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Resenha Gear 1 - Estado e politicas públicas

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ESTADO E POLITICAS PÚBLICAS - LIVRO DESCOLONIZAR O IMAGINÁRIO.
O autor nas primeiras páginas procura fazer uma distinção conceitual dos termos transição e transformação, considerando então a análise da ciência política, em que transição é entendida como um conjunto de estratégias e, eventualmente, de processos de mudança políticos e sociais orquestrados exclusivamente a partir de políticas públicas. Nas contribuições de Lévi, a transição é tida no sentido de trazer mudanças sem alterar as estruturas existentes. Já o conceito da transformação, por outro lado, não se refere apenas às políticas públicas e a suas estruturas, mas também para uma mudança mais integral e profunda em várias esferas da vida social e com estratégias diversas, sendo entendida por meio da alteração das estruturas. 
Um exemplo teórico citado pelo autor diz respeito a economia verde, e a partir dessa proposta levanta alguns questionamentos no tocante a eficiência das políticas públicas em relação a esse novo modelo de economia capitalista, considerando as atuais e futuras condições de preservação do meio ambiente diante de um sistema que sempre explorou e ainda explora em larga escala recursos naturais em várias partes do mundo, em especial nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. 
Cabe questionar também essa proposta de transição para uma economia verde, visto que esse novo modelo não leva em consideração as diversidades culturais, sociais e ambientais das nações que dispõem de das maiores reservas de recursos naturais, dessa maneira, podemos concluir que a economia verde acaba por falhar na prática por conta dos fatores citados anteriormente.
Nesse sentido, Bland entende que “a função principal do Estado, como sendo capitalista patriarcal, racista, imperial e pós-colonial e a de consolidar as relações sociais dominantes e dar-lhes certa continuidade, mas também de contribuir, de maneira controlada, para que transitem em direção a novos arranjos convenientes. Com isso, o Estado desenvolve novas formas de atuar, servindo como instrumento para as forças dominantes e seus interesses. (Urich Bland, 2016).
Além disso, o autor ainda considera o Estado com sendo uma relação social em que há um campo de disputas, com isso afirma: “O Estado é um terreno de luta estruturado de uma maneira determinada, em que competem as diferentes forças sociais e políticas que tentam promover seus próprios interesses, identidades e valores.” (Urich Bland, 2016, p. 128)
Em relação às políticas públicas, considera-se que estas “não são um “instrumento” do Estado, e sim um equilíbrio instável, resultado de disputas entre diferentes atores políticos e sociais, que respondem sempre a um determinado momento conjuntural.” Dessa forma, as políticas públicas surgem a partir de demandas dos atores sociais, empresários, movimentos sociais, sindicais, e essas políticas têm como objetivo desenvolver alternativas para resolução e emancipação de um problema ou reivindicação para assim evitar conflitos.
Outro elemento considerado pelo autor é em relação a hegemonia presente no Estado, em que é importante considerar a existência de diferentes relações de força e contradições, a este exemplo é citado então um projeto de reforma agrária e no sentido oposto um projeto do agronegócio, enquanto um busca uma reestruturação da distribuição de terras, o projeto do agronegócio trabalha para mantê-las, podemos observar então divergências de interesses entre diferentes grupos e classes sociais, como também uma certa falta de coerência nas políticas públicas, indicando assim falta de hegemonia ou a incapacidade de um grupo no poder em liderar as pautas dominantes da organização da sociedade.
É importante frisar também o processo de internacionalização do Estado, visto que a economia diretamente ligada ao mercado internacional, que apesar dos projetos anti neoliberais dos governos progressistas da América Latina terem certa autonomia, no entanto as políticas distributivas implementados por esses governos induz a uma integração com o mercado internacional que acaba por promover a intensificação do extrativismo nestas nações, desse modo, o Estado não possui autonomia absoluta nas decisões políticas e assim também influenciado por demandas externas de corporação presentes nas estruturas do Estado. 
Diante do exposto, da leitura realizada pelo autor sobre a relação entre o Estado e as políticas públicas nos possibilita uma visão ampla, crítica e com certo grau de adensamento sobre estas atribuições do Estado, dessa maneira, este tem se organizar suas estruturas como forma de obter/promover um conhecimento mais aprofundado sobre os problemas sociais que precisam serem alterados. Assim, cabe a reflexão apresentada pelo professor Levi, “A sociedade é que deve exercer poder no Estado e não o Estado na sociedade.”
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRAND, Urich. Estado e políticas públicas. In: GILGER, Gerhard; LANG, Mirian; PEREIRA FILHO, Jorge (Orgs.). Descolonizar o imaginário: debates sobre pós-extrativismo e alternativas ao desenvolvimento. Tradução de Igor Ojeda. São Paulo: Fundação Rosa Luxemburgo, 2016. p. 122-137.

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