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UFRJ Campus Macaé Enfermagem Angie M Saúde da Comunidade III Continuação da saúde do trabalhador Até onde o trabalho influencia no cuidado? • Importância crucial do trabalho no cuidado. • Atrelado à Organização Internacional do Trabalho, que define muitos dos princípios e das diretrizes que são adotadas nos países, em termos de saúde do trabalhador, condução do que fazer, como atuar, lógica de prevenção. • As mudanças socioculturais e político- econômicas transformaram a lógica de ver o trabalho, transformando tudo em monitoria, inclusive a força de trabalho. Essa passou a ser vendida como mercadoria e remunerada por isso. Tal lógica que nos leva a trabalhar como máquinas, num movimento acelerado, constante. FOTOS DO FILME DO CHARLES CHAPLIN - Crítica ao frenesi do trabalho com a revolução industrial. • A divisão social do trabalho afeta o desenvolvimento do cuidado de enfermagem: 3 livros, especificamente da Cristina Mello, que mostra como compartimentamos e dividimos o cuidado ao paciente. A lógica de devolver o paciente saudável, se torna uma lógica de devolver o trabalhador para que ele possa continuar produzindo para o empregador e consumir também. • Com essa demanda de trabalho em excesso, nova era, as empresas passam a ter controle do tempo, o que vai contribuir para o adoecimento das pessoas. Isto considerando que a maior parcela da população está em trabalho. • Ritmo maquinário realizado por pessoas normais. • A partir disso há o surgimento de novas doenças, que fará com que tenhamos que pensar especificamente na saúde do trabalhador, para garantir que a empresa tenha lucro, mas que mantenha essa saúde. Panorama Nacional • Especificamente no Brasil, após a 2GM, com a chegada das máquinas, vê-se um movimento entre a Ditadura militar (80) e a reabertura política, o movimento de reforma sanitária, que vai estabelecer uma nova constituição federal no país (déc de 80). • A 8va conferência nacional de saúde (década de 80) redefine como vai se estruturar do sistema único de saúde brasileiro, aliás, o cria. • Agora parece lógico que a saúde do trabalhador tenha a lógica do cuidado, de pensar no paciente ainda saudável com visão holística e o ambiente influenciando no cuidado, para além do que é o serviço. Desconstrói a ideia de saúde ocupacional e medicina do trabalho, voltada ao cuidado direcionado e entra a ideia e os conceitos de pensar na saúde do trabalhador, bem mais ampla do que o condicionamento determinante. • O caderno de atenção básica define as ações e cuidados estabelecidos de uma maneira geral dentro das políticas de saúde em várias áreas. Ele vem com o diferencial de incluir também a saúde do trabalhador. - Importante ter trabalhador e trabalhadora. Por muitos anos, pela lógica das questões de gênero, naturaliza-se que quem é do lar não trabalha. Contudo, há uma série de cuidados que devem ser dados a essa pessoa dona/dono de casa, pois ele também tem implicações de saúde, também pode gerar lesões. • Vale lembrar que é importante pensar que quem poderia ser atendido/ter cuidado garantido era apenas os trabalhadores (até a década de 80). Havia toda uma lógica dos grandes hospitais atenderem por meio de carteira de trabalho, determinados servidores apenas (1933). • Houve um tempo em que ser trabalhador e ter a carteira de trabalho definia a assistência em saúde dessa pessoa. • Para além de produzir incapacidade e a pessoa não ter mão de obra ativa, produz um passivo para o governo, na lógica de que depende do INSS e auxílios financeiros. UFRJ Campus Macaé Enfermagem Angie M Saúde da Comunidade III • Quando estivermos na ESF, os clientes podem pedir informação para nós sobre como seu trabalho pode afetar sua saúde. • Faz parte da Anamnese compreender o que ele vive, com o que ele interage... • O próprio caderno de atenção básica apresenta para nós o que é o trabalhador: homens e mulheres, que trabalham -independente da localização, público ou privado, salariado ou assalariado...- e pertencem à idade adulta, inclusive os aposentados e desempregados. Pessoas que de alguma forma vão ter implicações dependendo do seu dia a dia ou do que já trabalhou a vida inteira. Eventos negativos na saúde determinados pelo trabalho • Acidente: - Mais agudo - Objetivo - Urgência e emergência, a pessoa será tratada e atendida nos grandes hospitais. • Doenças relacionadas ao trabalho: - Atenção básica; - Pode estar relacionado a doenças crônicas ou morbidades que se manifesta de forma crônica; - ESF; - Postinho de saúde; - O enfermeiro da atenção básica precisa estabelecer as relações sobre a condição de vida-saúde-doença, do trabalho/atuação, atual/egresso, condicionante externo/crônico... Para isso existe um órgão que faz a vigilância da saúde do trabalhador. - Na atenção básica há todo um investimento maior dessas frente, que são as fases em que o enfermeiro vai atuar na ESF. A entidade responsável por isso é responsável por vigiar esse atendimento e rege a maior parte da gestão, além de trazer dados e indicadores de saúdes para poder agir de acordo com o que é mais manifestado. Essa entidade é o Sistema de notificação de agravos; anuário estatístico de acidentes de trabalho também tem todas as regiões do país, por idade, gênero; Sistema de informação hospitalar, informa os motivos da internação; a própria informação sobre a mortalidade; Sistema nacional de informações sobre tóxicos farmacológicos (produtos químicos, pessoas que tentam suicídio com uso de medicação, reações adversas ao uso de medicação... Desafios para a saúde do trabalhador, considerando todas as mudanças comportamentais • Problemas de saúde ocupacional: - Ligados às novas tecnologias de informação e automação: forçar a vista, LER e DORT; problemas cervicais; reduz a quantidade de exercício realizado pelas pessoas. - Substâncias químicas e energias físicas: risco de saúde associado a novas biotecnologias e transferência de biotecnologias perigosas. - Envelhecimento da população trabalhadora: com a longevidade e mudanças da previdência social, há a tendência de que as pessoas continuem mais tempo trabalhando; é preciso pensar as condições que esse ambiente de trabalho oferece para as pessoas e seus funcionários, que não terão o mesmo vigor. A própria lógica de prevenção, terapia ocupacional, vai ter que ser repensada. - Problemas especiais de grupos vulneráveis: Imigrantes, desempregados. Precisa ser observado por outro ângulo. Pessoas que já apresenta uma deficiência física-motora. - Problemas relacionados com a mobilidade dos trabalhadores: novas doenças ocupacionais de várias origens. Isso diz bastante da tendência a mudar de emprego ou área na qual está atuando. Essas mudanças implicam para a saúde do trabalhador propriamente dita. • Nesse âmbito, pensaremos mais no cotidiano, motivo, podem ser modificados na sua frequência, gravidade e latência; Dependendo do trabalho que a pessoa exerceu ao longo da vida, independente se continua exercendo ou não; - Risco recorrente de degradação e contaminação ambiental: formas de adoecimento do trabalhador. • A nocividade do trabalho está muito ligada a 3 questões: insumos, organização do trabalho (duração, intensidade, relações de trabalho, assédio, saúde mental...) . UFRJ Campus Macaé Enfermagem Angie M Saúde da Comunidade III • Nessa lógica de relação entre trabalho vamos ver 2 movimentos: obervar a combinação de abordagens, clínica e individual e coletivo- epidemiológica. Está isolado no contexto ou é coletivo? • O trabalho tem um papel causal. Quando se desenvolve a lógica das 3 categorias, identifica- se que o trabalho pode ser uma implicação para o adoecimento de 3 níveis: - Causa necessária dadoença: é aquilo que vai manifestar; - Fator que contribui para o adoecimento: poderia não se desenvolver naquela atividade específica; - Provocador de um distúrbio latente, que até então poderia se manifestar, mas pela atividade acaba se manifestando. • Por conta dessas 3 categorias, fala-se em: - Doença ocupacional: inerente a ocupação. Só pode ser causado por conta de fazer aquela atividade. Problemas de cordas vocais, de garganta; LER, dor muscular; problema cervical ou de coluna; relativas à ação desenvolvida naquele ofício. - Doença do trabalho: toda manifestação, agravo de saúde ou doença que o trabalhador foi exposto a algo que leva essa doença a aparecer. Outras situações poderiam levar a aquele adoecimento; Câncer de pele; hipertensão arterial; tuberculose; Fatores de risco aos quais o trabalhador fica exposto • Riscos físicos: mais observada durante a anamnese: Redução da capacidade auditiva, surdez, zumbido; temperaturas extremas; iluminação; radiações ionizantes (raio x). Os possíveis efeitos que eles podem trazer são importantes. • Riscos químicos: vapores, névoas, fumos, poeira. Pedreiras, zona rural, complexo petroquímico, indústrias de produção farmacêutica... • Riscos mecânicos: máquinas com partes móveis não protegidas, acidentes que podem ser causados de ordem física:cilindros, prensas, pessoas com a mão presa em objetos cortantes, grandes máquinas... - São necessários os equipamentos de proteção individual, quebras, fraturas, esmagamento... • Riscos biológicos: bactérias, fungos, organismos, animais peçonhentos. Em contato com o ambiente desses organismos. • Doenças psicossociais: jornada de trabalho longa, esforço físico exagerado, posturas forçadas no carregamento de peso, vínculos precários ou ausência de vínculos trabalhistas (situações de perseguição, de assédio...). Mais comum em trabalhadores de telemarketing, teleatendimento, linha de montagem, bancários... Áreas sensitivas mais afetadas: visão, olfato, paladar tato... • Importante falar sobre EPIs e riscos que a pessoa pode estar exposta, assim como a prevenção. Inclusive aqueles sem carteira assinada. Mostrar como minimizar o risco. • O empregador deve oferecer os EPIs necessários. • Reforçar epis necessários para a pandemia. • Pensar em ginástica laboral, prática de exercício físico fora do trabalho, EPIs, possíveis neoplasias manifestadas a futuro se não houver prevenção.
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