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Aspectos de Normalidade e infecções Vaginites, Vulvovaginites e Bartholenites · Robbins & Cotran Patologia — Bases Patológicas das Doenças, Capítulo 22: O Trato Genital Feminino| Vinay Kumar, MBBS, MD, FRCPath, Abul K. Abbas, MBBS and Jon C. Aster, MD, PhD,https://www.evolution.com.br/epubreader/9788535255775 Epitélio vaginal: Camada mucosa – Epitélio escamoso estratificado não-queratinizado. Camada muscular – Feixes musculares lisos circundantes. Camada adventícia – Tecido conjuntivo frouxo. Contém numerosos vasos sanguíneos, fibras elásticas com tecido adiposo, além de plexos nervosos. Microambiente vaginal: Glicogênio serve como substrato para microrganismos vaginais -> Lactobacilos - Produzem ácido lático a partir do glicogênio - Mantendo pH vaginal abaixo de 4,5 - Suprime o crescimento de microrganismos - Produzem peróxidos de hidrogênio (H202) bacteriotóxico Microambiente vaginal e as variações fisiológicas: Infância: lactobacilos origem intestinal / epitélio pouco desenvolvido Puberdade: estrogênio - proliferação camada de cél. epiteliais intermediárias - armazenam glicogênio Idade reprodutiva: espessura máxima epitelial e de glicogênio Menstruação: alterações hormonais - altera microbiota - pH alcalino - maior risco de infeções Gravidez: Influências hormonais acidifica pH < 4,5 - elevação de lactobacilos - diminui incidência de partos pré-termo Climatério: declínio hormonal - atrofia e achatamento das camadas da mucosa vaginal - semelhante a pré-pubere Mecanismos de defesa do trato genital externo Barreira epitelial Síntese de muco Ph vulvar e vaginal Microflora vulvar e vaginal Sistema Imunológico · VULVOVAGINITES -> Infecção da vulva e vagina · MUCORRÉIA -> aumento da secreção de muco normal · LEUCORRÉIA -> Infecção com bactérias não piogênicas e esfregaço “limpo”; Infecção com bactérias piogênicas e esfregaço “sujo” · CERVICITE -> infecção do colo do útero por microorganismos CORRIMENTOS Infecções Vulvovaginais Risco infecção aumenta quando a imunidade diminui: Estresse ou doença, pH alterado e patógeno Etiologia: Agentes endógenos: ex vaginose bacteriana e candidíase Fatores sexualmente transmissíveis: tricomoníase Fatores Físicos: traumas Fatores químicos: lubrificantes, absorventes internos e externos Hormonais: hiper e hipoestrogenismo Fatores imunológicos: doenças sistêmicas Herpes vírus tipo 2 (HSV-2) ➔ Transmissão sexual, superfícies genitais, pele, fluidos e feridas Quadro Clínico · Lesões 3 a 7 dias - ⅓ sintomático · 90% casos infecção subclínica · Febre, mal-estar, linfonodos inguinais sensíveis · Infecção aguda – vírus pode migrar para gânglios nervosos lombossacrais regionais – infecção latente · Complicações: HIV – presentes 60-90%; Herpes neonatal (encefalites) Diagnóstico: Achado clínico - biópsia lesão ativa/PCR Morfologia Lesões múltiplas. Secreção purulenta, pápulas vermelhas que evoluem para vesícula – as vesículas coalescem e ficam dolorosas Exsudato inflamatório consiste em células escamosas multinucleadas contendo inclusões eosinofílicas a basofílicas com aspecto de vidro fosco Candida albicans Etiologia e transmissão · Candida albicans - Microbiota · Levedura diplóide – brotamentos e filamentação – pseudohifas · Paciente imunodeprimidos Quadro clínico · Aguda – vermelhidão e prurido leve · Crônica – corrimentos, dor prurido, eritema, inchaço · Secreção – leite coalhado Patogênese · Reação de hipersensibilidade IgE - liberação de histaminas e prostaglandinas imunossupressão – proliferação da Candida albicans Trichomonas vaginalis Etiologia e transmissão · Protozoário Trichomonas vaginalis, ovóide flagelado, formato de pêra Contato sexual - 4 dias a 4 semanas Quadro clínico · Assintomático - 10-50% · Desconforto vulvovaginal, disúria, dispareunia, irritação e prurido Patogenia · Adesão célula epitelial – se transforma em forma amebóide Morfologia · Corrimento vaginal espumoso amarelado (>70%) · Eritema vulvar (vermelho vivo) · Vaginite · Colo de framboesa/morango A infecção por Chlamydia trachomatis assume a forma de cervicite. Contudo, em algumas pacientes, a infecção ascende até o útero e às tubas uterinas, resultando em endometrite e salpingite, sendo uma das causas de doença inflamatória pélvica. Gardnerella vaginalis Etiologia e transmissão · Microbiota, bactéria anaeróbia, cocobacilos · Desencadeada pela relação sexual em mulheres predispostas – esperma – desequilibra o pH vaginal · Falta de hábitos higiene ou inadequados Quadro clínico · Ausência de processo inflamatório · Assintomático - as vezes leve prurido e leve queimação ao urinar Complicações: prematuridade, aborto, endometrites, salpingites, aumento risco infecção HIV Células escamosas superficiais e intermediárias recobertas com cocobacilos aspecto piloso – “clue cells” ou células-alvo no fluído ou esfregaços vaginais Secreção vaginal fina, leucorréia fluída, homogêneo com bolhas esparsas, cinza ou branca, verde acinzentada, desagradável de peixe Bartholinite · Inflamação da Glândula de Bartholin · Função: lubrificação · Estão localizadas uma de cada lado da vagina Geralmente Escherichia coli ou na nossa pele (geralmente Staphylococcus aureus, estreptococos) ou patogênicas como: Neisseria gonorrhoeae (que causa a Gonorreia), Chlamydia trachomatis (Clamídia) A abertura dessas glândulas pode ficar obstruída por alguma razão, fazendo com que o líquido produzido fique preso nela, formando o Cisto de Bartholin, que pode ser assintomático, onde é observado um carocinho no início do canal vaginal A Bartholinite é quando o cisto fica infectado com pus. Inflamação na região, onde causa muita dor local, vermelhidão, inchaço, dor ao sentar, caminhar e durante a relação sexual; O tratamento pode ser medicamentoso ou cirúrgico, onde é feito uma drenagem local, mas em alguns casos é preciso retirar a glândula, tudo irá depender do caso da paciente