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Hipertensão arterial sistêmica A hipertensão arterial sistêmica é uma condição clínica multifatorial e sustentada com níveis elevados de PA, por exemplo, (PA ≥140 x 90 mmHg). Ela está associada às alterações estruturais e funcionais de órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos), sendo agravada pela presença de outros fatores de risco como dislipidemias, obesidade abdominal, intolerância à glicose diabetes melito. Sua mortalidade está diretamente associada, de forma linear, com o aumento dos níveis pressóricos do indivíduo. As mulheres apresentam maior incidência que os homens. O Ministério da Saúde preconiza que as mudanças no estilo de vida, como: alimentação, prática de atividades físicas, abandono do tabagismo e consumo de álcool sejam as melhores formas de garantir um sucesso terapêutico e assegurar a prevenção. A HAS apresenta uma alta morbimortalidade, logo necessita de um diagnóstico precoce o qual não requer instrumentos sofisticados, sendo que a doença pode ser tratada e controlada através de modificações no estilo de vida do paciente e com a administração de medicamentos de baixo custo e fácil acesso. Além do controle e tratamento garantido com o diagnóstico precoce, ele também reduz o aparecimento de complicações cardiovasculares como Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), Acidente Vascular Cerebral (AVC) e problemas renais. I. Rastreamento O rastreamento deve ser feito para todo e qualquer indivíduo com maior de 18 anos. Essas pessoas devem ter no registro de sua UBS pelo menos uma aferição para tomar como base. A primeira aferição deve ser realizada em ambos os braços, sendo que caso haja diferença entre os resultados seja feito a média dos mesmos e o braço que possui maior resultado deve ser anotado como o braço de referência para o que possa ser realizado o rastreio nas próximas consultas. A segunda aferição deve seguir períodos diferentes para resultados diferentes: 1. Pacientes com PA menor que 120x80 mmHg deve ser refazer a aferição a cada 2 anos. 2. Pacientes com PA 120-139/80-89 mmHg e sem fatores de risco associados devem ser submetidos a uma aferição anual. 3. Pacientes com PA maior ou igual a 140x90 mmHg ou com 120-139/80-89 mmHg com fatores de risco associados devem ser submetidos a aferições semanalmente. II. Diagnóstico O diagnóstico da HAS é realizado através de uma média aritmética de três aferições em dias distintos e com intervalo de uma semana entre eles. Ele é confirmado caso o resultado dessa média seja maior ou igual a 140x90 mmHg. Cabe ressaltar que o diagnóstico não deve ser fechado em aferições realizadas em um só dia, além disso, o examinador deve evitar aferir a PA em condições de estresse físico (dor) e emocional. A aferição automediada da pressão arterial (Ampa) fora do consultório é aquela que é realizada pelos familiares, sendo de importante fonte de informação adicional. A sua principal vantagem é a possibilidade se obter uma medida mais real dos níveis pressóricos nos ambientes em que as pessoas passam seu dia. É importante destacar que esses aparelhos devem ser regulados e calibrados frequentemente. Na suspeita de Hipertensão do Avental Branco (HAB) ou Hipertensão Mascarada (HM), sugeridas pelo Ampa o examinador deve recomentar a Monitoração Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) ou Monitorização Residencial de Pressão Arterial (MRPA) para confirmar ou excluir o diagnóstico. Hipertensão do Avental Branco (HAB): é a situação clinica caracterizada por valores anormais de PA no consultório, porem valores normais pelo MAPA ou MRPA. Não tem indicação de anti-hipertensivos. Hipertensão Mascarada (HM): é caracterizada por valores normais de PA no consultório, porem com PA elevada pelo MAPA ou medidas residenciais. Embora existam essas duas situações a aferição tomada como base é a do consultório, obtendo-se medidas fora dele para indivíduos hipertensos no consultório e sem evidência de repercussão em órgãos- alvo e aqueles normotensos no consultório e com riscos aumentados para hipertensão. Desse modo, existe uma pressão limítrofe para esses pacientes na faixa etária dos 40 a 50 anos e indivíduos com fatores de risco para hipertensão (histórico familiar, sobrepeso ou obesidade). O MAPA é um aparelho eletrônico que afere a pressão no intervalo de 24h inclusive durante o sono (a elevação da PA durante o sono é um sinal de prognóstico). São atualmente consideradas anormais as medias de PA de 24 horas >=130/80, vigília 135/85 e sono>=120/70mmhg. A MRPA é feita por manômetros digitais, sendo realizadas 3 medições pela manhã antes do café e da administração do medicamento e 3 vezes antes do jantar em um período de 5 dias. Ou então, 2 medidas antes do café da manhã e 2 medidas antes do jantar durante sete dias. São considerados anormais valores de PA >= 135/75. A normotensão são pessoas que se encontram abaixo de 120x80 mmHg realizando as aferições a cada dois anos, enquanto pessoas com pessoas com PA entre 130/85mmHg devem ser acompanhadas anualmente. Pacientes pré-hipertensos são aqueles que estão entre 130-139/85-89mmHg, eles devem ser avaliados quanto a presença de fatores de risco. Na presença de fatores de risco, os pacientes são encaminhados para enfermeira a qual vai estratificar o risco cardiovascular, necessitando de mais duas aferições no intervalo de 7 a 14 dias. Na ausência de fatores de risco paciente deve ser encaminhado para a enfermeira para realizar a mudança do estilo de vida, retornando-a depois de um ano. Pessoas com pressão limítrofe são indivíduos com risco aumentado para HAS. Por outro lado, pessoas com média de três aferições maiores e iguais 140/90mmHg devem ser encaminhadas para o médico para iniciar o tratamento e o acompanhamento. Hipotensão Ortostática: devem ser suspeitada em pacientes idosos, diabéticos, disautonômicos e naqueles em uso de medicações anti-hipertensivas. Assim nessas condições deve-se medir a PA com o paciente sentado e após 3 minutos com ele em pé. Se houver redução da PAS >20mmHg ou da PAD >10mmHg é confirmado hipotensão postural. A consulta com a enfermeira não só serve para estratificar o risco do paciente em adquirir uma doença coronariana, mas também deve ser realizada a prevenção, através da redução dos fatores de risco, tais como: a redução da ingestão de sal, excesso de adiposidade, principalmente do abdômen e redução da ingestão de álcool. III. Avaliação clínico-laboratorial Anamnese Deve ser realizada anamnese, com história clinica completa, perguntas obrigatórias sobre o tempo de diagnóstico e tratamentos anti-hipertensivos instituídos previamente (medicamentos e doses). Além disso, convém apurar os sintomas que indiquem a evolução da doença hipertensiva, especialmente a presença de -alvo (LOA). São importantes os antecedentes pessoais e a construção de uma linha de tempo que permita melhor compreensão do quadro clinico A história familiar também deve ser obtida para corroborar o diagnóstico de HA primário. É fundamental avaliar o uso de outros medicamentos, fármacos e drogas licitam e ilícitas, que não anti- hipertensivos, que possam interferir na PA. Exame Físico Um exame físico minucioso deve ser realizado, com medida correta e repetida da PA e da frequência cardíaca (FC), além de se procurar sinais de Lesão de órgão-alvo. Os dados antropométricos, peso e altura, assim como o cálculo do índice de massa corporal (IMC) e da circunferência abdominal (CA) devem ser calculados; A avaliação deve contemplar palpação e ausculta cardíaca e de carótidas, além de verificação dos pulsos. A medida do índice tornozelo braquial (ITB) também fundoscopia. Realiza-se o cálculo do ITB por meio da razão entre a pressão arterial sistólica (PAS) do braço e a do tornozelo, tanto esquerdo quanto direito. A PAS braço/PAStornozelo normal acima de 0,90. A obstrução leve caracteriza-se por ITB entre 0,71-0,90; moderada 0,41-0,70; e grave 0,00-0,40. Esses valores abaixo do normal indica uma doença vascular periférica. Avaliação laboratorial Albuminúria: valores normais <30mg/24h Para calculo de depuração de creatinina: formula cocroft gault I > 90 Normal II: 60 - 90 III: 30 – 60 Doença Renal crônica IIIA: 45-60 IIIB 30-45 IV: 15 – 30 Doença Renal Crônica V < 15 Doença Renal Crônica IV. Estratificação do Risco Cardiovascular O risco CV deve ser avaliado em cada individuo hipertenso, pois auxilia na decisão terapêutica e permite uma analise prognostica. Na prática clínica, a estratificação de risco CV no paciente hipertenso pode ser baseada em duas estratégias diferentes. Na Estratificação de risco CV adicional, o objetivo da avaliação é determinar o risco global diretamente relacionado À hipertensão. Nesse caso, a classificação de risco depende dos níveis de PA, dos fatores de risco associados, das LOAS e da presença de DCV ou doença renal. Na estratificação de risco CV global, o objetivo é determinar o risco de um individuo desenvolver DCV em geral nos próximos 10 anos. Essa forma de avaliação não é específica para o paciente hipertenso. 1ª etapa: identificar aterosclerose e equivalentes. 2ª etapa: calcular escore de risco global (ERG). Risco baixo: ERG <5% Risco intermediário: homens ERG 5-20% E mulheres ERG 5-10% Risco alto: homens ERG >20% e mulheres >10% 3º etapa: reclassificação de risco conforme presença de fatores agravantes. AFERIÇÕES ESPECIAIS A medida de PA em crianças é recomendada a partir dos 3 anos de idade, sendo realizada anualmente em sua consulta com o pediatra. A interpretação dos valores obtidos devem se levar em conta a idade, sexo e a altura da criança. A hipertensão diagnosticada nessa população é feita por tabelas e escores, sendo que uma criança hipertensa possui 95 de percentil. É importante destacar que a indicação da utilização do MAPA nessa população é controverso, sobretudo, pela ausência de critérios de normalidade. No caso dos idosos é comum verificar um aumento na pressão, principalmente, na pressão sistólica. Considera-se níveis normais de até 160mmHg para a PS. A pseudo-hipertensão pode derivar do enrijecimento da parede abdominal o que dificulta a oclusão da artéria. A manobra de Osler é realizada para verificar esse enrijecimento, ela é realizada através da inflação do manguito e as palpações do pulso radial, pacientes que apresentam calcificação apresentaram pulso palpável mesmo com o manguito inflado acima do valor de PS normal. Em gestantes a aferição é realizada pela mesma semiotécnica, no entanto posiciona a gestante em decúbito lateral esquerdo de repouso e não realizar quando estiver sentada. V. Tratamento Indivíduos com HAS estágio 2 ou 3 (isto é, PA ≥ 160 x 100 mmHg), bem como indivíduos com HAS estágio 1, mas com risco cardiovascular ALTO, devem iniciar de imediato o tratamento anti-hipertensivo não medicamentoso e medicamentoso. Indivíduos com HAS estágio 1 e risco cardiovascular intermediário ou baixo devem tentar o tratamento não medicamentoso isolado por um prazo de três e seis meses,. Se após tal período a PA não ficar dentro da meta (três meses para o risco intermediário e seis meses para o risco baixo), deve-se iniciar o tratamento medicamentoso. Pré-hipertensos (PA entre 130-139 x 85-89 mmHg) devem iniciar de imediato tratamento não medicamentoso, pois isso reduz a evolução para HAS. Nestes pacientes, o início do tratamento medicamentoso pode ser considerado de forma individualizada, caso exista uma DCV instalada ou RCV alto. O uso de inibidores do sistema renina- angiotensina-aldosterona comprovadamente reduz o surgimento de HAS neste subgrupo. Na HAS i t ic i i (≥ 60 anos), o tratamento medicamentoso está indicado a partir de uma PAS ≥ 140 mmH , desde que bem tolerado. Nos “muit i ” (≥ 80 n ), o tratamento medicamentoso passa a ser indicado somente PAS ≥ 160 mmH. 1. TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO 2. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO "Anti-hipertensivo de 1a linha" é toda droga que, além de baixar a PA, reduz a morbimortalidade cardiovascular. As principais classes de anti-hipertensivos de 1ª linha são: 1. Diuréticos (DIU). 2. Bloqueadores de Canais de Cálcio (BCC). 3. Inibidores da ECA (IECA). 4. Bloqueadores do Receptor de Angiotensina II (BRA). 5. Betabloqueadores (BB). Princípios gerais do Tratamento medicamentoso Preferem-se as drogas de uso oral, na menor dosagem possível, a um custo financeiro que o paciente possa arcar. Preferem-se as drogas de ação longa ou liberação lenta, que permitem a tomada 1x ao dia, aumentando a adesão do paciente. A posologia deve garantir a manutenção de níveis séricos eficazes ao longo das 24h. A maioria dos anti-hipertensivos começa a agir entre 1-3h, logo, recomenda-se a tomada após acordar, a fim de evitar o pico de pressão que normalmente ocorre no início do dia. A PA deve ser reavaliada após quatro semanas do início ou mudança do tratamento. Se o resultado terapêutico for parcial e não houver efeitos colaterais, pode-se aumentar a dose do fármaco em uso, ou, pode-se associar num novo anti-hipertensivo com mecanismo de ação diferente. DROGAS ANTI-HIPERTENSIVAS 1. DIURÉTICOS A preferencia é pelos tiazídicos em baixas doses, pelo fato de poderem ser tomados 1x ao dia e promoverem uma redução mais suave da PA. Os DIU de alça são indicados apenas na vigência de Doença renal crônica avançada (CICr <30ml/min) e/ou na presença de edema. Tiazídicos Num primeiro momento, reduz o volume extracelular (VEC). Contudo, passadas 4 semanas, o VEC volta ao normal (pelo aumento compensatório na reabsorção renal de sal e agua) ocorrendo uma redução da Resistencia Vascular Periférica, o que efetivamente reduz a PA. Atua no TCD diminuindo reabsorção de Na+, K+ e Mg+. Com isso aumenta a concentração de Ca+ e ac. úrico. Dose máxima 25mg; Diuréticos de Alça Ao bloquearem a reabsorção de Na/K/2Cl no ramo ascendente espesso da alça de Henle, os DIU de alça promovem uma natriurese muito mais intenso que os tiazídicos, espoliando o paciente de volume. Logo, só devem ser usados como anti-hipertensivos quando a HAS estiver associada à hipervolemia, pois ele é diurético. Em pacientes não francamente hipervolêmicos o risco de hipovolemia torna-se proibitivo. Além do mais, os DIU de alça podem precisar de múltiplas tomadas diárias. Poupadores de K+ Bloqueiam diretamente o receptor de aldosterona (ex.: espironolactona, eplerenona), ou então, o canal epitelial de sódio (ENaC) induzido pela aldosterona nas células do túbulo coletor (ex.: amilorida, triantereno). Lembre-se que é no túbulo coletor que ocorre a reabsorção de sódio em troca da secreção de K+ e H+, por ação da aldosterona. Elimina sódio e absorve potássio. Espironolactona usado como 4ª droga em tratamento refratário. 2. BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO (BCC) Bloqueiam canais de cálcio presentes na membrana de certos tipos celulares, reduzindo o influxo de cálcio para o citoplasma. O cálcio é cofator imprescindível para a contração muscular, sendo igualmente importante para o funcionamento do tecido de condução cardíaca. Podem ser de dois tipos: Os di-idropiridínicos são vasosseletivos, isto é, atuam especificamente em canais de cálcio L localizados nas células musculares lisas da parede das arteríolas, promovendo vasodilatação e redução da RVP, sem interferir na contratilidade miocárdica. Por este motivo são os BCC mais utilizados como anti- hipertensivos, especialmente os de meia-vida longa, como a anlodipina. Pode ocorrer edema. Os não di-idropiridínicos são cardiosseletivos,atuando em canais de cálcio T localizados nos cardiomiócitos e no tecido de condução. Por este motivo, podem deprimir a contratilidade miocárdica (redução do débito cardíaco), além de ocasionar bradicardia. São especialmente uteis nos hipertensos que necessitam reduzir a FC, mas não podem utilizar BB, como os portadores de angina pectoris, asma ou DPOC. 3. INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA (IECA). Reduzem a formação de angiotensina II a partir da angiotensina I, reduzindo também a degradação de bradicinina (vasodilatador endógeno), a qual é igualmente mediada pela ECA. O resultado final é uma vasodilatação arterial periférica (queda da RVP). Efeitos colaterais: tosse seca (principal: 5-20% dos pacientes, explicada pelo aumento de bradicinina no parênquima pulmonar), angioedema, erupções cutâneas, IRA na doença renovascular (bilateral ou em rim único), pancreatite e leucopenia. Contraindicação: gestante, DRC estagio IV ou V Não se utiliza BRA e IECA juntos, pois eles atuam no mesmo sistema, então o efeito anti-hipertensivo não é aumentado. Receptor AT1 promove vasoconstrição, aumento da reabsorção de sódio e aumento da produção de aldosterona. Receptor AT2 na aferiola eferente promove a vasodilatação. 4. BLOQUEADORES DO RECEPTOR DE ANGIOTENSINA II (BRA). Bloqueiam o receptor AT1 de angiotensina II (responsável pelos efeitos de vasoconstrição, proliferação celular e liberação de aldosterona pelo córtex adrenal). Com isso os níveis de angiotensina II tendem a aumentar na circulação, o que acaba estimulando os receptores AT2, que possuem efeito vasodilatador. Por não inibirem diretamente a ECA, os BRA não produzem aumento de bradicinina. Os BRA são úteis nas mesmas situações que os IECA, e têm basicamente os mesmos paraefeitos que estes últimos, com exceção da tosse seca e do angioedema. 5. BETABLOQUEADORES O efeito anti-hipertensivo é explicado pelo bloqueio dos receptores beta-1-adrenérgicos (localizados no coração), que reduz o DC através de uma diminuição do cronotropismo (frequência cardíaca), do inotropismo (contratilidade miocárdica) e do dromotropismo (condução atrioventricular). Tais ações também justificam os efeitos antianginosos e antiarrítmicos dos BB. O bloqueio dos receptores beta-1 reduz, ainda, a secreção de renina pelo aparelho justaglomerular, ao inibir a ação de catecolaminas localmente liberadas pelos nervos renais. Por outro lado, o bloqueio dos receptores beta-2-adrenérgicos (localizados nos vasos sanguíneos, brônquios e hepatócitos) promove vasoconstricção, broncoconstricção e inibição da liberação hepática de glicose estimulada por catecolaminas (ex.: em resposta à hipoglicemia aguda). A droga de maior lipossolubilidade é o propranolol, que por este motivo se mostra especialmente útil na presença de: (1) tremor essencial; (2) síndromes hipercinéticas; e (3) cefaleias vasculares, como a enxaqueca. O propranolol ainda pode ser usado no tratamento da hipertensão porta, pelo fato de reduzir o débito cardíaco (bloqueio beta-1) ao mesmo tempo em que bloqueia receptores beta-2 localizados nos vasos esplâncnicos, inibindo a vasodilatação e consequente aumento de fluxo sanguíneo no leito mesentérico (eventos básicos na gênese da hipertensão porta). Efeitos colaterais: broncoespasmo, bradicardia, distúrbio da condução AV, insônia/pesadelos/depressão (BB lipossolúveis), disfunção erétil, intolerância à glicose (bloqueio à liberação de insulina pelo pâncreas) e dislipidemia (aumento de LDL e triglicerídeos + redução do HDL). Os BB de 1a e 2a geração são formalmente contraindicados na asma, na DPOC e no BAV de 2º e 3º graus. Só usa inicialmente para pacientes com enxaqueca, tremor essencial, arritmias pós IAM associada à hipertensão. Fazem perturbação no metabolismo de acido úrico.
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