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FACULDADE UNIRB ARAPIRACA CURSO DE BACHARELADO EM FISIOTERAPIA STÉFANY TAYNAH SILVA TENÓRIO ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NA SAÚDE DA MULHER DIRECIONADA AO PRÉ-PARTO ARAPIRACA, AL 2021 STÉFANY TAYNAH SILVA TENÓRIO ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NA SAÚDE DA MULHER DIRECIONADA AO PRÉ-PARTO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do Título de Bacharel em Fisioterapia pela Faculdade UNIRB, campus Arapiraca. Orientador (a): Profª Drª. Ana Caroline Melo dos Santos. ARAPIRACA, AL 2021 STÉFANY TAYNAH SILVA TENÓRIO FOLHA DE APROVAÇÃO ABORDAGEM FISIOTERAPEUTICA NA SAÚDE DA MULHER DIRECIONADA AO PRÉ-PARTO Trabalho de Conclusão de Curso, aprovado como requisito parcial para obtenção de título de Bacharel em Fisioterapia da Faculdade UNIRB Arapiraca. Data de aprovação 30/11/2021 Banca Examinadora Prof. Drª. Ana Caroline Melo dos Santos (Orientadora) Faculdade UNIRB Arapiraca Prof. Dr. Gilberto Santos Morais Junior Faculdade UNIRB Arapiraca Prof. Me. Danilo Barbosa Morais Faculdade Raimundo Marinho de Penedo AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer primeiramente a Deus e a Nossa Senhora por terem me concedido a graça, a oportunidade e a capacidade de concluir este projeto. Agradeço aos meus pais Antônio e Andréa e aos meus irmãos Tayane e José, por terem me dado força, por terem acreditado em mim e nunca me deixarem desistir. Aos meus amigos e colegas de curso, em especial a Carol, Mayara e Thiago, por todo incentivo e ajuda durante este período de graduação, e a todas as pessoas que torceram por mim e me apoiaram direta ou indiretamente. E finalmente agradeço a orientadora do meu projeto, Drª. Ana Caroline e ao coordenador do curso de fisioterapia, Dr. Gilberto Morais, por serem ótimos professores, pela paciência, disponibilidade e responsabilidade para com seus alunos. Vocês contribuíram para que a realização deste sonho se tornasse possível. Muito obrigada! “Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana” – Carl Jung RESUMO Introdução: A gestação é o período onde mais ocorrem mudanças significativas e alterações na vida da mulher, sejam elas funcionais ou estruturais. A fisioterapia tem grande função no pré-parto e até mesmo durante o parto, avaliando e monitorando alterações físicas e promovendo a manutenção do bem-estar da gestante e do bebê, utilizando de técnicas, como, TENS, cinesioterapia, termoterapias e pilates com intuito de aliviar dores e tensões e promover relaxamento e tranquilidade para a gestante. Objetivo: Mostrar a importância do acompanhamento fisioterapêutico no período de gestação. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura onde serão utilizados artigos das seguintes bases de dados: BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), PubMed, SciELO, e Lilacs. Para condução da pesquisa será utilizada a estratégia PICO (paciente, intervenção, comparação e outcomes ou resultados) onde serão modificados para: (P): gestantes (I): fisioterapia no pré-parto (C): gestantes sem acompanhamento fisioterapêutico (O): diminuição de dores e do tempo de trabalho de parto. Resultados: Dos 192 artigos identificados nas bases de dados, foram identificados 35 artigos na BVS (19,6%), 75 no Lilacs (41,9%), 25 na PubMed (14%) e 44 no Scielo (24,6%), tendo 14 artigos removidos antes da triagem pela plataforma Parsifal. Conclusão: A intervenção fisioterapêutica na gestação tem como propósito, por meio de técnicas não invasivas e não farmacológicas, tornar o trabalho de parto mais ativo, natural e satisfatório para a parturiente, para que sejam diminuídos dores e desconfortos dessa fase, visando o bem estar físico e psicológico da gestante. Palavras-chave: Obstetrícia, gestantes, fisioterapia, pré-parto ABSTRACT Introduction: Pregnancy is the period when there are more significant changes and changes in women's lives, whether functional or structural. Physiotherapy has a great role in the pre-partum and even during childbirth, evaluating and monitoring physical changes and promoting the maintenance of the well-being of the pregnant woman and the baby, using techniques such as TENS, kinesiotherapy, thermotherapies and pilates with purpose to relieve pain and tension and promote relaxation and tranquility for the pregnant woman. Objective: Show the importance of physycal therapy monitoring during pregnancy. Methodology: This is an integrative literature review where articles from the following databases will be used: VHL (Virtual Health Library), PubMed, SciELO, BVS and Google Academico. To conduct the research, the PICO strategy (patient, intervention, comparison and outcomes or outcomes) will be used, which will be modified to: (P): pregnant women (I): prepartum physical therapy (C): pregnant women without physical therapy monitoring (O): decrease in pain and labor time. Results: Of the 192 articles identified in the databases, 35 articles were identified in the VHL (19.6%), 75 in Lilacs (41.9%), 25 in PubMed (14%) and 44 in Scielo (24.6% ), having 14 articles removed before screening by the Parsifal platform. Conclusion: The physiotherapeutic intervention in pregnancy aims, through non-invasive and non-pharmacological techniques, to make labor more active, natural and satisfactory for the parturient, so that pain and discomfort during this phase are reduced, aiming at well-being physical and psychological aspects of the pregnant woman. Keywords: Obstetrics, pregnant women, physiotherapy, prepartum LISTA DE FIGURAS Figura 1: Fluxograma ........................................................................................... 25 Figura 2: Gráfico formado na plataforma Parsifal ................................................ 26 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Informações sobre os artigos incluídos no estudo ............................... 28 Tabela 2: Autor, ano, metodologia e resultados ................................................... 29 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AP Assoalho pélvico EVA Escala visual analógica MAP Músculos do assoalho pélvico MP Método Pilates NE Nível de evidência OMS Organização Mundial da Saúde QV Qualidade de vida RPG Reeducação Postural Global TNF Terapias não farmacológicas TP Trabalho de parto SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 12 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................... 16 2.1. Fase Gestacional .................................................................................................. 16 2.2. Lombalgia ............................................................................................................. 17 2.3. Mobilidade gestacional ........................................................................................ 18 2.4. Técnicas terapêuticas e trabalho de parto ......................................................... 19 3. OBJETIVOS .................................................................................................................. 22 3.1. Objetivo geral .......................................................................................................22 3.2. Objetivos específicos .......................................................................................... 22 4. METODOLOGIA ........................................................................................................... 23 4.1. Natureza do estudo .............................................................................................. 23 4.2. Estratégia de pesquisa ........................................................................................ 23 4.3. Critérios de inclusão e exclusão ......................................................................... 23 4.4. Extração dos dados ............................................................................................. 24 4.5. Avaliação de qualidade e do nível de evidência ................................................ 24 5. RESULTADOS.............................................................................................................. 26 6. DISCUSSÃO ................................................................................................................. 30 7. CONSIDERAÇÔES FINAIS .......................................................................................... 34 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 35 ANEXOS .............................................................................................................................. 38 12 1. INTRODUÇÃO O período gestacional causa muitas alterações fisiológicas no corpo da mulher, sejam elas mudanças funcionais ou estruturais, como por exemplo, o aumento do volume abdominal causado pela presença do feto, variações de humor, causando consequentemente um quadro de ansiedade, aumento das mamas, ganho ponderal, mudanças no padrão respiratório, alterações dermatológicas, e sobrecarga de vários grupos musculares, inclusive os músculos do assoalho pélvico, gerando dores, edemas, principalmente do segundo ao terceiro trimestre onde ocorrem inchaços na região de pernas e pés e desconfortos em geral limitando a capacidade da gestante na realização das atividades diárias (SOUZA; LEÃO; ALMEIDA, 2019). Durante a gestação o organismo feminino sofre diversas alterações e é necessário que haja orientação à gestante quanto a essas mudanças. O fisioterapeuta se apresenta com total capacidade de proporcionar a melhora de vida das gestantes (SILVA et al., 2018). A gravidez é o período onde mais ocorrem mudanças na vida da mulher, e antes de qualquer procedimento relacionado à saúde existe uma boa avaliação, e com a fisioterapia obstétrica não poderia ser diferente, pois, o corpo da mulher nessa fase requer um cuidado especial, não somente em relação a uma boa dieta ou exercícios físicos regulares, mas também sobre o bom funcionamento das suas estruturas musculares, controle do próprio corpo e fortalecimento do assoalho pélvico (NASCIMENTO et al., 2014). Durante a gestação, frequentemente há uma anteversão pélvica acompanhada ou não de uma hiperlordose lombar, essas alterações posturais podem provocar 13 mudanças do ângulo de inserção dos músculos abdominais e pélvicos gerando um déficit na função de sustentação dos órgãos pélvico-abdominais e consequentemente causando dores (RETT et al., 2009). As algias posturais estão incluídas como consequência das mudanças sofridas pela mulher durante o parto, sendo elas lombalgias ou até mesmo a lombociatalgia, é comum surgirem também dificuldades como déficit respiratório, dificuldades na digestão e também na qualidade do sono, aumento da frequência cardíaca, alterações hormonais e edemas. Após o parto esses sintomas podem permanecer e consequentemente interferem na rotina diária e na QV da puérpera (SILVA et al., 2018). As mudanças mecânicas na vida da gestante são significativas, o centro de gravidade muda, desviando-se para cima e para frente o que requer uma compensação postural para que ela tenha equilíbrio e estabilidade (BIM; PEREGO; PIRES-JR, 2007). A lordose cervical e lombar aumenta para compensar a mudança no centro de gravidade, o peso se transfere para o calcanhar e a má postura pode acompanhar a mulher ate mesmo após o parto, devido ao ato de carregar o bebê no colo (BIM; PEREGO; PIRES-JR, 2007). A fisioterapia tem grande função no pré-parto e ate mesmo durante o parto, avaliando e monitorando alterações físicas e promovendo a manutenção do bem- estar da gestante e do bebê nessa fase tão importante, diminuindo os desconfortos desse período e fazendo com que a gestante viva essa fase com maior saúde e melhor qualidade de vida (LIMA; SANTOS; MOREIRA, 2019). Programas multidisciplinares atuantes no preparo para o parto vem sendo desenvolvidos com o objetivo de proporcionar benefícios à parturiente, bem como a diminuição dos sintomas de desconforto e dor do parto, controle da ansiedade, 14 diminuição do tempo de trabalho de parto e menor índice de indicação para parto cesárea, viabilizando o bem estar e o equilíbrio físico e psíquico da gestante (SOUZA; LEÃO; ALMEIDA, 2019). O fisioterapeuta esta incluído nessa equipe com a função de avaliar e monitorar as alterações físicas da gestante, utilizando de técnicas não farmacológicas e não invasivas, como por exemplo, a cinesioterapia, pilates, terapias manuais, eletroterapias (como TENS), termoterapias (como banhos quentes e crioterapia), técnicas de relaxamento e correção da postura, exercícios com a bola suíça, exercícios de respiração e alongamentos para proporcionar o alivio de dores promovendo calma e tranquilidade para a gestante (SOUZA; LEÃO; ALMEIDA, 2019). Essas condutas visam fortalecer os músculos do assoalho pélvico e estimular a força dos membros inferiores, lombar e abdômen. Além de todos esses benefícios, a fisioterapia auxilia também na diminuição das chances de desenvolver diabetes e hipertensão gestacional, controla o ganho de peso, melhora a qualidade do sono e promove bem estar físico e mental. Embora a presença do profissional no trabalho de parto não seja tão comum na sociedade, o fisioterapeuta tem função muito importante, como, orientar e conscientizar a mulher para que ela se torne confiante e segura durante esse momento (BAVARESCO, 2011). As técnicas de fisioterapia contribuem também para que sejam diminuídos o medo, a tensão, dor e o desconforto promovendo a reeducação da função respiratória, reestabelecimento da função intestinal, estimulando o sistema circulatório, promovendo analgesia e favorecendo o parto (SOUZA; SILVA; COSTA, 2018). 15 O fisioterapeuta atua não somente nas mudanças fisiológicas e patológicas, mas também no emocional da gestante como profissional de suporte a parturiente, usando vários recursos para o controle da dor e contribuindo para um ótimo trabalho de parto e para o bem-estar mãe-bebê (SILVA et al., 2018). Vários estudos, realizados em distintos países, têm apontado a eficácia de técnicas fisioterapêuticas para o alívio da dor lombar na gestação (GIL; OSIS; FAÚNDES, 2011). A assistência fisioterapêutica ajuda a tornar o processo do parto mais ativo, natural e satisfatório, favorecendo uma vivencia positiva na vida da parturiente (BRAVARESCO, 2011). Diante disso, este estudo tem como propósito, compilar o que há na literatura sobre a importância da atuação do fisioterapeuta no período gestacional (SILVA et al., 2018) e durante o parto, mostrar a importância do acompanhamento fisioterapêutico no processo de gravidez e ressaltar a eficácia das técnicas e condutas fisioterapêuticas no pré-parto a fim de promover analgesia e relaxamento dos músculos mais afetados e no intraparto a fim de reduzir o tempo de trabalho de parto, diminuir os desconfortos e lesões perineais, tais como a laceração, dada pelo enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico e inflamaçõesposteriores a ela. 16 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1. Fase Gestacional A assistência obstétrica humanizada tem por objetivo promover o respeito aos direitos da mulher e da criança, com condutas baseadas em evidência científica, garantindo o acesso da parturiente aos recursos para alívio das dores no TP, a principal vantagem na utilização desses recursos é o reforço da autonomia da parturiente (KUGUELLE et al., 2020). Durante a gravidez, o corpo da mulher passa por vários ajustes hormonais e biomecânicos, resultando em mudanças nos sistemas do corpo, que permitem um desenvolvimento normal e seguro do feto (SOUZA et al., 2015). No Brasil, o Programa de Humanização do Parto do Ministério da Saúde, lançado em junho de 2000, formalizou e evidenciou iniciativas que já vinham ocorrendo, no sentido de se recuperar uma participação mais ativa da parturiente em todo o processo do parto, pois muitos serviços buscam implementar uma atenção à parturiente menos intervencionista com maior incentivo e ajuda para o parto vaginal (BIO; BITTAR; ZUGAIB, 2006). Um dos seguimentos que mais sofrem adaptações é a coluna lombar, devido a perturbação das suas curvas fisiológicas que são acentuadas por conta do aumento dos seios, do útero gravídico, do ganho de peso, da circunferência abdominal e entre outros (MOREIRA et al.,2011) que resultam em sintomas dolorosos e também influenciam na qualidade do sono da gestante (SOUZA et al., 2015). 17 2.2. Lombalgia Dentre as desordens musculoesqueléticas, a lombalgia gestacional e a dor pélvica são as principais queixas durante a gestação (MOREIRA et al., 2011). Estudos evidenciam que não são apenas as alterações posturais que causam esses sintomas, mas sim um conjunto de mudanças comuns no organismo da grávida (MOREIRA et al.,2011), sendo considerados sintomas de origem multifatorial, podendo ser irradiada para os membros inferiores (GOMES et al., 2013). Firmento et al. (2012) relata que os principais motivos para a ocorrência da dor lombo pélvica na gestação sejam as adaptações da coluna vertebral, que se dão, principalmente, à ação do hormônio relaxina e ao aumento considerável do peso do abdômen. Estudos mostram que aproximadamente metade de todas as gestantes apresenta esta dor (FIRMENTO et al., 2012). O hormônio relaxina é considerado o principal responsável pela frouxidão ligamentar durante a gravidez, pois ajuda a relaxar os ligamentos e as articulações na área pélvica, o que permite que a sínfise púbica e a articulação sacro-ilíaca tornem-se mais flexíveis para a passagem do feto, levando a uma instabilidade pélvica (FIRMENTO et al., 2012) consequentemente gerando o enfraquecimento dos MAP, além de dores e desconfortos. Estudos mostram que a dor lombar e pélvica apresentam características específicas, podendo ocorrer separadamente ou juntas, normalmente aumentando com o avanço da gravidez (LIDDLE; PENNICK, 2015) e é mais frequente no período noturno durante aproximadamente o segundo trimestre de gestação (CARVALHO et al., 2017). A prevalência de dor lombar e pélvica na gestação é significativa, cerca de 20% das mulheres sentiram dor durante a gravidez ainda as sentiram três anos após o 18 parto (COLLA; PAIVA; THOMAZ, 2017). A fisioterapia é apontada na literatura como principal recurso terapêutico para esse problema (COLLA; PAIVA; THOMAZ, 2017). 2.3. Mobilidade gestacional Atividades físicas são importantes em todas as fases da vida, embora seja muito questionado quanto a sua prática durante a fase gestacional em relação a duração, intensidade, frequência e tipo de atividade (CORDERO et al., 2014). Estudos relacionados ao aparelho locomotor mostram que o exercício físico durante o período gestacional pode ser realizado com segurança, não só prevenindo o ganho excessivo de peso nessa fase, mas também a hipertensão e o diabetes gestacional, sendo identificada como um fator muito importante para mulheres de todas as faixas de peso (CORDERO et al., 2014). Para que seja possível auxiliar no alívio das alterações musculoesqueléticas, manter a condição física das gestantes, diminuir dores e desconfortos que são observadas durante a gestação e na hora do parto (CORDERO et al., 2014), recomenda-se que seja feito um treinamento dos MAP de duas a três vezes por semana, visando fortalecer os mesmos (OLIVEIRA et al., 2007), exercícios de intensidade moderada durante 30 minutos quase todos os dias, para que seja possível conseguir uma maior flexibilidade dos ligamentos, para ganhar o diâmetro da abertura do colo do útero no momento do parto, tornando o parto vaginal mais fácil e diminuindo as chances de cesarianas e partos instrumentados (CORDERO et al., 2014). 19 2.4. Técnicas terapêuticas e trabalho de parto Partos naturais estão são incentivados pela OMS e o fisioterapeuta é um profissional que tem grande importância na vivencia da parturiente durante um trabalho de parto menos doloroso (ABREU et al., 2013). O AP é formado por um conjunto de estruturas musculares, onde sua função é suportar órgãos pélvicos, manter a continência fecal e urinária e a função sexual, estudos mostram que o musculo puborretal é significativamente alongado durante o parto vaginal, podendo levar a traumas do pavimento pélvico, como lacerações espontâneas, que são rupturas que ocorrem no tecido perineal durante o parto (LATORRE et al., 2016). Foram adotadas algumas TNF com o intuito de diminuir os traumas perineais e as dores durante a fase de TP (LATORRE et al., 2016), como: MP, alongamentos, massagens, banhos quentes, compressas mornas, movimentação ativa, exercícios respiratórios, uso da bola suíça e entre outros (BIANA et al, 2021). Dentre as práticas fisioterapêuticas, o MP se apresenta como bastante eficaz para melhora da região lombo pélvica, diminuição da progressão da diástase abdominal, diminuição da fadiga, aumento da força abdominal e do AP, melhora da flexibilidade dos isquiotibiais, da estabilização lombo pélvica, da postura, capacidade funcional e da QV e bem estar social das gestantes (MENDO; JORGE, 2021). O trabalho de parto é dividido em duas etapas, a primeira se caracteriza em contrações uterinas que permitem a dilatação progressiva do colo do útero e a segunda corresponde à expulsão do feto, onde a dilatação e as contrações se tornam mais intensas (CASTRO; CASTRO; MENDONÇA, 2012). No desempenho dos cuidados com a parturiente é recomendada a adoção de TNF para o alivio das 20 dores, que tanto na primeira quanto na segunda fase de trabalho de parto, são provenientes das contrações (CASTRO; CASTRO; MENDONÇA, 2012). Os banhos de imersão e compressas quentes na região lombar auxiliam na redução da dor durante o parto, promovendo relaxamento e conforto às gestantes (DAVIM; TORRES; DANTAS, 2009). Orientar a postura e a mobilidade adequada à parturiente influencia de maneira positiva a fase ativa do TP aumenta a tolerância da parturiente à dor, evitando o uso de fármacos durante o trabalho de parto e melhora a evolução da dilatação, diminuindo a duração da fase ativa (BIO; BITTAR; ZUGAIB, 2006). Dependendo do nível de dor da paciente mensurado pela EVA, diferentes protocolos e técnicas são implantados, como por exemplo: na dor leve (EVA 1-3) indica-se a utilização da cinesioterapia, técnicas respiratórias e de relaxamento e estímulo à deambulação, na dor moderada (EVA 4-7) utiliza-se a massoterapia, técnicas de relaxamento, técnicas respiratórias e estimulo a deambulação, na dor intensa (EVA 8-10) indica-se técnicas respiratórias, relaxamento e TENS (CASTRO; CASTRO; MENDONÇA, 2012). Os exercícios respiratórios são de grande importância para que seja reduzida a sensação dolorosa e a melhora dos níveis de saturação sanguínea da gestante durante o TP (KUGUELLE et al., 2020). Segundo Kuguelleet al. (2020), embora as técnicas de respiração feitas isoladamente sejam insuficientes para diminuição da dor, as gestantes que fazem apresentam menor nível de ansiedade. A bola suíça é considerada um recurso lúdico que distrai a parturiente, tornando o TP mais agradável, servindo de suporte para outras técnicas, como, banho de chuveiro, alongamentos e exercícios ativos de circundação, anteversão e retroversão pélvica (OLIVEIRA; CRUZ, 2014). A bola suíça deve ser usada por 21 profissional qualificado durante o primeiro estágio de trabalho de parto, associada com exercícios respiratórios, massagens, deambulação, banhos quentes e outras técnicas, com intuito de promover um trabalho de parto humanizado (OLIVEIRA; CRUZ, 2014). O TENS apresenta, como principal efeito, a analgesia, é uma TNF usada para o alívio da dor aguda e crônica, que consiste na aplicação de eletrodos percutâneos que emitem uma corrente elétrica com o objetivo de excitar as fibras nervosas, com mínimos efeitos adversos para o paciente (CANESIN; AMARAL, 2010). A massoterapia oferece aumento significativo da circulação sanguínea local e demanda de oxigênio nas áreas tratadas, ocasionando a redução do quadro álgico e do estresse. A pressão exercida comprime os tecidos moles estimulando os receptores sensoriais, proporcionando sensação de prazer e bem-estar (CRUZ et al., 2020). 22 3. OBJETIVOS 3.1. Objetivo geral Mostrar a importância do acompanhamento fisioterapêutico no período de gestação. 3.2. Objetivos específicos Ressaltar a eficácia das condutas e técnicas não farmacológicas da fisioterapia para diminuição de dores e edemas, reeducação da postura, e relaxamento dos MAP. Apresentar os benefícios da intervenção fisioterapêutica no pré-parto e como ela auxilia na diminuição do tempo trabalho de parto e prevenção de lesões perineais. 23 4. METODOLOGIA 4.1. Natureza do estudo Como estratégia de pesquisa para o presente estudo foi conduzida uma revisão integrativa de literatura (RIL), onde por meio de pesquisas bibliográficas foram coletados dados a fim de estudar, comparar, discutir e comprovar os resultados da intervenção fisioterapêutica durante a gestação, tendo como questão norteadora: qual a influencia da fisioterapia desde o pré-parto ate o intraparto? 4.2. Estratégia de pesquisa Para a condução da pesquisa foi utilizada a estratégia PICO (paciente, intervenção, comparação e outcomes ou resultados) com a seguinte modificação: (P): gestantes (I): fisioterapia no pré-parto (C): gestantes sem acompanhamento fisioterapêutico (O): diminuição de dores e do tempo de trabalho de parto, facilitando a identificação dos descritores pesquisados nas bases de dados. 4.3. Critérios de inclusão e exclusão Foram adotados os seguintes critérios de inclusão: artigos disponíveis na íntegra, artigos que abordem a atuação do fisioterapeuta no pré-parto e no intraparto, artigos com idioma em inglês e português, sites e periódicos com período 24 de publicação entre 2005 a 2021. Foram excluídos resumos, monografias, dissertações, documentários, comentários e comunicação breve. 4.4. Extração dos dados Como estratégia de busca foi utilizada os seguintes descritores provenientes do DeCs (Descritores em Ciências da Saúde): “pré-parto”, “obstetrícia”, “gravidez”, e “fisioterapia”, acompanhados do conector booleano “AND” para melhores resultados nas seguintes bases de dados: PubMed, SciELO, BVS (Biblioteca Virtual em Saúde) e Lilacs. Foram utilizadas por meio do conector booleano as seguintes combinações: ("Gestantes" OR "Pregnant women" OR "pregnancy" OR "obstetricia" OR "Obstetrics" OR "pré-parto" OR "prepartum") AND ("Fisioterapia" OR "physiotherapy") AND (“pilates”). 4.5. Avaliação de qualidade e do nível de evidência O projeto se deu a partir das pesquisas que foram realizadas nas bases de dados, ressaltando a eficácia do acompanhamento fisioterapêutico durante a gravidez até o intraparto, mostrando o impacto causado pela intervenção durante a gestação, levando em consideração artigos que falem sobre a fisioterapia como aliada na diminuição da dor e do tempo de trabalho de parto, o idioma e a relação com o tema do projeto. Foi realizada uma leitura dos artigos selecionados, a fim de avaliar se os mesmos seguem os critérios de inclusão e exclusão propostos. Para verificar a relevância e elegibilidade dos estudos encontrados foi utilizado o seguinte método hierárquico que consiste na classificação do nível de evidência (GALVÃO, 2006), para avaliação de pesquisas ou de outras fontes de informação: 25 I – Revisão sistemática ou Metanalise; II – Ensaio clínico randomizado controlado bem delineado; III – Ensaio clínico bem delineado não randomizado; IV – Evidencia derivada de estudo coorte e caso-controle; V – Relatório de caso ou dado obtido de forma sistemática qualitativa; VI – Evidencia proveniente de um único estudo descritivo e qualitativo; VII – Evidencia derivada da opinião de autoridades ou especialistas; Figura 1: Fluxograma Fonte: Autoria própria, 2021 Registros identificados nas bases de dados: Scielo, PubMed, Lilacs, MedLine e BVS (n =192) Registros removidos antes da triagem: (n=14) Registros rastreados (n =178) Registros excluídos (n = 153) Relatórios avaliados por elegibilidade (n = 25) Registros excluídos após a leitura ou não disponíveis na íntegra: (n=19) Estudos incluídos na revisão (n = 6) Identificação de estudos via bases de dados e registros Id e n ti fi c a ç ã o T ri a g e m T In c lu íd o s E le g ib il id a d e 26 5. RESULTADOS Dos 192 artigos identificados nas bases de dados, foram identificados 35 artigos na BVS (19,6%), 75 no Lilacs (41,9%), 25 na PubMed (14%) e 44 no Scielo (24,6%), tendo 14 artigos removidos antes da triagem pela plataforma Parsifal. Esses valores estão representados no gráfico abaixo: Figura 2: Gráfico formado na plataforma Parsifal. Fonte: Parsifal, 2021. Foram selecionados seis artigos a partir da análise das pesquisas encontradas nas bases de dados, sendo um relato de caso, dois casos controle / Coorte, e três estudos descritivos. Na tabela 1 foram identificados os artigos incluídos para a análise do estudo, apresentando suas informações mais importantes para a condução da pesquisa, como, autor, ano, tipo de estudo, objetivo e NE dos mesmos. 27 Na tabela 2 foram apresentadas informações sobre os artigos incluídos, sendo identificados: autor, ano, metodologia e resultados, com o objetivo de mostrar a eficácia dos benefícios e técnicas da intervenção fisioterapêutica no pré-parto. 28 Tabela 1: informações sobre os artigos incluídos no estudo. Autor e ano Título Tipo de estudo Objetivo NE COSTA et al., 2010 Alterações fisiológicas na percepção de mulheres durante a gestação Estudo descritivo O estudo tem objetivo de apreender e analisar a percepções das mulheres durante a gestação. VII CONCEIÇÃO E MERGENER, 2012 Eficácia do método Pilates no solo em pacientes com lombalgia crônica. Relato de casos Relato de caso Avaliar a efetividade do método Pilates no tratamento de pacientes com lombalgia crônica. V SOUZA E MEJIA, 2014 Os benefícios da fisioterapia nas alterações posturais em grávidas do 3º ao 9º mês Estudo descritivo Analisar os benefícios da fisioterapia no tratamento das alterações posturais do 3º ao 9º mês de gestação. VII OLIVEIRA et al., 2007 Efeitos da cinesioterapia no assoalho pélvico durante a gravidez Caso controle Avaliar o efeito do treinamento da musculatura do assoalho pélvico em gestantes nulíparas. IVCARVALHO E TOMAZINI, 2012 Correlação entre lombalgia e alterações posturais durante a gravidez Estudo descritivo Verificar a correlação entre a dor lombar e as alterações posturais em gestantes. VII CARVALHO et al., 2017 Lombalgia durante a gestação. Coorte Avaliar a frequência da lombalgia na gestação e suas características. IV Fonte: Autoria própria, 2021 29 Tabela 2: Autor, ano, metodologia e resultados. Autor e ano Metodologia Resultados COSTA et al., 2010 Foram selecionadas 10 mulheres em acompanhamento pré-natal para realizarem um roteiro de entrevistas referente às modificações percebidas pelas gestantes durante a gravidez. Apenas 3 gestantes tinham conhecimento das modificações que enfrentariam durante o processo de gravidez, e 7 delas demonstraram medo e ansiedade pois não detinham tal conhecimento. CONCEIÇÃO E MERGENER, 2012 Foram selecionadas 7 pacientes com diagnóstico de lombalgia crônica, foram utilizados como métodos de avaliação a EVA, um questionário sobre lombalgia e um questionário de identificação. Após a analise dos dados foi percebido que ouve melhora da dor lombar, identificada pela EVA, e melhora da qualidade de vida após 3 meses de tratamento. SOUZA E MEJIA, 2014 Foram selecionados artigos que abordassem o tema: “fisioterapia aplicada na obstetrícia” e “exercícios e técnicas de fisioterapia sobre desconfortos musculoesqueléticos na gravidez”. A partir desse estudo foi observado que as lombalgias iniciam-se entre o terceiro e o sexto mês de gestação e os exercícios e técnicas da fisioterapia foram benéficos para o tratamento da mesma. OLIVEIRA et al., 2007 Foram selecionadas 32 mulheres, onde foram avaliados: intensidade de dor, histórico da dor, incapacidade lombar, ADM, flexibilidade e mobilidade geral. 23,4% apresentaram positividade nos testes indicando a região pélvica posterior como sua origem, seguido de 36,6% para lombalgia e 40% apresentaram uma combinação do local da dor. CARVALHO E TOMAZINI, 2012 Foram selecionadas 54 voluntarias, sendo 27 gestantes, para analise da dor e desconforto relacionados às alterações posturais da gestação. Em relação à idade gestacional a prevalência de dores foi maior nas gestantes com até 13 semanas de gestação, referente a intensidade da dor na região lombar. CARVALHO et al., 2017 Foram incluídas 97 gestantes para responder ao questionário, contendo informações relacionadas à gestação, a presença de lombalgias, entre outros. Das 97 pacientes entrevistadas, 68% relataram dor lombar intensa e desse total, 43,9% referiram que a lombalgia se iniciou no segundo trimestre. Fonte: Autoria própria, 2021. 30 6. DISCUSSÃO Considerando que, dentre as alterações musculoesqueléticas, a dor lombar e a dor pélvica são as queixas mais comuns feitas pelas gestantes, alguns estudos mostram que aproximadamente 50% das gestantes sentem essas dores e não são somente essas alterações que causam esses sintomas, mas sim um conjunto de fatores, desse modo, consequentemente essas dores se tornam progressivas ao decorrer da gestação. Os estudos analisados mostram a eficácia das técnicas fisioterapêuticas e do suporte dado pelo profissional da fisioterapia à parturiente na fase ativa do trabalho de parto, dando ênfase nas técnicas utilizadas principalmente para fins analgésicos e não farmacológicos. Indica-se que as técnicas não farmacológicas sejam usadas de forma associada para melhor eficácia e melhor resultado para as gestantes, como por exemplo, utilizar a cinesioterapia e alongamentos feitos na bola suíça, associados com banhos quentes na fase ativa do trabalho de parto, com intuito de promover relaxamento e auxiliar no aumento da dilatação do colo do útero. É ideal que exercícios físicos, associados com o Método Pilates, sejam realizados pelas gestantes 3 vezes por semana, durante 30 minutos, a fim de promover o fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico, maior flexibilidade dos ligamentos consequentemente tornando o parto vaginal mais fácil e diminuindo as chances de lacerações e indicações para cesarianas. Segundo Costa et al. (2010), as mudanças sofridas no período de gestação são as mais acentuadas que o corpo humano pode sofrer, podendo gerar medo, ansiedade, angustia e insegurança e é dever do profissional de saúde que esteja 31 acompanhando a gestante em seu pré-natal, orientar a mesma sobre as mudanças inevitáveis desse período, sendo assim foi desenvolvido um questionamento sobre qual a percepção que a mulher possui em relação as mudanças fisiológicas e estruturais que ocorrem no corpo durante o período gestacional, foram selecionadas 10 gestantes para a realização do questionário onde somente 3 delas estavam cientes das modificações gestacionais que ocorrem no corpo da mulher, o restante das entrevistadas não possuíam conhecimento sobre o assunto e apresentaram medo, ansiedade e insegurança em relação ao desenvolvimento da gravidez. Conceição e Mergener (2012), afirmam que a incapacidade de estabilização da coluna é resultado do desequilíbrio dos músculos flexores e extensores do tronco, sendo assim um forte aliado para que haja distúrbios posturais e da coluna lombar, a dor lombar é uma das dores que mais incapacitam as pessoas temporária ou definitivamente em suas atividades diárias, sendo assim, foi realizado um estudo com o objetivo de avaliar a eficácia do Método Pilates nas disfunções da coluna lombar, mais especificamente na lombalgia crônica. O estudo de Conceição e Mergener (2012), contou com a participação de 7 pacientes que apresentavam tal patologia há mais de 3 meses, resultante da hipomobilidade de quadril, encurtamento de cadeias musculares e déficit de força da musculatura flexora e extensora do tronco, foi utilizado como método de avaliação de dor a EVA (Escala Visual Analógica), um questionário sobre lombalgia e um questionário de identificação, inicialmente as pacientes apresentaram grau 7 de dor na EVA e após 3 meses de tratamento ouve uma melhora significativa desse resultado diminuindo o grau para 1,3. As pacientes apresentaram melhora do condicionamento físico, melhora da amplitude de movimento e melhora significativa da QV, sendo assim os exercícios do método Pilates apresentam-se como uma 32 forma de condicionamento físico, melhorando o equilíbrio, diminuindo dores, aumentando a força, a flexibilidade e o bem estar de cada paciente. Segundo Cortez et al. (2012), as posturas incorretas adotadas pelas mulheres durante o período de gestação causam uma sobrecarga desnecessária na coluna e nas articulações. Aproximadamente um terço das gestantes afirma ter sentido dor na região lombossacral, na tentativa de alcançar equilíbrio durante a mudança no centro de gravidade, causando compensação de varias estruturas musculares do corpo. No estudo de Cortez et al. (2012) foram selecionadas 54 mulheres, sendo 27 grávidas e 27 não grávidas com intuito de avaliar a incidência de dor e desconforto relacionadas às alterações posturais durante a gestação, foi realizada uma análise postural e uma avaliação de dor onde a voluntária pôde informar as características da dor, a localização, o tempo de duração da dor e se a dor interfere nas atividades de vida diárias. Os resultados desse estudo mostram que pela análise postural não foi possível perceber relações entre as alterações posturais com a presença de dor lombar nas participantes, pois as variáveis não se mostraram estatisticamente significativas nos testes, porém, foi observado que o grupo das gestantes apresentou dor lombar de 2,95 contra 1,15 do grupo controle. Souza e Mejia (2014), afirmam que antigamente as gestantes eram aconselhadas a não realizarem nenhum tipo de atividade física e a repousar o máximo possível, diferente de hoje em dia, onde são comprovados cientificamente os benefícios daatividade física na vida das gestantes, onde elas são orientadas por seus obstetras a seguirem uma linha de exercícios tendo mais eficácia se utilizarem mais de uma técnica associada, como por exemplo, hidroginástica e hidroterapia, ginástica de solo, Pilates, e RPG. Dentre os benefícios da fisioterapia na gestação 33 destacam-se o apoio do fisioterapeuta como suporte à gestante na prevenção de dores, na melhora dos desconfortos e promoção de relaxamento no período de gravidez, atentando-se para o fato de que a gestação não é uma condição patológica. No estudo de Oliveira et al. (2007), foram selecionadas pacientes com até as 20 semanas de gestação, onde tiveram acompanhamento pré-natal pela fisioterapeuta pesquisadora, foi realizada avaliação do AP, inspeção e palpação. As pacientes chegavam ao hospital onde permaneciam por uma hora durante 12 semanas. Foi realizado treinamento dos músculos do assoalho pélvico onde foi constatado ser uma técnica segura e eficaz que restaura e desenvolve significativamente a força dos músculos durante a fase expulsiva de trabalho de parto, a contração uterina faz com que a mulher contraia também o períneo devido à falta de consciência de que esse movimento é prejudicial para a expulsão do feto, podendo causar lacerações e inflamações na região perineal. Carvalho et al. (2017), realizou um estudo com 97 mulheres do primeiro ao terceiro trimestre de gestação, onde foi proposto um questionário abrangendo questões sobre a gestação, prevalência de dores lombo pélvicas, entre outros. Ao final do questionário foi observado que 68% das mulheres relataram dor lombar intensa e desse total 43,9% referiram que a lombalgia se iniciou no segundo trimestre, essa prevalência é considerada elevada, já que o questionário foi realizado em um grupo de gestantes atendidas no pré-natal de baixo risco, sem associação com condições patológicas importantes que frequentemente pioram a dor lombar, como obesidade, idade avançada e gestação gemelar. 34 7. CONSIDERAÇÔES FINAIS A intervenção fisioterapêutica na gestação tem como propósito, por meio de técnicas não invasivas e não farmacológicas, tornar o trabalho de parto mais ativo, natural e satisfatório para a parturiente, para que sejam diminuídos dores e desconfortos dessa fase, visando o bem estar físico e psicológico da gestante. No presente estudo foi possível perceber os problemas e limitações que o período gestacional traz ás mulheres, segundo as pesquisas realizadas, foi possível compreender a efetividade da associação das técnicas fisioterapêuticas a fim de proporcionar uma melhor qualidade de vida nas gestantes que buscam a intervenção do profissional da fisioterapia, melhor desempenho de atividades diárias e consequentemente um melhor desenvolvimento na fase ativa do trabalho de parto. O objetivo do trabalho foi mostrar as inúmeras formas de lidar com essa fase, bem como a intervenção fisioterapêutica, instrumentos, diversos aparelhos e técnicas associadas, capazes de auxiliar as parturientes a ter um trabalho de parto menos traumático, menos doloroso, mais seguro e protegido de lesões indesejáveis, inflamações posteriores ao parto e cesarianas que podem ser evitadas, tendo assim uma melhor recuperação no pós-parto. 35 REFERÊNCIAS ABREU et al., Atenção fisioterapêutica no trabalho de parto e parto. 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