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Gabarito das Autoatividades GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS (GESTÃO AMBIENTAL) 2010/1 Módulo IV 3UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES G E S T Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S UNIDADE 1 TÓPICO 1 1 Defina o que são resíduos sólidos, conforme a Associação Brasileira de Normas Técnicas. R: Resíduos nos estados sólidos e semissólidos, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos, provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como, determinados líquidos cujas particularidades tornam inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou de corpo de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível. 2 Explique como os resíduos sólidos são classificados. R: Conforme a NBR 1004 (ABNT 2004a) os resíduos sólidos são classificados de acordo com seu grau de periculosidade: • Resíduos Classe I: são os resíduos considerados perigosos, ou seja, que apresentam pelo menos uma das seguintes características: toxicidade, corrosividade, inflamabilidade, reatividade ou patogenicidade. Portanto, nessa classe estão presentes aqueles resíduos que apresentam risco à saúde humana ou ao meio ambiente, ou que fazem parte nos anexos A e B da NBR 10.004/2004. • Resíduos Classe II A: são os resíduos não inertes como, por exemplo, o resíduo sólido domiciliar. Portanto, recebem essa classificação os resíduos sólidos, ou ainda, as misturas de resíduos sólidos que não se enquadram na Classe I ou na Classe III. • Resíduos Classe II B: são aqueles considerados como inertes. Nesse caso, podemos considerar, por exemplo, alguns resíduos gerados na construção civil. Nessa classe, estão inclusos resíduos ou misturas de resíduos sólidos que, submetidos ao teste de solubilização, não apresentam nenhum de seus constituintes solubilizados em concentrações superiores aos padrões definidos pela listagem. Os resíduos sólidos podem ser classificados ainda de acordo com a sua fonte geradora. Nesse caso, podemos classificá-los em resíduos urbanos, industriais, resíduos de serviço de saúde, radioativos ou agrícolas. GABARITO DAS AUTOATIVIDADES DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS 4 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD G E S T Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S 3 Discorra acerca da importância de avaliar o ciclo de vida dos produtos. R: O conceito da “Análise do Ciclo de Vida” (ACV) do produto é considerada uma técnica de avaliação ambiental, que considera o produto desde a sua concepção, envolvendo a extração da matéria-prima, a manufatura, a forma de distribuição, até seu consumo, reutilização e/ou reciclagem, até a disposição final dos resíduos gerados. Uma vantagem da ACV é gerar mais informações ambientais sobre um determinado produto ou processo industrial, possibilitando intervenções em cada etapa da produção prevista. Sendo assim, a estratégia ambiental da ACV segue o caminho inverso ao da abordagem empresarial, com enfoque na prevenção de possíveis problemas de poluição dos recursos naturais. A ACV faz parte do conjunto de normas da ISO 14000, mais especificamente da ISO 14040, da qual apresenta diretrizes para orientação de estudos de avaliação ambiental. 4 Discuta a destinação final dos resíduos sólidos. R: Com o crescimento dos ambientes urbanos, o desafio da limpeza não consiste somente em retirar os resíduos dos logradouros e edificações, mas, em dar um destino final adequado aos resíduos coletados. Essa questão merece atenção já que, ao realizar a coleta dos resíduos de forma ineficiente, as prefeituras são questionadas pela população para melhorar a qualidade do serviço. Isso ocorre, já que se trata de uma operação visível e que, geralmente, envolve questões relacionadas com a saúde pública. Contudo, ao se dar uma destinação final inadequada aos resíduos, na maioria dos casos, poucas pessoas se sentem diretamente incomodadas, gerando pouca ou nenhuma pressão ao Poder Público, por parte da população. Assim, diante de um orçamento restrito, como ocorre na grande maioria das cidades do Brasil, o sistema de limpeza urbana não hesitará, infelizmente, em “esquecer” qual a maneira adequada para dispor os resíduos. Dessa forma, a prioridade torna-se sendo a coleta e a limpeza pública. Por essa razão, é comum observar nos municípios de menor porte a presença de “lixões”. Nesses locais, todo o resíduo coletado é depositado diretamente sobre o solo, sem qualquer controle e sem qualquer medida mitigante de impactos ambientais. Isso acarreta em poluição hídrica superficial e subterrânea, ainda de poluir o solo e o ar (Quadro 2). TÓPICO 2 1 Comente sobre a disposição final de pilhas e baterias, resíduos domiciliares e resíduos industriais. R: Resíduos domiciliares: disposição em aterros sanitários e em aterros controlados. 5UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES G E S T Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S Pilhas e baterias: as pilhas e baterias são resíduos perigosos Classe I, sua destinação final é a mesma indicada para os resíduos industriais Classe I. Podemos ter a seguinte ação para a disposição final adequada das pilhas e baterias. • Associação dos Serviços Autorizados em Eletrônica – significa uma rede com cestas coletoras de pilhas e baterias instaladas nas revendedoras dos celulares. Após o recolhimento, os resíduos são armazenados adequadamente, com o objetivo de acumulá-los para a execução de um teste de tratamento em reciclagem. O artigo 1º da Resolução CONAMA 257/99 confere tratamento especial para as pilhas e baterias que sejam compostas por níveis de chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos, acima dos estabelecidos na mesma resolução. Esse material deve ser entregue pelo usuário aos estabelecimentos que as comercializam ou às redes de assistência técnica autorizadas. A identificação sobre a destinação correta do material, após seu uso, deverá constar na embalagem. Pelas orientações em vigor, contidas na legislação brasileira, pilhas e baterias, livres de metais pesados em sua constituição, podem ser descartadas normalmente, como lixo doméstico, tendo como destino final os aterros sanitários. Mesmo assim, as empresas responsáveis por esse tipo de material possuem programas de recolhimento e de recondicionamento em seus programas ambientais, evitando maiores problemas ambientais e suas possíveis penalidades legais e administrativas. Resíduos sólidos industriais: são destinados a aterros sanitários industriais, passando por um processo classificatório prévio para o seu tratamento e disposição final. A classificação dos resíduos envolve a identificação do processo ou atividade que lhes deu origem, seus constituintes e características e a comparação destes constituintes com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido (ABNT, 2004a). Esta classificação é realizada considerando-se os resultados de análises físico-químicas sobre o extrato lixiviado obtido a partir da amostra bruta do resíduo. As concentrações dos elementos detectados nos extratos lixiviados são comparadas com os limites máximos estabelecidos nas listagens constantes da NBR 10.004. Porém, há situações em que o resíduo industrial chega ao aterro sem uma classificação exata. Nestes casos, existem atrasos ou erros no tratamento e disposição final do mesmo, gerando problemas ao aterro e à empresa responsável pelo resíduo, bem como, podendo gerar problemas ambientais. 2 Diferencie aterro comum, aterro sanitário e aterro controlado. R: Os aterros podem ser classificados como aterros controlados, aterros sanitários e comuns. O Aterro controlado é todo aterro para lixo residencial 6 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD G E S T Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S urbano, no qual os resíduos são depositados, recebendo depois uma camadade argila por cima. O aterro sanitário é todo aterro para lixo residencial urbano, hospitalar e industrial, com pré-requisitos de ordem sanitária e ambiental. Deste modo, estes atendem aos padrões de segurança preestabelecidos, como: impermeabilização do solo, para que o chorume não atinja os lençóis freáticos, contaminando as águas. Nos aterros comuns, ou lixões, há uma simples descarga de resíduos no solo, sem qualquer tratamento prévio. Este método de disposição é extremante prejudicial ao homem e ao meio ambiente. TÓPICO 3 1 Fale sobre a Política Nacional dos Resíduos Sólidos. R: O governo federal encaminhou ao Congresso Nacional, no dia 06 de setembro de 2007, uma proposta de Política Nacional de Resíduos Sólidos (Projeto de Lei 1.991/07). Esse documento possui 33 artigos, caracterizando- se como uma proposta bastante sintética, que estabelece diretrizes, instrumentos, responsabilidades e proibições para o gerenciamento dos resíduos sólidos no país. O processo de formulação de propostas para a criação de uma Política Nacional de Resíduos Sólidos teve início há mais de 15 anos. Houve a contribuição de segmentos da sociedade civil e do Poder Público, a partir da presença de representantes de diferentes Ministérios. O Projeto de Lei elaborado pelo executivo apresenta um conjunto de diretrizes, instrumentos que, se aprovados, farão avançar o setor, ao condicionar o acesso a recursos da União, à elaboração de Planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos pelos municípios. Como instrumentos para a gestão, podemos citar a Análise e a Avaliação do Ciclo de Vida do Produto, o Cadastro Técnico Federativo de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental, os Inventários de Resíduos Sólidos, entre outros. Esses instrumentos, quando regulamentados, darão condições para tomadas de decisão que poderão trazer grandes benefícios ambientais para o país. 2 Comente a importância da Agenda 21, para o gerenciamento dos resíduos sólidos. R: A Conferência Internacional sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas – Rio 92 elaborou o documento intitulado Agenda 21. Esse documento simboliza a tomada de consciência da gravidade dos problemas ambientais. Por isso, a Agenda 21 constitui uma ação abrangente para promover, em escala planetária, um novo padrão de desenvolvimento, conciliando métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica. 7UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES G E S T Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S A Agenda 21 aborda os resíduos sólidos no capítulo 4 (Mudança dos padrões de consumo) e no capítulo 21 (Manejo ambientalmente saudável dos resíduos sólidos e questões relacionadas com os esgotos sanitários). UNIDADE 2 TÓPICO 1 1 Dê um conceito de gestão de resíduos sólidos. R: O termo Gestão dos Resíduos Sólidos refere-se ao conjunto de normas e leis, de referências político-estratégicas, institucionais e financeiras, que regulamentam e orientam o setor de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos, como sendo o conjunto de todas as atividades operacionais relacionadas aos aspectos tecnológicos, administrativos, econômicos e ambientais. (LEITE, 1997). 2 Explique o funcionamento do padrão tradicional de gestão de resíduos. R: Estima-se que, atualmente no Brasil, aproximadamente 90% dos resíduos são inadequadamente dispostos. Isso ocorre devido ao modelo tradicional de gestão dos resíduos sólidos, que pressupõe que o meio ambiente seja uma fonte inesgotável de matérias-primas. Esse modelo reforça as propostas do consumo de recursos, para a produção de bens e serviços, com o objetivo de gerar lucro. 3 Defina o que é gerenciamento integrado dos resíduos sólidos e diga qual é a sua importância para um gestor municipal. R: O termo Gerenciamento Integrado de Resíduos visa interligar questões relativas às ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento das atividades do sistema de limpeza urbana. Então, podemos concluir que a gestão integrada de resíduos compreende a articulação orgânica dos diferentes agentes públicos locais e regionais atuantes na região metropolitana, mediante planejamento integrado, coordenação, controle e fiscalização participativos, e execução descentralizada até garantir a racionalidade e a eficiência do setor. (LEITE, 1997). Já o gerenciamento de resíduos sólidos envolve a geração, armazenamento, coleta, transferência, transporte e disposição final desses resíduos, bem como aspectos econômicos, de engenharia, de saúde pública, ambientais, entre outros fatores. Com isso, você pode perceber que, para ocorrer o gerenciamento integrado, é preciso estudar toda a trajetória dos resíduos e analisar seus impactos ambientais e econômicos para o gestor municipal. 8 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD G E S T Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S 4 Explique o valor econômico dos resíduos sólidos. R: Os resíduos sólidos eram considerados rejeitos, e, portanto, sem valor comercial até a década de 70. No entanto, percebe-se que atualmente essa ideia foi alterada devido às legislações relacionadas à preservação dos recursos naturais elaboradas e ao aumento de incentivos fiscais à reciclagem dos resíduos sólidos. Os programas de educação ambiental possibilitaram um avanço no âmbito dos resíduos sólidos domésticos, já que a separação passou a ganhar outro enfoque. A separação possibilita que os resíduos ganhem valor agregado. Portanto, a coleta seletiva e a reciclagem possibilitam a ampliação da venda do material reaproveitável e reciclável, além de proteger os recursos naturais. Os resíduos sólidos representam, para parte significativa da população, a única fonte de renda familiar. A prática de coleta de resíduos de forma informal, pelos denominados catadores, é muito comum na maioria dos municípios brasileiros. Isso significa que os resíduos que são destinados muitas vezes aos lixões e aterros ainda possuem vida útil dentro do processo produtivo, apresentado valor de mercado agregado à matéria-prima que o constitui e representando uma falha no sistema de gerenciamento de resíduos sólidos. 5 Comente a relação entre a educação ambiental e o desenvolvimento sustentável. R: A educação ambiental pode ser caracterizada como um processo permanente, no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do meio ambiente que estão inseridos, adquirindo conhecimentos, valores, habilidades e experiências, tornando-se aptos a agir para a resolução dos problemas ambientais identificados, de maneira individual e coletiva. A Educação Ambiental pode ser entendida como um dos instrumentos básicos e indispensáveis à sustentabilidade dos processos de gestão dos resíduos sólidos, trazendo o foco da discussão para a importância de se considerar as questões de cidadania a partir de diversas dimensões e relações existentes. Assim, é necessário planejar as atividades de educação ambiental em conformidade com as diretrizes estabelecidas pela Política Nacional de Educação Ambiental (Lei nº 9.795/99), dirigindo os programas para as atividades de limpeza urbana, como a manutenção das vias e logradouros públicos, do correto acondicionamento dos resíduos, da separação dos resíduos na fonte geradora e da doação dos materiais para a coleta seletiva. 9UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES G E S T Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S TÓPICO 2 1 Descreva o sistema de coleta e evidencie a sua importância. R: Conforme a definição da ABNT – NBR 12.980/93, “coleta e transporte” significam o “ato de recolher e transportar resíduos sólidos de qualquer natureza, utilizando veículos e equipamentos apropriados para tal fim”. A coleta e o transporte, em geral, podem ocorrer de dois modos: de maneira convencional ou seletivamente. A coleta convencional é a coleta que ocorre em cada residência, com horários e dias regulares. Os resíduos coletados não possuem uma separação prévia. Após a coleta, os resíduos são levados ao local que serão dispostos. Já a coletaseletiva visa o recolhimento de resíduos previamente separados pelo indivíduo que gerou. E, para que isso possa ocorrer, é preciso que se tenham horários e dias regulares para que os indivíduos se habituem. O processo de coleta seletiva pode ocorrer em cada residência. Porém, os resíduos devem estar separados em matéria orgânica e material seco (vidro, plástico, papel, metal, entre outros). Esses resíduos são levados para as centrais de triagem. Portanto, esse sistema precisa da parceria da população. Outra maneira de ocorrer a coleta seletiva é através dos Pontos de Entrega Voluntária. Esses pontos são fixos e predeterminados. Nesse sistema, os resíduos são separados de maneira mais adequada, já que são dispostos em recipientes específicos, conforme a Resolução do CONAMA 275/2001. 2 Diferencie um sistema convencional de um sistema de coleta seletiva. R: Em um sistema de coleta seletiva, os resíduos não ficam expostos, a não ser pelo tempo necessário à execução da coleta. A regularidade da coleta é um dos mais importantes atributos deste serviço. O ideal, em um sistema de coleta seletiva, em cada residência é, portanto, estabelecer os dias e determinar os horários da coleta, divulgando essas informações, através de comunicações individuais a cada responsável pela residência e de placas indicativas nas ruas, para que a população possa ter conhecimento e dispor seus resíduos de forma adequada. A população tem que confiar no processo de coleta para prestar sua parceria. A falha na frequência de coleta seletiva, bem como na coleta convencional, pode acarretar problemas de geração de odores e ocorrência de pragas. Devem ser observados também os aspectos relacionados ao redimensionamento de itinerários de coleta domiciliar: o aumento ou diminuição da população, as mudanças de características de bairros e a existência do recolhimento irregular dos resíduos são alguns fatores que indicam a necessidade de redimensionamento dos roteiros de coleta. 10 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD G E S T Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S 3 Defina o que é um lixão e os seus possíveis impactos ambientais. R: Um lixão é uma área de disposição final de resíduos sólidos sem preparação anterior do solo e sem nenhum sistema de tratamento de efluentes líquidos, conhecido como chorume. O chorume penetra no solo, levando substâncias contaminantes para o lençol freático. No lixão, todos os resíduos coletados ficam expostos. A grande maioria dos resíduos sólidos dispostos em lixões fica exposta a céu aberto, favorecendo a proliferação de vetores, podendo ser vias de acesso de agentes patogênicos para os catadores que realizam as atividades, sem o uso de equipamentos de proteção. Outro problema constatado, relacionado à exposição de resíduos sólidos a céu aberto, é a poluição das áreas circunvizinhas pelos resíduos leves, como: plásticos e papéis que são conduzidos pelo vento por uma longa distância. Isto modifica a paisagem natural em toda área próxima ao lixão. 4 Apresente as diferenças e semelhanças entre um aterro sanitário e um aterro controlado. R: O aterro sanitário é a opção mais aceitável para a disposição final dos resíduos que não podem ser reaproveitados, nem reciclados. O grande benefício do aterro sanitário decorre da escolha adequada do local, da preparação do terreno, da operação monitorada e avaliada, da determinação de sua vida útil e da recuperação da área após o seu encerramento. O projeto inicial do aterro sanitário deve conter estudos geológicos e topográficos para a seleção do local de instalação. Conforme a NBR 8419 (ABNT, 1984), o aterro sanitário não deve ser construído em áreas sujeitas à inundação. Entre a superfície inferior do aterro e o mais alto nível do lençol freático deve haver uma camada de espessura mínima de 1,5m de solo insaturado. O nível do solo deve ser medido durante a época de maior precipitação pluviométrica da região. O solo deve ser de baixa permeabilidade (argiloso). Outro fator contemplado no projeto inicial é que deve haver distância mínima de 200 metros de qualquer curso d’água. Precisa, ainda, de plantio de espécies arbóreas evitando erosões, a retenção de poeira e a geração de odores. O solo de um aterro sanitário é impermeabilizado para evitar que o chorume contamine o solo e o lençol freático, além de ter um sistema de captação deste líquido para posterior tratamento. A impermeabilização é realizada através da combinação de argila e mantas de PVC resistentes. O chorume, coletado através de drenos, é encaminhado para lagoas de acumulação, de onde, nos seis primeiros meses de operação, é recirculado sobre a massa de resíduos aterrados. Depois desses seis meses, quando 11UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES G E S T Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S a vazão e os parâmetros já são adequados para tratamento, o chorume acumulado será encaminhado para a estação de tratamento de efluentes. O efluente da lagoa deve ser monitorado pelo menos quatro vezes ao ano. Para evitar o excesso de águas de precipitação, são colocados tubos ao redor do aterro, que permitem o desvio das águas. Os resíduos são compactados e recobertos periodicamente com uma camada de terra para evitar o mau cheiro, além de evitar a atração de macro e microvetores de doenças. Existe um sistema específico para a captação, o armazenamento e a queima de gás metano, proveniente da decomposição da matéria orgânica. Esses gases podem ser queimados com sistema de purificação de ar ou utilizados como fonte de energia. Ao final da vida útil do aterro, a responsabilidade de efetuar um plano de recuperação do terreno utilizado é da empresa que opera a área. Um fator importante a se observar em aterros sanitários é a construção de poços de monitoramento, para que seja possível realizar a avaliação de ocorrência de vazamentos e de contaminação do lençol freático. Geralmente são perfurados quatro poços, sendo um a montante e três a jusante, no sentido do fluxo da água do lençol freático. Entretanto, o aterro controlado é considerado uma espécie de aterro intermediário entre o lixão e o aterro sanitário. Normalmente é uma célula adjacente ao lixão que foi remediado, ou seja, que recebeu cobertura de argila e grama e a captação de chorume e gás. Esta célula adjacente é preparada para receber os resíduos com uma impermeabilização com manta e tem uma operação que procura dar conta dos impactos negativos tais como a cobertura diária da pilha de resíduos com terra ou outro material disponível, como forração ou saibro. Tem também recirculação do chorume, que é coletado e levado para cima da pilha de resíduo, diminuindo a sua absorção pela terra ou, eventualmente, por outro tipo de tratamento para o chorume, como uma estação de tratamento para este efluente. 5 Comente as vantagens do processo de incineração. R: A incineração é o processo de tratamento de resíduos por meio de combustão controlada com vistas a eliminar possíveis riscos à saúde pública, ao ambiente e à redução de peso e de volume. No processo de incineração, a temperatura chega, geralmente, a 900ºC. Embora a incineração seja considerado o meio mais eficiente para destruir resíduos perigosos, os projetos desses sistemas são otimizados para atingir altíssimos níveis de conclusão das reações de combustão, eles nunca atingem o ideal, que deveria ser a obtenção, entre os produtos primários, de CO2, vapor d’água e cinza inerte. Não se podem evitar, entretanto, interações físicas e reações químicas indesejáveis, catálises, cinéticas de reação e aerodinâmica de combustão não programadas, o que conduz à formação até de compostos 12 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD G E S T Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S não presentes originalmente no resíduo, os quais vão aparecer nas emissões gasosas ou nos efluentes líquidos a jusante da câmara de incineração. Além disso, condições adversas, durante a incineração, podem propiciaro efeito de não combustão durante a queima, aparecendo compostos presentes no resíduo, como não queimados, seja nos efluentes líquidos, seja nas emissões atmosféricas. (COUTINHO, 2001). A formação de produtos indesejáveis ou o aparecimento de não queimados são particularmente frequentes nos incineradores de lixo urbano, no qual há controle da composição química (variável a cada instante), em que o teor de umidade e cinzas também é variável. Além disso, as temperaturas usuais, nesses incineradores, são inferiores a 900ºC, favorecendo a formação de subprodutos. Entre esses se encontram as dioxinas e furanos. 6 Demonstre como é efetuada a compostagem e explique a sua importância no processo de gestão dos resíduos sólidos. R: Compostagem compreende o processo desenvolvido para aproveitar matéria orgânica, provenientes de restos de vegetais e animais, os quais se tornam adubos. Estes resíduos são decompostos naturalmente por bactérias aeróbias. A compostagem possui vantagens relacionadas à redução de aproximadamente 50% dos resíduos destinados ao aterro, gerando, portanto, economia de aterro, aproveitamento agrícola da matéria orgânica, reciclagem de nutrientes. A compostagem é um processo considerado bio-oxidativo controlado, que em condições adequadas de umidade, produz a degradação de resíduos heterogêneos por ação de uma flora microbiana variada. Portanto, na matéria orgânica, são encontrados uma grande população de micro-organismos, que usam minerais, compostos orgânicos, água e oxigênio para o crescimento e suas atividades metabólicas. A capacidade de cada micro-organismo de transformar a matéria orgânica depende de sua habilidade de produzir as enzimas necessárias à degradação do substrato, ou seja, da matéria orgânica que será decomposta. Os compostos orgânicos biodegradáveis passam por várias etapas sucessivas de transformações, sob a ação de diversos grupos de micro-organismos, resultando em um processo bioquímico complexo. Os microrganismos degradam aerobicamente parte da fração orgânica do dióxido de carbono, água e sais minerais e outra parte sofre um processo de humificação, resultando em um composto estável. Esse composto pode ser usado como biofertilizante. Existem quatro importantes fases da temperatura durante o processo de compostagem: • Fase mesofílica: é a fase em que predominam temperaturas moderadas, até cerca de 40ºC. Duração de dois a cinco dias. 13UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES G E S T Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S • Fase termofílica: quando o material atinge sua temperatura máxima e é degradado mais rapidamente. Esta fase pode ter a duração de poucos dias a vários meses, de acordo com as características do material. • Fase de resfriamento: queda da temperatura para valores da temperatura ambiente. • Fase de maturação: período de estabilização que produz um composto maturado, altamente estabilizado e humificado, livre de toxicidade, que é denominado de adubo orgânico (húmus). Portanto, podemos perceber que ao longo do processo de compostagem teremos diferentes temperaturas. Porém, os micro-organismos que agem na compostagem possuem condições que devem ser controladas para que os mesmos exerçam a sua atividade de maneira adequada. Os parâmetros que podem influenciar no processo de compostagem são: a temperatura, o arejamento, a umidade, o pH e a razão carbono/azoto (C/N). O aeramento correto é necessário para que a matéria orgânica seja decomposta, possibilitando uma decomposição rápida, e sem odores desagradáveis, dos materiais. Uma das formas de arejar a pilha de compostagem é remexer os materiais. A umidade deve ser mantida para assegurar a compostagem ativa na pilha. Os micro-organismos necessitam de umidade para se movimentar e, consequentemente, decompor os materiais. As pilhas de compostagem precisam estar com uma umidade semelhante a uma esponja bem espremida. Caso a pilha se torne muito seca, a atividade dos microrganismos será reduzida e poderá parar. Para possibilitar o aumento da umidade, é preciso apenas adicionar água à medida que se vai remexendo a pilha, para assegurar a distribuição homogênea da água pela pilha. Caso a pilha tenha água, oxigênio, uma mistura equilibrada dos materiais (castanhos e verdes), e volume suficiente, a temperatura na pilha poderá subir até aos 55ºC (fase termofílica). O aumento de temperatura é o resultado da ação dos microrganismos, então, quanto mais elevada a temperatura, maior será a atividade realizada pelos microrganismos. O estabelecimento adequado destes parâmetros evita o desenvolvimento de processos não desejados, como a degradação anaeróbia que dá origem a maus cheiros e não permite atingir a higienização e a estabilização dos materiais. A importância no processo de gestão é a redução de resíduos nos aterros sanitários. TÓPICO 3 1 Cite cinco benefícios provenientes da adoção do processo seletivo de coleta de resíduos sólidos. 14 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD G E S T Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S R: A coleta seletiva e a reciclagem dos resíduos possuem um papel essencial para o meio ambiente. Por meio delas, recuperam-se matérias-primas que seriam extraídas da natureza. A ameaça de exaustão dos recursos naturais não renováveis aumenta a necessidade de reaproveitamento dos materiais recicláveis, que são separados na coleta seletiva dos resíduos sólidos. A coleta seletiva traz inúmeros benefícios, dos quais podemos citar: Diminuição da exploração de recursos naturais.• Redução do consumo de energia.• Diminuição da poluição do solo, recursos hídricos e do ar.• Prolonga a vida útil dos aterros sanitários.• Diminuição de custos da produção de novos produtos. • Diminuição dos gastos com a limpeza urbana.• Fortalecimento de organizações comunitárias.• Geração de emprego e renda pela comercialização dos recicláveis.• 2 Conceitue reciclagem. R: A reciclagem consiste em um conjunto de operações que estão interligadas, realizadas por diferentes agentes econômicos envolvidos. A finalidade do processo de reciclagem é a reintrodução dos materiais, presentes nos resíduos gerados pelas atividades humanas, em novos processos produtivos. 3 Comente as principais dificuldades enfrentadas pelos programas de coleta seletiva no Brasil. R: De maneira geral, esses programas enfrentam dificuldades de ordem técnica (falta de capacitação), organizacional (organização do trabalho e baixa implementação da prática cooperativista) e econômica (competição pelo material reciclável, ausência de remuneração pelos serviços prestados pelos catadores). Além disso, a ausência de inserção institucional consolidada, com base em instrumentos legais, também acabam ocorrendo. 4 Explique os principais aspectos que devem ser considerados quando da implementação de programas de coleta seletiva. R: Para implantar um programa de coleta seletiva é necessário verificar alguns aspectos importantes, em especial com relação à organização da equipe de coordenação e da equipe externa de trabalho. Além disso, algumas etapas são fundamentais para o sucesso do programa, como listado a seguir: Acompanhar o fluxo dos resíduos (da produção ao destino final).• Identificar possíveis projetos de coleta seletiva realizados por ONGs, • escolas, cooperativas de catadores, associações, entre outras, para troca de experiências e possíveis parcerias. Formar equipe responsável capacitada.• Verificar se existem possíveis compradores ou instituições nas proximidades, • 15UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES G E S T Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S para a destinação final dos resíduos coletados. Verificar possíveis vendas ou doações.• Verificar a melhor opção de transporte para os resíduos coletados. • 5 Cite alguns benefícios econômicos, sociais e ambientais provenientes da coleta seletiva. R: Benefícios Aspectos considerados Econômicos Redução do custo de operação dos aterros sanitários e da coleta conven-•cional de resíduos sólidos. Redução de custos de energia e matérias-primas através do aproveita-• mento de resíduos. Redução do número de ocupações em áreas públicas.• Ampliação do número de cooperativas legalmente constituídas, (maior • circulação de mercadorias, bens e serviços tributáveis). Ampliação do número de postos oficiais de trabalho e renda.• Redução de custos com limpeza de margens de rios, córregos e outras • áreas públicas. Otimização dos recursos e áreas públicas com a implantação de unidades • de triagem (existentes e futuros). Sociais Inclusão de novos catadores no sistema público de coleta seletiva.• Criação de novas unidades de triagem e beneficiamento para potencializar • o trabalho. Instituição da lógica cooperativista na prestação de serviços de limpeza • urbana. Aumento nas oportunidades de inserção social e reintegração de famílias • de catadores aos sistemas educacionais e sociais. Construção coletiva e exercício de cidadania e de valores sociais solidários • e participativos. Ambientais Preservação de recursos naturais através da recuperação de resíduos • sólidos para reutilização, compostagem e reciclagem. Aumento da vida útil dos aterros sanitários.• Redução no impacto sobre a rede de esgoto (resíduos orgânicos e óleo • de cozinha). Redução da emissão de poluentes.• Preservação dos rios, córregos e mananciais.• Ampliação da consciência ambiental e da participação da sociedade.• Possibilidade de experiências economicamente viáveis e ambientalmente • sustentáveis. Possibilidade de implementação concreta de diretrizes da Agenda 21.• Estímulo à criação gradual de alternativas de reaproveitamento e reciclagem • dos mais variados tipos de materiais e recursos naturais. 6 Discorra acerca dos principais aspectos positivos da participação de catadores em programas de coleta seletiva, realizados em parceria com o poder público. R: A participação de catadores em programas de coleta seletiva possibilita uma gestão democrática, participativa e inclusiva, além de estimular o domínio da cadeia produtiva da reciclagem pelos próprios catadores e pela constituição 16 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD G E S T Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S de redes solidárias, baseadas em princípios de autogestão. Ainda como benefício, provenientes do estabelecimento de parcerias entre a sociedade civil e o poder público, podemos citar a criação e o estabelecimento de políticas públicas permanentes, que auxiliarão no incremento da remuneração das famílias dos catadores associados. UNIDADE 3 TÓPICO 1 1 Estabeleça diferenças e semelhanças entre um aterro sanitário e um lixão. ATERRO SANITÁRIO LIXÃO Recepção dos resíduos Entrada restrita de veículos. Veículos cadastrados e com resíduos per- mitidos para o aterro. Não há qualquer controle na entrada de veículos ou de resíduos. Controle de entrada Nesse processo há pesagem, composição, origem dos resíduos. Não há qualquer controle. Impermeabilização A área é Impermeabilizada conforme crité- rios que dependem das características do solo e do clima. O resíduo é depositado sobre o solo. Deposição O processo de deposição segue os seguin- tes critérios técnicos: resíduos dispostos em camadas compactadas, espessura controlada e inclinação definida. Geralmente não há um trator de esteira para com- pactar os resíduos. Drenagem Há dispositivos para captação e drenagem do chorume. Não há dispositivos para drenagem Interna. Cobertura É realizada de maneira contínua com cama- da de solo. Esse procedimento evita que o vento carregue o resíduo e afasta vetores de doenças. Emissão de fortes odores e presença de vetores de doenças. Acessibilidade Acesso restrito às pessoas identificadas. O aterro é cercado para evitar invasões. Não restrição para entradas de pessoas ou animais. Impacto visual O estabelecimento de um "cinturão verde" com espécies nativas da região. Área degradada. 2 Explique o que deve ser avaliado para o estabelecimento de um aterro sanitário. R: Existem inúmeros critérios eliminatórios, sendo que a maioria tem como objetivo cumprir a Legislação Ambiental vigente. Então, vamos analisar esses cinco critérios eliminatórios, sendo eles: recursos hídricos, vias, mancha urbana, áreas inundáveis e legislação municipal. Recursos Hídricos: um aterro sanitário deve estar a uma distância mínima 17UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES G E S T Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S de 200 metros de corpos da água. Essa metragem se baseia no critério de distanciamento que atende à Portaria no124, de 20/08/1980, do Ministério do Interior. Essa portaria estabelece que “quaisquer indústrias potencialmente poluidoras, bem como as construções ou estruturas que armazenam substâncias capazes de causar poluição hídrica, devem ficar a uma distância mínima de 200 metros de coleções hídricas ou cursos d’água mais próximos”. A NBR 8419, de 03/1984, cita ainda a necessidade de avaliar a bacia e a sub-bacia hidrográfica onde se implantará um aterro sanitário. Distância de Vias de tráfego: um aterro deve estar distante de vias de tráfego aproximadamente 100 metros do eixo de rodovias federais e estaduais. Mancha Urbana: a mancha urbana precisa ser identificada através de imagens de satélite, considerando-se somente aquelas com área maior que 0,5 hectare. Este valor corresponde à área mínima usualmente empregada para a adoção de sistemas de tratamento e/ou disposição final de resíduos sólidos. Áreas Inundáveis: áreas inundáveis são definidas como as áreas que equivalem às várzeas, as quais chegam à cota máxima de extravasamento de um corpo d’água quando ocorre máxima vazão em virtude de grande pluviosidade. Nessas áreas não deve haver a disposição de resíduos sólidos, já que há a possibilidade de contaminação dos recursos hídricos pelo chorume gerado. Legislação Municipal: critérios referentes à legislação do município em estudo deverão ser analisados. As especificidades de cada município implicarão posicionamentos diferenciados no que diz respeito às questões ambientais. Identificação de Áreas Prioritárias: após a seleção geral das áreas potenciais se torna necessário definir as áreas prioritárias a partir das restrições decorrentes de critérios como: declividade do terreno, distância aos centros urbanos, geologia / potencial hídrico, permeabilidade e espessura dos solos e profundidade do lençol freático. Para cada caso é atribuído um peso diferente. Declividade: a importância desse critério pode ser verificada em termos de preservação do solo, pois, além de ser um fator restritivo do uso para a disposição de resíduos sólidos urbanos, limita o transporte do material até o local. Distância aos Centros Urbanos: adotam-se cinco valores de distanciamento para a mancha urbana (100, 250, 500, 1.000 e 2.000 metros), a partir dos quais se procede à seleção de áreas. Geologia: as unidades geológicas são agrupadas de acordo com seu potencial hídrico, considerando-se a crescente preocupação com a escassez de água. A característica de potencialidade hídrica de uma unidade geológica é inversamente proporcional à potencialidade da área em receber resíduos 18 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD G E S T Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S sólidos para disposição final. Solos: para o uso avaliado, disposição final de resíduos sólidos, classifica-se o nível de permeabilidade potencial do solo, ou seja, parâmetro que mede a maior ou menor facilidade com que a água percola através de um meio poroso. A análise da espessura do solo justifica-se pela relevância que essa variável tem na implantação e, principalmente, na operação em relação à disponibilidade, no local, de material de empréstimo para cobertura das células de resíduos. O custo de transporte é atualmente um fator preponderante, logo a existência, no local, de solo passível de boa compactação classifica positivamente uma determinada área para o uso em questão. Profundidadedo Lençol Freático: embora este dado seja fundamental para a avaliação pretendida, infelizmente poucos são os levantamentos de cotas do lençol freático e dificilmente os municípios dispõem desses valores. Além da análise para definição das áreas prioritárias é possível realizar a avaliação de questões específicas de interesse ambiental como, por exemplo, a determinação da vulnerabilidade de aquíferos. A carta de vulnerabilidade do aquífero é obtida a partir da utilização dos critérios de “permeabilidade do solo”, de “espessura do solo”, da “distância do lençol freático” e da “declividade do terreno”. 3 Comente os procedimentos operacionais de um aterro sanitário. R: Para a CETESB (2005) o procedimento operacional de um aterro sanitário compreende: frente de trabalho, enchimento da célula, cobrimento do topo da célula, cobrimento dos taludes da célula e a execução dos drenos de gás após o encerramento da célula. Esta sequência operacional deverá ser repetida até o enchimento completo de todos os lotes em todos os níveis. Outro procedimento a ser adotado é o isolamento do aterro com muro, cerca de arame farpado ou cerca viva com espécies preferencialmente nativas. Em um aterro sanitário temos uma rotina operacional que deve ser seguida para seu funcionamento adequado. As etapas são as seguintes: ● Receber os caminhões previamente cadastrados: os caminhões são cadastrados em formulários. Este formulário serve como controle para o município, já que terá dados sobre a eficiência de execução do sistema de limpeza urbana, permitindo uma avaliação adequada das rotas, dos horários de coleta, entre outras variáveis que interferem no processo de limpeza urbana. ● Identificar os transportadores: todos os transportadores possuem um registro de identificação para acessar o aterro sanitário. ● Registrar e verificar a procedência dos resíduos. ● Pesar e registrar toda a operação: nessa etapa é pesado em balança para efetuar o cadastro de controle da origem, qualidade e quantidade dos resíduos 19UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES G E S T Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S a serem dispostos no aterro. 4 Conceitue monitoramento e discorra acerca da sua importância. R: O monitoramento ambiental necessário nessas áreas envolve ações voltadas para a avaliação de alterações do meio físico direto (lençol freático, águas superficiais, solos, atmosfera) e do meio antrópico. Estas alterações são medidas para fins de comparação com critérios ambientais já estabelecidos de forma absoluta, ou de forma relativa, em função de padrões particulares, determinados pelos órgãos ambientais para cada aterro e localidade. O monitoramento mais comum, objetivo, prático e obrigatório, a ser efetuado, é o da qualidade de águas subterrâneas e superficiais, tendo em vista grande carga poluidora do efluente líquido de aterros sanitários. O chorume, dentre vários outros parâmetros, apresenta elevados valores de DBO, DQO, nitratos, nitritos e nitrogênio amoniacal, além de metais, que são particularmente danosos à saúde humana. Este monitoramento visa, também, avaliar a eficiência de todo o sistema de proteção de fundo com impermeabilizações e de drenagem desses líquidos. Monitoramentos da qualidade do ar (odor e concentração de gases) ainda são incipientes. Demais eventuais influências no meio ambiente, tais como a proliferação de vetores, a geração de poeiras e o carreamento de detritos pelo vento são monitorados por rotinas da operação do aterro, mas também associadas a uma espécie de “fiscalização” exercida pela população na área de influência do empreendimento. TÓPICO 2 1 Defina impacto ambiental. R: Um impacto ambiental pode ser definido como qualquer modificação significativa no meio ambiente, ou em um ou mais de seus componentes, provocada pela ação antrópica. A Resolução do Conama 001/86 define como “Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem: (I) a saúde, a segurança e o bem-estar da população; (II) as atividades sociais e econômicas; (III) a biota; (IV) as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; (V) a qualidade dos recursos ambientais”. 20 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD G E S T Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S 2 Comente sobre a poluição da água, do solo e da vegetação. R: Água: historicamente, o solo é usado para disposição de resíduos, possuindo capacidade de minimizar e depurar a maior parte dos resíduos ao longo do tempo. Porém, a sociedade humana tem se tornado tão complexa em seus sistemas produtivos e sociais que a quantidade e a composição dos resíduos e efluentes gerados foram modificadas em ordem de grandeza nas últimas décadas. Apesar de as águas subterrâneas serem mais protegidas que as águas superficiais, estas podem ser poluídas ou contaminadas quando os poluentes passam através da camada não saturada do solo. As principais fontes potenciais de contaminação das águas subterrâneas são: lixões, acidentes com substâncias tóxicas, atividades inadequadas de armazenamento, manuseio inadequado e descarte inadequado de matérias- primas, produtos, efluentes e resíduos. Porém, uma das atividades que causam o maior risco de contaminação das águas subterrâneas são as atividades minerárias que expõem o aquífero. Quanto maior a persistência, ou menor capacidade de degradação, e maior a mobilidade do poluente no solo e na água subterrânea, maior será o potencial de contaminação existente. Aliado a isso, uma pequena quantidade de poluentes em regiões muito chuvosas pode transportar rapidamente essas substâncias para as águas subterrâneas, mesmo considerando a capacidade do solo em atenuar os efeitos. As águas subterrâneas, uma vez poluídas ou contaminadas, necessitam de grandes investimentos de recursos financeiros e humanos, além da morosidade para se obter a remediação eficiente do recurso. Desta forma, devem ser tomadas medidas preventivas para sua proteção, associadas ao controle de poluição, definindo-se critérios de qualidade, iniciando-se pelo estabelecimento de Valores Orientadores. Vegetação: a cobertura vegetal apresenta-se mais sensível à poluição atmosférica do que outros seres vivos. Com o passar do tempo, os efeitos dos poluentes e suas interações nas comunidades vegetais podem resultar em uma série de alterações biológicas, afetando a distribuição de espécies sensíveis, reduzindo a diversidade, removendo espécies dominantes, diminuindo o crescimento e a biomassa vegetal e aumentando a suscetibilidade ao ataque de pragas e doenças. A variabilidade da sensibilidade da vegetação aos poluentes atmosféricos é ampla, podendo ser observados efeitos agudos e crônicos em relações inter e intraespecíficas. Observações de injúrias e a sensibilidade da vegetação têm sido um meio de monitoramento e controle dessas emissões. O solo: o solo atua frequentemente como uma espécie de “filtro”, possuindo a capacidade de depuração e de imobilização de grande parte das impurezas nele depositadas. No entanto, essa capacidade é limitada, podendo ocorrer 21UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES G E S T Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S alteração da qualidade do solo, devido ao efeito cumulativo da deposição de poluentes atmosféricos, e à disposição de resíduos sólidos industriais, urbanos, materiais tóxicos e radioativos. Historicamente, o solo é utilizado por gerações como receptor de substâncias resultantes da atividade humana. Com o aparecimento dos processos de transformação em grande escala, a partir da Revolução Industrial, a liberação descontrolada de poluentes para o ambiente e sua consequente acumulação no solo e nos sedimentos sofreu uma mudança drástica de forma e de intensidade, explicada pelo uso intensivo dos recursos naturais e dos resíduos gerados pelo aumento das atividades urbanas, industriais eagrícolas. A utilização do solo como receptor de poluentes pode acontecer de forma local por um depósito de resíduos; por uma área de estocagem ou processamento de produtos químicos; por disposição de resíduos e efluentes, por algum vazamento ou derramamento; ou ainda regionalmente através de deposição pela atmosfera, por inundação ou mesmo por práticas agrícolas indiscriminadas. Desta forma, a constante percolação de poluentes para a água subterrânea ocorrerá, causando sérios problemas para as populações que fazem uso do recurso hídrico contaminado. A preocupação com as consequências ambientais decorrentes desses fenômenos vem sendo discutida recentemente na sociedade, pois o solo passou a ser considerado um recurso limitado e fundamental no ecossistema mundial. No momento em que uma substância contaminante ou poluente atinge a superfície do solo, ele pode ser absorvido, arrastado pelo vento ou pelas águas do escoamento superficial, ou lixiviado pelas águas de infiltração, passando para as camadas inferiores e atingindo as águas subterrâneas. Uma vez atingindo as águas subterrâneas, esse poluente será então carreado para outras regiões, através do fluxo natural dessas águas. 3 Discorra acerca do princípio poluidor-pagador. R: O princípio poluidor-pagador, ou princípio usuário-pagador, vem sendo amplamente discutido para a formulação de políticas públicas de proteção ao meio ambiente, demonstrando preocupação social com a tutela ambiental nos últimos anos. No plano político, o princípio poluidor-pagador foi formalmente incorporado pela OCDE, em 1972, sendo assumido, em 1973 pela CEE, que o incluiu no seu “Primeiro Programa de Ação”, fazendo parte hoje, por força do Ato Único, dos ordenamentos de todos os países comunitários. A questão relaciona-se com a alocação ou “internalização” dos custos sociais da deterioração dos recursos ambientais. É certo que o poluidor, mesmo quando diretamente responsabilizado pelos custos sociais de sua atividade poluidora, acaba por repassar tais despesas 22 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD G E S T Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S aos compradores ou usuários de seus produtos ou serviços. De qualquer modo, o importante é que não são chamados a pagar os que não produzem o dano ou com ele não se beneficiam.
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