pré-entérica), mucosa (entérica) e de transporte (pós-entérica). TIPOS DE SÍNDROME Existem tipos diferentes de má absorção, conforme o mecanismo envolvido no processo: 1. Insuficiência na produção de enzimas digestivas: a insuficiência de enzimas específicas responsável pela digestão de um nutriente, como as proteínas, carboidratos e gorduras origina de qualquer doença que afete os órgãos produtores dessas enzimas (como estomago pâncreas, fígado). Como exemplos mais frequentes de doenças temos a pancreatite, obstrução do ducto biliar, fibrose cística e deficiência na produção da enzima lactase pela mucosa intestinal, remoção cirúrgicade parte do estômago e gastrite atrófica. 2. Alteração da própria mucosa intestinal: a mucosa passa a não absorver adequadamente os nutrientes da alimentação, mesmo que estes já tenham passado pelo processo de digestão normalmente, ou seja, ocorre uma diminuição da área de absorção. São exemplos de causas desta alteração: Doença Celíaca, Espru tropical, Doença de Whipple, Doença de Chron, Retocolite Ulcerativa, infecções locais por bactérias, vírus e protozoários, drogas como neomicina e álcool e retirada cirúrgica (ressecção) de parte do intestino por doenças específicas e tumores, enterites regionais pós tratamento radioterápico de tumores da região abdominal. 3. Alteração da circulação sanguínea ou de vasos linfáticos da mucosa intestinal ou de vasos sanguíneos que irrigam a região mesentérica intestinal: Esta alteração cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Máquina de escrever sindrome hemolitica urêmica nao deve ser tratada com antibiotico. 10 Marcela Oliveira – Medicina 2021 prejudica o transporte de nutrientes absorvidos pelo intestino para todo o organismo. São causas que cursam com esta alteração: Linfangiectasias Intestinais, Mucoviscidose, Isquemia Mesentérica e Linfomas. SINAIS E SINTOMAS O conjunto de sinais e sintomas vai variar conforme o nutriente mal absorvido, podendo ocorrer desde cólicas abdominais e diarreias até a perda de peso progressiva com sinais claros de desnutrição, como pele seca e descamativa, anemia, perda de massa muscular, inchaços generalizados no corpo (edema), cabelos secos e despigmentados, inflamações da língua (glossite) e feridas no canto da boca (queilite). Toda perda de peso progressiva com alterações das características das fezes mesmo com a pessoa se alimentando normalmente deve-se ter como hipótese má absorção intestinal. Na má absorção de gorduras geralmente o paciente perde peso progressivamente e suas fezes ficam sempre volumosas e esbranquiçadas (esteatorréia) e cólicas abdominais são frequentes. Como algumas vitaminas (ADEK) pegam carona na gordura para serem absorvidas também poderá haver sinais e sintomas de deficiência de alguma delas. Como a vitamina K é responsável pela coagulação sanguínea, sua deficiência pode gerar manchas roxas na pele (equimoses) e sangramentos na gengiva. Na má absorção de proteínas o quadro clínico mostra sinais francos de desnutrição como perda da massa muscular, pele descamativa, perda da qualidade dos cabelos e inchaço em pernas e às vezes generalizado (anasarca). A imunidade fica comprometida e infecções persistentes podem aparecer. Na má absorção da vitamina B12 os sintomas característicos são anemia e alterações neurológicas como formigamento nas mãos. Na má absorção do ferro a principal consequência é a anemia ferropriva, que leva a palidez da pele e das mucosas, cansaço progressivo, dores nas pernas e baixa imunidade. Na má absorção da vitamina D, que ocorre nos pacientes com má absorção das gorduras, surgem alterações como rarefação e dores ósseas. Na má absorção da lactose, que acontece quando produzimos pouca enzima lactase na mucosa intestinal, enzima esta responsável pela quebra da lactose para que a mesma seja absorvida, o acúmulo deste açúcar do leite no intestino leva ao aparecimento de cólicas abdominais, flatulência, estufamento da barriga, diarreias explosivas e náuseas. Nas alterações da circulação sanguínea dos vasos intestinais o sintoma mais frequente é a dor abdominal logo após as refeições, como acontece no caso da isquemia mesentérica. 9. Estudar a epidemiologia, etiologia, fisiopatologia, quadro clinico, diagnóstico e tratamento da doença celíaca; A doença celíaca é uma doença induzida pelo consumo de proteínas presente no trigo, centeio e cevada (que é o glúten), que afeta primariamente o trato gastrointestinal. É uma doença de caráter autoimune de caráter permanente que só aparece em indivíduos geneticamente predispostos, que leva a uma lesão na mucosa do intestino delgado, resultando na má absorção de nutrientes. É uma doença de hipersensibilidade do tipo IV, por isso recruta linfócitos T. cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar 11 Marcela Oliveira – Medicina 2021 EPIDEMIOLOGIA A doença celíaca acomete predominantemente indivíduos brancos de origem caucasiana, na proporção de 1:100 indivíduos. No entanto, somente cerca de 10% recebe o diagnostico, pois na maioria das vezes o paciente é oligo ou mesmo assintomático. A doença possui um conceito de apresentação na forma de “iceberg”, no qual a ponta representa a minoria com casos clinicamente óbvios da doença clássica. E a parte imersa na agua representaria a maioria das pacientes que são oligo ou assintomáticos. FISIOPATOLOGIA Inicialmente é importante entender que o glúten é dirigido na luz do tudo digestivo, liberando a gliadina, um peptídeo rico em resíduos de glutamina. A gliadina se liga à enzima transglutaminase tecidual (TTG) que está presente nos enterocitos da mucosa do delgado, formando um complexo que tem alta afinidade pelo HLA-DQ2 (presente em 95% dos casos de doença celíaca) e HLA-DQ8 (presente nos 5% restantes) que estão presente nas células apresentadoras de antígeno MHC de classe II. Quando isso acontece, essas células apresentadoras de antígenos podem estimular os linfócitos do tipo TH1 a produzir a IL-15 que vai atuar nos enterocitos para que ele produza MCH de classe I. Com isso o padrão de resposta TH1 produz interferon-gama que ativa linfócitos TCD8+, que vai reconhecer o MCH classe I passando a reconhecer a glutamina. Isso faz com que o linfócito TCD8+ reconheça esse complexo passando a liberar perforinas que induz a apoptose dos enterocitos. Isso acarreta na destruição da mucosa intestinal devido a uma infiltração linfocítica associado a uma produção de auto anticorpos contra o glúten, gliadina e TTG. Cerca de 40% da população geral é portadora do HLA-DQ2 ou do HLA-DQ8. No entanto, apenas uma minoria desses indivíduos desenvolve a doença celíaca. A explicação para isso ainda não é esclarecida,mas é possível que fatores exógenos influenciam no surgimento do processo autoimune. Algo importante de se dizer é que a doença celíaca NÃO SE MANIFESTA na ausência do HLA-DQ2 ou DQ8. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Como a doença celíaca é uma condição subdiagnosticada, quando o paciente recebe o diagnostico em geral ele já se queixa do problema há mais de 10 anos. A intensidade dos sinais e sintomas depende da extensão do acometimento intestinal, ou seja, quanto maior o segmento do tubo digestivo afetado pela lesão da mucosa, maior a probabilidade de surgir uma síndrome de má absorção completa. Com isso os sintomas mais comuns principalmente em crianças menores de 2 anos são: distensão abdominal, diarreia crônica com esteatorreia, déficit pondero- estatural e carência de múltiplos nutrientes (ferro, acido fólico, vit B12 – anemia, cálcio e vit D – doenla óssea, vit K – coagulopatia, vit A – hiperceratose cutânea, vit E – neuropatia); esses sintomas surgem durante o inicio da introdução alimentar, quando a criança é exposta a novos alimentos. Quando o quadro se inicia em crianças mais velhas ou adultas, geralmente não se observa todos os sintomas da síndrome de má absorção. Os sintomas podem variar bastante, sendo mais comum a diarreia crônica, dispepsia, flatulências e perda ponderal. cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar 12 Marcela Oliveira – Medicina 2021 Alguns pacientes são assintomáticos do ponto de vista gastrointestinal, possuindo manifestações extraintestinais como fadiga, depressão, anemia ferropriva refrataria a reposição oral de ferro, osteopenia/osteoporose, baixa estatura, atraso na puberdade, amenorreia, infertilidade, dermatite herpertiforme. A Dermatite herpetiforme decorre do depósito de IgA na pele que se manifesta através de lesões urticariformes, vesículas e pápulas nas regiões extensoras dos cotovelos e joelhos; DIAGNÓSTICO 1. SOROLOGIA Todo paciente sob suspeita de doença celíaca deve realizar a pesquisa de autoanticorpos característicos. O teste de escolha é o IgA anti- transglutaminase (IgA anti-tTG) que possui 95% de especificidade e sensibilidade. Quando esse exame é negativo, mas a suspeita clinica permanece grande está indicado pedir a dosagem de IgA total. Isso porque cerca de 3% dos celíacos possuem deficiência seletiva de IgA, e nestes casos o autoanticorpo que deverá ser solicitado é o IgG anti0gliadina (IgG-anti DGP). Espera-se que os títulos desses autoanticorpos tornem-se indetectáveis após 3-12 meses de dieta sem glúten. Logo sua dosagem ainda serve para verificar a adesão terapêutica. 2. ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA Uma EDA sempre deve ser realizada na suspeita de doença celíaca em pacientes com sorologia positiva. Nos casos em que a pesquisa de autoanticorpo é negativa, mas a suspeita clinica permanece elevada, também se pode indicar a EDA. É importante ressaltar que as alterações endoscópicas e histopatológicas características da doença celíaca não são patognomicas, ou seja, podem ser encontradas em outras condições como na alergia a proteína do leite de vaca. O que confirma definitivo o diagnóstico da doença celíaca é a reversão do quadro após o inicio de uma dieta sem glúten. As alterações esperadas são: Macroscopicamente: atrofia e aplainamento das dobras mucosas e vilosidades. Microscopicamente: infiltração linfocítica no epitélio e na lamina própria, com atrofia das vilosidades e hiperplasia das criptas. Portanto o diagnostico consiste em: Alguns autores, por outro lado, acreditam que o diagnóstico fique mais “seguro” com a repetição da EDA e da sorologia após o início do tratamento, de modo a demonstrar a reversão das alterações endoscópicas e histopatológicas, bem como a negativação dos títulos de autoanticorpos. TRATAMENTO O tratamento preconizado é a suspensão do glúten na dieta. Por se tratar de uma doença autoimune, a doença celíaca responde ao tratamento imunopressor, como por exemplo, com o uso de corticoides. No entanto, devido a grande toxicidade desse tipo de abordagem, é preferível aderir a uma dieta livre de glúten. Na fase inicial do tratamento é importante limitar a ingestão de laticínios, pois é frequente a coexistência de uma intolerância à lactose transitória. Isso porque a mucosa do intestino encontra-se atrofiada, com deficiência na produção de lactase. cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar 13 Marcela Oliveira – Medicina 2021 Após a melhora da doença celíaca os produtos contendo lactose podem ser reintroduzidos. A reposição de nutrientes, como ferro, acido fólico, vitaminas ADEK devem ser feitas conforme a necessidade ate que a capacidade absortiva do intestino seja plenamente restabelecida. Alguns pacientes podem desenvolver a doença celíaca refrataria quando esta não responde a retirada do glúten por pelo menos 6 meses, permanecendo com sintomas. Nesses casos pode ser indicado o tratamento incialmente com um glicocorticoide. Compreender a importância do acompanhamento da equipe multiprofissional na doença celíaca; Para garantir a QV ao sujeito adulto com DC, faz-se necessário um acompanhamento sistemático com uma equipe multiprofissional de saúde, capacitada a atender diferentes necessidades. O acompanhamento deve iniciar desde a suspeita, permanecer quando diagnosticado e durante toda a vida dos sujeitos adultos com DC, por meio de ações profissionais competentes, cujo cuidado deve envolver as condutas alimentares e o controle ou amenização das consequências na perspectiva biopsicossociais. Nessa ótica, o apoio e as orientações profissionais são o caminho para a reinserção social e adaptação com sucesso à nova realidade de vida. Dessa forma, o acompanhamento profissional do adulto com DC visa torná-lo responsável pelo seu tratamento, sem frustração ou sentimento de rejeição, para aliviar as repercussões na QV e buscar a inserção da família e de outros vínculos sociais no processo, como forma de garantir o menor prejuízo possível ao cotidiano. O diagnóstico precoce e as avaliações frequentes ajudam a diminuir o aparecimento de doenças associadas, bem como o desencadeamento de distúrbios de humor,sono e psicológicos. Quando o adulto com DC é acompanhado de forma integral, tende a melhorar a QV pela motivação em seguir a DIG e, por conseguinte, por favorecer a eliminação de sintomas clínicos e alterações histopatológicas. É indispensável aos sujeitos adultos com DC dimensionar o nível de prejuízo na vida pessoal, familiar e social, bem como das repercussões do tratamento, pois o principal papel do profissional de saúde é cooperar na readaptação do sujeito e família ao seu novo estilo de vida, por meio da corresponsabilidade do tratamento. cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar
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