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WESLEY VELEDA BRAGA SÍNTESE E RESOLUÇÃO DA - FENILETILAMINA Professor responsável: Dr° Rogério Vescia Lourega PORTO ALEGRE MAIO, 2021 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE QUÍMICA DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ORGÂNICA 1. INTRODUÇÃO A -feniletilamina é utilizado como auxiliar quiral na resolução de ácidos racêmicos. Por ser quiral, vão apresentar duas conformações diferentes na natureza (R e S), chamados de enantiômeros. Alguns enantiômeros, apesar de se assemelharem na sua estrutura química, por vezes possuem características físico-químicas diferentes e interagem de maneira diferente nos mesmos organismos. Desse modo, é importante saber a configuração da molécula antes de utilizá-las para processos posteriores, inclusive na indústria farmacêutica. 2. OBJETIVO O trabalho teve como objetivo sintetizar a -feniletilamina a partir da acetofenona e, posteriormente, a separação de seus enantiômeros (S)-(-)- -feniletilamina e (R)-(+)- -feniletilamina. 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 SÍNTESE DO FORMIATO DE AMÕNIO (NH4)2CO3 + 2HCOOH 2[(HCOO) - (NH4) + + H2O + CO2 Em um béquer de 500 ml, adicionou-se 100,04g de carbonato de amônio ((NH4)2CO3), (aproximadamente 1 mol), em seguida foi colocado cuidadosamente 84 ml de ácido fórmico (HCOOH) 85% (aproximadamente 2 mols). Após a adição desses dois componentes, a solução foi aquecida em uma chapa até a dissolução total do carbonato de amônio e em seguida foi resfriado em banho de gelo-água para realizar a cristalização do formiato de amônio (NH4HCO2). Depois de feito a cristalização, o conteúdo foi filtrado em um funil de Buchner co o auxílio de vácuo. Os cristais foram guardados num dessecador. 3.2 SÍNTESE DA -FENILETILFORMAMIDA Reação Química: Etapa 1 Nesta etapa ocorre a reação da acetofenona com o formiato de amônio que foi sintetizado na etapa anterior para a formação da -fenilformamida. Em um balão de 250 ml, adicionou-se 50g de formiato de amônio e 29,1 ml de acetofenona (aproximadamente 30g) e, juntamente, colocou-se pastilhas de porcelana porosa para a homogeneização da ebulição. Conectado ao balão, se encontra um separador Dean-Stark modificado, em seguida, este é encabeçado com um condensador de refluxo. O balão foi aquecido com uma mata de aquecimento, inicialmente a mistura fundiu. A mistura começou a destilar em torno de 150°C, nessa etapa a acetofenona esta sendo destilada juntamente com a água. A destilação continua até alcançar 180°C, lembrando que a acetofenona é devolvida periodicamente ao balão. O aquecimento foi mantido por mais uns 45 minutos a uma temperatura de 180-185°C e após, a mistura foi resfriada em banho de água gelada. 3.3 HIDRÓLISE DA -FENILETILFORMAMIDA Reação Química: Etapa 2 Retirou-se a aparelhagem montada anteriormente e em seguida adicionou-se 30 ml de tolueno e, cuidadosamente, 50 ml de ácido clorídrico concentrado. A seguir, o condensador foi colocado e a mistura aquecida novamente por 30 minutos a 120°C. Após os 30 minutos, a mistura foi resfriada em banho de água gelada e o conteúdo repassado para um erlenmeyer de 500 ml. Os outros cristais que se formaram foram dissolvidos com menor quantidade possível de água destilada. O conteúdo do erlenmeyer foi colocado num funil de separação onde foi retirado o tolueno. Em seguida, a fase aquosa foi lavada duas vezes com éter etílico (30 e 15 ml). Na fase aquosa é onde estará contido o cloreto de -feniletilamônio, essencial para as demais etapas. 3.4 PURIFICAÇÃO DA -FENILETILAMINA Reação Química Preparação da solução de NaOH: foi pesado 35g de NaOH em 80 ml de água destilada. Em seguida, adiciona-se essa solução de NaOH a solução de cloreto de - feniletilamônio e com um papel medidor de pH deve-se medir e este deve estar acima de 10. A reação de NaOH é uma reação exotérmica devido a reação de neutralização, sendo assim, está deve ser resfriada num banho com água gelada. Após, adicionou-se 30 ml de éter etílico na mistura fria e separou-se as fases. Em seguida, lavou-sea fase aquosa com duas porções de 15 ml de éter etílico (essa etapa é importante, pois retira a amina da fase aquosa). As fases orgânicas separadas foram unidas e secas com pastilhas de NaOH. Essa etapa garante que a amina continue em solução e não se torne um sal. Em seguida, filtrou-se as pastilhas. A destilação começou a 40°C, significando que o éter etílico estava sendo retirado da solução. Em aproximadamente 180-185°C a -feniletilamina foi destilada. Rendimento de α-feniletilamina O cálculo de rendimento deve ser feito da seguinte forma: Primeiramente deve-se pesar um frasco vazio e anotar o valor, o mesmo deve ser feito após a destilação. Feito isso, basta subtrair o valor da pesagem do frasco após a destilação do frasco vazio e teremos a quantidade em gramas de -feniletilamina. Após, deve-se calcular o número de mols dos três componentes: o formiato de amônio, a acetofenona e a -feniletilamina. Na reação, sabemos que 1 mol de acetofenona reage com 2 mols de formiato de amônio produzindo 1 mol de -feniletilamina, sendo assim, a acetofenona deve ser usada para calcular o rendimento, pois esta é o reagente limitante da reação. Sabendo disso, basta fazer uma simples regra de três utilizando o n° de mols dos componentes encontrado anteriormente: N° de mols de acetofenona ---- 100% N° de mols de -feniletilamina ---- X X = Rendimento de -feniletilamina 3.5 RESOLUÇÃO DA -FENILETILAMINA Para a resolução da mistura racêmica, utiliza-se o Ácido Tartárico puro (enantiômero natrural – 2R, 3R). Esse ácido quiral formará com a mistura racêmica, dois sais diastereoisomeros, os quais, possuindo propriedades físicas e polaridades diferentes, tornam possível sua separação. Após, é realizado uma hidrólise para isolar as aminas do ácido tartárico. 3.6 OBTENÇÃO DE DIASTERIOISÕMEROS São colocados num erlenmeyer de 500 ml 6 gramas de ácido tartárico (enantiômero natural – 2R, 3R) e 85 ml de metanol. A mistura é aquecida em uma capela até próximo ao ponto de ebulição, até a dissolução do ácido. Em seguida, acrescenta-se lentamente 5 ml da -feniletilamina racêmica que foi sintetizada anteriormente, mantendo o sistema aquecido. 3.7 RECUPERAÇÃO DA (S)-(-)- -FENILETILAMINA Após um período em repouso, observa-se a formação de cristais prismáticos e, nesses cristais, são encontrados os enantiômeros S. Esses cristais devem ser filtrados em funil de Buchner e lavados com uma pequena quantidade de metanol. Os cristais do sal (S) são colocados num erlenmeyer de 250 ml com 15 ml de água onde se adiciona 5 ml de uma solução de NaOH 50%, agitada por 5minutos e colocada em um funil de separação. A solução aquosa é extraída utilizando 3 porções de 15 ml de éter etílico. Logo após, a fase orgânica (éter etílico) retorna para o funil de separação onde é lavada com 15 ml de uma solução saturada de cloreto de sódio e em seguida transferida para um erlenmeyer onde é secada com sulfato de sódio. A mistura é filtrada para um balão e o solvente removido com o auxílio de um rotavapor. 3.8 RECUPERAÇÃO DE (R)-(+)- -FENILETILAMINA A fase líquida do procedimento anterior é colocada num evaporador rotatório para evaporar o metanol presente. A essa solução do sal (R) são adicionados 15 ml de água seguidos de 5 ml de NaOH 50%, agitada por 5 minutos e colocada num funil de separação. A amina dispersa na fase aquosa deve ser extraída utilizando 3 porções de 15 ml de éter etílico. Logo após, as 3 frações orgânicas são combinadas e lavadas com 15 ml de solução aquosa saturada de cloreto de sódio e secas com sulfato de magnésio. O éter etílico é removido usando o rotaevaporador. 3.9 DETERMINAÇÃO DA PUREZA ÓPTICA DA AMOSTRA A definiçãoda rotação específica deve ser feita utilizando aminas puras. As medidas são realizadas através de um polarímetro e após, deve-se determinar a pureza óptica das amostras. Usando o valor que foi observado na rotação, deve-se calcular a pureza óptica e a proporção nas duas frações de cada enantiômero. O cálculo da pureza óptica é realizado através da razão entre a rotação específica que foi encontrada durante as análises e a rotação específica da substância enantiomericamente pura, que pode ser encontrado na literatura. 𝑆 = 𝑜𝑏𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑑𝑜 𝑙 𝑑𝑚 𝑥 𝐴 𝑃𝑂%𝑆 = 𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 𝑋100 𝐸𝐸%𝑆 = 𝑃𝑂% 2 + 50% Rotação específica do (S)-(-)-feniletilamina Pureza óptica do (S)-(-)-feniletilamina Cálculo de proporção da (S)-(-)-feniletilamina 𝑅 = 𝑜𝑏𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑑𝑜 𝑙 𝑑𝑚 𝑥 𝐴 𝑃𝑂%𝑅 = 𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 𝑋100 𝑃𝑂%𝑅 = 𝑃𝑂% 2 + 50% Rotação específica do (R)-(+)-feniletilamina Pureza óptica do (R)-(+)-feniletilamina Cálculo de proporção óptica do (R)-(+)-feniletilamina 4. CONCLUSÃO Como não obtivemos nenhum dado experimental, este relatório foi baseado totalmente na parte teórica do experimento, utilizando como material principal a apostila da disciplina e pesquisas na internet. Conforme vimos na aula desta disciplina e também na disciplina de Química Orgânica I, é de extrema importância nós, futuros farmacêuticos, conhecimento das formas enantioméricas dos compostos quirais, pois apesar de alguns destes possuírem estruturas químicas muito semelhantes, eles podem também possuir propriedades físico-químicas distintas que interagem de maneira diferente no organismo, como é o caso da talidomida, que possui na sua composição uma mistura de dois enatiômeros que se interconvertem muito rápido nas condições fisiológicas, onde seu enantiomero (S) está associado a efeitos teratogênicos e que foi muito utilizado na década de 50 por mulheres grávidas para combater o enjoo, porem, está era a forma incorreta e provocava mutações no feto. A forma correta que possui as propriedades sedativas e analgésicas é o enantiomero (R). Outro exemplo é o aspartame, um adoçante sintético que possui quatro enantiomeros com propriedades distintas: O enantiomero (S,S) possui o sabor adocicado e é utilizado mundialmente como adoçante, enquanto que o enantiomero (R,R) possui o sabor amargo. Além disso, acredito que esse experimento, assim como os demais, teria sido muito interessante de se aprender presencialmente, porém, devido as circunstâncias, busquei aproveitar ao máximo o conteúdo geral. 5. BIBLIOGRAFIA Polígrafo de Aula, Química Orgânica Experimental IA, QUI02004. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2020/2 https://gravacao.mconf.ufrgs.br/playback/presentation/2.3/2b0c7af3335d73c3f72be1b 5fa126bd2b98f9ce3-1619108685387 https://pt.wikipedia.org/wiki/Talidomida https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/aspartame.htm#:~:text=O%20aspartame% 20%C3%A9%20um%20composto%20org%C3%A2nico%20de%20fun%C3%A7%C 3%A3o%20mista%20que,%C3%A9ster%20de%20metila%20(metanol). PAVIA.D.L.; LAMPMAN. G.M.; KRIZ G.S.; ENGEL R.G; Química Orgânica Experimental – Técnicas de escala pequena, 2ª ed. Artmed Editora S.A. Porto Alegre 2009. https://gravacao.mconf.ufrgs.br/playback/presentation/2.3/2b0c7af3335d73c3f72be1b5fa126bd2b98f9ce3-1619108685387 https://gravacao.mconf.ufrgs.br/playback/presentation/2.3/2b0c7af3335d73c3f72be1b5fa126bd2b98f9ce3-1619108685387 https://pt.wikipedia.org/wiki/Talidomida https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/aspartame.htm#:~:text=O%20aspartame%20%C3%A9%20um%20composto%20org%C3%A2nico%20de%20fun%C3%A7%C3%A3o%20mista%20que,%C3%A9ster%20de%20metila%20(metanol) https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/aspartame.htm#:~:text=O%20aspartame%20%C3%A9%20um%20composto%20org%C3%A2nico%20de%20fun%C3%A7%C3%A3o%20mista%20que,%C3%A9ster%20de%20metila%20(metanol) https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/aspartame.htm#:~:text=O%20aspartame%20%C3%A9%20um%20composto%20org%C3%A2nico%20de%20fun%C3%A7%C3%A3o%20mista%20que,%C3%A9ster%20de%20metila%20(metanol)
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