Buscar

Estatística Vital e Sistemas de Informação em Saúde und II

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estatística Vital e Sistemas de Informação em Saúde 
 
 
Unidade II 
 
 
Profa. Dra. Milena Baptista Bueno 
 
 
 
 
 
2 
6. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS) 
 
 A tomada de decisão para a definição de políticas de saúde gera 
consequências não somente nas condições de saúde de uma população, mas 
podem afetar outras áreas como economia, trabalho, habitação, transporte, cultura, 
lazer, educação e assistência social. Desta maneira, há necessidade de que as 
mudanças sejam baseadas em uma analise critica da realidade, com dados 
fidedignos, contemplando a magnitude que uma decisão pode acarretar para toda a 
população em diversos aspectos. 
A coleta sistemática de dados vitais no Brasil iniciou em 1976, por iniciativa do 
Ministério da Saúde. Neste mesmo ano, adotou-se um modelo único de declaração 
de óbito em todo território nacional a fim de padronizar a coleta deste dado para 
posterior analise. Este documento abastece o Sistema de Informação sobre 
Mortalidade (SIM), o sistema mais antigo ainda existente no país. 
Sistemas de Informação em Saúde (SIS) constituem-se em um conjunto 
integrado de componentes para a coleta, processamento, análise e divulgação da 
informação. 
Os sistemas de informação em saúde são instrumentos padronizados de 
monitoramento e coleta de dados que têm como objetivo o fornecimentos de 
informações para análise e melhor compreensão de importantes problemas 
de saúde da população, subsidiando a tomada de decisões nos níveis 
municipal, estadual e federal (MINAS GERAIS, 2020). 
 
 
A figura 1 sintetiza as finalidades dos sistemas avaliativos em saúde. 
 
Figura 1- Finalidades da avaliação de programas e condições de saúde. 
 
 
 
Fonte: Próprio autor 
 
Os sistemas são informatizados, facilitando o acesso e tornando o processo 
mais ágil. O avanço tecnológico nos últimos anos propiciou o aperfeiçoamento 
destes sistemas, pois a internet possui alto poder de conexão entre instituições 
Aprimoramento 
do Sistema 
Único de Saúde
Apoiar a 
tomada de 
decisão 
Divulgação 
dos dados 
para a 
sociedade
Produzir 
conhecimento
 
3 
geograficamente distantes. A partir de 1990, os diversos SIS passaram a ser mais 
integrados. 
Os profissionais de saúde utilizam parte do seu tempo diário para a 
comunicação interpessoal, seja escrita ou oral, a fim de trocar informações e 
experiências que subsidiam decisões. 
 
Estima-se que os médicos usam cerca de 38% e o enfermeiros 50% do seu 
tempo escrevendo. Ainda, 35% e 39% dos custos de um hospital são devido 
a comunicação entre os profissionais e destes com pacientes. No total, 12 a 
45% do custo em saúde é atribuído aos custos associados com o manejo 
da informação [...] Informação é a essência da profissão. Os profissionais de 
saúde precisam de informação para poder exercer o processo de cuidado, 
de gerenciamento e de avaliação (MARIN, 2010, p.22). 
 
A capacitação dos profissionais de saúde para os padrões de registro, 
documentação e processamento dos dados é imprescindível para a obtenção de 
resultados confiáveis. 
 
Agentes comunitários, médicos e equipes de enfermagem que, em geral, 
são os responsáveis pela coleta de dados para posterior inserção nos 
sistemas informatizados, devem estar conscientizados sobre a importância de 
todo o processo envolvido nos SIS. 
 
Dados inseridos nos SIS que não correspondem à realidade terão resultados 
que subsidiarão decisões que não serão eficientes. Informações coletadas que são 
desprezadas durante o processo de compilação e analise de dados (devido à 
implausibilidade do dado) também trazem prejuízos ao sistema pelo tempo e 
recursos dispensados que não serão aproveitados para a finalidade proposta. 
 
[...] o uso de computadores e sistemas computacionais deve ser empregado 
de forma a diminuir as chances de ocorrência de erros. Assim, deve-se 
poder contar com sistemas de informação que façam que sejam mais fácil 
realizar as ações de forma correta [...] Sendo as máquinas dependentes e 
passíveis de controle e predição, é de se esperar que sistemas 
desenvolvidos com esta finalidade, sejam uma grande valia para o aumento 
da qualidade no desempenho das atividades humanas [...] (MARIN, 2010, 
p.23). 
 
A Politica Nacional de Informação e Informática (PNIIS), estabelecido pelo 
Ministério da Saúde, tem o propósito de: 
 
[...] promover o uso inovador, criativo e transformador da tecnologia da 
informação a fim de melhorar os processos de trabalho em saúde e, assim, 
resultar em um Sistema Nacional de Informação em Saúde (SNIS) articulado 
e que produza informações para os cidadãos, a gestão, a prática profissional, 
a geração de conhecimento e o controle social, garantindo ganhos de 
eficiência e qualidade mensuráveis através da ampliação de acesso, 
equidade, integralidade e humanização dos serviços de saúde, contribuindo, 
dessa forma, para a melhoria da situação de saúde da população (BRASIL, 
2016, p.11). 
 
 A PNIIS foi estabelecida devido à falta de padronização de procedimentos 
para obtenção e tratamento dos dados em saúde, a heterogeneidade de sistemas 
não integrados, a insuficiência de recursos para estabelecimento e manutenção dos 
 
4 
SIS, falta de qualificação profissional nesta área e alinhamento às ações e 
estratégias internacionais em tecnologia da informação e informática em saúde. 
 O acesso gratuito a informação de saúde não é restrita ao gestor, tem este 
direito também usuários do sistema de saúde, profissionais de saúde, 
pesquisadores, prestadores de serviços em saúde e toda sociedade. 
 Atualmente, no país, há diversos SIS já implantados que contemplam os 
níveis primário, secundário e terciário de atenção a saúde. É possível dividir os SIS 
em: 
 
 Sistemas de Informações Epidemiológicas: Sistema de Informação sobre 
Mortalidade (SIM); Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC); 
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). 
 Sistemas de Informações Assistenciais (produção de serviços): Sistema de 
Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS); Sistema de Informações Ambulatoriais 
do SUS (SIA/SUS); Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica 
(SISAB). 
Sistemas de Informações para monitoramento de condições e 
programas em saúde específicos: Sistema de Informações do Programa Nacional 
de Imunização (SI-PNI); Sistema de Informações em Vigilância Alimentar e 
Nutricional (SISVAN); Sistema do Programa Nacional de Controle de Dengue 
(SISPNCD); Sistema de acompanhamento do programa de humanização no pré 
natal e nascimento (SISPRENATAL); Sistema de Informações do Câncer (SISCAN); 
Sistema de Monitoramento do Programa Academia da Saúde. 
 
No Brasil, desde 1991, o Departamento de Informática do SUS (DataSus) é 
responsável por desenvolver, pesquisar e incorporar tecnologias aos SIS. Também 
tem como responsabilidade regulamentar e avaliar as ações de informatização do 
SUS, provendo o suporte em informática necessário para o processo de 
planejamento, operação e controle. 
Os SIS se modificam ao longo do tempo devido a evolução tecnológica, 
avanço do conhecimento, aperfeiçoamento do gerenciamento e demandas 
epidemiológicas de uma sociedade. Além disso, o condicionamento do repasse 
financeiro federal destinado à área da saúde para outras esferas de governo 
aumentou a adesão dos estados e municípios para a coleta e consolidação de 
dados epidemiológicos e operacionais dos diversos SIS existentes. Assim, seguindo 
a diretriz de descentralização do Sistema Único de Saúde, as responsabilidades 
para a gestão e operacionalização dos SIS são compartilhadas entre as três esferas 
de governo. 
 
6.1- Dados, informações e geração de conhecimento 
Ter acesso a dados pertinentes e confiáveis não representa que as decisões 
sempre serão corretas. Dados são a base para a obtenção da informação, no 
entanto a interpretação dos valores obtidos depende de sentimentos, intuições, 
pressupostos, conhecimentos prévios entre outros fatores do pesquisador,gestor ou 
profissional de saúde que analisa tais valores. 
A combinação de dados produz informações, ou seja, são acrescidos de 
significados contextualizados ao momento. O conjunto de informações contribui para 
o processo de reflexão e analise crítica e, se utilizado de forma correta, produzirá 
conhecimentos e benefícios para a população (Figura 2). 
 
 
5 
Figura 2 – Relação entre dados, informação e conhecimento. 
 
 
Fonte: SEMIDIÃO (2013). 
 
Sem dados processados não há informação e sem informação não há a 
construção de novos conhecimentos. O dado deverá ser válido (capaz de mensurar 
o que se pretende), confiável, ter sensibilidade para mensurar as alterações do 
fenômeno e especificidade para medir apenas o fenômeno de interesse. Um 
instrumento de coleta de dados simples, rápido e de fácil compreensão diminuirá o 
risco de erros durante a coleta e processamento do dado. 
A organização da produção de conhecimento pode ser sistematizada da 
seguinte maneira: 
 
- Coleta de dados: geração e registro dos dados; 
- Processamento de dados: codificação, padronização, digitação, analise de 
erros e inconsistências (validação), armazenamento e recuperação de dados. 
- Produção e disseminação da informação: analise estatística dos dados, 
cálculo de indicadores e divulgação dos resultados por diversos meio de 
comunicação para toda a sociedade. A retroalimentação consiste na apresentação 
das informações às fontes produtoras, valorizando a sua contribuição no processo 
estabelecido para obtenção dos dados. 
Para a definição dos dados a serem coletados, deve-se considerar as 
seguintes questões: 
 
- Qual a relevância dos dados coletados para a sociedade? 
- Quais órgãos, entidades ou áreas envolvidas no processo de geração de 
conhecimento e quais suas responsabilidades? 
- Qual será o fluxo e periodicidade da coleta de dados? 
- É necessário um sistema de informações com coleta de dados permanente 
ou a coleta pode ser feita por um estudo pontual? 
 
 
 
 
 
 
Conhecimento
Informação
Dados
 
6 
1ª via (branca)
• Secretaria de 
Vigilância em Saúde*.
2ª via (amarela)
• Cedida para o 
representante da 
família do falecido 
que a utilizará para a 
obtenção da certidão 
de óbito.
• Via arquivada no 
Cartório de Registro 
Civil.
3ª via (rosa)
• Arquivada no 
prontuário médico da 
unidade notificadora 
(Estabelecimento de 
saúde, Instituto 
Médico Legal (IML) 
ou Seviço de 
Verificação de óbitos 
(SVO))*.
7. SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EPIDEMIOLÓGICAS 
 
7.1. Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) 
 
 A declaração de óbito (DO) é o documento padrão para a coleta de 
informações sobre mortalidade, sendo a origem dos registros que contemplam o 
Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). A certidão de óbito é outro 
documento obtido nos Cartórios de Registro Civil, elaborado a partir de dados da 
DO. No início do século XX, a Organização Mundial de Saúde recomendou um 
modelo padrão de declaração de óbito a ser utilizado nos diversos países. No Brasil, 
desde 1976 há um modelo único de DO utilizado em todo o território nacional. 
 A Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) nas três esferas de governo 
(federal, estadual e municipal) é o órgão responsável pela gestão do SIM. A DO é 
distribuída pelo órgão federal às secretarias estaduais e municipais de saúde, que 
devem distribuir este documento para os estabelecimentos de saúde, Institutos 
Médicos Legais, Serviço de Verificação de Óbito e outras instituições que o utilizam. 
A digitação e consolidação de dados da DO no SIM é de responsabilidade da SVS 
municipal ou estadual. 
 Todo óbito por causa natural, acidental ou violenta ocorrido em qualquer 
estabelecimento de saúde, domicílios ou outros locais deve ter DO preenchido. O 
médico tem a responsabilidade legal e ética do correto preenchimento da DO, com 
exceção de regiões que não tenha este profissional. 
 Também deverá ser emitida a DO em óbitos fetais com gestação igual ou 
superior a 20 semanas ou feto com peso igual ou superior a 500 g e/ou estatura 
igual ou superior a 25 cm. Se a criança nascer com sinais vitais e morrer logo após o 
nascimento, independente da idade gestacional e tempo que tenha permanecido 
viva, deverá ser elaborada a DO. 
A DO tem sequência numérica única impressa no cabeçalho, controlada pela 
SVS do Ministério da Saúde, preenchida em três vias, sendo que cada via tem 
finalidade e fluxo diferenciado, como apresentado na figura 3. 
 
Figura 3- Destino de cada via da declaração de óbito. 
* Em localidades sem médico, esta via fica arquivada no Cartório de Registro Civil para posterior 
coleta por órgãos municipais ou estaduais. 
 
Fonte: BRASIL, 2011a. 
 
7 
Causa imediata e terminal 
Causa(s) intermediária(s) 
Causa básica 
Outros estados patológicos que contribuíram para a morte, não 
estando relacionados com o estado patológico que a causou 
Óbitos de causas naturais ocorridos fora dos estabelecimentos de saúde, mas 
com a assistência médica, o médico deverá entregar a primeira e terceira vias para a 
secretaria municipal de saúde. No caso de óbitos por causas naturais em locais sem 
assistência médica prestada por estabelecimentos de saúde, mas que tenham o 
Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), o médico deste órgão será o responsável 
pela emissão da DO. Em locais onde não haja médicos, o declarante que assistiu ou 
verificou o óbito por causas naturais, acompanhado de duas testemunhas, deverá 
comparecer ao Cartório de Registro Civil para preenchimento da DO. Óbitos por 
causas acidentais ou violentas terão DO emitida pelo Instituto Médico Legal (IML) 
ou, caso não tenha este instituto, pelo perito designado para esta função. 
A criação do Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) é uma estratégia para 
diminuir a ocorrência de óbitos por causas naturais notificadas na DO como causa 
mal definida, pois buscam esclarecer o diagnóstico que ocasionou a morte após 
autópsia realizada por médico legista. 
A DO é dividida em nove blocos com preenchimento obrigatório (Anexo 1), 
como mostra a figura 4. 
 
Figura 4- Blocos de informações presentes na DO. 
 
I. Identificação do falecido 
II. Residência do falecido 
III. Ocorrência do óbito 
IV. Específico para óbitos fetais e de menores de um ano 
V. Condições e causas do óbito 
VI. Dados do médico que assinou a DO 
VII. Causas externas 
VIII. Dados do cartório 
IX. A ser utilizado em localidade onde não exista médico 
 
Fonte: BRASIL, 2011a. 
 
O bloco V deve ser preenchido para qualquer tipo de óbito, fetal ou não fetal. 
Há um campo especifico para a identificação de óbito materno (durante a gestação, 
parto ou pós parto), que deve ser preenchido para o óbito de todas as mulheres em 
idade fértil (10 a 49 anos). A correta identificação da causa de morte (Figura 5) esta 
diretamente associada à qualidade da informação gerada pelo Sistema de 
Informação sobre Mortalidade (SIM). 
 
Figura 5- Anotação das condições e causas do óbito na DO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: BRASIL, 2011a. 
 
8 
A causa básica de morte é definida como “doença ou lesão que iniciou a 
cadeia de acontecimentos patológicos que conduziram diretamente a morte ou as 
circunstâncias do acidente ou violência que produziram a lesão fatal” (BRASIL, 
2011, p. 30). Também é necessário anotar na DO o tempo aproximado entre o início 
da doença e a morte e o número do CID (Classificação Internacional de Doenças e 
Problemas relacionados à Saúde). 
Por ser um sistema universal baseado em um documento padronizado, os 
dados obtidos na DO tem confiabilidade relativamente boa e permite a elaboração 
de indicadores de saúde sobre mortalidade para a comparação entre localidades e 
tendência temporal. No entanto, há limitações referentes ao sub registro, 
preenchimento inadequado da DO e acentuado número de óbitos por causas mal 
definidas. Em 2015, estima-se que o sub registro de óbitos no Brasil foi de 5,7%, 
sendo maior em estados das regiões norte e nordeste (OLIVEIRA,2018). Ressalta-
se que a qualidade deste dado melhorou ao longo do tempo, portanto dados atuais 
são mais precisos do que os coletados no passado. 
 
7.2. Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) 
 
 O Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) foi implantado 
gradativamente no país a partir de 1990, sendo gerenciado pela Secretaria de 
Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, com a participação das 
secretarias estaduais e municipais de saúde. É de responsabilidade dos municípios 
a distribuição da declaração de nascidos vivos (DNV) nos estabelecimentos de 
saúde e Cartórios de Registro Civil. Profissionais de saúde que realizam parto 
domiciliar, como parteiras, enfermeiros e médicos, poderão ter acesso a DNV desde 
que cadastrados pela Secretaria Municipal de Saúde. 
A DNV é preenchida em três vias pré numeradas sequencialmente. Toda 
criança nascida, por imposição legal, deve ter a DNV que fundamentará a emissão 
da certidão de nascimento, documento de identificação obrigatório emitido 
gratuitamente e de forma universal pelo Cartório de Registro Civil. Todo nascimento 
que ocorrer no território nacional deverá ser registrado no cartório até quinze dias 
após o parto. Este prazo amplia-se para três meses pós parto em nascimentos que 
ocorreram em locais com mais de trinta quilômetros de distância do cartório. 
Nascido vivo é definido como: 
 
A expulsão ou extração completa do corpo da mãe, independente da 
duração da gestação, de um produto de concepção que, depois da 
separação, respire e dê qualquer outro sinal de vida, tais como batimentos 
do coração, pulsações do cordão umbilical ou movimentos efetivos dos 
músculos de contração voluntária, estando ou não desprendida a placenta. 
Cada produto de um nascimento que reúna essas condições se considera 
como uma criança viva (BRASIL, 2011b, p.25). 
 
Em caso de gestação múltipla, deverá ser preenchida uma DNV para cada 
produto da gestação. Para nascidos mortos, independente do tempo gestacional, 
deve ser preenchida apenas a declaração de óbito. O fluxo das três vias da DNV 
para partos que ocorrem nos hospitais esta demonstrado na figura 6. 
 
 
9 
1ª via (branca)
• Mantida no 
estabelecimento de 
saúde até ser 
coletada pelos orgãos 
estaduais ou 
municipais 
responsáveis pelo 
SINASC.
2ª via (amarela)
• Cedida para 
pais/responsáveis 
pela criança que 
utilizará esta via para 
a obtenção da 
certidão de 
nascimento.
• Via arquivada no 
Cartório de Registro 
Civil.
3ª via (rosa)
• Arquivada no 
prontuário médico do 
estabelecimento de 
saúde.
Figura 6- Fluxo de cada via da declaração de nascidos vivos em partos hospitalares. 
Fonte: BRASIL, 2011b. 
 
 Em partos domiciliares, a terceira via será retida no cartório caso seja lá 
registrado o nascimento ou mantida no estabelecimento de saúde em que houve o 
registro desta ocorrência. 
Nas Secretarias Municipais de Saúde (SMS), as DNV são digitadas, 
processadas, criticadas e consolidadas no sistema. Estes dados são repassados 
para o sistema estadual, que agrega os diversos dados municipais e os envia para o 
sistema federal. 
A DNV é dividida em sete blocos (Anexo 2), como mostra figura 7. 
 
Figura 7- Blocos de informações contidos na DNV. 
 
I. Informações do cartório 
II. Local do parto 
III. Dados maternos 
IV. Dados da gestação e do parto 
V. Dados do recém nascido 
VI. Impressão digital da mãe e do recém nascido 
VII. Dados do responsável pelo preenchimento da DNV 
 
Há sub registros de nascidos vivos, principalmente em áreas rurais e mais 
isoladas do país. Em alguns casos, as famílias buscam este documento tardiamente, 
como por exemplo, no momento da matrícula escolar em que é obrigatória a 
apresentação. O sub registro de nascidos vivos, assim como de óbitos, esta 
relacionado a pobreza, exclusão social e distância das residências dos Cartórios de 
Registro Civil. Desde 1997, a primeira via de certidões de nascimento e óbito é 
gratuita, fato que auxiliou na diminuição do sub registros. A instalação de unidades 
especificas para emissão de certidões de nascimento nas maternidades também 
esta associada ao aumento da emissão deste documento. Estima-se que a 
notificação de nascidos vivos no país foi de 63,8% em 1991 (sendo menor nas 
regiões norte e nordeste) e 96,6% em 2015 (OLIVEIRA, 2018). 
Com os dados disponíveis no SINASC é possível calcular indicadores de 
saúde, como taxa de natalidade e fecundidade, que subsidiarão a definição de 
politicas relacionadas à saúde da mulher e da criança. 
 
 
10 
7.3. Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) 
 
 Desde o inicio do século XX, já existia a necessidade de profissionais de 
saúde informarem às autoridades sanitárias a existência de doenças que 
representem ameaça para a saúde pública, a fim de que ações de controle e 
prevenção pudessem ser implementadas. 
O Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica, instituído em 1975 pelo 
Ministério da Saúde, estabeleceu a obrigatoriedade da notificação de algumas 
doenças. No entanto, apenas em 1990 foi criando o Sistema Nacional de Agravos de 
Notificação (SINAN), implantado gradativamente a partir de 1993. 
Segundo a portaria de consolidação 14/2017 do Ministério da Saúde, define-
se por notificação compulsória: 
 
[...] comunicação obrigatória à autoridade de saúde, realizada pelos 
médicos, profissionais de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de 
saúde, públicos ou privados, sobre a ocorrência de suspeita ou confirmação 
de doença, agravo ou evento de saúde pública, descritos no anexo, 
podendo ser imediata ou semanal (BRASIL, 2017, Seção I, Art. 2º, Item VI). 
 
Desta maneira, deve-se notificar o caso mesmo que ainda seja suspeita da 
doença ou evento. A notificação é sigilosa, devendo ser divulgada fora do âmbito 
clínico-sanitário se for considerada risco para a comunidade, respeitando o direito de 
anonimato do paciente. 
Historicamente, as doenças com notificação obrigatória eram as 
transmissíveis. Atualmente, outras doenças e agravos à saúde foram inclusas na 
listagem nacional, tais como intoxicação, acidentes de trabalho, acidente por animal 
peçonhento e casos de violência doméstica ou sexual. A listagem de doenças e 
agravos a saúde com notificação compulsória mais recente foi publicada pela 
portaria de consolidação 04/2017 do Ministério da Saúde (BRASIL, 2017), com 48 
doenças ou agravos (Anexo 3). A Ficha de Identificação de Notificação é 
padronizada para cada doença ou agravo à saúde e deve ser preenchida pelo 
profissional de saúde para cada caso confirmado, suspeita ou notificação negativa. 
Periodicamente, o Ministério da Saúde atualiza a listagem nacional de 
doenças e agravos à saúde com notificação compulsória aos órgãos 
governamentais responsáveis. Municípios e estados podem incluir outros eventos 
relacionados a saúde, de acordo com as necessidades locais. A figura 8 mostra o 
fluxo de informações do SINAN. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
Figura 8 – Fluxo de informações de doenças ou agravos à saúde com notificação 
compulsória. 
 
 
 
* Caso o município não disponha de infra estrutura e outros recursos necessários, os dados 
são encaminhados para regionais de saúde. 
 
Fonte: BRASIL (2009) 
 
Há situações de notificação semanal ou imediata (realizada em até 24h) a 
partir do atendimento da ocorrência. Caso não seja identificado nenhum evento 
listado no Anexo 3, o responsável pelo estabelecimento de saúde deve realizar a 
notificação compulsória negativa à autoridade de saúde. 
Os critérios utilizados para a seleção dos eventos relacionados à saúde que 
deverão ser inseridos ou mantidos na listagem nacional de notificação compulsória 
estão mostrados na figura 9. Neste processo de seleção, não há a necessidade da 
doença ou agravo á saúde atender a todos estes critérios. 
 
Figura 9- Critérios para seleção de doenças e agravos a saúde inseridas (ou mantidas) na 
listagem de notificação compulsória. 
Critério Definição 
MagnitudeElevada frequência (incidência, prevalência, 
mortalidade, anos perdidos de vida) 
Potencial de disseminação Referente a transmissibilidade da doença. 
Transcendência Conjunto de fatores: severidade (letalidade, 
hospitalização e sequelas); relevância social 
(estigmatização dos doentes, medo) e 
econômica (absenteísmo, custos de 
tratamentos, entre outros). 
Vulnerabilidade Doenças para as quais existem instrumentos 
específicos de prevenção e controle. 
Compromissos internacionais Acordos entre países. 
 Epidemias, surtos e agravos 
inusitados 
Referente a situações emergenciais, 
independente do tipo de agente etiológico. 
Fonte: BRASIL (2009). 
Hopitais
Unidades 
ambulatoriais
Secretaria 
municipal de 
saúde*
Secretaria 
estadual de 
saúde
Ministério da 
saúde
Outras 
unidades 
notificadoras
 
12 
 
O conjunto de dados sobre morbidades e agravos notificados, embora com 
limitações referentes à cobertura e à qualidade, possibilita o conhecimento da 
situação epidemiológica de uma região e medidas coletivas poderão ser 
implantadas, se necessário. Ressalta-se que a analise destes dados deve ser 
cautelosa devido a subnotificação existente. O desafio para a obtenção de dados 
com maior validade e confiabilidade depende de recursos, capacitação e 
sensibilização de profissionais de saúde, além de estratégias operacionais nos 
serviços de saúde para que a notificação não interfira no fluxo de ações 
assistenciais. 
 
8. SISTEMAS DE INFORMAÇÕES ASSISTENCIAIS 
 
 Os sistemas de informações assistências coletam e processam dados 
referentes a descrição de cada caso, gerando informações para a análise da 
situação epidemiológica em determinada área e população, assim como dados 
operacionais, relevantes para a o gerenciamento e repasse de recursos financeiros 
às diversas instituições de saúde. Entre os sistemas de informações assistenciais 
destacam-se o Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS); Sistema de 
Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS); Sistema de Informação em Saúde 
para a Atenção Básica (SISAB). 
 Em 1981, a implantação do Sistema de Assistência Médico-Hospitalar da 
Previdência Social (SAMHPS) teve como propósito auxiliar o gerenciamento de 
repasse de recursos financeiros às unidades hospitalares privadas contratadas. 
Posteriormente, em 1987, foi ampliada a abrangência para hospitais filantrópicos, 
universitários e públicos (municipais, estaduais e federais). Em 1991, com a 
implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), o sistema foi renomeado para 
Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) (SANTOS, 2009). 
O instrumento de coleta de dados do SIH/SUS é a AIH (Autorização de 
Internação Hospitalar), emitida pela secretaria estadual de saúde, com série 
numérica única. Mensalmente, os estabelecimentos hospitalares que fazem parte do 
SUS devem enviar os registros de AIH aos órgãos públicos responsáveis (secretaria 
municipal ou estadual) para obterem o ressarcimento das despesas médicas 
geradas pelos pacientes internados. 
Semelhante ao SIH/SUS, o SIA/SUS foi estabelecido em 1992 com o objetivo 
de ressarcir despesas médicas advindas de atendimentos ambulatoriais realizadas 
em estabelecimentos credenciados ao SUS. Os dados cadastrados no SIH/SUS e 
SIA/SUS também possibilitam estudos sobre o perfil de morbi-mortalidade de 
pacientes atendidos. 
Em 1993, o Sistema de Informação do Programa de Agentes Comunitários de 
Saúde (SIPACS) foi criado a fim de monitorar o Programa de Agentes Comunitários. 
Em 1998, foi renomeado para Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) 
devido à implantação do Programa Saúde da Família. Desde 2013, é denominado 
como Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB) e tem o 
objetivo de avaliar ações desenvolvidas por programas e estratégias previstas na 
Política Nacional de Atenção Básica, com ênfase na Estratégia Saúde da Família 
(ESF). Para isso, o SISAB contempla informações sobre as famílias cadastradas nos 
programas e estratégias (dados demográficos, condições de saúde, habitação e 
saneamento) além da composição das equipes de saúde e ações realizadas. O 
 
13 
SISAB é o sistema vigente utilizado para gerenciamento de repasses financeiros do 
Ministério da Saúde para o órgão público municipal. 
Criado em 2000, o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) 
integra informações de unidades de saúde em todo território nacional, independente 
de estarem cadastradas ao SUS, sobre recursos físicos e humanos existentes, 
auxiliando o planejamento em saúde. O CNES está integrado á outros SIS, tais 
como o Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) e Sistemas de 
Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS). 
 
9- SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PARA MONITORAMENTO DE 
PROGRAMAS E CONDIÇÕES DE SAÚDE ESPECÍFICAS. 
 
 A avaliação sistemática dos resultados de programas públicos é parte 
essencial do processo, a fim de aumentar a efetividade e a eficiência dos recursos 
investidos, principalmente em situações de crise fiscal em que é necessário decidir 
como serão direcionados os recursos financeiros. Ressalta-se que bons resultados 
de um programa não dependem somente de investimentos suficientes, mas também 
da capacidade de gerenciamento. 
 Desta maneira, dados coletados sistematicamente sobre participantes de 
programas públicos e condições especificas de saúde da população são essenciais 
para avaliação e planejamento das ações. No entanto, o maior desafio é manter de 
forma atualizada e válida o cadastro dos dados, uma vez que a diversidade de 
sistemas não integrados promove uma maior necessidade de mão de obra 
qualificada e logística adequada para a coleta, crítica, digitação e analise dos dados. 
 Atualmente, um dos principais programas de saúde com sistema específico 
de monitoramento e avaliação é o Sistema de Informação do Programa Nacional de 
Imunização (SI-PNI), composto por subsistemas que contemplam dados de 
identificação dos usuários do programa, incluindo casos de reações adversas pós-
vacinação, além de informações sobre estoque e distribuição de imunobiológicos. A 
figura 10 apresenta outros sistemas de informações de programas e condições de 
saúde especificas. 
 
Figura 10- Sistemas de informações de programas e condições de saúde específicas. 
 
Sistema Objetivos 
Sistema de Vigilância Alimentar e 
Nutricional (SISVAN) 
Monitoramento do estado nutricional da 
população. 
Sistema de Informação de Vigilância da 
Qualidade de Água (SISAGUA) 
Informações sobre a qualidade de água para 
consumo humano, proveniente de sistemas 
públicos e privados. 
Sistema de Acompanhamento da 
Gestante (SISPRENATAL) 
Acompanhamento das gestantes no 
Programa de Humanização do Pré Natal e 
Nascimento. 
Sistema de Informação do Câncer 
(SISCAN) 
Monitoramento e Avaliação do Programa 
Nacional de Controle do Câncer do Colo do 
Útero e de Mama. 
Sistema de Monitoramento do Programa 
Academia da Saúde 
Acompanhamento e apoio a implantação do 
Programa Academia da Saúde 
Sistema do Programa Nacional de 
Controle da Dengue (SISPNCD) 
Monitoramento das ações no combate ao 
mosquito Aedes Aegyptis. 
Fonte: Disponivel em: https://datasus.saude.gov.br/wp-content/uploads/2019/08/Catalogo-de-
Produtos-DATASUS.pdf. Disponível em: 08 jun 2020. 
 
14 
10. FERRAMENTAS PARA ACESSO A DADOS 
 
 A Rede Interagencial de Informações para a Saúde (RIPSA) foi 
estabelecida em 1996 pelo Ministério da Saúde em parceria com a Organização 
Pan-Americana de Saúde (OPAS). Os objetivos da RIPSA são: 
 
1) potencializar a utilização das bases de informação disponíveis para 
apoiar a construção do Sistema Único de Saúde; e 2) contribuir para a 
sistematização de dados e informações pelos países da Região das 
Américas, a partir da Iniciativa Regional de Dados Básicos em Saúde 
(RIPSA, 2020) 
 
No país, as fontes de informação em saúde são diversificadas, envolvendo as 
três esferas de governo (setores públicos de gestão em saúde e outros 
correlacionados),o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e outras 
instituições de ensino e pesquisa, associações técnico-cientificas e organizações 
não governamentais. A RIPSA otimiza o acesso ao conjunto de informações, 
independente da origem. 
O acesso público às informações em saúde da RIPSA ocorre pelo ambiente 
virtual do TabNet, ferramenta de tabulação dos dados dos Sistemas de Informações 
do Sistema Único de Saúde, desenvolvido pelo Departamento de Informática do 
SUS (DataSus). Permite o acesso a dados coletados pelos diversos SIS e inquéritos 
nacionais de saúde. Estão disponíveis estatísticas vitais (mortalidade e natalidade), 
além dos dados relacionados à morbidade, incapacidade, acesso a serviços, 
qualidade de atenção, condição de vida, demográficos, socioeconômicos e 
ambientais. Também são apresentados dados sobre a rede assistencial 
(ambulatorial e hospitalar) e de financiamento (Figura 11). 
 
Figura 11- Grupos de dados disponíveis para acesso no TabNet 
 
Tema Sistemas de informações em Saúde e outros 
dados disponíveis 
Indicadores de saúde 
(estatísticas vitais) e pactuações 
Mortalidade (SIM), nascimentos (SINASC) e 
indicadores de pactos pela saúde 
Assistência à Saúde e Rede 
Assistencial 
SIH/SUS, SIA/SUS, imunizações, saúde da 
família, CNES, Pesquisa de Assistência Médica 
Sanitária (AMS)) 
Epidemiológicas e Morbidade SINAN, SISVAN, SISC00AN 
Demográficas e 
Socioeconômicas 
CENSO 
Inquéritos e pesquisas Resultados de diversos inquéritos populacionais 
Saúde Suplementar Dados da rede suplementar de saúde 
disponibilizados pela Agência Nacional de Saúde 
Suplementar (ANS). 
Recursos do SUS Recursos financeiros federais repassados a 
municípios 
GAP Guia de Autorização de Pagamentos 
Estatísticas de acesso ao TabNet Frequência de acesso as informações 
disponibilizadas 
 
Fonte: Disponivel em: https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/. Acesso 
em: 08 jun 2020. 
https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/
 
15 
 
Pelo TabNet é possível ter acesso a diversos indicadores de saúde segundo 
localidade e tempo. A tabela 1 mostra o coeficiente de mortalidade para doenças do 
aparelho circulatório segundo estados da região sudeste em 2011. 
 
Tabela 1- Coeficiente de mortalidade especifica por doenças do aparelho circulatório (óbito 
por 100.000 habitantes) na região sudeste. Brasil, 2011. 
 
Unidade da Federação CME para doenças do ap. 
circulatório (por 100.000 hab) 
Brasil 195,7 
Minas Gerais 171,4 
Espírito Santo 182,2 
Rio de Janeiro 229,8 
São Paulo 195,2 
 
Fonte: Disponível em: https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/. Acesso 
em: 08 jun 2020. 
 
O TabWin é um programa disponível para download em ambiente Windows, 
que permite aos usuários utilizarem outros recursos de tabulação e analise dos 
mesmos dados disponíveis no TabNet. Após instalação do TabWin, a tabela 
elaborada no TabNet deve ser salva para posteriormente ser aberta no programa 
TabWin. 
 
11. INQUÉRITOS EM SAÚDE 
 
Informações provenientes de SIS com coleta contínua e permanente de 
dados geram conhecimentos importantes para as finalidades propostas, mas são 
insuficientes para contemplar todas as necessidades para a gestão em saúde. 
Inquéritos de saúde são pesquisas populacionais representativas relevantes para o 
planejamento e avaliação de politicas públicas. 
 
No Brasil, há uma combinação de diferentes tipos de inquéritos de base 
populacional, responsáveis pela geração de um conjunto substancial de 
informações de saúde que [...] não são produzidos pelos sistemas de 
registro continuo (ANDRADE, NARVAI, 2013, p. 157). 
 
Os inquéritos nacionais populacionais buscam avaliar a assistência à saúde 
na percepção do usuário do sistema, assim como a coleta de dados referente a 
morbidades referidas e estilo de vida. 
 
Nos países desenvolvidos, os inquéritos de base populacional são utilizados 
desde a década de 1960, enquanto que, nos países em desenvolvimento, a 
aplicação de inquéritos para avaliação das políticas públicas é uma prática 
mais recente. No caso do Brasil, o Ministério da Saúde tem feito 
investimentos substanciais na área a partir dos anos 90 (SZWARCWALD, 
MONTEIRO, 2014, p.334). 
 
Nos últimos anos, o conhecimento cientifico sobre delineamentos de estudos 
populacionais assim como sobre instrumentos de coleta e analise de dados 
promoveu o aperfeiçoamento dos inquéritos, otimizando o investimento e a validade 
das informações. 
https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/
 
16 
Inquéritos populacionais são, em geral, estudos de corte transversal, 
diferenciados pela abrangência populacional, população alvo, conteúdos avaliados, 
tipo de dados coletados, forma de obtenção e periodicidade. As informações 
geradas por inquéritos devem ser complementares, sem sobreposição 
desnecessária as informações já obtidas pelos SIS que já existem com coleta de 
dados contínuos (BARROS, 2008). 
 
11.1 – Inquéritos domiciliares 
 
No Brasil, desde a década de 1970, diversas pesquisas domiciliares foram 
realizadas, com amostras representativas do país ou grandes áreas nacionais, 
caracterizadas por logística complexa e grande tamanho amostral, o que as tornam 
caras e longas. Assim, a necessidade destas pesquisas e as metodologias adotadas 
devem ser cuidadosamente avaliadas e os resultados dos inquéritos devem ser 
efetivamente utilizados para o aprimoramento do planejamento de políticas públicas. 
Ressalta-se que inquéritos domiciliares não incluem população institucionalizada e 
indivíduos que vivem nas ruas (“moradores de rua”), portanto para estes segmentos 
populacionais são necessárias pesquisas especificas. 
 A maioria das pesquisas nacionais representativas da população é 
operacionalizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), órgão 
responsável pelo sistema estatístico nacional, como o censo demográfico, que tem 
periodicidade de dez anos, aproximadamente, e consiste no levantamento de dados 
demográficos, socioeconômicos e caracteristicas do domicilio. Na metade do periodo 
intercensitário é feita a contagem da população atendendo a obrigação legal de 
fornecer estimativa do número de residentes em território nacional. Segundo o IBGE 
(2020), o censo demográfico: 
 
Constitui a principal fonte de referencia para o conhecimento das condições 
de vida da população em todos os municipios do País [...] O primeiro 
recenseamento da população do Brasil foi efetuada em 1808, visando 
atender especificamente a interesses militares, de recrutamento para as 
Forças Armadas (IBGE, 2020). 
 
 Está prevista nova coleta de dados do Censo em outubro de 2020. É 
estimada uma amotra de 71 milhões de residências e o questionário básico será 
composto por 26 questões. Um questionário mais abrangente, com 76 questões, 
será aplicado em uma sub amostra, composta por 10% da amostra final (IBGE, 
2020). A figura 12 mostra os principais inquéritos domiciliares que tiveram 
abordagem especifica sobre condições de saúde. 
A Pesquisa Nacional por Amostras Domiciliares (PNAD) era realizada 
anualmente nos periodos intercensitários, desde 1967, com amostra estratificada. 
Nas visitas domiciliares, pesquisava-se sobre caracteristicas relacionadas a 
educação, trabalho, rendimento e habitação. Informações sobre outros temas eram 
coletadas em suplementos especiais com periodicidade variável, de acordo com a 
necessidade. O levantamento de dados especificos sobre saúde ocorreu em 1986, 
1988, 1998, 2003 e 2008, contemplando informações sobre a utilização de serviços 
de saúde, mobilidade física, realização de exames preventivos, uso de 
medicamentos de forma contínua, cadastramento no Programa Saúde da Familia, 
cirurgias recentes e alguns fatores de risco e proteção a saúde (atividade fisica, 
tabagismo, violência e trânsito) (IBGE, 2010; TRAVASSOS; VIACAVA; LAGUARDIA, 
2008). A metodologia desta pesquisa foi modificada em 2015 e, atualmente, é 
 
17 
realizadaa PNAD Contínua, com periodicidade trimestral e cobertura territorial mais 
abrangente, porém com foco no mercado de trabalho (IBGE, 2020). 
 
Figura 12- Principais Inquéritos Domiciliares sobre condição de saúde. 
 
PESQUISA NACIONAL POR AMOSTRAS DOMICIALIRES (PNAD 1967-2015) 
PESQUISA NACIONAL SOBRE SAÚDE E NUTRIÇÃO (PNSN – 1989) 
PESQUISA SOBRE PADRÃO DE VIDA (PPV – 1996/97) 
PESQUISA NACIONAL SOBRE DEMOGRAFIA E SAÚDE DA CRIANÇA E DA MULHER 
(PNDS 1986; 1996; 2006) 
PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE DO ESCOLAR (PeNSE 2009; 2015) 
PESQUISA DE ORÇAMENTOS FAMILIARES 
(POF 1987/88; 1995/96; 2002/03; 2008/09; 2017/18) 
PESQUISA NACIONAL EM SAÚDE (PNS 2013) 
 
Fonte: IBGE (2020);PINTO; FREITAS; FIGUEREDO (2018); BARROS (2008). 
 
Em 2009, teve inicio a primeira versão da Pesquisa Nacional de Saúde do 
Escolar (PeNSE) com o intuito de analisar fatores de risco e proteção a saúde do 
adolescente matriculados em escolas públicas e privadas das capitais brasileiras. 
Foram coletados dados de alunos do nono ano do ensimo fundamental (13 a 15 
anos) que responderam a um questionário abordando, entre outros fatores, o estilo 
de vida (alimentação, atividade fisica, uso de drogas licitas e ilicitas e consumo de 
bebidas alcoolicas); saúde sexual e reprodutiva; saúde bucal; saúde mental; 
exposição a acidentes e violência; estado nutricional. As demais versões da PeNSE 
ocorreram em 2013 e 2015, com modificações importantes no plano amostral (duas 
amostras contemplando faixas etárias diferenciadas de adolescentes). Atualmente, a 
PeNSE é parte integrante do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção 
para Doenças e Agravos não Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde 
do Ministério da Saúde (OLIVEIRA et al., 2017). 
A última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) foi realizada entre 2017 e 
2018 e as edições anteriores foram em 1987/88, 1995/96, 2002/03 e 2008/09. Este 
inquérito domiciliar tem como intuito avaliar aspectos relacionados a estutura de 
consumo, gastos, rendimentos e variação patrimonial das familias, e desde a edição 
de 2002/03, também avalia fatores relacionados a qualidade de vida e estado 
nutricional. O Estudo Nacional da Despesa Familiar (ENDEF), realizado entre 1974 e 
1975, antecedeu a POF. Na edição de 2002/03, a POF se tornou nacional (nas 
edições anteriores a coleta ocorreu apenas nas regiões metropolitanas) e peso e 
altura foram aferidos. A partir da edição de 2008/09 foram coletadas dados de 
consumo alimentar (recordatório de 24 horas) em uma subamostra de individuos 
acima de 10 anos (IBGE, 2020). 
A Pesquisa Nacional sobre saúde e nutrição (PNSN), realizada em 1989, teve 
foco na avaliação do estado nutricional. Já a Pesquisa Nacional de Demografia e 
Saúde da Criança e da Mulher (PNDS1986, 1996 e 2006) teve como objetivo 
identificar o perfil das mulheres em idade fértil (15 a 49 anos) e das crianças 
menores de cinco anos, considerando aspectos reprodutivos, assistência a gestante 
e ao parto; morbidades referidas; avaliação do estado nutricional e dosagens 
bioquimicas de vitamina A e ferro. Na ultima edição foram inclusas questões sobre 
 
18 
acesso a medicamentos e a segurança alimentar nos domicilios (acesso a alimentos 
em quantidade e qualidade) (BRASIL, 2020a). 
Em 2013 foi realizada a Pesquisa Nacional em Saúde (PNS), inquérito de 
base populacional com o objetivo de avaliar as condições de saúde do brasileiro, 
bem como o acesso aos serviços de saúde públicos e privados. Além de 
questionário com temas diferenciados relacionados a saúde (Figura 13), neste 
levantamento também ocorreu a aferição de pressão arterial, peso, altura e 
circunferência da cintura além da coleta de material biológico (sangue e urina) para 
analises laboratoriais. Este foi o primeiro inquérito de abrangência nacional com 
coleta de amostras biológicas para traçar o perfil de condições clinicas ou pré 
clinicas em uma sub amostra da população de estudo (IBGE, 2015). 
 
A coleta de sangue foi de 7 ml a qualquer hora do dia, sendo realizado os 
seguintes exames: hemoglobina glicada; colesterol total; LDL (método 
direto); HDL colesterol (método direto); hemograma; hemoglobina S e 
outras hemoglobinopatias; creatina; sorologia de dengue. A urina também 
foi coletada a qualquer hora do dia, sendo realizadas as dosagens de sódio, 
potássio e creatina (SZWARCWALD et al., 2014, p. 338). 
 
 
Figura 12 – Temas abordados no questionário da Pesquisa Nacional em Saúde (PNS). 
Brasil, 2013. 
 
Subdivisão do questionário Tema 
Domiciliar Informações do Domicilio 
Acompanhamento pela equipe Saúde da Familia 
Todos moradores do 
domicilio 
Caracteristicas gerais (educação, trabalho e 
rendimento) 
Pessoas com deficiências 
Cobertura de plano de saúde 
Utilização de serviços de saúde 
Saúde dos individuos com 60 anos ou + 
Cobertura de mamografia entre mulheres acima de 
50 anos 
Condições de saúde especifica de crianças com 
menos de 2 anos 
Individual Percepção do estado de saúde 
Acidentes e violência 
Estilo de vida 
Doenças crônicas 
Saúde da mulher (acima de 18 anos) 
Atendimento pré natal 
Saúde bucal 
Fonte: SZWARCWALD et al.(2014); DAMACEMA et al (2015). 
 
Viacava e Bellido (2016) analisaram a serie histórica sobre condições de 
saúde e uso de serviços, considerando os dados provenientes dos suplementos de 
saúde da PNAD dos anos de 1998, 2003 e 2008 e a Pesquisa Nacional em Saúde 
de 2013. Apesar de independentes, os suplementos especiais da PNAD e a PNS 
tem subamostras calculadas da amostra mestra da PNAD continua, diminuindo o 
viés ao analisar dados temporais advindos destes dois inquéritos como representado 
na figura 13 (prevalência de diabetes auto referida segundo regiões brasileiras em 
 
19 
diferentes momentos, com dados baseados na PNAD (1998/2003/2008) e PNS 
(2013)). 
 
Figura 13- Distribuição percentual de individuos segundo prevalência de diabetes auto referida. 
Brasil, 1998/2003/2008/2013. 
 
 
 
Fonte: VIACAVA, BELLIDO (2016) 
 
11.2- Inquéritos telefônicos 
 
O grande intervalo de tempo entre os inquéritos domiciliares sobre saúde e as 
modificações dos instrumentos de coleta de dados, objetivos e planejamento 
amostral dos estudos já realizados impõe, em alguns casos, limitações importantes 
para o uso destes dados no planejamento e avaliação em saúde. 
Entrevistas telefônicas constituem um método de menor custo e mais rápido 
para a obtenção de dados e, em geral, resultam em estimativas comparáveis às 
obtidas por inquéritos domiciliares. Estima-se que o custo da entrevista por telefone 
seja, aproximadamente, 25% do recurso financeiro necessário para a entrevista 
domiciliar. Nos Estados Unidos, desde 1981, inquéritos populacionais em saúde por 
telefone já são realizados pelo Centro de Controle de Doenças (CDC) (MOURA et al, 
2008). 
Em 2003, foi implantado um sistema de monitoramento de fatores de risco 
para Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) por entrevista telefônica. A 
amostra foi constituida por individuos maiores de 18 anos residentes no municipio de 
São Paulo com linha telefônica fixa no domicilio. Foi realizado um sorteio de linhas 
telefônicas fixas ativas, de forma sistemática e estratificada por região de moradia. A 
segunda etapa da amostragem foi o sorteio do morador que seria entrevistado, 
totalizando uma amostra final de 2.311 individuos, sendo que a taxa de recusa foi de 
15,3% (similar a inqueritos domiciliares). O questionário utilizado era composto por 
89 perguntas curtas, sendo a grande maioria com opções (categorias) para 
respondimento. O entrevistador já digitava as respostas em sistema próprio e as 
entrevistas, com a concordância do entrevistado, eram gravadas. Como há 
residências sem linha tefefonica fixa e, portanto, não foram inclusas no universo 
amostral, utilizou-se fatores de ajuste para as análises estatisticas, de acordo com 
caracaterisiticas da população deste municipio identificadas pelo Censo, a fim de 
aumentar a representatividade do estudo(MONTEIRO el al, 2005). 
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro Oeste Brasil
%
1998 2003 2008 2013
 
20 
O inquérito por telefone no município de São Paulo foi replicado em outras 
capitais (Belém, Florianópolis, Goiânia e Salvador) e, em 2006, originou o VIGITEL – 
Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito 
Telefônico, implantado sob a responsabilidade da Secretaria de Vigilância em 
Saúde e da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, em parceria com o 
Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São 
Paulo (NUPENS/USP), precursor desta metodologia. O Vigitel tem como objetivo: 
 
[...] o monitoramento contínuo da frequência e distribuição de fatores 
de risco e proteção para doenças crônicas em todas as capitais dos 
26 estados brasileiros e no Distrito Federal, apoiando-se, para tanto, 
na realização contínua de entrevistas telefônicas assistidas por 
computador em amostras probabilísticas da população adulta 
residente em domicílios servidos por linhas fixas de telefone de cada 
cidade (BRASIL, 2007, p.15). 
 
Ressalta-se que, em 2006, 66,4% dos domicílios nas 27 cidades envolvidas 
no VIGITEL tinham aparelho fixo, variando entre 33,7% em Macapá e 82,2% em 
Curitiba. O percentual de linhas telefônicas fixas é mais baixo em cidades com 
menor desenvolvimento econômico e entre famílias pertencentes a estratos 
socioeconômicos menos favorecidos (BRASIL, 2007). Para obter estimativas 
populacionais corrigidas, ao menos parcialmente, pela não cobertura universal de 
domicílios com telefone fixo, na analise dos dados emprega-se fatores de 
ponderação que igualam a composição sociodemográfica da amostra em cada 
cidade àquela observada no Censo (MOURA et al., 2008). 
O processo de construção do questionário considerou experiências 
internacionais e nacionais em inquéritos por telefone e, em 2006, a média de tempo 
para finalização da entrevista foi de 7,4 minutos (BRASIL, 2007). Já em 2019, a 
média de tempo para responder ao questionário foi 12 minutos, variando de 4 a 58 
minutos (BRASIL, 2020c). O figura 14 mostra os temas abordados nos questionários 
dos inquéritos telefônicos do VIGITEL. 
 
 Figura 14- Temas das questões abordadas no VIGITEL. 
Características Dados 
Demográficas e 
socioeconômicas 
Idade, sexo, estado civil, etnia, escolaridade, número de 
pessoas e cômodos do domicilio. 
Estilo de vida Frequência do consumo de alimentos marcadores de 
alimentação saudável e não saudável, prática de 
atividades físicas no lazer e hábito de assistir televisão, 
hábito de fumar e consumo de bebidas alcoolicas. 
 Estado nutricional Peso e altura referidos 
Condições de saúde Auto avaliação do estado de saúde, diagnostico médico 
anterior de hipertensão arterial, diabetes e 
hipercolesterolemia. 
 
* A partir de 2007: Frequência e intensidade de exposição 
à luz solar (até 2010) e realização de exame de 
Papanicolau e mamografia. 
** A partir de 2012: ocorrência de multas de transito e 
participação de ações de combate a dengue. 
Fonte: BRASIL, 2007; MOURA et al, 2008; BRASIL, 2020b. 
 
21 
 Dados são coletados pelo Vigitel anualmente (durante todos os meses do 
ano), com suplementos especiais sobre saúde suplementar (2008, 2011, 2015 e 
2017), medicamentos (2011, 2012 e 2013) e comportamento no trânsito (2018) 
(BRASIL, 2020b). 
 Inicialmente, há um sorteio sistemático e estratificado de 5.000 linhas 
telefônicas por município. Linhas telefônicas não residenciais, fora de serviço ou que 
não atendam as chamadas feitas em dias e horários alternados são excluídas. A 
segunda etapa da amostragem é o sorteio do individuo (acima de 18 anos) que será 
entrevistado no domicilio. O tamanho amostral é de, no mínimo, 2.000 indivíduos por 
município, a fim de estimar frequências de indicadores com coeficiente de confiança 
de 95% e erro máximo percentual de três pontos percentuais (BRASIL, 2020b). 
O monitoramento dos fatores de proteção e risco para DCNT subsidiam a 
analise das metas propostas no Plano de Ação Global para o Enfrentamento das 
DCNT (BRASIL, 2011), no Plano de Ação Global para Prevenção e Controle das 
DCNT, da Organização Mundial de Saúde (WHO, 2013), no Plano Regional (OPAS, 
2014), além do alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (UNITED 
NATIONS, 2015). 
 Malta et al (2015) elaboraram um estudo para comparar resultados sobre 
estilo de vida provenientes da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS-2013) e do 
Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para DCNT por Inquérito 
Telefônico (VIGITEL) do ano de 2013 (Tabela 2). 
 
Tabela 2 – Comparativo das prevalências de fatores de risco e proteção para DCNT na população 
adulta residente nas capitais brasileiras e no Distrito Federal segundo PNS e VIGITEL, 2013. 
* Comparando intervalo de confiança de 95% entre Vigitel e PNS, ocorre sobreposição, indicando que 
possivelmente não houve diferença entre frequências. 
Fonte: MALTA et al. (2015). 
Indicadores 
PNS (2013) VIGITEL (2013) 
Prevalência 
Intervalo de 95% 
de confiança Prevalência 
Intervalo de 95% 
de confiança 
Fumantes atuais de cigarro 12,5 11,9 - 13,2 11,3 10,6 - 11,9* 
Fumantes passivos no 
domicilio 8,7 8 - 9,3 10,2 9,6 - 10,8 
Fumantes passivos no local 
de trabalho 10,4 9,6 - 11,2 9,8 9,2 - 10,4* 
Ex fumantes 16,5 15,7 - 17,2 22,0 21,3 - 22,7 
Consumo abusivo de álcool 14,9 14,2 - 15,6 16,4 15,7 - 17,0 
Consumo recomendado de 
frutas e hortaliças 41,8 40,6 - 42,9 23,6 22,9 - 24,3 
Consumo recomendado de 
feijão 64,9 63,9 - 65,9 66,9 66,1 - 67,7 
Consumo excessivo de 
carnes com gordura 29,8 28,8 - 24,9 31,0 30,1 - 31,8* 
Consumo regular de 
refrigerante ou suco 
artificial 24,0 23,2 - 24,9 23,3 22,5 - 24,1* 
Prática de atividade física 
recomendada no tempo 
livre 26,6 25,7 - 27,6 33,8 33,0 - 34,6 
Assistir televisão três horas 
ou mais diariamente 33,0 32 - 33,9 28,6 27,8 - 29,4 
 
22 
 As diferenças no delineamento e plano amostral entre as pesquisas 
possivelmente interferiam nos resultados. Diferenças nas perguntas, opções de 
respostas e ordem das questões também podem ter influenciado, assim como a 
presença do pesquisador no domicilio, seja pela melhor compreensão ou 
constrangimento maior para responder as questões. Outra questão é o fato do 
VIGITEL ter coleta de dados ao longo de todo o ano, enquanto a PNS teve coleta 
em cinco meses no ano, o que pode afetar a frequência de fatores sazonais, como 
atividade física e alimentação, pois podem sofrer influência do clima e estação do 
ano. Malta et al. (2015) concluem neste estudo que: 
 
Indicadores com pergunta igual ou muito semelhante, como consumo de 
refrigerantes e carnes com gorduras, tiveram resultados iguais, mostrando 
que a mesma pergunta e a mesma opção de resposta são fundamentais 
para comparação das estimativas. Dessa forma, é preciso cautela na 
realização de comparações entre o Vigitel e a PNS, ressaltando que as 
duas estratégias são instrumentos úteis para a vigilância de fatores de risco 
e proteção para as DCNT, principalmente apontando tendências na 
população, existindo vantagens e desvantagens em ambas as estratégias, 
domiciliar e telefônica. Importante destacar que, mesmo com algumas 
prevalências distintas, as diferenças entre os inquéritos, em geral, foram 
pequenas (MALTA et al, 2015, p. 80). 
 
 Conde et al (2013) analisaram a consistência de peso e altura obtidos por 
mensuração direta na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008//09 e por 
auto relato no Vigitel 2008 e 2009, considerando as variabilidades típicas que 
ocorrem nos inquéritos. O Índice de Massa Corporal (IMC), calculado com os valores 
de peso e altura, apresentou alta concordância entre os resultados obtidos nos dois 
inquéritos. Quando estratificado por idade e sexo, algumas diferenças foram 
observadas. No sexo feminino, as médias de peso e altura obtidas no Vigitel foram 
estatisticamente maiores quando comparadas às estimativas da POF,tornando a 
média de IMC maior em 0,6%. No sexo masculino não foram observadas diferenças 
relevantes. No entanto, conclui-se que estimativas globais do estado nutricional, 
avaliado por medidas antropométricas relatadas, são consistentes com os resultados 
obtidos em inquéritos que utilizam medidas antropométricas diretas, no entanto, 
quando estratificadas apresentam maior imprecisão, principalmente entre mulheres. 
Nos inquéritos telefônicos, analises de tendência temporal do estado nutricional 
(Figura 15) não serão afetadas. 
 
Figura 15- Evolução das estimativas de prevalência de excesso de peso (IMC ≥ 25 kg/m2) e 
obesidade (IMC ≥ 30 kg/m2). População adulta (≥ 18 anos), de ambos os sexos, das capitais 
brasileiras e do Distrito Federal (2006-2019). 
 
 Fonte: BRASIL (2020c). 
0
10
20
30
40
50
60
2
0
0
6
2
0
0
7
2
0
0
8
2
0
0
9
2
0
1
0
2
0
1
1
2
0
1
2
2
0
1
3
2
0
1
4
2
0
1
5
2
0
1
6
2
0
1
7
2
0
1
8
2
0
1
9
%
Ano
Excesso de peso
Obesidade
 
23 
12. Limitações e perspectivas para o uso de informações sobre saúde 
 
 Informações provenientes dos SIS e inquéritos de saúde devem ser utilizadas 
de forma consciente para o planejamento e avaliação de politicas e programas, 
considerando as limitações de cada metodologia empregada. Sistemas permanentes 
de coleta de dados, como mortalidade, natalidade e doenças com notificação 
compulsória, foram aperfeiçoados ao longo do tempo, mas ainda há subnotificações 
e erros no preenchimento dos instrumentos e consolidação dos dados, ainda que em 
menor proporção que no passado. Os inquéritos de saúde também modificaram a 
fim de atender as demandas de cada momento e fornecer informações com maior 
validade. 
O avanço observado nos últimos anos em relação aos SIS e inquéritos em 
saúde é devido a diversos fatores tais como o avanço do conhecimento em 
epidemiologia, aumento do uso de tecnologia, melhora no acesso e qualidade de 
atendimento nos serviços de saúde, melhor capacitação dos profissionais que atuam 
nas instituições de atendimento à população (hospitais, ambulatórios e Unidades 
Básicas de Saúde) e maior conscientização dos gestores em saúde das três esferas 
do poder público sobre a importância destas informações para a melhor qualidade 
das ações implementadas, que visam à promoção, prevenção e recuperação da 
saúde, otimizando os investimentos necessários nesta área. 
Ainda existem obstáculos a serem superados para o aprimoramento da 
geração de conhecimento em saúde, no entanto, o maior desafio atual é a 
sustentabilidade financeira das ações de coleta e analise de dados populacionais, 
considerando a diminuição do orçamento para o setor da saúde e recentes crises 
politicas no país. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
REFERÊNCIAS 
 
ANDRADE, F. R.; NARVAI, P. C. Inquéritos populacionais como instrumentos de 
gestão e os modelos de atenção à saúde. Rev Saúde Pública, v.47, Supl. 3, p.154-
60, 2013. 
 
BARROS, M.B.A. Inquéritos domiciliares de saúde: potencialidades e desafios. Rev. 
Bras. Epidemiol., v. 11, supl. 1, 6-19, 2008. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. VIGITEL BRASIL: 
vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquéritos 
telefônicos. Brasília: Ministério da Saúde, 2007. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de 
vigilância epidemiológica. 7 ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de 
Análise de Situação de Saúde. Manual de Instruções para o preenchimento da 
Declaração de Óbito. Brasília: Ministério da Saúde, 2011a. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de 
Análise de Situação de Saúde. Manual de Instruções para o preenchimento da 
Declaração de Nascido Vivo. Brasília: Ministério da Saúde, 2011b. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Plano de ações estratégicas para o enfrentamento 
das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil, 2011-2022. Brasília, 
DF: Ministério da Saúde, 2011c. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria de Consolidação n. 204, de 28 de setembro 
de 2017. Consolidação das normas sobre os sistemas e os subsistemas do 
Sistema Único de Saúde. Brasilia, 2017. [Acesso em: 11 maio 2020]. Disponível 
em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0004_03_10_2017.html 
 
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Politica Nacional de informação e informática 
em saúde. Brasilia, 2016. Disponivel em:< http://bvsms.saude.gov.br/bvs/ 
publicacoes/politica_nacional_infor_informatica_saude_2016.pdf> . Acesso em: 03 
maio 2020. 
 
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da 
Criança e da Mulher. Brasilia, 2020a. Disponivel em: < http://bvsms.saude.gov.br/ 
bvs/pnds/apresentacao.php> Acesso em: 13 jun 2020. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Vigitel: o que é, como funciona, quando utilizar e 
resultados. Brasilia, 2020b. Disponivel em: < http://www.saude.gov.br/saude-de-a-
z/vigitel> Acesso em: 13 jun 2020. 
 
 
25 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. VIGITEL BRASIL: 
vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquéritos 
telefônicos. Brasília: Ministério da Saúde, 2020c. 
 
CONDE, W.L.; OLIVEIRA, D.R.; BORGES, C.A.; BARALDI, L.G. Consistência entre 
medidas antropométricas em inquéritos nacionais. Rev. Saúde Pública, v.47, n.1, 
p.69-76, 2013. 
 
DAMACENA, G.N.; SZWARCWALD, C.L.; MALTA, D.C.; SOUZA JUNIOR, P.R.B.; 
VIEIRA, M.L.F.P.; PEREIRA, C.A. et al. O processo de desenvolvimento da 
Pesquisa Nacional de Saúde no Brasil, 2013. Epidemiol. Serv. Saúde, v. 24, n. 2, p. 
197-206, 2015. 
 
INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTATISTICA E GEOGRAFIA (IBGE). Um Panorama 
da Saúde no Brasil: Acesso e utilização dos serviços, condições de saúde e fatores 
de risco e proteção à saúde. Rio de Janeiro, 2010. Disponível em:< 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pnad_panorama_saude_brasil.pdf>. 
Acesso em: 10 jun 2020. 
 
INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTATISTICA E GEOGRAFIA (IBGE). Pesquisa 
Nacional de Saúde, 2013: ciclos de vida. Rio de Janeiro: IBGE, 2015. Disponível 
em:< https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv94522.pdf>. Acesso em: 18 
jun 2020. 
 
INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTATISTICA E GEOGRAFIA (IBGE). Saúde. 
Disponível em:< https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/ saude.html>. Acesso 
em: 10 jun 2020. 
 
MALTA, D.M.; ISER B.P.M.; SANTOS, M.A.S.; ANDRADE, S.S.A.; STOPA, S.R.; 
BERNAL, R.T.I. et al. Estilo de vida nas capitais brasileiras segundo a Pesquisa 
Nacional de Saúde e o Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para 
Doenças Crônicas Não Transmissíveis por Inquéritos Telefônicos (Vigitel), 2013. 
Rev. Bras. Epidemiol., v.18. suppl 2, p.68-82, 2015. 
 
MARIN, H.F. Sistemas de informação em saúde: considerações gerais. J. Health 
Inform., v.2, n.1., p. 20-24, 2010. 
 
MEDRONHO, R.A. Epidemiologia. 2 ed. São Paulo: Atheneu, 2008. 
 
MINAS GERAIS. SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE. Sistemas de 
informações. Disponível em: < http://vigilancia.saude.mg.gov.br/index.php/sistemas-
de-informacao/#:~:text=Os%20sistemas%20de%20informa%C3%A7%C3%A3o%20 
em,n%C3%ADveis%20municipal%2C%20estadual%20e%20federal.> Acesso em: 
03 jun 2020. 
 
 
26 
MONTEIRO, C.A.; MOURA, E.C.; JAIME, P.C.; LUCCA, A.; FLORINDO, A.A.; 
FIGUEIREDO, I.C.R.; BERNAL, R.; SILVA, N.N. Monitoramento de fatores de risco 
para doenças crônicas por entrevistas telefônicas. Rev. Saúde Pública, v. 39, n.1, 
p.47-57, 2005. 
 
MOURA, E.C.; NETO, O.L.M.; MALTA, D.C.; MOURA, L.; SILVA, N.N.; BERNAL, R. 
et al. Vigilância de fatores de risco para doenças crônicas por inquérito telefônico 
nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal (2006). Rev Bras 
Epidemiol., v.11, supl. 1, p. 20-37, 2008. 
 
OLIVEIRA, M. M.; CAMPOS, M. O.; ANDREAZZI, M. A. R.; MALTA, D. M. 
Características da Pesquisa Nacionalde Saúde do Escolar – PeNSE. Epidemiol. 
Serv. Saude, v. 26, n.3, p. 605-616, 2017. 
 
OLIVEIRA, A.T.R. (org). Sistemas de estatísticas vitais no Brasil: avanços, 
perspectivas e desafios. Rio de Janeiro: IBGE, Coordenação de População e 
Indicadores Sociais, 2018. 
 
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Plano estratégico da 
Organização Pan Americana de Saúde, 2014-2019. Washington, DC: OPAS, 
2014. Disponivel em:< https://www.paho.org/hq/dmdocuments/2017/paho-strategic-
plan-por-2014-2019.pdf>. Acesso em: 16 jun 2020. 
 
PEREIRA, M.G. Epidemiologia: teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2016. 
 
PINTO, L.F.; FREITAS, M.P.S.; FIGUEIREDO, A.W.S. Sistemas Nacionais de 
Informação e levantamentos populacionais: algumas contribuições do Ministério da 
Saúde e do IBGE para analise das capitais brasileiras nos últimos 30 anos. Ciênc. 
Saúde Colet., v.23, n.6, p. 2018. 
 
REDE INTERAGENCIAL DE INFORMAÇÕES PARA A SAÚDE (RIPSA). 
Sistematizando informações e construindo conhecimento para politicas 
públicas. Disponivel em:<ripsa.org.br>. Acesso em: 16 jun 2020. 
 
SÃO PAULO (cidade). Secretaria Municipal da Saúde. Coordenação de 
Epidemiologia e Informação – CEInfo. Declaração de Nascido Vivo: Manual de 
preenchimento da Declaração de Nascido Vivo. São Paulo: Secretaria Municipal da 
Saúde, 2011. 
 
SANTOS, A. C. Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de 
Saúde: documentação do sistema para auxiliar o uso das suas informações. 226f. 
 
27 
[Dissertação em Gestão da Informação e Comunicação em Saúde]. Rio de Janeiro: 
Fundação Oswaldo Cruz; 2009. 
 
SEMEDIÃO, R. A. M. Dados, informação e conhecimento: elementos de análise 
conceitual. Revista de Informação, v. 14, n. 4, 2013. Disponível em: < 
https://brapci.inf.br/index.php/article/download/52967>. Acesso em: 06 jun. 2020. 
 
SZWARCWALD, C.A.; MALTA, D.C.; PEREIRA, C.A.; VIEIRA, M.L.F.; CONDE, 
SOUZA JUNIOR, P.R.B. et al. Pesquisa Nacional de Saúde no Brasil: concepção e 
metodologia de aplicação. Ciência & Saúde Coletiva, v. 19, n.2, p. 333-342, 2014. 
 
TRAVA, C.; VIACAVA, F.; LAGUARDIA J. Os suplementos saúde na Pesquisa 
Nacional por Amostra de Domicilio (PNAD) no Brasil. Rev. Bras. Epidemiol., v. 11, 
supl. 1, p. 98-112, 2008. 
 
VIACAVA, F.; BELLIDO, J.G. Condições de saúde, acesso a serviços e fontes de 
pagamento, segundo inquéritos domiciliares. Ciência & Saúde Coletiva, v.21, n.2, 
p.351-370, 2016. 
 
UNITED NATIONS. The Millennium Development Goals Report 2015. New York: 
UN, 2015. Disponivel: < https://www.un.org/millenniumgoals/2015_MDG_ 
Report/pdf/MDG%202015%20rev%20(July%201).pdf>. Acesso em: 17 jun 2020. 
 
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global action plan for the prevention and 
control of NCDs 2013-2020. Geneva: WHO, 2013. Disponivel em:< 
https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/94384/9789241506236_eng.pdf;jses
sionid=33A2CD7250E300ACCE855A378B3F6E4C?sequence=1>. Acesso: 17 jun 
2020. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
ANEXO 1 – Declaração de óbito (DO) 
 
 
29 
Fonte: Brasil, 2011a 
ANEXO 2 – Declaração de nascido vivo (DNV) 
 
Fonte: Brasil, 2011b 
 
30 
 
ANEXO 3 – Lista nacional de doenças e agravos à saúde com notificação 
compulsória e periodicidade de notificação. 
Nº DOENÇA OU AGRAVO (Ordem alfabética) Periodicidade de notificação 
 Imediata (até 24 
horas) para* 
Semanal* 
 MS SES SMS 
1 
a. Acidente de trabalho com exposição a material 
biológico 
 
X 
 b. Acidente de trabalho: grave, fatal e em crianças e 
adolescentes 
 
X 
 
2 Acidente por animal peçonhento X 
3 Acidente por animal potencialmente transmissor da raiva X 
4 Botulismo X X X 
5 Cólera X X X 
6 Coqueluche X X 
7 a. Dengue - Casos X 
 b. Dengue - Óbitos X X X 
8 Difteria X X 
9 Doença de Chagas Aguda X X 
10 Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) X 
11 a. Doença Invasiva por "Haemophilus Influenza" X X 
 b. Doença Meningocócica e outras meningites X X 
12 Doenças com suspeita de disseminação intencional: a. 
Antraz pneumônico b. Tularemia c. Varíola 
X X X 
13 Doenças febris hemorrágicas emergentes/reemergentes: 
a. Arenavírus b. Ebola c. Marburg d. Lassa e. Febre 
purpúrica brasileira 
X X X 
14 a. Doença aguda pelo vírus Zika X 
 b. Doença aguda pelo vírus Zika em gestante X X 
 c. Óbito com suspeita de doença pelo vírus Zika X X X 
15 Esquistossomose X 
16 Evento de Saúde Pública (ESP) que se constitua ameaça 
à saúde pública (ver definição no Art. 2º desta portaria) 
X X X 
17 Eventos adversos graves ou óbitos pós-vacinação X X X 
18 Febre Amarela X X X 
19 a. Febre de Chikungunya X 
 b. Febre de Chikungunya em áreas sem transmissão X X X 
 c. Óbito com suspeita de Febre de Chikungunya X X X 
20 
Febre do Nilo Ocidental e outras arboviroses de 
importância em saúde pública X X X 
 
21 Febre Maculosa e outras Riquetisioses X X X 
22 Febre Tifoide X X 
 
31 
23 Hanseníase X 
24 Hantavirose X X X 
25 Hepatites virais X 
26 HIV/AIDS - Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência 
Humana ou Síndrome da Imunodeficiência Adquirida 
 X 
27 Infecção pelo HIV em gestante, parturiente ou puérpera e 
Criança exposta ao risco de transmissão vertical do HIV 
 X 
28 Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) X 
29 Influenza humana produzida por novo subtipo viral X X X 
30 Intoxicação Exógena (por substâncias químicas, incluindo 
agrotóxicos, gases tóxicos e metais pesados) 
 X 
31 Leishmaniose Tegumentar Americana X 
32 Leishmaniose Visceral X 
33 Leptospirose X 
34 a. Malária na região amazônica X 
 b. Malária na região extra Amazônica X X X 
35 
Óbito: a. Infantil b. Materno 
 X 
36 Poliomielite por poliovirus selvagem X X X 
37 Peste X X X 
38 Raiva humana X X X 
39 Síndrome da Rubéola Congênita X X X 
40 
Doenças Exantemáticas: a. Sarampo b. Rubéola 
X X X 
41 
Sífilis: a. Adquirida b. Congênita c. Em gestante 
 X 
42 Síndrome da Paralisia Flácida Aguda X X X 
43 Síndrome Respiratória Aguda Grave associada a 
Coronavírus a. SARS-CoV b. MERS- CoV 
X X X 
44 
Tétano: a. Acidental b. Neonatal 
 X 
45 Toxoplasmose gestacional e congênita X 
46 Tu b e r c u l o s e X 
47 Varicela - caso grave internado ou óbito X X 
48 a. Violência doméstica e/ou outras violências X 
b. Violência sexual e tentativa de suicídio X 
* MS (Ministério da Saúde), SES (Secretaria Estadual de Saúde) ou SMS (Secretaria Municipal de 
Saúde) 
Fonte: BRASIL (2016)

Outros materiais