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Farmacologia do sistema digestório

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FÁRMACOS DO SISTEMA TRATO
GASTROINTESTINAL
Amanda Pereira
5 semestre
2021
1) ANTAGONISTAS DO RECEPTOR H2 DA HISTAMINA
● Fármacos:
- Cimetidina.
- Ranitidina ( algumas vezes combinada com a bismuto) + ( úlcera péptica e
esofagite de refluxo).
- Famotidina.
- Nizatidina.
● Efeito:
- Diminuir a produção de HCL.
● Adm:
- EV, IM, VO
● Ef Adversos:
- diarreia, tonturas, sonolência, dores musculares, alopecia, rashes
transitórios, confusão em idosos e hipergastrinemia.
- Em homens, a cimetidina ocasionalmente provoca ginecomastia
e,raramente, diminuição da função sexual.
- A cimetidina (mas não outros antagonistas do receptor H2) também inibe o
citocromo P450 e pode retardar o metabolismo (e, desse modo, potencializar
a ação)de vários fármacos, incluindo anticoagulantes orais e antidepressivos
tricíclicos.
● São bloqueadores do receptor H2 de histamina, trazendo um grande efeito no
tratamento de úlceras gástricas.
● Inibem competitivamente as ações da histamina em todos os receptores H2.
● A secreção de pepsia diminui com a redução do volume do suco gástrico.
● Uso clínico:
- Inibir a secreção do ácido gástrico.
OBS.: Pode inibir tanto o ácido estimulado pela histamina como estimulado
pela gastrina.
● Aspectos farmacocinéticos:
- São bem absorvidos administrado por via oral.
- A famotidina só tem por via oral.
- Esta classe de fármacos estão sobre venda livre.
2) INIBIDORES DA BOMBA DE PRÓTONS
● Fármacos:
- Omeprazol.
- Esomeprazol.
- Lansoprazol.
- Rabeprazol.
- Pantoprazol.
● Efeitos:
- Diminuir a produção de HCL.
● Adm:
- EV, IM, VO (boa absorção oral)
● Tem meia vida de aprox. 1 hora, porém o efeito inibitório é por
mais de 24 horas devido a inibição irreversível sobre a bomba de H+.
● Ef Adversos:
- incomuns: diarreia, sonolência, tontura, idem.
● Omeprazol inibe irreversivelmente a H+-K+-ATPase ( a bomba de prótons).
● Omeprazol é um fármaco de base fraca, então ele se acumula no meio ácido dos
canalículos da célula parietal. E depois sofre uma conversão capaz de inativar a
bomba de prótons.
● Uso clínico:
- Omeprazol e lansoprazol é indicado para o tratamento de úlcera péptica +
esofagite de refluxo.
- Usado também como um componente da terapia na infecção pelo
Helicobacter pylori.
- Usado também na síndrome de Zollinger-Ellison ( uma tumoração causada
por secretores de gastrina.).
● Aspecto farmacocinético:
- Via mais comum é a oral.
- Omeprazol adm. via oral ( se degrada rapidamente em pH baixo).
- Omeprazol é absorvido no intestino delgado ( passando do sangue para
dentro das células parietais e depois para os canalículos onde exerce seu
efeito.)
- Doses aumentadas causam elevação desproporcional da concentração
plasmática (possivelmente porque seu efeito inibitório sobre a secreção de
ácido melhora sua própria biodisponibilidade).
- Omeprazol tem meia-vida de 1h, mas UMA DOSE única afeta a secreção de
ácido por 2-3 dias, isso por parte do fármaco se acumular dentro dos
canalículos e a outra parte por inibir a H+-K+-ATPase irreversivelmente.
OBS.: Tomar cuidado em pacientes com hepatopatias e mulheres grávidas e amamentando.
3) ANTIÁCIDOS
● Fármacos:
- Sais de Bicarbonato de sódio, Magnésio e Alumínio:
- Hidróxido de magnésio - Mg(OH)2 :
- Pó insolúvel que forma cloreto de magnésio no estômago.
- O Mh+2 é pouco absorvido no intestino, então não corre o risco de fazer
uma alcalose.
- Trissilicato de magnésio – inorgânico, forma gel com a água:
- Pó insolúvel que reage lentamente com o suco gástrico.
- Tem um efeito prolongado e absorve pepsina.
- Carbonato de magnésio - MgCO3
- Hidróxido de alumínio - Al(OH)3:
- Forma cloreto de alumínio no estômago.
- No intestino o cloreto é liberado e reabsorvido.
- Eleva o pH do suco gástrico para cerca de 4.
- Causa um efeito prolongado.
- Hidróxido de alumínio coloidal combina-se com fosfatos no trato
gastrointestinal, e o aumento de eliminação de fosfato que ocorre nas fezes
resulta em diminuição da eliminação de fosfato através do rim ( normalmente
usado em pacientes com insuficiência renal crônica;).
- Alginatos ou simeticona – gel em contato com a água:]
- Aumenta a viscosidade e a aderência do muco à mucosa esofágica,
formando assim uma barreira protetora.
- simeticona é um agente “antiespumante”,com a intensão de aliviar a
distensão abdominal e a flatulência.
● Efeito:
- Neutraliza a secreção de ácido na luz do TGI.
● Estes fármacos elevam o pH estomacal levando a inativação das enzimas pépticas.
● Ef. Adversos:
- constipação, atenção ao efeito rebote clorídrico e de gastrina
● Esta classe de fármacos é o modo mais simples de tratar os sintomas da secreção
excessiva de ácido gástrico.
● Neutraliza diretamente o ácido e inibe a atividade das enzimas pépticas.
● Sais de magnésio sozinho causa diarreia e sais de alumínio sozinho causa
constipação, o mais adequado é usar os dois juntos, preservando o funcionamento
adequado do intestino.
● Uso clínico:
- Usado para fechamento de úlceras duodenais.
- Dispepsia.
- Alívio sintomático do refluxo esofágico.
4) CITOPROTETORES ( FÁRMACOS QUE PROTEGEM A MUCOSA)
a) Primeiro tipo:
● Fármacos:
- Bismuto coloidal:
- Muito utilizado em combinações para tratamento de H. pylori.
- Causa efeito tóxico nos bacilos e impede a aderência à
mucosa.
- Muito pouco é absorvido, mas se a eliminação renal for
comprometida, as concentrações plasmáticas elevadas de
bismuto poderão resultar em encefalopatia.
- efeitos adversos incluem náuseas e vômitos e escurecimento
da língua e das fezes.
- Sucralfato de alumínio:
- Pode formar géis complexos com o muco.
- Inibe ação da pepsina e estimula a secreção de muco,
bicarbonato e prostaglandinas pela mucosa gástrica.
- Adm. via oral.
- Para ativação do fármaco, o meio tem que ser ácido.
- Não adms este medicamento com antiácidos ou antibióticos (
FLUORQUINOLONAS, TEOFILINA, TETRACICLINA,
DIGOXINA e AMITRIPTILINA. )
- No ambiente ácido, o produto polimerizado forma uma pasta
persistente que, por vezes, pode produzir uma crosta
obstrutiva (conhecida como bezoar 6 ) que fica presa ao
estômago.
- Alginatos.
● Mecanismo de ação:
- Barreira física e estimula produção de bicarbonato e muco.
● Efeito:
- Forma uma barreira física sobre a mucosa protegendo sobre
a ação do ácido.
● Ef. Adverso:
- Constipação.
b) Segundo tipo:
● Fármaco:
- Misoprostol.
- Adm. via oral.
- Utilizado para promover a cicatrização de úlceras ou para
prevenir lesão gástrica que pode ocorrer com o uso crônico de
AINEs.
- Tem ação direita sobre a célula ECS, inibindo a secreção
basal de ácido gástrico.
- Aumenta o fluxo sanguíneo na mucosa e aumenta a
secreção de muco e de bicarbonato.
● Mecanismo de ação:
- Análogo da prostaglandina E1.
● Ef. Adversos:
- Cólicas abdominais/ contratura uterina.
5) Anti-eméticos
➔ Primeiro tipo:
● Fármaco:
- Metoclopramida
- Vômito causado por uremia, radiação, distúrbios gastrointestinais,
citotóxicos.
● Mecanismo de ação:
- Antagonista do receptor da dopamina D2.
- Atua centralmente sobre ZGQ e tendo ação periférica sobre o TGI,
que aumenta a motilidade do esôfago, do estômago e do intestino.
● Efeito terapêutico
- Anti-êmese.
- Pró-cinético.
● Efeito colateral:
- Sonolência.
- Torpor.
- Alteração de comportamento.
- ( SÍNDROME DE LIBERAÇÃO EXTRA-PIRAMIDAL).
➔ Segundo tipo:
● Fármaco:
- Cinarizina
- Causa cinetose, distúrbio vestibulares ( doença de Ménière)..
- Ciclizina
- Tratar a cinetose.
- Prometazina
- Usada para náuseas matinais intensas da gravidez.
● Mecanismo de ação:
- Antagonista dos receptores H1.
● Efeito terapêutico:
- Anti-êmese.
- Anti-labiríntico.
- Anti-cinetótico.
- Sedativo.
● Efeitos adversos:
- Sonolência.
- Sedação.
Obs: A cinetose é o resultado de uma incompatibilidade entre o movimento que se
enxerga e a sensação percebida pelos ouvidos, mais especificamente pelo aparelho
vestibular
➔ Terceiro tipo:
● Fármaco:
- Dimenidrinato.
● Mecanismo de ação:
- Antagonista do receptor de histamina não-seletivo.
● Efeito colateral:
- Sonolência.
- Diminuição de reflexos.- Sedação.
➔ Quarto tipo:
● Fármaco:
- Beta-histina.
● Mecanismo de ação:
- Antagonista do receptor de histamina H3.
- Antagonista os receptores H3, mas com uma atividade agonista fraca
nos receptores H1.
● Efeito terapêutico:
- Usado para náuseas.
- Vertigem em labirintopatias associadas à doença de Menière.
● Efeito colateral:
- Sonolência.
- Sedação.
- Boca seca.
- Turvação visual.
➔ Quinto tipo:
● Fármaco:
- Hioscina ( escopolamina).
- Tratar cinetose e profilaxia.
- Adm. por via oral ou por adesivo transdérmico.
● Mecanismo de ação:
- Antagonistas muscarínicos M1.
● Efeito terapêutico:
- Anti-êmese.
- Anti-espasmódico ( anti-cólica).
● Efeito colateral:
- Secura da boca.
- Diminuição das secreções digestivas.
- Constipação intestinal.
➔ Sexto tipo:
● Estes fármacos são valiosos na prevenção e tratamento de vômitos e , em
menor proporção, de náuseas causadas por pós-operatórios.
● Adm. por via oral ou parenteral.
● Fármaco:
- Ondansetrona.
- Usado em casos de citotóxicos ou radiação, vômito pós-operatório.
- Granisetrona.
- Palonosetrona.
● Mecanismo de ação:
- Antagonistas dos receptores 5-HT3.
- Principal local de ação deste fármaco é ZGQ ( zona de gatilho dos
quimioreceptores.
● Efeito terapêutico:
- Potente anti-emético.
- Ação direta sobre a ZGQ.
6) PRÓ-CINÉTICOS
● Fármaco:
- Metoclopramida.
- Domperidona:
- Usado para tratar vômito causados por citotóxicos, com sintomas
gastrointestinais.
- Não atravessa facilmente a barreira hematoencefálica.
- Adm. por via oral.
● Os dois fármacos são eliminados pela urina e o tempo de vida deles são de 4-5
horas.
● Mecanismo de ação:
- Antagonistas dos receptores dopamina D2.
● Efeito terapêutico:
- Aumentam o peristaltismo, anti-refluxo e inibe o vômito.
- Uso para esofagite e hérnia de hiato.
● Efeito colateral:
- Metoclopramida ( sonolência e Sd Extra-piramidal)
- Domperidona ( Diarréia e cólica).
7) LAXANTES ( CATÁRTICOS OU PURGATIVOS )
● Fármacos:
→ Laxativos formadores de volume:
● Formam uma massa hidratada volumosa no lúmen intestinal, promovendo o
peristaltismo e melhorando a consistência fecal.
- Psilium.
- Fibra de ispaghula ( primeira escolha para ação lenta).
- Metilcelulose.
- Ágar.
→ Laxativos osmóticos:
● Prendem volumes aumentados de líquido no lúmen do intestino, acelerando a
transferência do conteúdo intestinal através do intestino delgado.
- Lactulose.
- Sulfato de magnésio.
- Hidróxido de magnésio.
→ Emolientes fecais ( emulsificam o conteúdo fecal):
- Docusato: Atua no trato gastrointestinal de maneira semelhante a um detergente,
fazendo com que as fezes fiquem mais amolecidas.
- Óleo mineral: Adm. por enema ( introdução de água e medicamentos líquidos no
organismo por via retal; clister, lavagem intestinal.)
- Supositório de glicerina.
→ Purgativos estimulantes:
- Sena: Laxativos do tipo antraquinona, que estimula diretamente o plexo mioentérico,
que causa um aumento do peristaltismo, causando a defecação.
- Picossulfato de sódio: Efeito semelhante ao docusato sódico.
8) ANTI-DIARREICOS
● Importante destacar alguns pontos: Os lactantes desnutridos com sintomas da
doença diarreica aguda, pode ser a principal causa de morte.
● O fármaco hioscina bloqueia o receptor M1, causando uma diminuição da
motilidade e cólica.
● Repositor da flora intestinal : Saccharomyces boulardii-17 liofilizado.
● Agentes antimotilidade: Loperamida ( que tem como efeito adverso de náuseas e
sonolência. Este fármaco tem como efeito colaterais importantes: Constipação
intestinal e íleo adinâmico.
● Três abordagens ao tratamento da diarreia aguda grave:
- Manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico: Faz-se uma reidratação oral com
soluções isotônicas de NaCl mais glicose e cereal à base de amido.
- Uso de anti-infecciosos.
- Uso de espasmolíticos ou outros antidiarreicos.
● Lembrar da diarreia do viajante, que é normalmente causada pela E. coli.
9) FÁRMACOS PARA TRATAR DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS
● Tratar doenças como por exemplo: Sd do cólon irritável, retocolite ulcerativa e
doença de Crohn.
● Fármacos:
- Glicocorticóides: Potentes anti-inflamatório, podendo ser adm. por via oral ou
localmente no intestino. Em geral tem os PREDNISOLONA ou
BUDESONIDA, fármacos de escolha em geral.
- Aminossalicilatos: São glicocorticóides que são utilizados em crises agudas
de doenças inflamatórias intestinais, mas não são ideais para tratamento a
longo prazo.
→ O sulfassalazina, quando tem sua forma ativa, é liberado no cólon,
MAS seu mecanismo de ação abrange muitas coisas (pode reduzir a
inflamação por remoção de radicais livres, inibindo a produção de
prostaglandinas e leucotrienos e/ou por diminuição da quimiotaxia dos
neutrófilos e da geração de superóxidos).
Tem como efeitos adversos: diarréia, hipersensibilidade e nefrite intersticial.
→ O mesalazina, é o próprio princípio ativo, 5-ASA.
- Imunobiológicos: Infliximabe e adalimumabe-anticorpos monoclonais contra o
fator de necrose tumoral ( TNF alfa).
Fármacos utilizados no tratamento da doença ulcerosa péptica gástrica ou
duodenal:
- Inibidores de bomba de prótons.
- Antagonistas dos receptores H2 da histamina.
- Antiácidos.
- Citoprotetores.
- Antibióticos:
- Amoxacilina.
- Claritromicina.
- Levofloxacina.
- Metronidazol.
Fármacos que agem no sistema biliar:
- Ácido ursodesoxicólico, que atua dissolvendo a bile espessa, mas não
dissolve os cálculos.
Fármaco para solução refratário
- Clorpromazina é um antiespasmódico potente e no tratamento do soluço
refratário. ATENÇÃO!! ALTAMENTE SEDATIVO.

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