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Síndrome de Fragilidade no Idoso

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Thaís Morghana - UFPE-CAA
Síndrome de
Fragilidade
EPIDEMIOLOGIA
No Brasil, em uma amostra de 5.638 idosos
participantes do estudo FIBRA, projeto multicêntrico
de avaliação da fragilidade entre idosos brasileiros
(Rede de Pesquisa sobre Estudos da Fragilidade em
Idosos Brasileiros, Rede FIBRA), 8% foram
classificados como frágeis pelos critérios de Fried et
al., e 52,7% como pré-frágeis.
DEFINIÇÃO E FISIOPATOLOGIA
Consenso entre a Associação Internacional de
Gerontologia e Geriatria e a Organização Mundial da
Saúde definiu a fragilidade como: estado clínico em
que há um aumento da vulnerabilidade do indivíduo à
maior dependência e/ou mortalidade quando exposto a
um estressor. Pode ocorrer como resultado da presença
de multimorbidades diversas.
A fragilidade não é apenas uma condição física, mas
também psicológica ou uma combinação das duas.
DIAGRAMA DE VENN
Mostra a sobreposição de fragilidade com incapacidade
e comorbidades.
CLINICAL FRAITY SCALE
Todos os déficits potenciais presentes em um indivíduo
(sinais, sintomas, condições geriátricas, alterações
laboratoriais, incapacidades) são listados e
posteriormente somados.
A fragilidade é um constructo intermediário que surge
como resultado do efeito dessa somatória nas reservas
homeostáticas.
OUTRAS DEFINIÇÕES
○ A fragilidade é resultante de alterações em
mecanismos biológicos, que leva a modificações
de múltiplos sistemas e, eventualmente, ao
rompimento do equilíbrio homeostático.
○ A desregulação de múltiplos sistemas e a
diminuição da efetividade dessas interconexões
pode conduzir à perda dessas reservas e,
consequentemente, comprometer a manutenção da
homeostase diante dos estressores.
ESPIRAL NEGATIVA DE DECLÍNIO
FUNCIONAL
○ A diminuição da energia disponível afetaria
múltiplos sistemas fisiológicos, levando ao seu
comprometimento funcional e, em última
instância, desencadearia um progressivo declínio
no funcionamento físico.
○ Com o envelhecimento, as estratégias adaptativas
se tornam limitadas.
Thaís Morghana - UFPE-CAA
CICLO DECRESCENTE DE ENERGIA
○ Esse ciclo teria manifestações clínicas como
declínio de força, energia, velocidade de marcha,
atividade física e perda de peso, todas
inter-relacionadas.
TRÍADE DA FRAGILIDADE
Sarcopenia ou perda de massa muscular → com o
envelhecimento, há a perda de massa muscular e
substituição por tecido adiposo e fibrótico.
○ Resulta em diminuição de força e de tolerância ao
exercício, fadiga, fraqueza e diminuição da
capacidade de desempenhar ABVD.
○ Causa comprometimento de equilíbrio, velocidade
de caminhada e quedas
Alteração imunológica → A produção de anticorpos
declina com o avançar da idade e tornam os indivíduos
idosos mais vulneráveis ao ataque e à propagação de
infecções.
○ Modificações e diminuição de células B, devido a
modificações nas células T.
○ Existe uma variabilidade individual para tais
modificações.
Alterações neuroendócrinas → Com o avançar da
idade, a sensibilidade dessa rede de controle de
respostas diminui e a velocidade de transmissão é
alentecida.
○ Diante de um estímulo estressor, a resposta
orgânica pode apresentar início mais tardio e,
também, um “desligamento” mais alentecido.
○ Maior liberação de epinefrina, norepinefrina e
glicocorticoides.
○ Redução do hormônio do crescimento: tem
impacto na manutenção da massa muscular e
óssea.
O somatório de aumento da vulnerabilidade a
infecções com aumento do estado inflamatório
geraria um subgrupo de indivíduos especialmente
vulneráveis a estressores
QUADRO CLÍNICO
DIAGNÓSTICO
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DE FRIED et al.
(2010)
Fenótipo mensurável da fragilidade:
○ Perda de peso não intencional (≥ 4,5 kg ou ≥ 5%
do peso corporal)
○ Fadiga
○ Diminuição de força: teste de força de preensão
palmar.
○ Baixo nível de atividade física
○ Diminuição da velocidade de marcha: timed get
up and go e teste de Tinetti.
1-2 componentes: pré-frágil; alto risco para
desenvolver síndrome da fragilidade.
Thaís Morghana - UFPE-CAA
≥ 3 componentes: idoso frágil.
ESCALA FRAIL
Fadiga: Você está cansado?
Resistência: Não consegue subir 1 lance de
escada?
Aeróbico: Não consegue andar 1 quarteirão?
Illnesses: Você tem mais de 5 doenças?
Loss de peso: Você já perdeu mais de 5% do seu
peso nos últimos 6 meses?
CLASSIFICAÇÃO
FRAGILIDADE PRIMÁRIA
○ Modificações genéticas
○ Danos oxidativos ao DNA
○ Encurtamento dos telômeros
○ Processo de envelhecimento
FRAGILIDADE SECUNDÁRIA
○ Depressão
○ Câncer
○ Infecções crônicas
○ Insuficiência cardíaca congestiva
CONTINUUM DE RESILIÊNCIA E
FRAGILIDADE
Normal ou hígido Resiliente, recupera-se
prontamente dos
estressores
Fragilidade subclínica Parece resiliente, mas
recupera-se lenta ou
incompletamente dos
estressores; pode
apresentar desfechos
adversos de saúde
Fragilidade inicial Fragilidade clinicamente
aparente; baixa
tolerância aos
estressores; sem
incapacidades
Fragilidade tardia Fragilidade clinicamente
aparente; baixa
tolerância aos
estressores; recuperação
muito alentecida;
incapacidade,diminuição
de energia e força
Fragilidade em estágio
final
Aparenta fragilidade
grave, diminuição de
força, perda de peso,
baixos níveis de LDL e
colesterol; dependência e
risco elevado de óbito
em 12 meses
TRATAMENTO
Avaliação geral do idoso → Identificar doenças
latentes ou não tratadas; rastrear fatores que podem
exacerbar a vulnerabilidade, como medicações
inadequadas ou polifarmácia, hospitalizações, cirurgias
ou outras intervenções com potencial iatrogênico.
○ Controlar os fatores de risco e fatores
desencadeantes da síndrome de fragilidade.
Fragilidade primária → Instituição precoce de
intervenções de suporte para prevenir a perda de massa
muscular e melhorar a força e a energia.
○ Prescrição de exercícios resistidos regulares:
treinamento de força com exercícios para
flexibilidade, equilíbrio e capacidade aeróbica
mostra mais benefícios.
○ Suplementação nutricional: tem benefícios
associados à atividade física. A necessidade de
proteínas de idosos, em especial os portadores de
doenças crônicas, é superior à preconizada (0,8 a
1,2 g/kg/dia), exceto em condições especiais,
como a insuficiência renal. Desta forma, são
indicados suplementos proteico-calóricos.
○ Terapia hormonal: não tem evidências claras.
○ Medicações que atuem nos componentes
fisiopatológicos da síndrome (antiinflamatórios,
miostáticos, anabolizantes).
Fragilidade secundária → Tratamento específico, de
acordo com as condições apresentadas pelo paciente.
Thaís Morghana - UFPE-CAA
PREVENÇÃO
Mudança dos hábitos de vida → Suspensão do
tabagismo, da ingestão excessiva de álcool e da
ingestão de substâncias psicoativas, além do
tratamento rigoroso de doenças crônicas e rápido de
doenças agudas. Recomenda-se alimentação
balanceada e diversificada, manutenção de atividade
física adequada e o uso judicioso de medicamentos.
Prevenção secundária → Prevenção de quedas, a
correção de perdas com órteses e a reposição de
vitaminas e minerais quando apropriado, além do
tratamento de condições crônicas.
REFERÊNCIAS
FREITAS E.V. et al. Tratado de Geriatria e
Gerontologia. 4. ed. [s.I.]: Guanabara Koogan, 2017.
FRIED, Linda P. et al. Hazzard’s geriatric medicine
and gerontology. 6. ed. New York: McGraw Hill,
2010.

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