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A sensibilidade é a capacidade de detectar e processar a informação sensorial que é gerada por um estímulo proveniente do ambiente interno ou externo ao corpo. Ela compreende todos os sentidos. A somestesia é a capacidade de receber informações de diferentes partes do corpo. É uma modalidade sensorial cheia de submodalidades. É uma das modalidades sensoriais, ou seja, é um dos sentidos. Suas submodalidades estão divididas em: ● Tato/pressão/vibração: ativados por mecanorreceptores da superfície corporal. ● Propriocepção: ativado por deslocamentos mecânicos dos músculos e das articulações. ● Dor (nocicepção): ativada por vários receptores que respondem a estímulos intensos de outras modalidades ou à lesão tecidual. ● Sensação térmica (termocepção): ativada por receptores térmicos para o calor e para o frio. Então um sistema somestésico é um conjunto sequencial de neurônios, fibras e sinapses que captam estímulos ambientais que atingem o corpo e os conduzem a regiões cerebrais para transformá-los em percepção e emoção, usados na modulação do comportamento. Subsistemas somestésicos: ● Exteroceptivo: sensibilidade tátil. Rápido. ● Proprioceptivo: sensibilidade proveniente dos músculos e das articulações (coordenação motora). Rápido. ● Interoceptivo: reúne vários receptores que, em conjunto, participam do controle funcional do organismo. Conhecimento global. O caminho da informação somestésica: Receptor sensorial - fibras periféricas - fibras espinais - centros subcorticais - centros corticais. O sistema somestésico possui uma sequência de 4 neurônios: o neurônio de 1° ordem é do tipo pseudounipolar, podendo receber estímulos mecânico, térmico ou químico. O neurônio de 2° ordem/de projeção está ou na medula espinal ou no tronco encefálico. Ele pode ser do tipo NE (nociceptor específico) ou WDR (neurônio de ampla faixa dinâmica). Ele vai fazer sinapse com o neurônio de 3° ordem, que é talâmico, o qual faz sinapse com o neurônio de 4° ordem, que está localizado no córtex somatossensorial. O sentido da condução sempre será aferente. Processamento somestésico Tudo começa com os receptores (células primárias). Seus receptores sempre serão neurônios pseudounipolares com a extremidade distal capaz de captar estímulos. Daí, eles podem ser de vários tipos: Receptores dérmicos Corpúsculo de Meissner Corpúsculos de Paccini Células de Merkel Corpúsculos de Ruffini Receptor do folículo piloso e Bulbo de Krause São encapsulados e se localizam na papila dérmica - entre a derme e a epiderme. São incapazes de captar estímulos estáticos/contínu os, sendo ditos, então, receptores fásicos. Por isso, são sensíveis a estímulos de alta frequência. São superficiais tbm, importante fator para a detecção de texturas na pele glabra. É do tipo de alta resolução. Estão na derme e em partes mais profundas. Lembra uma cebola. Também são bons em detectar estímulos de alta frequência, sendo receptores para estímulos rápidos e vibratórios. Não oferece informações tão precisas a respeito do local do estímulo, diferente do anterior. Encontrados na camada basal da derme. Abundantes na pele sensível, como a da ponta dos dedos. Faz sinapse apenas com neurônios mielinizados. Têm alta resolução. Receptores do tipo tônicos - capazes de detectarem estímulos contínuos. 25% da inervação das mãos. Embora raro, pode causar carcinoma. Encapsulados e situados na derme profunda e ligados a fibras mielinizadas. São do tipo Tônicos, ou seja, não possuem sensibilidade vibratória. Possui baixa resolução espacial. O primeiro pode ser fásico ou tônico e sua função é de detectar a movimentação do pelo do animal (este receptor está ao redor dele). O segundo estão na borda da epiderme com a mucosa e são termorreceptores sensíveis ao frio. Receptores de músculos e tendões Fusos musculares Órgãos tendinosos de Golgi (OTG) Estão intimamente em contato com as fibras musculares, sendo que detectam variações do comprimento muscular. Estão em contato direto com os tendões e detectam o estiramento do tendão durante uma contração muscular. Regula a força muscular e participa do reflexo miotático inverso. Receptores térmicos São formados por terminações nervosas livres: são estruturas simples presentes em todos os tecidos. Possuem baixa resolução espacial e são pouco especializadas. Detectam a mudança de temperatura nos diferentes tecidos. É importante saber que temos receptores tanto para o frio quanto para o calor. Quanto maior a temperatura, maior seria a ativação dos receptores de calor e quanto menor a temperatura, maior seria a ativação dos receptores de frio? NÃO! Porque as temperaturas muito baixas (abaixo de 10°C) e muito altas (acima de 45°C) são temperaturas nocivas aos nossos tecidos, entrando em ação os receptores de dor! Receptores de dor/Nociceptores Captam informações nocivas. São do tipo terminações nervosas livres, mas, diferentemente dos receptores térmicos, são do tipo polimodal, ou seja, respondem a diferentes naturezas de estímulos: térmicos, mecânicos e químicos. Possuem um alto limiar de ativação. Lembrando que esse limiar muda de acordo com o ambiente tecidual. Vale ressaltar que cada receptor possui um campo receptivo diferente. Ele é importante para a precisão de localização do estímulo, então, quanto menor for o campo, melhor será a precisão de localização de um estímulo. Transdução Antes do estímulo ser captado e decodificado pelo nosso sistema nervoso para gerar uma sensação, ele deve ser transduzido. Isso é o processo de transformação do estímulo ambiental em um potencial bioelétrico (linguagem dos neurônios). Independentemente do estímulo e do receptor, haverá formação de potencial receptor. Se esse potencial for de amplitude tal, ele gera, daí, um potencial de ação e a informação será encaminhada para as fibras. Essa transdução dependerá da composição proteica da membrana neuronal. Existem, pois, inúmeras proteínas transdutoras. Elas são nada mais nada menos que canais iônicos que permitem a entrada de cátions no neurônio primário, ocorrendo uma mudança de polarização da célula. Um estímulo pode ser classificado de acordo com: ● Modalidade - o tipo de sensação que ele provoca (tátil, nociceptiva, proprioceptiva…) ● Localização - resolução espacial (precisa ou difusa) ● Intensidade - se ele é forte, médio, fraco… Possui os códigos de frequência e população. Há uma proporcionalidade entre eles. ● Duração - se ele é longo, médio, curto… Isso vale para os receptores tônicos e fásicos. Como dito anteriormente, quanto menor for o campo receptivo, maior será a precisão do estímulo. Conseguimos ver isso nesse exemplo: quando colocamos duas pontas de lápis na ponta do dedo, conseguimos distinguir os dois lápis porque nessa região o campo receptivo é bem pequeno. Agora, quando colocamos no nosso antebraço, não conseguimos distinguir as duas pontas, conseguimos sentir como se fosse uma única ponta, pois o campo receptivo já é maior. Dada essa informação, conclui-se que cada região do corpo terá diferente campo receptivo, ou seja, diferente área específica do córtex somestésico, como se vê no quadro abaixo: "Homúnculo de Penfield" Receptores Tônicos vs. Receptores Fásicos Os tônicos são de lenta adaptação - ex: nociceptores, táteis, proprioceptivos -, pois o potencial de ação dura enquanto dura o estímulo, mesmo ele sendo longo. Eles têm como propriedade a detecção da duração e da intensidade do estímulo sobre a pele. E os fásicos são de rápida adaptação, pois ele só responde durante a aplicação do estímulo e após a aplicação do estímulo, para de responder. Ou seja, a principal preocupação dos receptores fásicos é a de detectar a presença ou a ausência de estímulos e ignorar aqueles que se tornam constantes. Dessa forma, os fásicos são excelentes detectores da frequência a qual o estímulo está sendo aplicado. Fibras nervosas somestésicas Vão conduzir os potenciais de ação ao longo do SNP, adentrando o SNC e seguindo as vias... Existem4 tipos dessas fibras: a alfa, a beta, a delta e a C. As três primeiras são mielinizadas, enquanto que a última é amielínica. O diâmetro vai diminuindo de alfa a C. Quanto maior for o diâmetro, maior será a velocidade da fibra. A mielina também acelera a condução.
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