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A estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) reduz a dor e adia a necessidade de analgesia farmacológica durante o parto: Um ensaio randomizado.

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Turma: Eletrotermofototerapia 
Professor: Alexandre Sancho 
Semestre: 2021.1 
 
A estimulação elétrica nervosa transcutânea 
(TENS) reduz a dor e adia a necessidade de 
analgesia farmacológica durante o parto: 
Um ensaio randomizado. 
Santana LS, Gallo RBS, Ferreira CHJ, Duarte G, Quintana SM, Marcolin AC 
 
 
 De início, no artigo em questão aborda sobre a dor durante o trabalho de parto 
enfrentada por muitas mulheres, até mesmo relatada como a pior dor já sentida, sendo 
descrita não apenas como uma dor intensa, mas também responsável pelo aumento da 
ventilação da parturiente, aumento do consumo de oxigênio, o que poderá por 
consequência resultar em hipocarbia e alcalose respiratória, sendo a diminuição de 
dióxido de carbono, assim como produz catecolaminas causando aumento da resistência 
vascular periférica, débito cardíaco e pressão arterial elevada. Desta maneira, conclui-se 
que a dor deve ser reduzida durante o trabalho de parto para aliviar os efeitos descritos 
anteriormente. 
 
 O TENS é um aparelho não farmacológico de analgesia que pode ser usado durante 
o trabalho de parto através de eletrodos aplicados na região lombar da mulher, na 
intenção de controlar tanto a frequência quanto os impulsos elétricos da dor. O TENS 
neste estudo foi utilizado no alívio da dor durante as fases iniciais do trabalho de parto, 
podendo retardar o tempo em que a paciente necessite de medicação para reduzir o 
quadro álgico, ou seja, a necessidade de intervenções farmacológicas. 
 
MÉTODO 
 O estudo foi realizado de modo randomizado com alocação oculta, ou seja, neste 
haviam dois examinadores nomeados de investigador principal LSS e um segundo 
investigador, RBSG, onde o primeiro designou aleatoriamente as mulheres eleitas para 
um grupo experimental e um grupo de controle designados por um computador. O 
investigado RBSG, o segundo, entrava na sala apenas para avaliar os resultados do 
processo, porém sem saber se a paciente recebia as doses de TENS ou se era de modo 
placebo. Ele registrava respostas de cada uma das participantes referente à intensidade e 
localização da dor antes e após a intervenção feita pelo investigador LSS, e era pedido 
que as mesmas não alertassem ao segundo investigador qual tipo de tratamento 
receberam. 
 
PARTICIPANTES 
 O estudo foi realizado em um hospital de referência da saúde da mulher em São 
Paulo em setembro de 2011. A solicitação foi feita de modo voluntário, onde os 
critérios para inclusão no estudo eram: 
 Gestação de baixo risco; 
 Maior que 37 semanas de gestação; 
 Feto na posição cefálica durante o trabalho de parto; 
 Início espontâneo do trabalho de parto, ou seja, sem indução; 
 Dilatação cervical de 4cm; 
 Contrações uterinas apropriadas; 
 Nenhum uso de medicamentos desde a admissão hospitalar, até a randomização; 
 Ser alfabetizada; 
 Possuir capacidade de compreensão do estudo. 
 
 Foi descrito que a qualquer momento em que a parturiente se sentir inclinada a sair 
do estudo, ela poderia se recusar a dar continuidade, se recusando a participar em 
qualquer estágio da randomização. 
 
 Os investigadores de todo o processo e investigadores secundários, eram 
fisioterapeutas especializados em saúde da mulher desde o ano de 2008. 
 Como já informado, o investigador principal realizou toda a randomização e a 
aplicação do TENS e cuidados obstétricos de rotina, e esteve presente durante os 30 
minutos de aplicação da intervenção, enquanto o investigador secundário apenas avaliou 
os resultados permanecendo o mesmo tempo na sala de parto. 
 
INTERVENÇÃO 
 Foram utilizados: 
 TENS portátil; 
 Dois pares de eletrodos medindo 5x9cm fixados nas regiões paravertebrais das 
participantes do grupo experimental com esparadrapo cirúrgico hipoalergênico; 
 Dois pares de eletrodos foram colocados 1cm lateralmente em cada lado da 
coluna nos níveis T10 à L1 e S2 à S4, devido a serem os níveis espinhais que 
recebem informações nociceptivas do útero, canal de parto e períneo. 
 
 Este grupo recebeu TENS continuamente durante 30 minutos a partir da fase inicial 
do trabalho de parto. 
 A unidade TENS produz um pulso assimétrico bifásico modificado e foi definida 
para uma largura de pulso de 100 μs e uma frequência de 100 Hz. A intensidade 
recebida foi aplicada de acordo com a sensibilidade de cada paciente. 
 
RESULTADO PRIMÁRIO 
 O primeiro resultado obtido foi a mudança na intensidade da dor ao final da 
intervenção. 
 A avaliação foi concluída usando a escala visual analógica (EVA), onde a 
intensidade da dor é marcada em uma escala com variação de 1 à 100mm, na qual 1 
representa nenhuma dor, e 100 seria a pior dor já sentida pela paciente. A aplicação do 
TENS fez diminuir 13mm, o que seria indicado seu uso durante o trabalho de parto. 
 
RESULTADOS SECUNDÁRIOS 
 Os resultados secundários descritos informavam sobre as coletas de dados feitos 
pelo segundo investigador que incluíam o tempo de duração da fase ativa do parto, um 
diagrama corporal frontal e traseira do corpo humano indicando os locais dolorosos 
indicados pelas pacientes, quanto tempo as mesmas levaram para pedir analgesia 
farmacológica, e informações sobre o neonato, como perímetro cefálico, apgar nos 
primeiros 5 minutos, circunferência torácica e demais outras questões. 
 
FLUXO DE PARTICIPANTES DURANTE O ESTUDO 
 Foram avaliadas 283 parturientes e excluídas 237 por não atenderem aos critérios 
de inclusão. 
 46 participantes foram incluídas no estudo e divididas em grupo experimental e de 
controle. Cada participante recebeu intervenção aleatoriamente e não houve perda de 
participantes durante todo o processo. 
 
EFEITO DA INTERVENÇÃO 
 O grupo experimental após a intervenção teve uma melhora considerável quanto a 
dor, já o grupo de controle apresentou um pequeno aumento na intensidade da dor. 
 Assim, o efeito da TENS pode ser estimado como –15 mm (IC 95% –27 a –2 mm) 
na VAS. Quando a dor foi analisada qualitativamente pela classificação VAS, 69% do 
grupo controle e 70% do grupo experimental classificaram a dor como ≥ 7 antes da 
intervenção. Após a intervenção, 34% do grupo experimental classificou a dor como ≥ 
7, em oposição a 83% do grupo controle, demonstrando uma redução estatisticamente 
significativa da dor durante o trabalho de parto (RR 0,42, IC 95% 0,23 a 0,76). 
(SANTANA, GALLO e autores, 2011) 
 Sendo assim, a cada duas mulheres tratadas com o TENS, uma relatará dor como 
menor que 7. 
 De acordo com este estudo, o TENS adiou a necessidade da analgesia 
farmacológica para aliviar o quadro álgico durante a fase ativa do trabalho de parto, e as 
parturientes se sentiram mais a vontade realizando a postura de decúbito lateral 
esquerdo para a realização da intervenção. 
 Quando perguntadas, as parturientes afirmaram que a experiência do parto foi 
narrada como péssima, e em relação com a qualidade de assistência prestada pelo 
fisioterapeuta durante todo o processo foi extremamente importante. 
 Quanto aos números relatados pelas parturientes foi classificada a intervenção feita 
como: 
 
74% das mulheres do grupo 
experimental 
Excelente 
70% do grupo de controle Excelente 
 
 
 As participantes deste estudo descrevem o uso do TENS como “alívio da dor”, 
“alívio no estresse” e “alívio da ansiedade” durante o trabalho de parto. 
 94% destas mulheres afirmam que preferem receber o mesmo atendimento que 
tiveram nos partos futuros. 
 
DISCUSSÃO 
 O resultado final deste estudo compreende que o uso do TENS produz uma 
diminuição significativa no quadro álgico no início do trabalho de parto, tendo 
indicação com 4cm de dilatação uterina da parturiente. Também ficou claro que seu uso 
não altera a localização ou distribuição da dor durante a intervenção, causando nenhumdano na mulher ou no feto. 
 Haviam 11 estudos feitos até o presente momento da realização deste, onde 8 deles 
descreviam sobre seu uso não possuir um efeito benéfico ou maléfico, e 3 destes 
afirmavam sobre seus contrários, ou seja, bons. A diferença entre os autores Bundsen et 
al, Van der Spank et al e Chao et al são apenas os métodos realizados. No estudo de 
Bundsen constava pacientes com partos induzidos, e recebendo TENS em dois locais 
diferentes simultaneamente. Van de Spank adotou parâmetros do TENS diferente do 
primeiro, e já Chao, utilizou o TENS acupuntura. Assim, os quatro artigos em questão 
chegaram ao mesmo diagnóstico, que seria o benefício da redução da dor na fase ativa 
do trabalho de parto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA EXTRAÍDA DA PLATAFORMA PEDro 
Physiotherapy Evidence Database 
 
SANTANA, Licia Santos; GALLO, Rubneide Barreto Silva; FERREIRA, Cristine 
Homsi Jorge; DUARTE, Geraldo; QUINTANA, Silvana Maria; MARCOLIN, 
Alessandra Cristina. Transcutaneous electrical nerve stimulation (TENS) reduces pain 
and postpones the need for pharmacological analgesia during labour: a randomised trial. 
Journal of Physiotherapy. Volume 62, Issue 1, January 2016, Pages 29-34 
 
 
 
 
https://www.sciencedirect.com/science/journal/18369553
https://www.sciencedirect.com/science/journal/18369553/62/1

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