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Aula Educação multicultural e diretrizes básicas da lei brasileira

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Educação multicultural e diretrizes 
básicas da lei brasileira
APRESENTAÇÃO
No Brasil, uma educação multicultural e baseada no respeito à diversidade é uma tarefa em 
constante processo de construção. A legislação sobre o tema busca estabelecer algumas 
condições para que tal tarefa, de fato, se concretize. Entretanto, a mudança não deve ocorrer 
apenas por meio de leis e decretos. Cada nova geração de educadores deve partir da premissa de 
que a educação é um movimento que requer um constante aprimoramento, conforme 
mostraremos nesta Unidade de Aprendizagem.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer os desafios da educação no Brasil em prol de um ensino representativo para 
todos os grupos étnicos brasileiros.
•
Explicar a importância dos esforços para a construção de uma educação multicultural.•
Desenvolver iniciativas que aprimorem as relações entre alunos de diferentes grupos 
étnicos.
•
DESAFIO
Uma comparação de estudantes norte-americanos com estudantes chineses, japoneses e 
taiwaneses revelou que os norte-americanos tendem a realizar seus trabalhos de maneira mais 
independente, enquanto os estudantes asiáticos costumam trabalhar em grupos. Essas diferenças 
culturais foram descritas por John Santrock, em seu livro Psicologia Educacional (ArtMed, 
2011), em dois termos apresentados logo abaixo: 
• Individualismo: refere-se a um conjunto de valores que priorizam objetivos pessoais em vez de 
objetivos de grupo. Valores individualistas incluem sentir-se bem, ter preferências pessoais e 
independência. Muitas culturas ocidentais como as dos Estados Unidos, Canadá, Grã-Bretanha e 
Holanda são descritas como individualistas. 
• Coletivismo: consiste em um conjunto de valores que dão suporte ao grupo. Objetivos pessoais 
estão subordinados à preservação da integridade do grupo, à interdependência e a 
relacionamentos harmoniosos. Muitas culturas orientais como as da China, Japão, Índia e 
Tailândia são rotuladas de coletivistas. A cultura mexicana também tem uma característica 
coletivista mais forte do que a cultura norte-americana, por exemplo.
Críticos argumentam que a ênfase ocidental no individualismo enfraquece a necessidade da 
espécie humana de relacionamento. Alguns cientistas sociais acreditam que muitos problemas 
nas culturas ocidentais se intensificaram por causa dessa ênfase no individualismo. Comparada a 
outras culturas coletivistas, as culturas individualistas costumam apresentar taxas maiores de 
suicídio, consumo de drogas, criminalidade, gravidez precoce, divórcios, abuso infantil e 
problemas mentais.
No entanto, independentemente da origem cultural, as pessoas precisam de um senso positivo do 
self e de conectividade com os outros para se desenvolverem plenamente como seres humanos. 
Um professor pode levar para a sala de aula e para o relacionamento com os responsáveis pelos 
alunos, colegas de trabalho e comunidade os traços de sua cultura originária.
Diante do exposto, seu desafio consiste em apontar ao menos duas propostas de ação para 
os seguintes casos: 
1) Você é influenciado por uma cultura individualista e precisa interagir mais 
eficientemente com alunos, pais e equipe escolar de uma cultura coletivista. 
2) Você é influenciado por uma cultura coletivista e deverá interagir mais eficientemente 
com alunos, pais e equipe escolar de culturas individualistas.
INFOGRÁFICO
Dentro do espectro educacional brasileiro, apesar dos avanços, a realidade ainda é de muito 
atraso quando falamos em oportunidades e conquistas, considerando a divisão por etnias. O 
infográfico a seguir ilustra esta situação, pois destaca a diminuição não equitativa dos índices de 
analfabetismo no Brasil, de acordo com os últimos Censos do Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE). Confira a seguir.
CONTEÚDO DO LIVRO
Nosso país é formado por diversos grupos étnicos que coexistem entre si. Alguns destes grupos 
são originários deste território, como os indígenas, e outros aqui chegaram através do processo 
colonizador, uns como conquistadores (europeus), outros, escravizados em prol do 
aproveitamento de sua mão de obra para a expansão da colônia (africanos), bem como os mais 
diversos processos de migração provenientes de outras nações. Cada uma destas etnias apresenta 
uma cultura específica, que reúne formas de entender o mundo e de viver em sociedade 
especificas, o que se torna desafiador para o convívio e para a formação de uma identidade 
nacional altamente miscigenada como a brasileira.
Neste capítulo, você vai estudar sobre os desafios que se colocam para que todos os grupos 
étnicos sejam representados no contexto educacional brasileiro. Também irá aprender sobre a 
importância da construção de uma educação multicultural e iniciativas que podem promover 
melhores relacionamentos entre os estudantes dos diversos grupos étnicos no interior das 
escolas.
Boa leitura!
SOCIEDADE, 
CULTURA E 
CIDADANIA 
Pablo Rodrigo Bes
Educação multicultural 
e diretrizes básicas 
da lei brasileira
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Reconhecer os desafios da educação no Brasil em prol de um ensino 
representativo para todos os grupos étnicos brasileiros.
 Explicar a importância dos esforços para a construção de uma
educação multicultural.
 Desenvolver iniciativas que aprimorem as relações entre alunos de
diferentes grupos étnicos.
Introdução
O Brasil é formado por diversos grupos étnicos que coexistem entre si. 
Alguns desses grupos são originários do território brasileiro, como os indíge-
nas, e outros chegaram aqui por meio do processo colonizador. Cada uma 
dessas etnias apresenta uma cultura específica, que reúne determinadas 
formas de entender o mundo e de viver em sociedade, o que se torna 
desafiador para o convívio e para a formação de uma identidade nacional.
Neste capítulo, você vai estudar os desafios existentes para que todos 
os grupos étnicos sejam representados no contexto educacional brasi-
leiro. Também vai aprender sobre a importância da construção de uma 
educação multicultural. Além disso, vai conhecer iniciativas que podem 
promover melhores relacionamentos entre os estudantes dos diversos 
grupos étnicos nas escolas.
Educação multicultural no Brasil: desafios 
e possibilidades
Para começar seus estudos sobre uma educação que contemple todos os grupos 
étnicos nacionais, você deve conhecer o conceito de cultura em seu caráter 
antropológico e sociológico. Isso facilita muito a compreensão dos desafi os 
existentes para que a educação multicultural exista.
O conceito de cultura evoluiu muito com o passar do tempo. Da simples oposição 
aos fenômenos da natureza, traduzindo-se nos artefatos criados pelo homem, tal 
conceito passou a designar as práticas e tradições típicas da humanidade, englo-
bando características que distinguiam classes de pessoas. Assim, algumas classes 
passaram a ser tidas como mais elitizadas, com maior “cultura” do que outras e 
com acesso aos aspectos eruditos (das artes, da literatura, das obras clássicas, etc.). 
Por sua vez, outras classes se ligaram a uma cultura popular, de “menor valor”.
A partir do século XX, o mundo presenciou um fenômeno chamado de 
virada cultural: o conceito de cultura passou a se estender a todos os estratos da 
sociedade, envolvendo o conjunto de práticas discursivas (aquilo que se diz) e não 
discursivas (aquilo que se faz) que existem dentro de determinado grupo étnico 
e que costumam ser ensinadas e transmitidas para as gerações que se sucedem.
Burke (2005) conceitua cultura de forma simples, caracterizando-a como 
um sistema de integração, de diferenciação e de referência que organiza e dá 
um sentido à atividade dos seus membros. Ou seja, por meio da cultura dos 
grupos de que participam, as pessoas constroem sua identidade cultural e, a 
partir daí, se sentem integradas a esses grupos epassam a organizar a sua vida, 
as suas ações diárias, por meio daquilo que aprendem com os demais membros.
Reforçando o conceito, Moreira et al. (2008, p. 27) comenta que “Cultura 
identifica-se, assim, com a forma geral de vida de um dado grupo social, com 
as representações da realidade e as visões de mundo adotadas por esse grupo”. 
Dessa forma, você pode considerar que todos os indivíduos são produzidos 
socialmente a partir de sua cultura, aprendem a ler o mundo e a pensar a partir 
de uma matriz de ideias que são ensinadas nos grupos em que convivem e que 
determinam regras de convivência; são papéis a representar e que constituem 
as suas subjetividades. Logo, todas as culturas são importantes e não deveria 
haver privilégios entre elas, não é mesmo? Mas será que todas as etnias são 
devidamente representadas no contexto escolar?
Partindo desses questionamentos, você vai conhecer o conceito de colo-
nialismo. Por meio dele, você vai entender melhor por que algumas etnias 
foram privilegiadas no currículo escolar. O Brasil, ao ser conquistado pelos 
portugueses, seguindo a tradição típica do processo de expansão europeu pelo 
Educação multicultural e diretrizes básicas da lei brasileira2
mundo na época das grandes navegações, passou pelo estabelecimento de 
privilégios. Teve início aqui uma assimetria de valor e poder entre as etnias 
que participaram do processo colonizador. Nesse contexto, as etnias europeias 
tiveram maior força e prestígio do que todas as outras. Basta você perceber que 
os “descobridores” portugueses, ao avistarem os índios, os classificaram como 
selvagens e sem cultura, por isso determinaram que deveriam ser catequizados 
e civilizados a partir da cultura europeia.
Segundo Quijano (2007, p. 93), “A colonialidade é um dos elementos 
constitutivos e específicos do padrão mundial do poder capitalista. Funda-se 
na imposição de uma classificação racial/étnica da população mundial como 
pedra angular deste padrão de poder”. Dessa forma, com a colonização, se 
estabeleceu uma classificação étnico-racial cruel e desigual. Os europeus 
(brancos) seriam cultos, ricos e poderosos, enquanto os índios seriam selvagens 
e sem cultura; já os africanos e seus descendentes seriam propriedade explorada 
em sua mão de obra. A crença monocultural de que somente a cultura europeia 
era importante e que deveria se estender a todos ofereceu as condições para 
que outros grupos étnicos (índios e negros) fossem escravizados.
Oliveira e Candau (2010) se referem a essa colonialidade do poder como 
uma estrutura de dominação que submeteu a América Latina, a África e a 
Ásia a partir da conquista. Essa noção faz alusão à invasão do imaginário do 
outro, ou seja, à sua ocidentalização. 
Mais especificamente, diz respeito a um discurso que se insere no mundo 
do colonizado, porém também se reproduz no lócus do colonizador. Nesse 
sentido, o colonizador destrói o imaginário do outro, ou seja, invisibiliza-o e 
subalternaliza-o, enquanto reafirma o próprio imaginário (QUIJANO, 2005 
apud OLIVEIRA; CANDAU, 2010, p. 19).
Uma das formas de invisibilizar e subalternalizar as culturas tidas como de 
menor valor é a proposição de um currículo escolar que reprime o conhecimento 
das particularidades dessas culturas, elegendo uma única cultura como central. 
Nessa perspectiva, apenas sobre a cultura central é que ensinamentos devem 
ser realizados, de forma etnocêntrica. Ou seja, os conteúdos escolares, quando 
selecionados para serem desenvolvidos em sala de aula, também servem ao 
propósito de reforçar os aspectos coloniais.
Essa situação persistiu no Brasil até bem pouco tempo, uma vez que a 
educação multicultural é um assunto que entrou nas discussões curriculares 
somente nas últimas décadas, posteriormente à Constituição Federal de 1988. 
Este ainda é um dos grandes desafios da educação brasileira: reconhecer as 
3Educação multicultural e diretrizes básicas da lei brasileira
particularidades e a importância cultural de cada grupo étnico na constituição 
das identidades das pessoas que compõem a nação. Ao estudar o conceito de 
multiculturalismo, você precisa entender o seguinte:
O multiculturalismo é o jogo das diferenças, cujas regras são definidas nas 
lutas sociais por atores que, por uma razão ou outra, experimentam o gosto 
amargo da discriminação e do preconceito no interior das sociedades em que 
vivem [...]. Isto significa dizer que é muito difícil, se não impossível, compre-
ender as regras desse jogo sem explicitar os contextos sócio-históricos nos 
quais os sujeitos agem, no sentido de interferir na política de significados em 
torno da qual dão inteligibilidade a suas próprias experiências, construindo-se 
enquanto atores (GONÇALVES; SILVA, 2001, p. 111).
A identidade dos indivíduos se produz a partir das suas experiências 
culturais, conforme você viu anteriormente, o que caracteriza um processo 
sócio-histórico. É a partir da diferença entre o indivíduo e os que convivem 
ao seu redor que ele vai sendo subjetivado, ou seja, se tornando quem é. Por 
exemplo, um sujeito é “branco” porque não é “negro”, ou “amarelo”, ou de 
qualquer outra cor. As diferenças são importantes para a constituição das 
identidades, porém não devem ser vistas como parâmetro para que sejam 
traçados juízos de valor sobre as pessoas. A ideia não é eleger melhores ou 
piores devido aos seus traços fenotípicos (aparência externa, física, como 
cor da pele, lábios, cabelos, entre outras) ou questões sociais diversas, como 
religião, renda, profissão, classe social, local onde reside, etc.
A educação multicultural tem como objetivo desconstruir esses padrões 
que foram construídos com o passar das décadas e que elegeram alguns grupos 
étnicos como mais privilegiados, de modo que apresentam maior força e poder 
ao ditar as normas de convivência social para todos os demais. Falar sobre 
uma educação multicultural significa reconhecer a importância dela como 
um processo político. Silvério (2000, p. 86) comenta que:
[...] a política multicultural e seus compromissos com a diversidade eclodiram 
de uma história de luta conflituosa e da resistência organizada pelas minorias 
em sua busca incessante da transformação da sociedade. Um terreno de luta 
em torno da reformulação da memória histórica, da identidade nacional, da 
representação individual e social, bem como da política da diferença.
Buscar uma educação que contemple a diversidade de culturas que existe 
no Brasil significa, portanto, reescrever a própria história nacional, recontar, 
ensinar essa história a partir da positivação e das correções necessárias, 
Educação multicultural e diretrizes básicas da lei brasileira4
visando a incluir todos os grupos étnicos minoritários (no sentido do acesso 
e das possibilidades de vida social). Ou seja, é preciso desconstruir a ideia 
etnocêntrica e romântica dos descobridores portugueses, que por muito tempo 
foram enaltecidos por seus atos enquanto outros grupos étnicos, como os 
índios e os negros, foram invisibilizados e subalternizados historicamente.
Quando uma única cultura de uma etnia (monocultura) é imposta como a mais im-
portante em detrimento de todas as demais, fenômeno chamado de etnocentrismo, 
podem ocorrer inúmeras situações de preconceito e discriminação em relação a 
todos os demais grupos étnicos, que, dessa forma, passam a constituir as chamadas 
“minorias sociais”. Essas minorias são assim denominadas não devido a questões 
numéricas, e sim à assimetria de poder que possuem em relação à etnia central. Em 
muitas nações colonizadas pela Europa, esse processo ocorreu de forma eurocêntrica, 
ou seja, a cultura europeia serviu de modelo, de padrão para que os processos sociais 
se estabelecessem e, assim, fossem civilizadas as nações conquistadas.
Os esforços para a construção de uma educação 
multicultural no Brasil
A educação multicultural brasileira surgiu acompanhando as tendências de 
movimentos que foram realizados em outras áreas da sociedade, como na arte, 
na literatura,na sociologia e nos movimentos sociais diversos das minorias. 
Dessa forma, há alguns importantes documentos que foram decisivos para que 
as culturas diversas fossem representadas no universo escolar. Veja a seguir, 
os marcos legais da educação multicultural no Brasil:
  Constituição Federal (1988)
  Estatuto da Criança e do Adolescente (1990)
  Parâmetros Curriculares Nacionais (1997)
  Lei nº. 10.639/2003
  Lei nº. 11.645/2008
  Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica: 
diversidade e inclusão (2013)
  Base Nacional Comum Curricular (2017)
5Educação multicultural e diretrizes básicas da lei brasileira
A Constituição Federal de 1988 apresenta inúmeros artigos que defendem o 
caráter plural da cultura nacional, estabelecendo, em seu art. 5º, que “[...] todos 
são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza [...]” (BRASIL, 
1988, documento on-line). Ela também garante, nos termos do mesmo artigo, a 
liberdade de consciência e de crença — crença religiosa, convicção filosófica 
ou política — e a livre expressão de atividades intelectuais ou artísticas. Como 
você pode perceber, os aspectos culturais relativos aos diversos grupos étnicos 
receberam atenção especial no texto constitucional.
O Estatuto da Criança e do Adolescente reforça a importância do respeito 
e da garantia dos direitos de todos, sem distinção, ao afirmar, em seu art. 5º, 
que “Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de ne-
gligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido 
na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos 
fundamentais” (BRASIL, 1990, documento on-line). Para garantir os direitos 
fundamentais de todos aqueles grupos étnicos que fazem parte da população 
brasileira, com igualdade de condições e respeito pelas suas diferenças, se 
faz necessário envolver a escola. A partir dela, é possível educar as crianças 
e jovens para o convívio social saudável, que é tão necessário.
Perseguindo esse objetivo, em 1997, procurando ainda atender às discussões 
internacionais realizadas em Jomtien, na Tailândia, o Ministério da Educação 
construiu o Parâmetro Curricular Nacional (PCN) intitulado “Pluralidade 
Cultural”, que diz respeito ao:
[...] conhecimento e à valorização de características étnicas e culturais dos 
diferentes grupos sociais que convivem no território nacional, às desigualdades 
socioeconômicas e à crítica às relações sociais discriminatórias e excludentes 
que permeiam a sociedade brasileira, oferecendo ao aluno a possibilidade de 
conhecer o Brasil como um país complexo, multifacetado e algumas vezes 
paradoxal (BRASIL, 1997, p. 121).
A educação é convocada, a partir dos PCNs (1997, p. 137), a “[...] combater, 
no plano das atitudes, a discriminação manifestada em gestos, comportamentos 
e palavras, que afasta e estigmatiza grupos sociais”. É no interior das escolas 
que as relações sociais entre os mais diversos grupos étnicos podem ser tra-
balhadas para garantir interações mais respeitosas e tolerantes. A proposta é 
valorizar as diferenças que constituem os sujeitos, em vez de utilizá-las para 
efeitos negativos, como a produção de discriminações e violências diversas.
Educação multicultural e diretrizes básicas da lei brasileira6
Em 1990, foi realizada a Conferência Mundial sobre Educação para Todos, na cidade 
de Jomtien, na Tailândia. Como um de seus objetivos era satifazer as necessidades 
básicas da aprendizagem de todas as crianças, jovens e adultos, a Conferência serviu de 
impulso internacional para que o Brasil e as demais nações participantes implantassem 
políticas públicas educacionais para universalizar o acesso e garantir a qualidade da 
escolarização a todos.
Uma das conquistas do movimento negro no Brasil ocorreu em 2003, com 
a Lei nº 10.639, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
de 1996 (LDB), especificamente o artigo 26-A. Assim, aconteceu a inclusão 
obrigatória, nas escolas da rede pública e privada de ensino fundamental e 
médio, do “[...] ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira” (BRASIL, 
2003, documento on-line). Visando ao resgate histórico da presença das etnias 
afrodescendentes nos currículos escolares brasileiros, a referida lei ainda 
afirma, em seu §1º, os seguintes conteúdos programáticos: 
[...] o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no 
Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacio-
nal, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e 
política pertinentes à História do Brasil (BRASIL, 2003, documento on-line). 
Como você pode perceber, essa lei contribuiu decisivamente para a educação 
multicultural brasileira, principalmente no que concerne aos afrodescendentes, 
que, devido ao processo colonial, tiveram muitas vezes sua história negativada/
invisibilizada nos livros escolares.
Acompanhando a mesma tendência, a Lei nº 11.645 (BRASIL, 2008), alterou 
novamente a LDB de 1996 no art. 26-A, incluindo também no currículo escolar 
a obrigatoriedade do ensino da história e da cultura indígenas. Dessa forma, 
cria-se um dispositivo legal que visa a equiparar, corrigir e reparar as diferenças 
étnicas praticadas nos currículos escolares, que apresentavam, muitas vezes, um 
caráter monocultural e etnocêntrico, supervalorizando as etnias europeias na 
formação da sociedade brasileira. É preciso, acompanhando o pensamento de 
Gomes (2003), descolonizar os currículos escolares no Brasil, conforme comenta:
7Educação multicultural e diretrizes básicas da lei brasileira
Descolonizar os currículos é mais um desafio para a educação escolar. Muito 
já denunciamos sobre a rigidez das grades curriculares, o empobrecimento do 
caráter conteudista dos currículos, a necessidade de diálogo entre escola, currículo 
e realidade social, a necessidade de formar professores e professoras reflexivos 
e sobre as culturas negadas e silenciadas nos currículos (GOMES, 2012, p. 102).
É necessário, ainda, que os docentes possam apropriar-se da importân-
cia da inclusão de todos os grupos étnicos nas discussões e nos conteúdos 
desenvolvidos em sala de aula. Eles devem perceber que, muitas vezes, essa 
forma de ensinar e esses componentes curriculares são diferentes daqueles que 
vivenciaram em sua escolarização inicial, típica de um currículo colonizado 
pelas ideias europeias. Essa “[...] descolonização do currículo implica conflito, 
confronto, negociações” (GOMES, 2012, p. 107) para que se produza algo 
novo e eficiente no desenvolvimento das relações interculturais existentes 
na escola e, consequentemente, em toda a sociedade. Dessa forma, é possível 
transformar a sociedade, tornando-a menos racista e discriminatória.
Em 2013, para condensar as normatizações em busca do acolhimento da 
diversidade cultural e da proposição de uma educação multicultural que pautasse 
o ensino das relações étnico-raciais nas escolas brasileiras, o Ministério da Edu-
cação lançou as Diretrizes Curriculares Gerais da Educação Básica: diversidade e 
inclusão. Nelas, procura abranger todas as modalidades educacionais, entendendo 
que a educação de qualidade é um direito de todos e que “[...] torna-se inadiável 
trazer para o debate os princípios e as práticas de um processo de inclusão social, 
que garanta o acesso à educação e considere a diversidade humana, social, cultu-
ral, econômica dos grupos historicamente excluídos” (BRASIL, 2013, p. 7). As 
Diretrizes Curriculares Nacionais (2013, p. 7) procuram abranger as:
[...] questões de classe, gênero, raça, etnia, geração, constituídas por categorias 
que se entrelaçam na vida social, mulheres, afrodescendentes, indígenas, 
pessoas com deficiência, populações do campo, de diferentes orientações 
sexuais, sujeitos albergados, em situação de rua, em privação de liberdade, de 
todos que compõem a diversidade que é a sociedade brasileira e que começam 
a ser contemplados pelas políticas públicas.
Mais recentemente, com a BaseNacional Comum Curricular de 2017 (BNCC), 
as questões da diversidade cultural foram novamente enfatizadas, conforme você 
pode ver em uma das competências gerais da Base Nacional Comum Curricular:
Educação multicultural e diretrizes básicas da lei brasileira8
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, 
fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, 
com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos so-
ciais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos 
de qualquer natureza (BRASIL, 2017, documento on-line).
A BNCC se alinha com os conceitos do multiculturalismo e do respeito à 
diversidade cultural, porém Walsh (2001) vai um pouco além ao valer-se do 
termo “interculturalidade”. Para ele, a interculturalidade é “[...] um espaço 
de negociação e de tradução onde as desigualdades sociais, econômicas e 
políticas, e as relações e os conflitos de poder da sociedade, não são mantidos 
ocultos e sim reconhecidos e confrontados” (WALSH, 2001, p. 10, tradução 
nossa). Dessa forma, não basta reconhecer, respeitar, tolerar a existência dos 
mais diversos grupos étnicos que constituem a nação. É preciso confrontar as 
grandes desigualdades sociais que ainda assolam de forma mais significativa 
alguns desses grupos em relação aos demais, buscando maior equidade e justiça.
Iniciativas multiculturais nas escolas
As pessoas se constituem como sujeitos a partir de suas experiências culturais. 
Por meio delas, aprendem sobre o mundo, sobre as maneiras de viver e sobre 
os papéis que vão representar na sua vida em sociedade. Durante esse processo 
de formação de subjetividades, algumas instituições são muito signifi cativas. 
A escola é uma das mais importantes desde a Modernidade.
No ambiente escolar, os indivíduos são ensinados a ter disciplina, a desen-
volver comportamentos mais adequados para o convívio social. Além disso, 
se apropriam de toda a gama de conhecimentos produzidos pela humanidade 
e que compõem os saberes que fazem parte dos currículos escolares. Como 
todas as crianças passam a frequentar a escola de forma compulsória no Brasil 
a partir de seus 4 anos de idade, o ambiente de ensino deve ser utilizado como 
o principal canal para que se promovam esforços educacionais em busca de 
uma educação multicultural, não é mesmo?
Essa educação multicultural, porém, deve ser realizada a partir de um cur-
rículo reestruturado, quebrando o antigo paradigma que determina que: “[...] o 
currículo escolar, tal qual a sociedade brasileira, está pautado numa compreensão 
de que apenas a cultura do colonizador — branca, masculina, heterossexual e 
cristã — tem legitimidade para ser estudada” (PASSOS, 2008, p. 17). 
9Educação multicultural e diretrizes básicas da lei brasileira
Essa é a tensão central que tem feito parte das iniciativas em torno do 
tema da diversidade cultural, da educação das relações étnico-raciais e de 
uma pedagogia antirracista e inclusiva na atualidade.
Para que a escola desenvolva um projeto educacional que tenha êxito ao 
trabalhar as questões multiculturais, promovendo interações e relacionamen-
tos exemplares entre seus alunos, precisa considerar que cada um de seus 
estudantes deve ser compreendido “[...] na sua diferença, enquanto indivíduo 
que possui uma historicidade, com visões de mundo, escalas de valores, 
sentimentos, emoções, desejos, projetos, com lógicas de comportamentos e 
hábitos que lhe são próprios” (DAYRELL, 1996, p. 5). Considerar os alunos 
dessa forma vai de encontro às condutas que, em muitos casos, tendem a 
homogeneizar a todos, procurando um resultado comum e universal para os 
mesmos conteúdos, nos mesmos tempos e ritmos. Ao contrário disso, a escola 
que trabalha com a educação multicultural precisa ser “[...] curiosa, ousada, 
buscando dialogar com todas as culturas” (GADOTTI, 1992, p. 23).
Existem inúmeras ações que estão sendo postas em prática hoje nas 
escolas visando à educação multicultural em todos os níveis e modalidades 
educacionais. Você pode considerar, por exemplo, os múltiplos projetos 
existentes na educação infantil que procuram trabalhar com as diferenças 
entre os alunos. Assim, a partir do reconhecimento de suas características 
particulares e das de seus colegas, tais projetos ajudam os estudantes a com-
preender as diferenças individuais que tornam os sujeitos únicos e singulares. 
A partir dessa proposta, a construção das identidades e a alteridade passam 
a ser compreendidas desde a infância.
Os livros de literatura voltados para a área também são muito utilizados 
na educação infantil. Eles auxiliam no ensino das temáticas da diferença e 
do multiculturalismo a partir da utilização de personagens que propiciam que 
a criança simbolize papéis ao realizar sua leitura. Silveira, Bonnin e Ripoll 
(2010, p. 5), ao analisarem algumas coleções de livros de literatura infantil 
que tematizam as diferenças, alertam aos professores que, em alguns casos, 
essas obras agem “[...] como se a diferença fosse uma característica própria 
dos sujeitos e não efeito de relações de poder e de classificações”.
Educação multicultural e diretrizes básicas da lei brasileira10
Para a educação básica, seja nos anos iniciais ou finais do ensino fundamen-
tal, ou ainda no ensino médio, podem ser implantados projetos no estilo “feira 
multicultural”. As turmas podem se engajar no conhecimento, na vivência e 
na demonstração dos mais variados traços de cada grupo étnico existente na 
comunidade da qual fazem parte. A ideia é incentivar o exercício democrático 
e inclusivo que permita a participação de todos em equidade. No Portal do 
Professor, do Ministério da Educação, existem inúmeros planos de aulas que 
remetem ao tema e que podem ser utilizados nas escolas.
Outra fonte de bons projetos multiculturais que podem ser utilizados em sala 
de aula é o Portal do Prêmio Professores do Brasil, concurso promovido pelo 
Ministério da Educação anualmente e que reconhece projetos pedagógicos que 
servem de referência para os educadores em território nacional. No ano de 2018, 11ª 
edição desse concurso, por exemplo, foram premiados dois projetos que tangenciam 
o tema. O primeiro deles é chamado “Meu Cabelo, Minha Raiz!”, da modalidade 
creche. Ele foi relatado pela professora Cristiane Santos de Melo, do Centro de 
Educação Infantil Dr. Djalma Ramos, da cidade de Lauro de Freitas, na Bahia. A 
partir do projeto, que analisa as características do cabelo da professora, de origem 
afrodescendente, e dos demais alunos da turma, são trabalhadas as diferenças e 
semelhanças e realizado o empoderamento da identidade negra feminina.
O segundo projeto premiado se chama “Cadê os indígenas nos livros 
didáticos? Têm indígenas em Pernambuco?”, ganhador da modalidade ensino 
fundamental: anos iniciais, de autoria do professor Isaias da Silva, da Escola 
Mult. Sta. Terezinha do Menino Jesus, da cidade de Vitória de Santo Antão, 
 Você deve ser bastante criteriosos na escolha das obras que utilizará, para que possa 
proporcionar boas discussões e produções. Como sugestão, considere as obras listadas 
a seguir:
  João não cabe mais em seu calção, de Mimi Doinet
  Nem todas as girafas são iguais, de Márcia Honora
  Felicidade não tem cor, de Júlio Emílio Braz
  Diversidade, de Tatiana Belink
  Minha família é colorida, de Georgina Martins
  Não tem dois iguais, de Carmem Lúcia Campos
11Educação multicultural e diretrizes básicas da lei brasileira
em Pernambuco. A partir da utilização, da análise e da problematização das 
imagens existentes (ou inexistentes) nos livros didáticos utilizados com os 
alunos, o professor procurou sensibilizar os estudantes para que percebessem 
que algumas etnias são invisibilizadas na história nacional.
É importante você notar que “[...] a reflexão sobre educação e diversidade 
cultural não diz respeito apenas ao reconhecimento do outro como diferente. 
Significa pensar a relação entre o eu e o outro” (GOMES,2003, p. 69, grifo 
nosso). Dessa forma, o professor, ao desenvolver seus projetos de educação 
multicultural, deve propor momentos de interação e de relacionamento entre 
os diversos alunos. A ideia é que possam, por meio do diálogo e das experi-
ências coletivas realizadas, apreender os conceitos de igualdade e equidade, 
que devem existir entre todos os grupos étnicos brasileiros.
Você ainda deve considerar que as discussões multiculturais na escola não 
devem ficar restritas: 
[...] a análise de um determinado comportamento ou de uma resposta individual. 
Ela precisa incluir e abranger uma discussão política. Por quê? Por que ela diz 
respeito às relações estabelecidas entre os grupos humanos e por isso mesmo 
não está fora das relações de poder (GOMES, 2003, p. 72). 
Ou seja, a escola deve ir além da simples discussão da atitude em si, 
buscando as possíveis origens sociais de tal comportamento.
Por exemplo, ao perceber que existem atitudes racistas ou mesmo bullying 
por parte de alguns alunos na escola, além de trabalhar diretamente com 
os autores de tais violências, os professores devem explorar as relações de 
poder existentes, que foram desenvolvidas historicamente e que podem ter 
influenciado tais atitudes. Esse processo de análise pode ser enriquecido por 
meio de dinâmicas de grupo, jogos coletivos, dramatizações, entre outras 
técnicas pedagógicas. O importante é que sejam propostas interações e que 
sejam desenvolvidas atitudes altruístas e empáticas entre todos.
Para conhecer experiências bem-sucedidas que abordam o tema da educação mul-
ticultural nas escolas, acesse o link a seguir. Nele, você vai encontrar alguns artigos 
que apresentam experiências realizadas junto às etnias indígenas e afrodescendentes.
https://goo.gl/H2WDma
Educação multicultural e diretrizes básicas da lei brasileira12
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: 
Senado Federal, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Consti-
tuicao/Constituicao.htm>. Acesso em: 24 jan. 2019.
BRASIL. Lei n. 10.639, de 09 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro 
de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no 
currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura 
Afro-Brasileira", e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.639.htm>. Acesso em: 24 jan. 2019.
BRASIL. Lei n. 8.069 de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do 
Adolescente e dá outras providências. 1990. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm>. Acesso em: 24 jan. 2019.
BRASIL. Lei n. 11.645, de 10 de março de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, 
modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases 
da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade 
da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. 2008. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11645.htm>. Acesso em: 24 jan. 2019.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. 
Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/
bncc-20dez-site.pdf>. Acesso em: 24 jan. 2019.
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes curriculares nacionais para a educação básica: 
diversidade e inclusão. Brasília: MEC, 2013. 
BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetro Curricular Nacional: pluralidade cultural. 
Brasília: MEC, 1997. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/plura-
lidade.pdf>. Acesso em: 24 jan. 2019.
BURKE, P. O que é história cultural? Rio de Janeiro: Zahar, 2005.
DAYRELL, J. A escola como espaço sócio-cultural: múltiplos olhares sobre educação e 
cultura. Belo Horizonte: UFMG, 1996.
GADOTTI, M. Diversidade cultural e educação para todos. Rio de Janeiro: Graal, 1992.
GOMES, N. L. Relações étnico-raciais, educação e descolonização dos currículos. Cur-
rículo sem Fronteiras, v. 12, n. 1, p. 98-109, jan./abr. 2012. Disponível em: <http://www.
curriculosemfronteiras.org/vol12iss1articles/gomes.pdf>. Acesso em: 24 jan. 2019.
GOMES, N. L. Educação e diversidade étnico-cultural. In: BRASIL. Ministério da Educa-
ção. Diversidade na educação: reflexões e experiências. Brasília: MEC, 2003. Disponível 
em: <http://forumeja.org.br/sites/forumeja.org.br/files/Diversidade-na-educaCAo-
-reflexOes-e-experiEncias_Marise_Ramos.pdf#page=69>. Acesso em: 24 jan. 2019.
13Educação multicultural e diretrizes básicas da lei brasileira
GONÇALVES, L. A. O.; SILVA, P. B. G. O jogo das diferenças: o multiculturalismo e seus 
contextos. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.
MOREIRA, A. F. B. et al. (Coord.). Indagações sobre currículo: currículo, conhecimento e 
cultura. Brasília: Ministério da Educação, 2008.
OLIVEIRA, L. F.; CANDAU, V. M. F. Pedagogia decolonial e educação antirracista e inter-
cultural no Brasil. Educação em Revista, v. 26, n. 1, abr. 2010. Disponível em: <http://www.
dhnet.org.br/direitos/militantes/veracandau/candau_pedagogia_antirracista_antico-
lonial_br.pdf>. Acesso em: 24 jan. 2019.
PASSOS, J. C. dos. O projeto pedagógico escolar e as relações raciais: a implementação 
dos conteúdos de história e cultura afrobrasileira e africana nos currículos escolares. 
In: SPONCHIADO, J. I. et al. Contribuições para a educação das relações étnico-raciais. 
Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2008.
SILVEIRA, R. M. H.; BONIN, I. T.; RIPOLL, D. Ensinando sobre a diferença na literatura para 
crianças: paratextos, discurso científico e discurso multicultural. Revista Brasileira de 
Educação, v. 15, n. 43, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v15n43/
a07v15n43.pdf>. Acesso em: 24 jan. 2019.
SILVÉRIO, V. R. O multiculturalismo e o reconhecimento: mito e metáfora. Revista USP, v. 42, 
p. 44-55, 1999. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/28454>. 
Acesso em: 24 jan. 2019.
WALSH, C. La educación intercultural en la educación. Peru: Ministerio de Educación, 2001.
Leitura recomendada
BRASIL. Ministério da Educação. Prêmio Professores do Brasil: vencedores nacionais, 2018. 
Disponível em: <http://premioprofessoresdobrasil.mec.gov.br/images/pdf/resultado/
resultado-nacional-2018.pdf>. Acesso em: 24 jan. 2019.
Educação multicultural e diretrizes básicas da lei brasileira14
DICA DO PROFESSOR
Em termos históricos, somente há algumas décadas, a legislação brasileira tem possibilitado 
uma mudança social no que se refere à equidade entre etnias e culturas que compõem o espectro 
de nossa população. Uma conquista recente e, todavia, controversa é a questão das cotas raciais. 
Assista ao vídeo a seguir e veja mais detalhes.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) Educadores em diversas partes do mundo buscam atender com qualidade os anseios 
de aprendizagem, em meio a uma gama de diferenças culturais, geográficas e étnicas. 
A educação multicultural é aquela que valoriza a diversidade, buscando incluir 
regularmente em suas ações as perspectivas de diversos grupos culturais. 
Considerando alguns aspectos da educação multicultural, marque a alternativa 
CORRETA:
A) A educação multicultural é uma novidade que teve início neste século.
B) Na história americana, a cor da pele dos negros foi um forte fator de discriminação, 
nutrido por preconceitos.
C) As escolas devem oferecer uma educação multicultural, especificamente para os alunos 
das chamadas minorias.
D) Não cabe aos estudantes opinar sobre o conteúdo do ensino voltado às diversidades, sob 
risco de informalizarem demais a temática.
Na educação multicultural, "habilitar" é um termo que se refere à capacitação dos E) 
profissionais da educação em trabalhar o tema.
2) Alguns aspectos e métodos diferenciados contribuem para o trabalho na educação 
multicultural, para a redução dopreconceito e para a promoção da equidade. Nas 
alternativas abaixo assinale o aspecto ou método mais CORRETO para se trabalhar 
a educação multicultural.
A) A análise dos problemas étnicos na educação multicultural cabe aos gestores, professores e 
equipe especializada, tendo em vista as exigências do MEC.
B) A pedagogia da equidade se refere a um projeto curricular onde o processo de 
aprendizagem não deve ser modificado, sob o risco de que ideias preconceituosas retornem 
ao universo escolar.
C) O princípio de que cada indivíduo é único é contrário ao princípio de empatia e revela que 
um aluno não pode sentir o que sente outro aluno, vítima de tratamento desigual.
D) Preconceito, racismo e exclusão são fatores educacionais que devem ser combatidos por 
meio das prerrogativas da lei, que deve ser aplicada, evitando, assim, o surgimento de tais 
fatores.
E) Tecnologias novas, acesso à cultura e história de outros povos, por meio da internet, são 
elementos que clamam por uma educação diferenciada e multicultural.
3) O Brasil, habitado por índios, colonizado por portugueses e africanos, disputado por 
espanhóis, holandeses e franceses, acolhendo imigrantes italianos, haitianos e outros, 
pode ser considerado um país feito por todos, no qual as diversas etnias se misturam, 
mas, é onde o preconceito, a discriminação e a exclusão ainda acontecem. A educação 
multicultural é essencial no processo de formação de um povo, principalmente 
daqueles de etnias tão diversas. Ela é essencial para que todos tenham reconhecido 
seus direitos como cidadãos, pois não bastam leis, é preciso educar para o respeito e o 
cumprimento destas. Com relação à cidadania e seus princípios, está CORRETO 
afirmar que:
A) A cidadania é o direito do cidadão de ter atendidas as suas necessidades educacionais 
básicas.
B) A cidadania exprime-se nos direitos dos cidadãos, ao passo que as leis falam de seus 
deveres.
C) A grande variedade cultural das regiões brasileiras representa uma dificuldade para os 
professores de explorar uma temática para a cidadania.
D) No Brasil, programas voltados para a cidadania e o combate à discriminação étnico-racial 
colocaram um ponto final na exclusão.
E) Uma sociedade democrática depende da mudança dos processos socioeducativos para 
promover uma cidadania igualitária e participativa.
4) Mesmo sabendo que não basta criar leis e assinar decretos para que mudanças 
efetivas aconteçam, esses são elementos que fundamentam todo o processo 
educacional, em vista de uma educação na diversidade. No Brasil, a Lei Federal n° 
10.639, de 9 de janeiro de 2003, que altera a Lei Federal n° 9.394/96 (LDBEN), 
passou a vigorar de forma a garantir o direito de todos à escola e a possibilidade de se 
implementar um novo modelo de desenvolvimento educacional com inclusão social, 
com respeito e com a valorização da diversidade étnico-racial e cultural. Analisando 
os princípios desta nova Lei, em seus artigos referentes à cultura afro-brasileira, 
marque a alternativa CORRETA:
A) A referida lei, põe fim a um período de preconceito e discriminação étnico-racial no Brasil.
B) No currículo escolar, devem constar os conteúdos de História e cultura afro-brasileira, que 
serão específicos da área de História.
C) O "Dia Nacional da Consciência Negra", embora já comemorado, não é obrigatório no 
calendário escolar.
D) O conteúdo programático escolar, baseado nesta lei, deve abranger vários aspectos da 
história dos afrodescendentes.
E) O ensino sobre História e cultura afro-brasileira será obrigatório somente no ensino médio.
5) Criada para ser uma das importantes ferramentas de democratização e de ampliação 
das oportunidades sociais e educacionais no Brasil, a Lei Federal de Cotas ou Lei n° 
12.711/2012, voltada para o acesso de negros, índios, estudantes de escolas públicas e 
de baixa renda às universidades e institutos federais, tem sido considerada por uns 
como um caminho para a redução da exclusão e por outros como uma segunda forma 
de discriminação. Apesar de polêmica, ela já está em vigor e sua implantação deve 
acontecer integralmente até 2016. Com base nesta lei, marque a alternativa 
CORRETA:
A) A reserva de cotas em universidades federais é de 50% para alunos com renda familiar per 
capita igual ou inferior a um salário mínimo e meio.
B) Ao se inscrever como candidato a uma das vagas reservadas, o indivíduo autodeclara a sua 
cor e comprova sua renda familiar por meio de documentação.
C) No critério racial há uma separação entre negros, pardos e índios, sendo que negros e 
pardos recebem maior percentual de cotas.
D) O acompanhamento da implementação da lei fica a cargo da Secretaria de Educação de 
cada estado.
E) Quem fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não tem direito às vagas 
reservadas. Estes alunos entram nas universidades seguindo outros critérios.
NA PRÁTICA
Existem muitas atividades que podem ajudar os alunos a adquirirem habilidades para uma 
convivência equitativa em um ambiente de diversidade e polivalência de culturas. Veja algumas 
sugeridas no Portal do Professor, uma página mantida pelo MEC.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Ciganos: documento orientador para os sistemas de ensino
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Perguntas frequentes sobre a lei de cotas
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Educação e Multiculturalismo
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