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Alergias alimentares
Martina Frazão 
Pediatria
2
definição
· É definida como uma resposta imunológica anômala, que ocorre após a ingestão e/ou contato com determinado (s) alimento (s). 
· É atualmente um grande problema de saúde pública e nutricional que vêm aumentando cada vez mais (exposição precoce a alérgenos alimentares). 
· Acometem cerca de 4 a 6% das crianças no mundo. 
· As manifestações clínicas costumam aparecer no primeiro ano de vida e decrescer no terceiro. 
· Dados escassos no brasil (incidência de leite de vaca 2,2%). Mais de 70% dos alérgenos na infância são leite de vaca, ovo, trigo e soja em geral transitórias. Menos de 10% atingem a vida adulta. 
· Nos adultos, os principais alérgenos são amendoim, castanhas, peixe e frutos do mar. 
· Reação alérgica: células imunológicas especificas para os alérgenos principalmente IgE. 
· Barreira gastrointestinal nas crianças é mais imatura e ineficiente. 
· Alguns alérgenos alimentares conseguem resistir à digestão e ultrapassar a barreira com estruturas intactas. 
· A alergia alimentar inicia precocemente na vida com manifestações clínicas variadas na dependência do mecanismo imunológico envolvido. 
· As reações adversas a alimentos podem ser classificadas em imunológicas e não imunológicas. 
classificação 
1) Mediada por IgE: de segundo a 2 horas após o contato, até pouca quantidade como traços pode reagir. 
2) Não mediada por IgE: tem um caráter mais crônico afetando mais o TGI, sem resolução rápida e não está tão fortemente relacionada a ingestão do alimento. 
3) Mista: tem a participação do linfócito T e citocinas pró inflamatórias além das IgEs. 
alergia mediada por ige
· São mais frequentes na infância. 
· Decorrem da sensibilização a alérgenos alimentares com formação de anticorpos específicos da classe IgE, que se fixam a receptores de mastócitos e basófilos.
· Contatos subsequentes com este mesmo alimento e sua ligação a duas moléculas de IgE próximas determinam a liberação de mediadores vasoativos e citocinas Th2, que induzem às manifestações clínicas de hipersensibilidade imediata.
· Alérgenos alimentares: encontram células dendríticas especializadas que os apresentam as células T. 
· As células B produzem os anticorpos IgEs específicos contra o alérgeno em questão, estes Iges específicos circulam e se ligam aos IgEs presentes na superfície dos matocitos e basófilos. 
· Quando ocorre nova exposição ao alérgeno, surge uma resposta muito mais rápida e forte com degranulação dos mastócitos com liberação de histamina e triptase, também ocorre a liberação de prostaglandias, leucotrienos, causando uma resposta inflamatória clássica. 
· Manifestações clínicas mais comuns: reações cutâneas (urticária, angioedema), gastrintestinais (edema e prurido de lábios, língua ou palato, vômitos e diarreia), respiratórias (broncoespasmo, coriza) e reações sistêmicas (anafilaxia e choque anafilático). 
não mediada por ige 
· É menos frequente, geralmente são tardias podendo ocorre após horas e até dias. 
· Não são de apresentação imediata e caracterizam-se basicamente pela hipersensibilidade mediada por células. 
· Os sintomas são mais crônicos e são exemplos: a enterocolite induzida por proteína alimentar, enteropatia induzida por proteína alimentar e proctite. 
Mistas
· São decorrentes de mecanismos mediados por IgE associados à participação de linfócitos T e de citocinas pró-inflamatórias.
· São exemplos desse grupo: Enterite eosinofilica, esofagite eosinofílica, dermatite atópica e a asma. 
ALÉRGENOS ALIMENTARES
· Alérgeno: é qualquer substância capaz de estimular uma resposta de hipersensibilidade.
· Há três possibilidades de um alimento se tornar capaz de induzir reações:
· Quando o alimento é ingerido ou há contato com a pele ou o trato respiratório;
· Quando, pela reatividade cruzada, houve produção de IgE específica e sensibilização antes mesmo do contato com o alimento;
· Quando há reatividade cruzada entre um alérgeno inalável (ex. polens, látex) responsável pela sensibilização e produção de IgE e ingestão do alimento.
· São diferentes em cada parte do mundo, devido as tradições culturais nutricionais de cada lugar. 
· Em geral, as crianças desenvolvem alergia na mesma ordem em que os alimentos são introduzidos. 
· A alergia alimentar à proteína do leite de vaca é a mais frequente na infância no Brasil. 
· Como usualmente o leite de vaca é a primeira proteína introduzida, substituindo muitas vezes é o leite materno. 
· Caseína e a betaglobulina são alérgenos mais importantes do leite. 
· Ovo: segundo alérgeno mais frequente por ingestão ou por contato (albumina, ovoalbumina, ovomucoide na clara). 
· Peixes também são bastante frequente (parvaalbumina no músculo do peixe). 
· Crustáceos: camarões, caranguejos e lagostas (reage pela ingestão, contato, manipulação e até inalação), quando reage a um tem uma grande chance de reagir a outro crustáceo (porque a proteína alergênica tropomiosina está presente na maioria dos crustáceos). 
· Amendoim: 70% das reações ocorre na primeira ingestão – sensibilizam a nozes e avelã e ao gergelim. 
· Trigo e soja: também frequente no primeiro ano de vida, pode haver reação cruzada entre os cereais. 
· Aditivos: antioxidantes, flavorizantes, corantes, conservantes são raros. 
alérgenos alimentares no mundo 
· EUA: amendoim, ovos, frutos/legumes, trigo e leite de vaca
· Rússia: frutas cítricas, chocolate, mel, morango, peixe, tomate e ovos, sementes de girassol. 
· Japão: leite de vaca, ovos e trigo. 
fatores de risco 
· A barreira gastrointestinal imatura e deficiente na infância. 
· Pouco leite materno, exposição precoce ao leite de vaga e outros alérgenos. 
· Herança genética de atopia. 
· Resposta anormal imunológica. 
sintomas 
· Cutâneas: urticária, angioedema e dermatite atópica. A pele é o principal alvo acometido. 
· Gastrointestinais: mediadas por Ige (náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia pode vir com sangue e muco). 
· Lembrar de vômitos imediato nos pequenos. 
· Cólica tardia e excesso de choro. 
· Não mediada: sintomas mais crônicos. 
· Respiratórios: asma e rinite são mais raros
· Anafilaxia: risco de morte, manifestações sistêmicas. 
diagnóstico
· A história tem um papel fundamental. Algumas perguntas importantes na anamnese:
· Qual alimento é suspeito de provocar a reação?
· Qual o intervalo entre a ingestão do alimento e o surgimento dos sintomas?
· Quais foram os sintomas?
· Se os sintomas ocorrem sempre que o alimento é ingerido?
· Se os sintomas ocorrem sem que o alimento seja ingerido?
· Dependendo do mecanismo de ação – exames laboratoriais. 
· Pesquisa de IgE especifica.
· Teste cutâneos – imediato – prick test 
· Teste de provocação oral (TPO) – 3 tipos – aberto, simples cego e duplo cego controlado. 
· Pode ser indicado em qualquer idade, para:
· Confirmar ou excluir uma alergia alimentar;
· Avaliar a aquisição de tolerância em alergias alimentares
· Potencialmente transitórias, como a do leite de vaca, do ovo, do trigo ou da soja;
· Avaliar reatividade clínica em pacientes sensibilizados e nos com dieta restritiva a múltiplos alimentos;
· Determinar se alérgenos alimentares associados a doenças crônicas podem causar reações imediatas;
· Avaliar a tolerância a alimentos envolvidos em possíveis reações cruzadas; 
· Avaliar o efeito do processamento do alimento em sua tolerabilidade.
tratamento 
· Única terapia comprovada é a exclusão do alimento e derivados. 
· Atenção a ingestão acidental;
· Manter sempre o aleitamento materno – mãe fazer dieta;
· APLV – sem aleitamento materno, usar formulas sem a proteína – extensamente hidrolisadas, soja, aminoácidos. 
· Observar rótulos – ANVISA – resolução RDC, dispõem sobre os requisitos das rotulagens com o nome obrigatório de 17 alimentos.
· Cuidados com contaminações e traços. 
· Erros de diagnósticos levando a um déficit nutricional 
· Trabalho multidisciplinar: nutrição, nutrólogo, psicologia, programa de apoio. 
· Tempo de dieta depende do paciente – geralmente antes dos 3 anos. 
esquema 
1) Exclusão, geralmente em 3 meses
2)Observar sintomas – remissão
3) Pode coletar IgEs específicos
4) Tentar tolerância – traços, derivados, método baked
como diferenciar a aplv da intolerância a lactose
	APLV
	INTOLERÂNCIA A LACTOSE
	Criança pequena
	Criança grande e adolescente
	Processo imunológico anômalo
	Sem cura
	Manifestações em pele, gastrointestinais, respiratórias, anafilaxia
	 Não tem processo imunológico
	Geralmente transitória
	Problema de digestão
	História de atopia
	Falta ou deficiência da enzima lipase
	
	Sintomas gastrointestinais (gases, diarreia líquida imediata
Quando encaminhar para o alergista?
· Quando houver falha ao tratamento instituído.
· Quando houver história de anafilaxia ou internação. 
· Quando houver necessidade de testes alérgicos, para esclarecimento diagnóstico e orientação.

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