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Niacina e Nicotinamida

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Vitaminas: Niacina e Nicotinamida
Niacina, vitamina B3 ou ácido nicotínico: 
· Introdução: A niacina, também chamada de vitamina B3 ou ácido nicotínico, foi a 3ª vitamina do complexo B identificada.
Os primeiros indícios de a niacina ser um nutriente essencial vieram do estudo da doença conhecida como pelagra em humanos e língua preta em cães. No século 20 foi identificado o aminoácido triptofano como o limitante nas condições de pelagra e língua preta. 
· Esta vitamina é hidrossolúvel e é sintetizada pelos animais a partir do aminoácido triptofano, contudo, de forma pouco eficiente, já que existem vias competitivas presentes. Nos gatos, estas vias competitivas merecem mais destaque, pela atividade elevada de determinada enzima (picolinato carboxilase) e, consequentemente, a capacidade de síntese da niacina torna-se ainda mais prejudicada quando comparada a outras espécies animais, sendo dependentes da inclusão desta vitamina na dieta.
· Importância no metabolismo: O termo niacina, também chamada de vitamina B3, é usado para definir o ácido nicotínico e nicotinamida, que possuem o mesmo efeito vitamínico, e estão presentes no organismo sob a forma de suas coenzimas muito importante no metabolismo em geral, coenzima I (NAD) e da coenzima II (NADP). Agindo especialmente na degradação e síntese de lipídeos estruturais e glicídios (Andriguetto et al., 1982). Podendo ser formado a partir da degradação do triptofano, esta vitamina é fundamental para todos os animais, sendo indispensável para as aves. O ácido nicotínico ainda é essencial para diversas reações e também para o funcionamento da pele e do sistema digestivo. Sua deficiência pode levar a alterações de pele e desordens gastrointestinais, crescimento retardado, distúrbio no crescimento de penas e redução da eclodibilidade de ovos (Lima et al., 2005; Pereira, 2015). 
· A niacina é encontrada em cereais, grãos, no leite e na carne, especialmente no fígado. O ácido nicotínico é encontrado na maioria dos alimentos estando amplamente distribuído nos grãos e seus subprodutos, por vezes está em formas não utilizáveis pelos animais (Andriguetto et al., 1982; Dorival, 2012). 
· Nos ruminantes não se consideram requerimentos, pois obtém a niacina através da síntese microbiana ruminal, salvo nos ruminantes jovens e em vacas leiteiras de alta produção, que requerem consumo de fontes de niacina e Trp (6 g de niacina/vaca/dia). Os cavalos também não têm requerimentos, pois sintetizam a niacina nas bactérias do trato digestivo inferior e possuem boa capacidade de síntese de niacina a partir do Trp. Nas demais espécies, os requerimentos de niacina variam entre 20 a 40 ppm na dieta (MS).
· Função: A principal função da niacina é na formação das coenzimas NAD e NADP, as quais atuam em reações de oxidação-redução, comprometidas no fornecimento de energia dentro do metabolismo animal. Nessas reações, a coenzima sofre redução do anel piridina, pela incorporação de um íon hidreto (átomo de hidrogênio + um par de elétrons). As formas reduzidas do NAD e do NADP são NADH e NADPH, respectivamente.
Nicotinamida:
· As formas biologicamente ativas da coenzima são nicotinamida-adenina-dinucleotídeo (NAD) e seu derivado fosforilado nicotinamida-adenina-dinucleotídeo-fosfato (NADP). A nicotinamida é rapidamente desaminada no organismo e, dessa forma, é nutricionalmente equivalente ao ácido nicotínico.
· O NAD(P) H (adenina nicotinamida dinucleotídeo [fosfato]) é um cofator carreador de elétrons que capta elétrons de reações oxidativas e então os doa em uma ampla gama de reações de redução na biossíntese. Esses cofatores essenciais às reações anabólicas, presentes em concentrações relativamente baixas, precisam ser constantemente regenerados pelas reações catabólicas.
· O ácido nicotínico (niacina) é o precursor da coenzima nicotinamida-adenina-dinucleotídeo, presente na dieta de mamíferos.
· 
· Carência: Como a niacina participa de tantas vias metabólicas no organismo, a deficiência dela afeta principalmente os tecidos que sofrem rápida renovação e crescimento. A deficiência causa transtornos na pele e no trato gastrointestinal, 
· Os sinais clínicos são: perda de apetite, retardo no crescimento , fraqueza, dermatite, desordens digestivas, diarreia e até necrose e ulceração no trato gastrintestinal.
· No ser humano a falta de niacina causa insônia, falta de apetite e perda de peso, e em estado avançado causa pelagra. 
· A pelagra é uma doença que se manifesta na pele, no trato gastrointestinal e no sistema nervoso central. Os sinais da evolução são dermatite, diarréia, demência e, se não for tratada, pode levar à morte. 
· Dietas à base de milho podem ser indutoras de deficiência de niacina porque o milho tem baixo conteúdo do aminoácido triptofano 
· Exemplo: a pelagra era uma doença comum no sul dos Estados Unidos, no início do século passado, onde o milho era a base da dieta. Aproximadamente 100.000 pessoas foram afetadas pela doença e mais ou menos 10.000 morreram, entre 1912 e 1916.
· A doença chamada de língua negra (ou língua preta) é a consequência da deficiência de niacina em aves e cães, e consiste numa inflamação da língua e da cavidade bucal, ulceração de mucosas, diarreia, pele seca e áspera, e emagrecimento que leva a retardo no crescimento por diminuição do consumo de alimento. Nos cães, um sinal característico é a produção de uma saliva grossa e viscosa, devido a glossite (inflamação na língua) e gengivite. Se a deficiência não for corrigida, pode levar a desidratação severa, emagrecimento excessivo e morte. Em função da coceira cutânea, pode desenvolver dermatite traumática. 
· No gato, a deficiência dessa vitamina causa sinais clínicos similares aos apresentados pelo cão.
· É importante ressaltar que a deficiência de niacina pode ocorrer tanto por alimentação desbalanceada como pela incapacidade inata do animal de sintetizar a partir do triptofano (aminoácido essencial para cães e gatos).
· A niacina que é encontrada em alguns produtos vegetais (milho, aveia, trigo) existe em uma forma ligada que se torna indisponível para o animal, a não ser que seja processada para liberar a niacina. Já a niacina na farinha de soja, por exemplo, é altamente disponível para absorção. 
· Toxicidade: Podem ocorrer efeitos tóxicos de niacina em níveis muito além dos requeridos pelo organismo (de 10 a 20 vezes). Administração de doses elevadas de niacina em humanos pode causar vasodilatação, coceira, sensação de calor, náusea, vômito e lesões cutâneas. Em cães, doses de 2 g de niacina por dia produzem fezes sanguinolentas, convulsões e morte.
Fontes:
Nutrição animal - João Paulo Fernandes Santos, 2016
Minerais e vitaminas no metabolismo animal - Félix H. D. González Sérgio Ceroni da Silva - Laboratório de Análises Clínicas Veterinárias Faculdade de Veterinária - UFRGS, 2019
Vitaminas na alimentação animal - Bruno Marcos Nunes Cosmo, Tatiani Mayara Galeriani – Unesp, 2020

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