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Fichamento - aula 05 de julho

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Fichamento de Formação Econômica e Social do Brasil
FURTADO, C. Formação econômica do Brasil. 34.ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, Cap. 22.
 No começo do capítulo, o autor já começa dizendo: “Como solução alternativa do problema da mão-de-obra sugeria-se fomentar uma corrente de imigração européia. O espetáculo do enorme fluxo de população que espontaneamente se dirigia da Europa para os EUA parecia indicar a direção que cabia tomar...Tomando consciência em relação a isso, a questão fundamental era aumentar a oferta de força de trabalho para a grande lavoura, inadequada até então... Porém, o problema era que não existia precedente no continente de tal imigração (mão de obra livre europeia) para trabalhar em grandes plantações...
 Como foi nos Estados Unidos : a intensificação no crescimento da população escrava, se deveu a que muitos deles não trabalhavam em grandes plantações ,ou seja, a expansão se faria mesmo sem a corrente migratória europeia que veio ao EUA, apesar do impulso que esta deu àquela pelo aumento de demanda interna de algodão e barateamento da oferta de alimentos e tal migração acontece porque o algodão era um produto volumoso, com grande espaço nos navios, e manufaturas importadas tinham grande densidade econômica, com baixos fretes de retorno da Europa para os EUA e o fundamental foi mercado em expansão para demanda de seus produtos, reflexo do desenvolvimento das plantações sulistas escravistas.
 Como foi nas colônias criadas no Brasil imperial: careciam de fundamento econômico, razão de ser era crença na superioridade do trabalhador europeu, se distinta dos colonizadores. Era subsidiada e fazia-se obras públicas artificiais para ocupá-los... Quando deixavam colônia entregue a suas forças, tendia a definhar, virando uma economia de subsistência pois não tinham mercado para excedentes de produção, assim, o setor monetário atrofiava, divisão do trabalho involuía e regredia a sistema econômico rudimentar de subsistência.
 Condições para que política imigratória de certo: para atrair correntes espontâneas de povoamento era necessário que se dedicassem a atividades produtivas rentáveis, sendo dois casos possíveis: 
 1) integrando a colônia às linhas de produção de algum artigo de exportação ou
 2) fazendo com que ela viesse para produzir artigos que dispusessem de mercado no país 
 A produção para exportação se organizava em grandes plantações, exigindo imobilização de capital inacessível aos colonos na etapa de instalação, por exemplo, se fossem plantar café, concorreriam com empresas que exploravam mão de obra escrava, e classe dirigente influenciava governo para não subsidiar imigração que não contribuiria para solucionar o problema dela e que concorresse com ela. Em relação a possibilidade de produzir para o mercado interno dependia da expansão dele, pressupondo desenvolvimento da economia de exportação, ou seja, a chave do problema das exportações era a oferta da mão de obra.
 Envolvimento da classe dirigente: política de colonização do governo imperial não contribuía para solucionar o problema da mão de obra, então se preocupam com a questão diretamente - Vergueiro adaptou ideia das colônias do norte, com imigrante vendendo trabalho futuro; governo cobria parte principal, a passagem das famílias, mas degenerou em servidão temporária, sequer com limite fixado de tempo, e custo real da imigração ficava todo por conta do imigrante e o fazendeiro com todas as vantagens; firmava contrato pelo qual n podia abandonar fazenda antes de pagar a dívida, assim sucedeu a reação na Europa contra a imigração para o Brasil, especialmente após as revoltas, acusando o sistema de “escravidão disfarçada”.
 Anos 1860: questão da oferta de mão de obra fica mais séria, pois há uma melhora nos preços café que faz atrativa a sua expansão; Guerra Secessão causa alta nos preços do algodão, expandida cultura no Norte, restringindo o tráfico de escravos para o Sul e assim problemas começam a ser resolvidos...
 Sistema de pagamento ao colono (1º problema): inicialmente adotado era o de parceira, em que sua renda é incerta, com metade do risco que corria o senhor de terras; perda de colheita acarretaria miséria – anos 1860 tem-se sistema misto, colono tem garantido parte principal da renda, e sua tarefa básica seria de cuidar de certo número de pés de café, com salário monetário anual, completado por um salário variável no momento da colheita em função do volume dela...
 Pagamento da viagem (2º problema): solução em 1870, com governo imperial encarregando-se dos gastos de transportes com imigrantes para servir a lavoura cafeeira; fazendeiro cobriria gastos do imigrante durante 1º ano de atividade, e coloca à disposição terra para cultivar gêneros de 1ª necessidade – logo, tinha gastos de transporte e instalação pagos e sabia que teria renda futura...
 Solução dos 2 problemas possibilitou promover volumosa corrente imigratória de origem europeia p/ trabalhar em grandes plantações agrícolas.
 Concurso de condições favoráveis do lado da oferta: ajudaram elevação do nível de imigração – na mesma época, há a unificação política da Itália com profundas consequências econômicas para a península – sul (2 Sicílias), de menor grau de desenvolvimento produtividade agrícola, sofre concorrência das regiões mais desenvolvidas do norte fazendo as indústrias manufatureiras do sul se desorganizaram com depressão permanente ali, assim, criou-se pressão sobre a terra pelo excedente de população agrícola, aliviada pela solução migratória e com dados o autor diz que “O número de imigrantes europeus que entram nesse estado sobe de 13 mil, nos anos 70, para 184 mil no decênio seguinte e 609 mil no último decênio do século. O total para o último quartel do século XIX foi 803 mil, sendo 577 mil provenientes da Itália”.

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