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IMUNOLOGIA – 13/04/2021 Quando se realiza um hemograma, deve-se analisar como o paciente estava indo realiza-lo: se está nervoso, agitado, tranquilo.. Nunca se realiza um hemograma após ter feito atividade física: paciente estará estimulado, ele potencializou sua resposta imunológica produz-se espécies reativas de oxigênio, ativando a liberação de neutrófilos neutrofilia presente no hemograma Todas as vezes em que se vai realizar um hemograma, precisa ficar 72hrs sem ingerir bebida alcóolica Organismo demora 72hrs para retirar da circulação o álcool (imunossupressor) Pode dar um neutropenia Nenhum exame é mais importante que compreender a clínica do paciente! Exame fecha a hipótese diagnóstica Hemograma precisa ser entendido, uma vez que é o ÚNICO encontrado em qualquer lugar RESPOSTA À BACTÉRIA Resposta imune à bactéria compreende dois sistemas importantes: sistema complemento e anticorpo São proteínas Compreende um tipo de células: neutrófilo Dois tipos de bactérias: extracelulares e intracelulares Quando se pensa em vírus, a resposta do vírus é preferencialmente linfocítica do tipo T CD8 e do tipo NK Resposta para helminto, tem-se, necessariamente, ativação de eosinófilos e mastócitos Ativação secundária de anticorpos Processos alérgicos desencadeia ativação de mastócitos, eosinófilos e anticorpos Fungos resposta, principalmente, monocítica e de neutrófilos Bactéria extracelular: neutrófilo não destrói a célula Supondo que seja uma bactéria Gram negativa, que apresenta na sua superfície um LPS (PAMP) PAMP faz com que o neutrófilo reconheça utilizando o receptor TOOL (TLR 4) PRR que se ligou à PAMP vai tentar destruir a todo custo a bactéria Neutrófilo morre sinaliza para as células dendríticas cascata de ativação resposta Th1 Resposta Th1: aumento do sistema complemento, o qual se liga aos complementos presentes na membrana da bactéria C1 se liga tem-se, no organismo, que se precisa de outras proteínas se ligando (outras proteínas se ligando: C1 se ligou, automaticamente, tem-se a chegada de C2, C3 B, C4 B, C5 B, C6 B, C7, C8 e C9 forma-se o poro da MAC) No poro da MAC, observa-se uma diferença de concentração: faz com que o líquido extracelular entre e estoure a bactéria É muito melhor que se tenha o sistema complemento sinalizado, com PAMP e PRR reconhecendo e destruindo a bactéria Bactéria se fragmenta e, seus pedacinhos, serão coletados por neutrófilos, monócitos e macrófagos (no tecido) Se a bactéria tiver flagelina, tem-se uma possibilidade maior de ter outros receptores TOOL reconhecendo Hemograma: neutrofilia e, pode vir a ver, monócito um pouco aumentado (valores basais) Macrófago, por estar no tecido, não aparece no hemograma Pode vir a ter linfocitose (ativação da resposta Th1) ou linfopenia, uma vez que se está destruindo as células Anticorpos são produzidos o tempo todo Reconhece uma lectina da bactéria e se liga a ela Ao se ligar, vai ser reconhecido pela porção FC: há ligação de neutrófilo, monócitos e macrófagos chama a atenção do sistema imune, iniciando a liberação de substâncias tóxicas para tentar destruir o corpo estranho Anticorpo pode funcionar junto com o sistema complemento: C1 está ligado e, na corrente sanguínea, está passando um anticorpo anticorpo se liga ao C1 porção FC vai se ligar e se inicia a ação fagocítica, ao mesmo tempo, tem-se C1 que induz a formação do poro da MAC É melhor ter sistema complemento associado a anticorpo Hemograma: neutrofilia Neutrofilia não fecha diagnóstico para infecção bacteriana Quando se tem um processo de assustar o paciente, ouve músicas clássicas ou “pesadas”, desencadeia uma ativação da medula óssea ativação não é feita por GMCSF (fator estimulante de colônia de neutrófilo e macrófago granulocítico), o qual desencadeia o aumento de neutrófilos a partir de uma resposta à bactérias Nesse caso, sistema nervoso quem vai ativar a medula óssea neutrofila mediada pelo sistema nervoso em resposta à um estímulo do hipotálamo (percebe que algo não está funcionando, ativa o eixo hipotálamo-hipofisário, liberando adrenalina e, a partir disso, libera-se GMCSF como forma de neutrofilia Sem o histórico do paciente, hemograma não serve para nada! Bastonetes/bastões são neutrófilos jovens, produzidos quando se está com pressa de responder Infecção bacteriana está muito rápida e não se consegue regular o mecanismo relacionado com a interação da PAMP com o PRR, sistema complemento não está dando conta e anticorpos ligados não estão dando conta É preciso jogar neutrófilos pois se sabe que eles apresentam grânulos tóxicos que vão destruir a bactéria Aumento da produção de neutrófilos de forma inespecífica pela medula óssea Neutrófilos jovens caem na circulação e se tem aumento do número de bastões, alterações do número de neutrófilos maduros (reduzido ou aumentado, depende do tipo de bactéria), gerando uma alteração no número de leucócitos totais (células brancas) Esse tipo de resultado é conhecido como DESVIO PARA A ESQUERDA Hemograma com desvio para esquerda: paciente tem infecção bacteriana SISTEMA INTEGRADO DE DEFESA Hemograma reflete a ação da imunidade inata e da imunidade adaptativa PCR (proteína C reativa) diz o estado do paciente Liberada na circulação quando se está diante de processos inflamatórios e infecciosos, de forma inespecífica Liberação de PCR ativa a imunidade inata Muito PCR: alguma das células da resposta imune inata aumentada Mastócito, sistema complemento, células dendríticas e macrófagos não são vistos no hemograma São células de tecido Linfócito vai ser visto, mas não tem como saber se é linfócito T, B ou célula NK A maioria das células linfocíticas que aparecem no hemograma são CD8 isso não significa que não se tenha CD4 ou linfócito B Plaquetas também aparecem no hemograma, megacariócitos não são vistos Hemograma completo: eritrocítica (parte vermelha), leucograma (parte branca) e plaquetas IMUNIDADE AOS MICRORGANISMOS Mediada por mecanismos efetores da imunidade natural e adquirida Patogenicidade de microrganismos depende dos mecanismos de evasão ou resistência aos mecanismos efetores da imunidade A imunidade adquirida especializa-se para eliminar diferentes agentes infecciosos do modo mais eficaz A lesão tecidual e/ou a doença podem ser causados principalmente pela resposta imune ao microrganismo e seus produtos Basicamente, qualquer resposta que se tenha, vai ter uma célula apresentadora de antígenos, primeiro e segundo sinal ativando os linfócitos T CD4 Linfócito T CD4 vai gerar uma ativação Th1, Th3 ou Th2 Eosinofilia e basofilia do hemograma são decorrentes de uma resposta Th2 Neutrofilia é decorrente de uma resposta Th1 MECANISMOS DE INFECÇÃO BACTERIANA Produção de toxinas e/ou enzimas: Exotoxinas: polipeptídeos secretados pelas células Endotoxinas: LPS presentes na parede celular de Gram negativas Tanto as endo quanto as exotoxinas podem causar sintomas independentemente da presença da bactéria no hospedeiro Invasão e inflamação: Bactérias invasivas penetram e se multiplicam nos tecidos, induzindo a resposta inflamatória (eritema, edema, calor e dor) Toxinas e enzimas liberadas por bactérias fazem parte do grupo de proteínas HEMOGRAMA Infecção bacteriana: neutrofilia (aumento) ou neutropenia (redução) Tem alteração no hemograma a depender do momento em que seja realizada a coleta de sangue Neutrofilia não fecha diagnóstico para infecção bacteriana isso pode fazer com que o médico prescreva antibiótico sem necessidade pacientepode ter neutrofilia por ter ingerido uma cerveja, ter se assustado ou estar estressado Neutropenia + aumento de linfócitos: exemplo clássico de infecção por vírus Vírus entra na célula e o neutrófilo morre Pedaço do neutrófilo vai ativar as células dendríticas Célula dendrítica desencadeia um primeiro e segundo sinal para linfócitos T CD4 ou linfócitos T CD8 e células NK como não se sabe qual o linfócito que vai ser aumentado no hemograma, faz sentido ter aumento de linfócitos Antibiótico administrado de forma descontrolada faz com que o organismo apresente uma resistência bacteriana Hemograma é um exame simples e de baixo custo Auxilia no diagnóstico de patologias hematológicas e sistêmicas Componentes celulares observados em um hemograma são: 1. Eritrócitos 2. Plaquetas 3. Leucócitos: linfócitos, monócitos e granulócitos (eosinófilos, neutrófilos e basófilos) HEMOGRAMA COMPLETO: O que se observa? Eritrograma junto com o valor da dosagem do paciente, unidade que se está associada e valores de referência (varia de acordo com o aparelho) Leucograma Em relação ao leucograma, quando se observa a parte de leucócitos, fala-se de: neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos e monócitos Macrófago, mastócitos e megacariócitos estão no tecido, logo, não aparecem no hemograma Neutrófilos mielócitos, metamielócitos, bastonetes e segmentados são a ordem de evolução de um neutrófilo Bastonetes ou bastões: quando estão aumentados, com uma alteração no número de leucócitos e neutrófilos, indicam uma infecção bacteriana Segmentados: neutrófilos maduros; quando estão um pouco aumentados caracteriza a alteração que se teve no número total de leucócitos Se não há aumento de células jovens, não se tem uma infecção bacteriana Geralmente, trombocitopenia ou plaquetopenia (redução no número de plaquetas) associada com variação no número de linfócitos: infecção viral Rotavírus: linfocitose HIV: linfopenia Quando se depara com: aumento de linfócitos, neutrófilos e eosinófilos, suspeita-se de uma alergia ou infecção por parasito Eritrograma mostra uma baixa considerável de hemácias: pequena anemia Se marcasse 2.3, nas hemácias, falaria que o paciente tinha um processo de infecção por verme Pode-se falar que o diagnóstico desse paciente é um processo alérgico LEUCOGRAMA: Número total de glóbulos brancos e sua contagem diferencial no sangue periférico Características: a. Interpretação criteriosa b. Baixa sensibilidade e especificidade c. Considerar contexto clínico d. Variação: idade, sexo, raça, temperatura, doenças subjacentes e uso de medicamentos Recém-nascido até 1 mês de vida: predomínio de neutrófilos A partir do 1º mês ocorre inversão da relação, com predomínio de linfócitos (60%) até 4 anos Raça negra: aumento de neutrófilos e redução de 20% dos leucócitos totais Correlação da medula óssea: se o número de leucócitos estiver normal, número de neutrófilos aumentado e as outras células com valores ajustados, diria-se que não teria nada de alterado no hemograma, estaria mantendo um equilíbrio Normalmente, em um leucograma, a maior parte que se observa são dos neutrófilos segmentados NEUTROFILIA: Aumento do número de neutrófilos no sangue periférico Principais causas: 1. Doenças infecciosas 2. Mudança no movimento de permanência ou saída dos neutrófilos na medula óssea 3. Redução do pool marginal no sangue periférico Se o hemograma, o leucograma estiver todo NORMAL, sem nenhuma alteração, mas observa-se uma alteração no eritrograma: alteração no número de hemácias e hemoglobinas. O que pode estar acontecendo com o paciente? Diminuição de hemoglobina e/ou de hemácias Paciente está com anemia ferropriva (causada por uma diminuição de ferro)? Não tem como afirmar, paciente pode estar com essa alteração devido a uma corrida O fato de ter um hemograma com anemia não fecha diagnóstico para anemia ferropriva Não se dá ferro para o paciente antes de investigar a história clínica dele e de pedir mais dois hemogramas para confirmar Como deu uma leve anemia, pode pedir para o paciente fazer a inserção de alimentos com ferro e voltar com 1 mês caso persista, encaminha para um hematologista Suplementação com ferro, considerando que se sabe bem a história clínica do paciente, e repetir hemograma com 1 mês e um teste bioquímico para dosar ferritina e outros carreadores de ferro alteração na dosagem de ferritina e nos carreadores de ferro encaminhar para o hematologista Suplementação sem exame sobrecarrega o rim: responsável pelo equilíbrio eletrolítico do organismo, inclui íons e ânios (são cofatores de enzimas: aumento da concentração do íon e baixa concentração inibe a concentração de enzima) urina mais amarelada, concentrada, e com cheiro forte aumento de infecções renais, principalmente, causadas por bactérias Bactérias intracelulares possuem a capacidade de sobreviver no interior de fagócitos A resposta protetora depende da eliminação pelos mecanismos da imunidade mediada por células: fagócitos e NK As lesões observadas devem-se a resposta inflamatória do hospedeiro Mecanismo de resposta imune à bactérias intracelulares: imunidade inata seguida pela imunidade adaptativa Resposta imune inata: há recrutamento de neutrófilos e macrófagos, liberação de uma sinalização para ativação de linfócitos T CD4 e T CD8; células NK são importantes para destruir a ligação na superfície Haverá um processo de apresentação do antígeno: das células que foram primeiramente reconhecidas pela célula NK e destruída, tem-se fragmentos Fragmentos passam pelas células dendríticas, fazendo uma apresentação via primeiro e segundo sinal para o linfócito T SEMPRE tem uma resposta Th2, uma vez que se quer ter a produção de anticorpos e linfócitos B de memória Linfócitos T de memória são sempre gerados, uma vez que o linfócito Th0 (que nunca viu nenhum antígeno), após encontrar com a célula dendrítica, evolui para Th1, Th2, Th17 ou Treg, gerando memória de si próprio Citocinas certa ativa a resposta imune certa Citocinas são importantes porque, na ausência de IL-12 e na ausência de interferon (IFN), compromete-se a resposta imunológica Se não tem IFN, as bactérias se proliferam não tem ação das células NK Se não tem IL-12, o linfócito Th0 não evolui para Th1 Resposta imune está ocorrendo quando se tem um animal selvagem envolvido NEUTROPENIA: Redução do número absoluto de neutrófilos Leve: 1.000-1.500 cel/μL Moderada: 500-1.000 cel/μL Grave: <500 cel/μL PODERIA SER uma infecção por helmintos Reação leucemóide: aumento do número de células meilóides, desvio até promielócito (células jovens) e, eventualmente, mieloblasto Diferenciação com leucemia mielóide crônica Principais causas: 1. Infecções piogênicas (S. aureus, Streptococcus pneumoniae) 2. Tuberculose, brucelose ou toxoplasmose 3. Doenças inflamatórias agudas: glomerulonefrite aguda, insuficiência hepática ou artrite reumatoide 4. Acidose diabética 5. Síndrome de Down EOSINOFILIA: Aumento no número de eosinófilos Principais causas: 1. Defesa contra parasitas helmínticos 2. Certos distúrbios cutâneos alérgicos 3. Neoplasia: não necessariamente o câncer (neoplasia maligna) Se a bactéria está dentro da célula, é ela quem vai controlar a expressão gênica Bactéria intracelular: permite ou não que se tenha apresentação de manose-6-fosfato, FAZ, lactato desidrogenase, alteração na cadeia lipídica e aumento ou diminuição dos receptores de superfície Anticorpos e sistema complemento estão preferencialmente agindo. Quando a bactéria é intracelular, precisoter linfócitos T CD8 para que, na circulação, tenham células que ajam liberando perforinas BASOFILIA: Aumento no número de basófilos Caso de internação imediata: buscar a causa desse aumento Principais causas: 1. Leucemia mielóide crônica 2. Leucemia basofílica 3. Policetemia 4. Metaplasia mielóide 5. Alergia 6. Pós-esplenectomia 7. Varicela 8. Mixedema 9. Outros MONOCITOSE: Aumento no número de monócitos É uma célula apresentadora de antígeno, logo, é pouco comum ver aumento de monócito LINFOCITOSE: Aumento no número de linfócitos Principal causa: infecções causadas por vírus RESPOSTA IMUNE À BACTÉRIAS EXTRACELULARES Se quer ter aumento de linfócito Th0, evoluindo para linfócito Th2 para a produção de linfócito B (plasmócito e secreção de anticorpos, começa com IgM e, depois, passa a ser IgG) Imunidade adquirida: imunidade humoral é a principal resposta protetora Elimina microrganismos Neutraliza toxinas Opsonização com fagocitose e ativação da via clássica do complemento Causam doença especificamente pelos mecanismos de: 1. Indução de inflamação: como, por exemplo, coco piogênicos 2. Exotoxinas Independente do mecanismo usado para destruir a bactéria, o objetivo final é lisar a bactéria LINFOPENIA: Diminuição no número de linfócitos Exemplo: HIV LINFÓCITOS ATÍPICOS: Alteração da morfologia dos linfócitos com aumento de tamanho e basofilia citoplasmática em decorrência a infecção viral e outros estímulos imunológicos Quando se tem a presença de muitos linfócitos atípicos, começa-se a considerar um câncer PLAQUETAS Valor normal: 150.000-400.000/mm³ Trombocitopenia ou plaquetopenia: Valores inferiores a 150.000/mm³ EDTA Gravidez Medicamentos Infecções Doenças hematológicas Trombocitose: Valores superiores a 600.000/mm³ Doenças mieloproliferativas crônicas Pós-hemorragia Infecção Inflamações crônicas Lesões Anemia Tecido necrosado tem perda parcial de função Auxilia na resposta imunológica que se vai dosar e visualizar no hemograma Supondo que se teve aumento de neutrófilos: aumento da resposta Th1 Antes do neutrófilo aumentar, vai cair no sangue periférico e vai ser visualizado no hemograma IMUNOTERAPIA Manipulação terapêutica do sistema imune ou terapêutica envolvendo células e moléculas do sistema imune Aplicações: a. Em indivíduos imunodeprimidos: leva a um aumento da função imunológica b. Em indivíduos com doenças auto-imunes e inflamações: regula a resposta imunológica c. Neutralização de toxinas d. Combate ao câncer e. Combate a determinas infecções com citocinas Efeitos da imunoterapia: Modulação da célula regulatória Th1 aumentando, por exemplo, a resposta Th1 Auxilia modulando a resposta Th2 Resposta clínica: redução do inchaço, vermelhidão e exantema em alguns casos, consegue-se reduzir a perda de função