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Assistência ao parto

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ASSISTÊNCIA AO TRABALHO DE PARTO 
• O Momento do parto deve ser cercado por vários 
cuidados, que compreendem a atenção e o apoio 
clínico e psicológico não só a parturiente como 
também aos seus familiares. 
• As consultas de pré-natal constituem momento 
oportuno para a abordagem psicológica do casal e de 
toda a família do concepto. 
*Sinais básicos que devemos orientar, para que caso 
ocorram, a mãe procure o pronto socorro: perda de 
líquidos, sinais de sangramento, diminuição dos 
movimentos fetais, e dor (contrações) a cada 3 minutos 
durante pelo menos 10 minutos 
DEFINÇÃO DE TRABALHO DE PARTO 
• Define-se por trabalho de parto a presença de 
contrações uterinas rítmicas/efetivas capazes de 
promover a dilatação e o esvaecimento cervical. 
OMS: define parto normal como “aquele cujo início é 
espontâneo e sem risco identificado no início do trabalho, 
assim permanecendo até ́ o parto. A criança nasce 
espontaneamente, em posição de vértice, entre 37 e 42 
semanas completas de gestação. Após o parto, mãe e 
filho estão em boas condições”. 
• Depois de realizar o diagnóstico de trabalho de parto 
o obstetra procederá a abordagem inicial da 
parturiente visando a programar todo o 
acompanhamento durante o trabalho de parto, o 
parto e o puerpério imediato. 
*Tríplice gradiente descendente: as fibras partem dessa 
região, em espiral até o colo uterino; para o colo uterino 
dilatar, tem que ter contrações rítmicas efetivas, que 
promovam o apagamento (afinamento) do colo uterino, para 
enfim ocorrer a dilatação cervical 
*37-42 semanas: feto a termo; 
*Para internar a paciente, ela precisa estar em trabalho de 
parto; algumas literaturas falam que precisa ter 2 contrações 
efetivas a cada 3 minutos (pois aí ela tem mais que 2 
contrações em 10 minutos) 
*Hoje, em relação a dilatação devemos levar em consideração 
se ela é primigesta ou multípara; 
*A partir do momento que você faz diagnóstico de trabalho de 
parto, é importante você orientar tudo o que está acontecendo 
e tudo o que vai se desenrolar dali – tempo médio de trabalho 
de parto em primigestas ou em multíparas quando for o caso; 
EXAME FÍSICO INICIAL 
• EXAME FÍSICO MATERNO ENVOLVE: Aferição da 
Pressão Arterial, Temperatura, Frequência Cardíaca, 
Peso e Dextro quando necessário. 
• EXAME FÍSICO ESPECIAL E OBSTÉTRICO: avaliam o 
padrão das contrações uterinas (dinâmica uterina), a 
palpação obstétrica (manobras de Leopold), o exame 
vaginal (avalia a ocorrência de dilatação cervical) e a 
vitalidade fetal (movimentos fetais e batimentos 
fetais). 
*Dinâmica uterina: padrão das contrações; tem duas formas 
de avaliar: 1º: colocar a mão espalmada e contar 10 minutos, 
contando a duração de cada contração e quantas ocorrem; 2º 
através da cardiotocografia (em lugares que tenham 
cardiotoco), que consegue dar a durabilidade, intensidade e 
frequência das contrações 
*Pacientes que tem mais risco, o ideal é reavaliar a cada 30 
minutos; 
EXAME OBSTÉTRICO 
Tem como objetivo principal avaliar os 3 parâmetros que 
interferem na evolução do trabalho de parto: 
I. Feto 
II. Canal de parto 
III. Dinâmica uterina 
Ainda devemos avaliar: 
 Integridade das membranas Amnióticas 
 Sangramento Vaginal 
 Colo uterino 
 Pelve Materna 
*Sangramento vaginal: toda paciente que chega, com suspeita 
de sangramento vaginal ou suspeita de bolsa rota, o primeiro 
exame a ser realizado, até que se prove o contrário é o exame 
especular (jamais façam toque vaginal); observar se o 
sangramento é realmente do colo uterino, se é placenta de 
baixa inserção?; posteriormente ao exame especular veremos 
se podemos acompanhar com o exame de toque ou não 
CARDIOTOCOGRAFIA 
A presença de um exame de cardiotocografia normal na 
admissão não exclui a possibilidade de surgir sofrimento 
fetal ao longo do restante do trabalho de parto!! 
*É um exame importante na admissão 
*O 1º cardiotoco pode não indicar sofrimento fetal 
*Existe cardiotoco anteparto e intraparto; 
EXAMES LABORATORIAIS 
 Tipo Sanguíneo ABO- fator Rh 
 Teste rapido para Imunodeficiência humana (HIV) 
 VDRL. 
O Teste rápido para o HIV deve ser oferecido a todas as 
gestantes que não realizaram o rastreamento adequado 
durante o pré-natal! 
*Mesmo que a paciente tenha a carteirinha com todos esses 
exames anotados, temos que fazer para todas as mulheres que 
chegarem em trabalho de parto no pronto socorro, pois pode 
ser que ela só colhei no primeiro trimestre e se contaminou 
nesse intervalo, ou até pode ser que ela esteja em janela 
imunológica! 
PARTO HUMANIZADO 
• É a assistência ao parto com respeito aos processos 
fisiológicos, com o mínimo ou nenhuma intervenção, 
possibilitando uma verdadeira interação entre mãe, 
pai e feto. 
• Uma equipe multidisciplinar é responsável por este 
preparo, cada um com sua função específica e 
coordenados pelo médico obstetra. 
• Na nossa equipe estão presentes fisioterapeuta, 
nutricionista e psicóloga que avaliam e preparam o 
casal para este momento. 
*É aquele em que a mãe e o bebê saem bem da maternidade 
FASES OU PERÍODOS DE PARTO 
1º PERÍODO: DILATAÇÃO 
 Primigesta → 14 - 20 horas de duração 
 Multípara → 7 - 10 horas 
*Iremos orientar o tempo médio do trabalho de parto 
*primigesta: Quando chega em 5cm, ela sai da fase de latência 
(0,3cm/h) e chega na fase ativa (0,7cm/h) (até chegar em 10 
cm de dilatação) → média de 0.5 cm por hora 
*Multípara: já começa dilatando 0,7cm a cada hora; quando 
passa para a fase ativa (>5cm), ela dilata 1,3cm por hora! → 
média de 1,0 cm por hora 
2º PERÍODO: EXPULSÃO 
 Primigesta → 50 minutos 
 Multípara → 30 minutos 
*Cateter de analgesia peridural: parto sem dor → problema: 
prorroga o trabalho de parto e prorroga o período expulsivo 
(praticamente dobra) 
*Acretismo placentário: placenta infiltra nesse útero e não sai; 
3º PERÍODO: DEQUITAÇÃO/ SECUNDAMENTO 
 5-30 minutos 
4º PERÍODO: GREENBERG / PUERPÉRIO 
 Acessório / Imediato- 1- 2 horas. 
*Também conhecido como puerpério acessório ou puerpério 
imediato 
*É muito importante, tem que ficar de olho na paciente, pode 
acontecer atonia uterina 
ASSISTÊNCIA AO PRIMEIRO PERÍODO DO 
TRABALHO DE PARTO 
 Postura da Parturiente → a postura na qual a 
paciente se sinta melhor 
 Analgesia 
 Controle Materno 
 Alimentação e fluidos Intravenosos → se a paciente 
está evoluindo super bem, não tem porque deixar 
ela em jejum; fluidoterapia não é indicada, a não ser 
que ela precise de algum tipo de fluído, aí sim 
deixamos um acesso venoso; 
 Assistência Obstétrica 
 Contrações Uterinas 
 Toque Vaginal 
 Descida da apresentação 
 Condição das membranas ovulares 
 Prolapso de Cordão 
 Monitorização fetal e cardiotocografia Intraparto 
 Desacelerações Precoces / Fisiológicas, Tardias / 
Patológicas, Variáveis / Mistas. 
*Banhos mornos e massagens podem acelerar 
FASE DA DILATAÇÃO 
 
1ª foto: toque bidigital fechado (toca e não adentra); 2ª foto: 
toque de 2cm de dilatação (pródromos – paciente que está 
querendo desencadear o trabalho de parto); 3ª foto: 5cm de 
dilatação (saiu da fase de latência e está indo para fase ativa); 
4ª foto: 10 cm de dilatação (total – passando da fase ativa para 
o período de expulsão) 
• Partograma é uma ferramenta útil para o registro da 
evolução do trabalho de parto 
• O prolapso de Cordão é intercorrência cuja 
prevenção deve ocorrer no momento da 
amniotomia (não faça amniotomia com < 7cm) 
• Desacelerações precoces não se associam à acidose 
no nascimento 
• Desacelerações tardias acompanhadas de 
diminuição da variabilidade representam baixa 
reserva fetal de oxigênio e são sinais de sofrimento 
fetal 
• Desacelerações variáveis de repetição podem ser 
relacionadas à acidose mista fetal 
CUIDADO: Toda vez que cordão umbilical estiver abaixo da 
apresentação: faz bradicardia! – por isso que aminotomia só é 
indicada tardiamente (>7cm) 
ASSISTÊNCIA AO SEGUNDO PERÍODO DO 
TRABALHO DE PARTO (PERÍODO EXPULSIVO) 
 Tricotomia: não é obrigatória (se indicar: tem que 
sempre indicar duas horas antes do procedimento, 
pois deixa os poros abertos, aumentando as chances 
de contaminação – ideal é um dia antes ou no 
mínimo com 2 horas de antecedência) 
 Posição da parturiente (sentada? De cócoras? 
Semiginecológica clássica? Cabeceira elevada?) → 
depende muito da estrutura que o hospital oferece 
 Força expulsiva: somente fazer de puxo no desejo da 
paciente 
 Manobra de Kristeller – Proscrita (era muito feita 
antigamente: você fica comprimindo o fundo do 
útero, porém hoje é proscrito, os estudos 
demonstraram que isso proporciona lesão 
endotelial, podendo levar o bebê a hipóxia ou até 
fratura em determinados membros e ruptura de 
baço/fígado/intestino na mãe) 
 Controle da vitalidade fetal 
 Preparação para o parto 
CUIDADOS NO PARTO 
 Proteção do Períneo (manobra de Ritgen) 
modificada → evita laceração perineal (você vai 
segurando o períneo com uma compressa 
 Episiotomia e Perineotomia (hoje em dia, discutíveis 
as indicações, com restrição de sua indicação) → 
lembrar que não é o períneo que segura o neném 
 Desprendimento do polo cefálico 
 Aspiração do líquido amniótico na orofaringe e 
nasofaringe (hoje desaconselhada em sua rotina, a 
não ser que o bebê tenha aspirado mecônio ou tenha 
muita secreção, pois segundo a pediatria, ao aspirar 
o bebê você estimula resposta vagal, podendo fazer 
taquipneia transitória) 
 Cuidados na rotação externa 
 Desprendimento do biacromial e do tronco 
 Clampeamento do cordão Umbilical (Tardio) – o 
ideal é fazer com o bebê chorando, ou pelo menos 4 
minutos → Manter o bebê abaixo do nível da 
placenta 
 
 
Epsiotomia médio-lateral direita. A epsiotomia mediana tem 
risco de laceração do reto. O problema da episio é que você cria 
fibrose, podendo causar dor pélvica crônica – o corte faz perder 
as fibras musculares; 
FASE DE EXPULSÃO 
 
ASSISTÊNCIA AO TERCEIRO PERÍODO DO 
TRABALHO DE PARTO 
• Após o clampeamento do cordão a atenção deve ser 
dirigida a dequitação (Realizar Manobras de Brandt-
Andrews e posteriormente Jacob-Dublin). 
• Não deve ser realizada manobras para o 
descolamento rápido da placenta, pois o tempo 
variável para dequitação é muito variável, estima-se 
que a média variável para o mesmo seja de 5 
minutos, porem 90% demoram até 15 minutos e 97% 
após 30 minutos. 
• Após o término da dequitação deve-se revisar o 
canal do parto a procura de eventuais lacerações que 
serão suturadas, assim como à episiotomia nos casos 
de partos muito manipulados. Em geral, no parto 
normal, sem sangramento anormal a revisão do 
canal do parto não é uma rotina. 
REPARAÇÃO DE LACERAÇÕES NO CANAL DE 
PARTO E EPISIORRAFIA 
Lacerações cervicais devem ser suturadas com fio 
absorvível de curta duração, com pontos simples, 
enquanto as lesões vaginais são suturadas com pontos 
simples ou contínuos, de acordo com a extensão destas, 
utilizando também fio absorvível de curta duração. 
*Laceração grau 1: não tem necessidade de episiorrafia; a 
partir do grau 2 já há indicação 
FASE DA DEQUITAÇÃO/SECUNDAMENTO 
 
 
Manobra de Jacob-Dublin 
 
Manobras de Brandt-Andrews 
PLACENTA PÓS DEQUITAÇÃO/SECUNDAMENTO 
 
Lado fetal: lado do guarda-chuva (lado membranáceo) – 80% 
dequitam desse lado. Quando sai do lado materno (20%), é um 
sinal de alerta, tem que conferir se não ficou alguma parte 
aderida no útero. 
QUARTO PERIODO: GREENBERG OU PUERPÉRIO 
IMEDIATO 
Compreende a primeira hora após o parto (a partir do 
momento que terminou a dequitação) e tem 
importância no que concerne à observação de eventuais 
hemorragias. 
• Dura em média 2 horas (não abandonar a paciente 
nas primeiras 2h pós parto, é um período 
fundamental de ocorrência de hemorragias) 
• Nesta fase ocorre: 
 Miotamponamento, 
 Trombotamponamento 
 Aumento da Troboplastina Tecidual 
 Oclusão dos vasos útero-placentária 
 Ligaduras vivas de Pinnard 
*Faz hemoconcentração → depois faz hemodiluição→ depois 
da dequitação faz hemoconcentração novamente – 
musculatura faz miotamponamentos → começam a se formar 
pequenos trombos → começa aumentar a tromboplastina 
tecidual → começa a ter oclusão dos vasos útero placentários 
→ começa a ter lóquios pós parto → começa a fazer as 
ligaduras vivas de pinnard (também faz oclusão e diminuição) 
FASE GREENBERG 
 
*1-2h pós parto: ocorre a involução do útero, ele já está cerca 
de 2-4cm a nível da cicatriz umbilical – se não estiver, é um 
sinal de alerta.

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