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Anatomia Cecília Corrêa Dias Aparelho Locomotor e Sistema Tegumentar O aparelho locomotor é formado pelos sistemas esquelético, articular e muscular. Sistema esquelético: É composto pelo esqueleto - ossos e cartilagens -, formando um arcabouço capaz de dar sustentação e conformação ao organismo. As cartilagens que formam o esqueleto são aquelas que unem as costelas ao esterno e as que ficam nas pontas dos ossos, onde é localizado a articulação. Os ossos têm a função de sustentação e conformação do corpo; proteção dos órgãos; deslocamento (quando há a união com os sistemas articular e muscular); homeostasia mineral; e homeostasia. O esqueleto é dividido em duas região: axial (eixo/centro) e apendicular (“pendurado”). A região axial, em azul, é composto pelos ossos do crânio, ossículos da audição – estribo, martelo, bigorna -, osso hioide, coluna vertebral e ossos da caixa torácica – vértebras torácicas, costelas, esterno, ou seja, é a parte que “sustenta” os outros ossos. Já a região apendicular, em laranja, é formada pelos membros superiores e membros inferiores. Há regiões de transição entre o esqueleto axial e os membros superiores e inferiores chamada de cíngulos ou cinturas. A região de transição para o membro superior, chamada de cíngulo do membro superior, é formada pela escápula e pela clavícula, já a transição para o membro inferior, chamada de cíngulo do membro inferior, é formada pelo osso do quadril. Sabendo que o sistema esquelético é formado por ossos e cartilagens, é importante saber algumas classificações desses componentes. Os ossos podem ser classificados em cinco tipos: longo, curto, irregular, plano ou pneumático. 1. OSSOS LONGOS: possuem comprimento maior que as outras dimensões (largura e espessura) e apresentam o canal medular, onde a medula óssea se localiza. De maneira geral, os ossos longos têm características em comum, sendo formados pela epífise proximal, epífise distal, metáfase e diáfise. 2. OSSOS CURTOS: presentes na região do carpo (mão) e tarso (pé). 3. OSSOS IRREGULARES: são os ossos que não é possível determinar a proporção nas dimensão, por exemplo, as vértebras e o maxilar. 4. OSSOS PLANOS: possuem comprimento e largura equivalentes, predominando sobre a espessura, por exemplo, ossos do crânio e escápula. 5. OSSOS PNEUMÁTICOS: localizam-se em cavidades com mucosa ou ar, por exemplo, sérios paranasais – etmoide, frontal, maxilar e esfenoide. O crescimento dos ossos está relacionado aos aspectos de comprimento e de espessura. Em relação ao comprimento, as chamadas “linhas de crescimento” permitem tal feito, essas formadas de cartilagem epifisial e vista em crianças, afinal, no adulto essas linhas já se encontram fechadas. Já em relação à espessura, o chamado “periósteo” permite tal feito, que é uma membrana que fica em volta do osso, sendo grosso em crianças e fino em adultos. Anatomia Cecília Corrêa Dias Sistema articular: A articulação é a união entre dois ou mais ossos (dois ou mais ossos é chamada de articulação complexa), a qual pode ter pouco, muito ou nenhum movimento. A articulação pode ser classificada em falsa ou em verdadeira, sendo que a primeira pode ser feita de articulação fibrosa ou cartilagínea, enquanto a segunda de articulação sinovial, essa que apresenta mais movimento em relação à falsa. Apesar dessa classificação, a principal classificação é em qual o tipo de tecido que vai unir os ossos, podendo ser fibrosa, cartilagínea e sinovial. 1. FIBROSA: são todos os ossos ligados por tecido fibroso, sendo que seu tamanho determina o quanto a articulação vai se mover. Dentre essas articulações as suturas, as sindesmoses, as gonfoses e o esquindilese são os principais exemplos. As suturas estão localizadas no crânio, as quais podem ser planas, serráteis ou escamosas. Como exemplo tem-se as articulações fibrosa sutura plana internasal, fibrosa sutura serrátil frontoparietal (coronal), fibrosa sutura serrátil interparietal (sagital), fibrosa sutura serrátil parieto-occipital (lambdóidea) e fibrosa sutura escamosa temporoparietal. As sindesmoses são uma membrana interóssea que cola os ossos do antebraço (rádio e ulna) e os ossos da perna (tíbia e fíbula). As gonfoses são articulados nos maxilares, formando a arcada superior, ou na mandíbula, formando a arcada inferior. Essa articulação prende o dente no alvéolo, como a articulação fibrosa gonfose dentoalveolar. O esquindilese só existe na porção em que o osso vômer se encaixa no osso esfenoide. 2. CARTILAGINOSA: são articulações que apresentam um disco de cartilagem, que fixa dois ou mais ossos, permitindo poucos e limitados movimentos. Dentre essas articulações as sínfises e os sincondroses são os principais exemplos. As sínfises são mais endurecidas, sendo a sínfise púbica (liga os dois ossos do quadril) e as sínfises intervertebrais (liga as vértebras, formando os discos intervertebrais) os exemplos mais comuns. As sincondroses são mais maleáveis, situadas no tórax (liga as costelas ao osso esterno). 3. SINOVIAL: são grandes articulações, muitas das vezes relacionada à locomoção. Os ossos são unidos por meio de uma cápsula, formando uma cavidade com líquido (líquido sinovial) que diminui o atrito na articulação e nutre a cartilagem articular da ponta dos ossos. Por dentro da cápsula a membrana sinovial com a função de produzir o líquido sinovial. A articulação sinovial possui estruturas de suporte que são estabilidade ao movimento, sendo os ligamentos, a bolsa sinovial, o lábio articular, os meniscos e os discos articulares. Os ligamentos ligam osso com osso; a bolsa sinovial são “almofadas” cheias de líquido sinovial cujo objetivo é diminuir o atrito na articulação; o lábio articular são anéis de cartilagem em volta da articulação com a função de aumentar a superfície articular para o osso encaixar melhor; os meniscos tem a função de amortecer impacto e diminuir o atrito; e os discos articulares dividem a cavidade articular em dois compartimentos – superior e inferior. Anatomia Cecília Corrêa Dias As articulações têm um movimento determinado pela forma como os ossos se encaixam, podendo ser: I) PLANA: a articulação dos ossos do carpo e do tarso, por exemplo, entre semilunar e o escafoide. II) GÍNGLIMO: a articulação do cotovelo, entre a úmero e a ulna. III) ESFEROIDE: chamadas de tri-axiais devido o deslizamento nos três eixos de movimento, sendo a flexão/extensão, abdução/adução e rotação, como a articulação do ombro e do quadril. IV) TROCOIDE: a articulação responsável pela rotação, como a articulação atlanto- axial mediana. V) CONDILAR: é uma esferoide modificada, como no joelho, onde há côndilos femorais se encaixando nos côndilos da tíbia, e como a ATM. VI) ELIPSOIDE: lembra uma bola de futebol americano, responsáveis por movimentos de flexão, extensão, adução e abdução, como a articulação metacarpofalangicas. VII) SELAR: é a articulação do 1° matacarpo, explicando o motivo do polegar ter muito mais movimento que os outros dedos. Sistema Muscular: O músculo apresenta função de contração (diminui o tamanho) e de relaxamento, permitindo a movimentação do esqueleto, ou seja, o músculo é aparte ativa do aparelho locomotor. Há três tipos de músculos: músculo estriado cardíaco, músculo estriado esquelético (contração forte e voluntária) e músculo liso (contração involuntária). Cada músculo apresenta o ventre muscular, que é a parte carnosa do músculo (parte realmente responsável por contrair e relaxar); e o tendão ou aponeurose, ambos com a função de fixar o ventre muscular no esqueleto. O sistema muscular apresenta cinco tipos de classificação, sendo em relação à origem e inserção, ao número de ventres, à forma, ao arranjo das fibras e à ação. Tratando-se da forma, por exemplo, o músculo diafragma é classificado como cupular (parece uma cúpula), já o bíceps é classificado como fusiforme, o músculo deltoidecomo triangular. Já a classificação quanto ao arranjo de fibras, pode ser reta, paralela, peniforme (parece com uma pena), etc. Em relação a classificação da ação, como a flexão, extensão, rotador, supinador, pronador, adutor ou abdutor. Enquanto a classificação ao número de ventres, a maioria é unigástrico, mas há digástricos ou poligástricos. A chamada origem de um músculo é onde ele está mais próximo ao eixo, sendo mais proximal/medial, enquanto a inserção é onde ele termina, sendo a ponta do músculo mais longe do eixo, ou seja, mais lateral/distal. Então, a classificação quanto a origem e inserção segue a quantidade de origem, pois um mesmo músculo pode ter muitas origens, tendo, portanto, uníceps, bíceps, tríceps, quadríceps, etc. Contudo, a grande maioria tem apenas uma inserção, mas aqueles que tem mais de uma, como os músculos que fazem a flexão e extensão dos dedos, são chamados de policaudado. CABEÇA: A região da cabeça apresenta apenas um osso móvel, a mandíbula, a qual se articula com o osso temporal formando a articulação temporomandibular (ATM). Além disso, ela apresenta três cavidades: a nasal, que está relacionada com a passagem de ar; a oral, que está relacionada com a passagem de alimentos; e a faríngea, que está relacionada tanto com a passagem de ar como a passagem de alimentos. O padrão de regeneração do osso da cabeça é diferente dos outros ossos, padrão esse que evita a formação de calo ósseo. Isso ocorre devido os ossos diferenciados, chamados de díploe, que são ossos com três porções, sendo duas formados de ossos compactos e uma entre eles formado de osso esponjoso. Na região da face, há uma série de estruturas, sendo que nos olhos têm o sulco suprapalpebral, a pálpebra e a glabela. No nariz, tem o dorso do nariz, o ápice do nariz, as narinas, a columela e o filtro; enquanto na boca têm os lábios inferior e superior, a fissura/rima oral, sulco nasolabial e o sulco mentolabial. A cabeça é dividida em duas porções: neurocrânio e viscerocrânio. O termo “ceps” em latim significa “cabeça”, o que justifica a classificação quanto a origem dos músculos. Anatomia Cecília Corrêa Dias Neurocrânio: está relacionado aos ossos que estão em contato com o sistema nervoso. Então, é formado pelos ossos frontal, parietal, occipital, temporal, esfenoide e etmoide. Viscerocrânio: está relacionado aos ossos da face. Então, é formado pela mandíbula, etmoide, vômer, maxilares, concha nasal inferior, zigomático, palatinos, nasais e lacrimais. É importante destacar o osso esfenoide, pois esse faz parte das duas porções, visto que está localizado bem no meio do crânio fazendo articulações com os ossos do neurocrânio e do viscerocrânio. Sabendo disso, a parte óssea do septo nasal é formada pelo osso vômer e pelo osso etmoide, sendo que o resto do nariz é completado pela cartilagem nasal. Além disso, entre o osso palatino, osso vômer e osso esfenoide existem dois buracos que marcam o ponto final do nariz, chamados de coanas nasais. Desde o nascimento dos indivíduos, os ossos do crânio sofrem o processo de sinostose. Trata-se de um processo de fusão dos ossos, pois quando ocorre o parto esses ossos no bebê não estão articulados totalmente, pois existem regiões entre eles formados de tecido conjuntivo que vai desaparecendo conforme o indivíduo vai crescendo. Essa fusão é contínua a medida que as pessoas crescem, em que um osso vai “colando” um no outro e essas linhas vão desaparecendo. Então, ao analisar os ossos do crânio é possível diferenciar entre jovens e adultos. Existem alguns pontos de referências para mensuração no crânio: glabela; násio (entre o osso frontal e o osso nasal); bregma (ponto mais alto da cabeça); lambda; astério (atrás da orelha) e ptério (encontro entre frontal, parietal e esfenoide). Dentre os ossos do crânio, é importante dar destaque ao osso temporal e ao osso occipital. O osso temporal é dividido em três porções: a porção petrosa, que é posterior e contêm os processos mastoide e estiloide; a porção escamosa, que é lateral e contém o processo zigomático e a fossa mandibular; e a porção timpânica, onde fica o meato acústico externo. Já o osso occipital, também apresenta algumas estruturas, sendo os côndilos occipitais, forame magno, protuberância occipital externa e linhas nucais superior e inferior. Anatomia Cecília Corrêa Dias Tratando-se do sistema muscular da cabeça, logo abaixo do couro cabelo tem o músculo occipitofrontal, o qual cobre o osso occipital até o osso frontal com a ajuda de uma grande aponeurose que junta os dois ventres (músculo digástrico). Muitas das vezes, ao rebater esse músculo, está o músculo platisma, que tem a função de ajudar a baixar a mandíbula, esse sendo o mais superficial, que vem desde a mandíbula até a região inicial do tórax. Os músculos da mímica são os orbicular da boca, abaixador do ângulo da boca, abaixador do lábio inferior, risório, mentual, levantador do lábio superior e da asa do nariz, bucinador (relacionado à glândula parótida, visto que seu ducto passa no ventre desse músculo), zigomático maior, zigomático menor, nasal, prócero (aproxima as duas sobrancelhas), corrugador do supercílio e orbicular do olho. Além disso, o ventre frontal do músculo occipitofrontal também faz parte dos músculos da mímica, afinal, é responsável pelas rugas na região da testa. Os músculos do assoalho da boca envolvem o músculo milo-hioideo e músculo gênio-hioideo. Agora, em relação as articulações do crânio, as principais são sutura e sinovial condilar. A articulação temporomandibular (ATM) é do tipo sinovial condilar, sendo ela bilateral, isto é, está presente dos dois lados do corpo. Essa articulação é formada por um único osso e suas estruturas precisam estar em constante equilíbrio para não existir desgastes. Trata-se de uma articulação que se origina na fosse mandibular do osso occipital e envolve a fossa articular do osso temporal. Para entender melhor como funciona a movimentação da ATM, é preciso compreender as estruturas que estão por trás dela. A mandíbula apresenta acidentes ósseos que estão ligados diretamente ao seu eficiente funcionamento, sendo o processo condilar (cabeça e colo da mandíbula), processo coronoide e incisura da mandíbula. Além disso, a mandíbula apresenta outras estruturas que valem a pena serem citados: forames mentual e mandibular (onde passam nervos importantes), ramo, corpo, ângulo. Os ramos da artéria maxilar irrigam a ATM. Durante a movimentação da ATM, o processo condilar sai da fosse articular do osso temporal e vai até o tubérculo do osso temporal (o disco acompanha essa movimentação). Na parte inferior da articulação, a mandíbula faz os movimentos de depressão e elevação; na parte superior permite os movimentos de protrusão e retração. Como exemplo, quando o indivíduo está de boca aberta, está realizando os movimentos de depressão e protrusão. Como a ATM é uma articulação de estresse, isto é, o ser humano está constantemente comendo e falando, a cartilagem dessa região é fibrocartilagem, sendo mais resistente. Sabendo da importante função da articulação temporomandibular, existem os músculos da mastigação (também podem ajudar nos movimentos da ATM), que são: músculo temporal, músculo masseter, músculo pterigoideo lateral (sai do processo condilar e vai para a região superior da fosse pterigopalatina) e músculo pterigoideo medial (sai do ângulo da mandíbula e vai até o osso esfenoide). Comparando os possíveis movimentos da ATM com os músculos que realizam tais feitos, pode-se dizer: 1. MOVIMENTO DE PROTRUSÃO: trata-se de um movimento “para frente”, realizado pelos músculos pterigoideos lateral e medial. Anatomia Cecília Corrêa Dias 2. MOVIMENTO DE RETRAÇÃO: trata-se de um movimento “para trás”, feito pelos músculos temporal, masseter, gênio-hioideo e digástrico. 3. MOVIMENTO DE ELEVAÇÃO: trata-se do movimento de fechar a boca, feitopelos músculo temporal, masseter e pterigoideo medial. 4. MOVIMENTO DE DEPRESSÃO: trata-se do movimento de abrir a boca, feito pelos músculos digástrico, gênio-hioideo e milo-hioideo, além da própria ação da gravidade. 5. MOVIMENTOS LATERAIS: feitos pelos músculos temporal, masseter, pterigoideo lateral e pterigoideo medial. PESCOÇO: Existem estruturas proeminentes no pescoço, como a proeminência laríngea (devido a proeminência gerada pela cartilagem tireóidea), chamado de “pomo de Adão” nos homens. Além dela, é nessa região que fica o osso hioide; os processos espinhosos da vértebra cervical 7; a veia jugular externa; e o músculo esternocleidomastoideo. A primeira região de transição do pescoço é formado pela articulação sinovial condilar atlanto- occipital, essa que permite o movimento do “sim” com a cabeça. Seguindo, tem a articulação atlanto-axial, essa que permite o movimento do “não” com a cabeça. O músculo platisma sai da tela subcutânea da região do corpo da mandíbula e vai para a região superior do tórax, o qual ajuda na depressão e protrusão da boca. É importante ressaltar que é a partir do músculo esternocleidomastoideo que o pescoço é dividido em trígono posterior (atrás) e trígono anterior (frente). I. TRÍGONO POSTERIOR: é formado pelos músculos esplênio da cabeça; levantador da escápula; escalenos posterior, anterior e médio; e omo-hioideo. II. TRÍGONO ANTERIOR: é subdividido em supra e infra-hioideo em relação ao osso hioide. II.I. SUPRA-HIOIDEOS: são responsáveis por levantar o osso hioide na direção da mandíbula durante a deglutição. É formado pelos músculos digástrico, estilo-hioideo e milo-hioideo. II.II INFRA-HIOIDEOS: são responsáveis por deprimir o osso hioide durante a deglutição e vocalização. É formado pelos músculos mais superficiais, sendo o músculo esterno-hioideo e o músculo omo-hioideo; e formado pelos músculos mais profundos, sendo o músculo tireo- hioideo e músculo esternotireoideo. COLUNA VERTEBRAL: Localizada no dorso e exatamente na linha mediana do corpo. É formada de 33 vértebras divididas em regiões, visto que em cada região as vertebras têm suas características: região cervical apresenta 7 vértebras, região torácica tem 12 vértebras, região lombar apresenta 5 vértebras, região sacral que tem 5 vértebras fundidas e região coccígea que é formada por 4 vértebras rudimentares fundidas. A função da coluna vertebral é dar sustentação, a qual possui algumas curvaturas desde a vida intra-útero. Quando o bebê está em formação, ele possui uma única curvatura que se chama cifose, mas com o desenvolvimento motor do indivíduo, essa curvatura vai se alterando. Ao nascimento, o Anatomia Cecília Corrêa Dias bebê adquire o movimento de cabeça e de pescoço, fazendo com que a coluna passe a ter a curvatura cervical. Quando ele começa a engatinhar e sentar, forma-se a segunda curvatura na região lombar, até que ele consegue ficar em pé e as curvaturas passam a ser fixas. Essas curvaturas são chamadas de lordose (cervical e lombar) e cifose (torácica e sacrococcígeo). Como as cifoses são curvaturas que vem da vida intrauterina, são chamadas de primárias, já as lordoses são chamadas de secundárias, afinal, são formadas depois que o indivíduo nasce. Sabendo da existência dessas curvaturas, pode haver problemas quanto ao seus aumentos, passando a ser chamadas de hiperlordose, que o aumento da curvatura na região cervical e/ou lombar, ou de hipercifose, que é o aumento da curvatura na região pélvica e/ou dorsal. Além desse problema que pode existir, a coluna pode também ter um desvio lateral, chamado de escoliose. Apesar da coluna ser dividida em regiões, as vértebras apresentam elementos comuns: corpo vertebral, forame vertebral, processo transverso, processo espinhoso, lâmina da vértebra, processos articulares e pedículo da vértebra. Contudo, cada região têm suas características exclusivas, sendo que as vértebras cervicais apresentam um processo espinhoso bífido, o corpo vertebral e o forame transversário; já as vértebras torácicas têm processo espinhoso voltado para baixo e pontiagudo e processos articulares que articulam com a costela; enquanto as vértebras lombares apresentam processo espinhoso mais retangular e é bem maior que as demais vértebras. Diante das 33 vértebras existentes, há três que são chamadas de atípicas: C1 (atlas), C2 (áxis) e C7 (proeminente). Anatomia Cecília Corrêa Dias O atlas não possui corpo vertebral e apresenta o arco anterior e arco posterior, face articular superior (articula com o osso occipital), face articular inferior (articula com o áxis), forame transversário e processo transverso. O áxis não possui o corpo vertebral também e apresenta o dente do áxis (articula com o atlas), face articular superior, faze articular inferior (articula com C3), processo espinhoso bífido, forame transversário e processo transverso. O proeminente apresenta processo espinhoso comprido e pode ou não ter forame transversário. Agora, o sacro também apresenta algumas estruturas: processo articular superior, face articular, crista sacral mediana, cristas sacrais laterais, cristas sacrais mediais, forames sacrais anteriores e posteriores, canal sacral, hiato sacral e promontório (coincide com o ponto de massa do corpo). Em relação ao sistema articular da coluna vertebral, tem-se: 1. Articulação atlanto-occipital: articulação sinovial condilar que fica entre a C1 com o côndilo occipital. 2. Articulação atlanto-axial: articulação entre C1 e C2, a qual faz o movimento do não. 3. Ligamento transverso: responsável por prender o dente do áxis no atlas. 4. Articulações zigo-apofisárias: articulação sinovial plana presente entre todas as vértebras. 5. Articulação costovertebral: sai do corpo vertebral e vai até o processo transverso da vértebra inferior. 6. Discos intervertebrais: localizada entre os corpos vertebrais com a função de amortecer os impactos da coluna. Tem relação posterior com a medula e posterolateral com a saída dos nervos espinhais. É formado por um núcleo gelatinoso, também chamado de núcleo pulposo, e vários anéis em volta chamado de anel fibroso. 7. Articulação vertebro-sacral: articulação sinovial plana que fica entre L5 e o sacro. 8. Articulação sacro-ilíaca: articulação sinovial plana que fica entre o sacro e o osso do quadril. 9. Ligamento longitudinal anterior: passa em frente ao corpo vertebral, desde a região cervical até a região lombar. 10. Ligamento longitudinal posterior: passa atrás do corpo vertebral do início da coluna até o final. 11. Ligamento amarelo (frouxo): une as lâminas do arco vertebral entre o processo transverso e o processo espinhoso. Anatomia Cecília Corrêa Dias Em relação ao sistema muscular da coluna vertebral, são divididos em dois grupos: pré-vertebrais e pós-vertebrais. I) MÚSCULOS PRÉ-VERTEBRAIS: quando contraem puxam a coluna para frente, ou seja, promovem a flexão, sendo o músculo longo da cabeça, músculo longo do pescoço, músculo quadrado lombar, músculo ilíaco, músculo psoas maior, músculo psoas menor e músculo esternocleidomastoideo. II) MÚSCULOS PÓS-VERTEBRAIS: quando contraem puxam a coluna para trás, ou seja, promovem a extensão, responsáveis por manter a postura ereta do corpo. Esses são divididos em três camadas de músculos: 1. Camada superficial: músculo trapézio, latíssimo do dorso, levantador de escápula, romboide menor e romboide maior. 2. Camada intermediária: músculo serrátil posterior superior (abaixo dos músculos romboides) e músculo serrátil posterior inferior (abaixo do músculo latíssimo do dorso). 3. Camada profunda: os músculos são subdivididos em três camadas, sendo os superficiais, os intermediários e os profundos. A camada superficial é composta pelo músculo esplênio da cabeça e músculoesplênio do pescoço. A camada intermediária é composta pelos músculos eretores da espinha (eretores da coluna), sendo o músculo íliocostal, músculo longíssimo e músculo espinal. A camada profunda é composta pelos músculos transverso-espinais (vão desde o processo transverso até o processo espinhoso), músculo semiespinal, músculo multífidos e músculos rotadores interespinais, intertransversários e levantador da costela (ligam o processo transverso de uma vértebra com o processo espinhoso da vértebra suprajacente, fazendo rotação contralateral da coluna). Anatomia Cecília Corrêa Dias PAREDE TORÁCICA: O tórax é a junção da caixa torácica, da parede torácica e da cavidade definida por essas estruturas. Em específico, a caixa torácica é formada pelos ossos esterno, vértebras torácicas e costelas. O osso esterno apresenta alguns acidentes ósseos importantes, como a incisura jugular, o ângulo esternal (ângulo de Louis), o manúbrio, o corpo e o processo xifoide. Já as costelas também têm algumas estruturas, sendo a cabeça, o colo, o tubérculo, a face articular, o ângulo e o sulco da costela. Em relação ao sistema articular, as principais articulações envolvidas são a articulação sincondrose costocondral que fica entre as costelas e as cartilagens costais e a articulação sinovial plana esternocostal que fica entre a 2° costela até a 7° costela com o osso esterno. Em relação à musculatura da parede torácica, os músculos envolvidos são os intercostais e o diafragma. O músculo diafragma é um músculo cupular comum centro tendíneo e apresenta três perfurações que passam a artéria aorta, esôfago e veia cava inferior, além de apresentar inervação do nervo frênico. Já os músculos intercostais por sua vez são divididos em três camadas: I. Superficial: músculo intercostal externo, o qual começa na borda inferior da costela superior e vai até a borda superior da costela inferior e está presente do tubérculo costal até a junção costocondral (a partir daí é substituído por uma membrana). II. Intermediário: músculo intercostal interno, o qual começa no esterno e vai até o ânulo da costela, sendo substituído por uma membrana e está situado entre os músculos intercostais externo e o íntimo. III. Profundo: músculo intercostal íntimo, o qual está na região mais lateral do tórax, onde a tríade VAN – veia, artéria e nervo – passa atrás; músculo subcostal que ultrapassa mais de dois espaços intercostais; e músculo transverso do tórax. Anatomia Cecília Corrêa Dias Sabendo dos músculos que envolvem a parede torácica, é possível definir os músculos envolvidos em cada processo respiratório: MÚSCULOS INSPIRATÓRIOS MÚSCULOS EXPIRATÓRIOS (FORÇADO) MÚSCULOS INSPIRAÇÃO FORÇADA Músculo diafragma Músculo intercostal externo Músculo esternocleidomastoideo Músculo peitoral menor Músculo serrátil anterior Músculos escalenos Músculos abdominais Músculo intercostal interno PAREDE ABDOMINAL: A parede abdominal é formada por camadas de músculos que se inserem em regiões de grandes aponeuroses, os quais tem capacidade de contração e extensão, aumentando e diminuindo a pressão na cavidade abdominal, respectivamente. Para entender melhor esses músculos, foram divididos em dois grupos, sendo os músculos da parede anterolateral e músculos da parede posterior. Os músculos da parede anterolateral vão até a linha alba, composta pelo músculo reto do abdome, que é um músculo poligástricos e encapsulado pelas aponeuroses dos músculos oblíquos, formando a bainha do reto, músculo esse responsável pela flexão do tronco e aumentar a pressão intra-abdominal, ajudando na respiração forçada; pelo músculo oblíquo externo, que tem fibras voltadas para frente e para baixo; pelo músculo oblíquo interno, que tem fibras voltadas para frente e para cima; pelo músculo transverso do abdome, que tem fibras no plano transverso que fazem compressão e sustentação das vísceras; e pelo músculo piramidal, que fica próximo à sínfise púbica. Como já dito, a bainha do reto (parte branca da foto do lado do músculo reto do abdome) é formada pelas aponeuroses dos músculos oblíquos. Sabendo disso, é possível determinar sua formação de acordo com a linha arqueada. Acima da linha arqueada, nota-se que a aponeurose do músculo oblíquo externo passa na frente o músculo reto do abdome, a aponeurose do oblíquo interno parra metade para frente e metade para trás do reto do abdome e a aponeurose do transverso passa por trás do reto do abdome. Abaixo da linha arqueada, nota-se que as três aponeuroses vão para frente do músculo reto do abdome. Agora, em relação aos músculos da parede posterior da parede abdominal, tem-se o músculo diafragma (delimita a parede superior), o músculo quadrado lombar, o músculo psoas maior, o músculo psoas menor e o músculo ilíaco. Anatomia Cecília Corrêa Dias MEMBROS SUPERIORES: Para começar falando sobre o membros superiores, é importante falar sobre o OMBRO. Trata-se de uma região do corpo que está relacionado ao cíngulo do membro superior, que é a parte de integração entre o esqueleto axial e o esqueleto apendicular superior. O ombro tem a função de movimento e de estabilização do membro superior para que ele possa realizar movimentos mais delicados. Sabendo que os ossos que formam o ombro são clavícula, escápula e úmero, ele pode ser dividido em dois complexos: o complexo escapulo-torácico fica entre a escápula e o tórax, que funciona como uma articulação funcional de estabilização (a escápula fica colada na parede do tórax); e o completo escapulo-umeral fica entre a escápula e o úmero, formando o ombro propriamente dito. A clavícula apresenta duas extremidades, sendo a extremidade esternal (clavícula relacionada ao osso esterno) e a extremidade acromial (clavícula relacionada à escápula). Em sua região inferior, tem uma parte rugosa devido a presença de vários ligamentos que ajudam ela a ficar posicionada, pois esse osso tem uma tendência a subir na escápula. A escápula apresenta diversos acidentes ósseos, sendo possível ver na vista anterior a fossa subescapular (região em que a escápula está colada no tórax), a cavidade glenoide (onde o úmero se articula) e o processo coracoide. Já na vista posterior é possível visualizar a espinha da escápula e o acrômio, onde a clavícula se articula. O úmero também apresenta alguns acidentes ósseos importantes, em que na epífise proximal é possível ver os dois tubérculos maior e menor, o sulco intertubercular, a cabeça do úmero e os colos anatômico e cirúrgico. Além disso, tem os sulcos para os nervos radial e ulnar, a tuberosidade do músculo deltoide, os epicôndilos medial e lateral, a tróclea, o capítulo, a fossa radial, a fossa coronoide e a fossa do olécrano. Anatomia Cecília Corrêa Dias Em relação ao sistema articular, os movimentos realizados com escápula podem ser de elevação/abaixamento e adução/abdução; os movimentos realizados com a clavícula podem ser avanço/recuo, elevação/abaixamento e rotação sob o próprio eixo, sendo que a clavícula tem a tendência de “cavalgar a escápula, subindo o acrômio, precisando da cápsula articular e ligamentos embaixo da clavícula para fixar na região acromial – ligamento coracoclavicular (ligamento trapezoide + ligamento conoide). Portanto, os movimentos do ombro são flexão/extensão, abdução/adução e rotação. As articulações que estão relacionadas ao ombro são: 1. Articulação esterno-clavicular: é uma articulação sinovial selar que liga a clavícula com o osso esterno. 2. Articulação acrômio-clavicular: é uma articulação sinovial plana que liga a escápula com a clavícula. 3. Articulação gleno-umeral: é uma articulação sinovial esferoide que liga a escápula ao úmero. O ombro precisa de uma série de estruturas para mantê-lo estabilizado, visto que o membro superior está na maioria das vezes pendente. Assim, tem-se a cápsula articular e os ligamentos superiorese anteriores que reforçam a cápsula para que não haja luxação na articulação. Na região posterior, há ajuda muscular para a cápsula e na região inferior há um ponto de fraqueza (explicando o porquê do úmero escapar para a região inferior quando ocorre luxação do ombro. Em relação ao sistema muscular, o ombro é composto pelo músculo trapézio (adução da escápula), músculo serrátil anterior (cola a escápula no tórax, além de que em crianças esse músculo é pouco desenvolvido, chamado de escápula alada), músculos romboide menor e romboide maior (movimento de báscula, aproximando a escápula da coluna), músculo levantador da escápula (elevação da escápula), músculo latíssimo do dorso, músculo redondo maior, músculo deltoide, músculo peitoral menor (puxa escápula para cima do ombro) e músculo subclávio. O músculo deltoide tem ações diferentes a depender de que parte está funcionando: a parte anterior ajuda na flexão e rotação, a parte média ajuda na abdução e a parte posterior ajuda na extensão. Os músculo latíssimo do dorso e redondo maior possuam a mesma inserção e fazem rotação interna do ombro, adução e extensão. Além desses músculos, é muito importante focar nos músculos do manguito rotador, que são quatro músculos que estão estreitamente relacionados a estabilização e ao reforça da cápsula articular, os quais ajudam a resistir ativamente a deslocamentos indesejáveis, principalmente na porção anterior, superior e posterior (também deixam a região inferior desprotegida). Trata-se dos músculos subescapular, supraespinal, infraespinal e redondo menor. O músculo subescapular fica colado na região anterior da escápula e cruza a articulação anteriormente. Ele tem origem na fossa subescapular da escápula e inserção no tubérculo menor do úmero. O músculo supraespinal cruza a articulação por cima e está situação acima da espinha da escápula, o qual tem origem na fossa supraespinal da escápula e inserção no tubérculo maior do úmero. Ambos estão na vista anterior do ombro. O músculo infraespinal está abaixo da espinha da escápula e cruza a articulação posteriormente, o qual tem origem na fosse infraespinal da escápula e inserção no tubérculo maior do úmero. O músculo redondo menor cruza a articulação posteriormente, o qual tem origem 2/3 superiores da borda lateral da escápula e inserção no tubérculo maior do úmero. Agora em relação ao BRAÇO e ANTEBRAÇO, os ossos que o compõe são o úmero, rádio e a ulna. O rádio é composto pela cabeça, pelo colo, pela tuberosidade do rádio, incisura ulnar, processo estiloide, tubérculo dorsal e face articular cárpica; enquanto a ulna é composta pelo olécrano, pela incisura troclear, pelo processo coronoide, pela incisura radial, pela tuberosidade da ulna, pela cabeça, pelo processo estiloide e pela superfície articular da cabeça da ulna. O cotovelo é a região de transição entre o braço e o antebraço, o qual é composto por diversas estruturas no sistema articular: 1. Articulação úmero-ulnar: é uma articulação sinovial gínglimo, fazendo movimentos de flexão e extensão. 2. Articulação úmero-radial: é uma articulação que acompanha o movimento da articulação anterior. Anatomia Cecília Corrêa Dias 3. Articulação rádio-ulnar proximal: é uma articulação trocoide, fazendo movimentos de supinação e pronação. 4. Articulação rádio-ulnar distal: acompanha o movimento da articulação anterior. 5. Ligamento colateral radial: é lateral, sendo um espessamento da cápsula articular. 6. Ligamento colateral ulnar: é medial, sendo também um espessamento da cápsula articular. 7. Ligamento anular: fica ao redor da cabeça no rádio. Se esse ligamento está fragilizado, existe a possibilidade de luxação da cabeça do rádio, por exemplo, quando puxa a criança pelo braço, fazendo a cabeça de soltar do ligamento, impedindo a criança de realizar o movimento de supinação. Vale ressaltar que o movimento de pronação provoca o cavalgamento do rádio sobre a ulna, enquanto o movimento de supinação é o movimento que deixa os dois ossos paralelos. Em relação ao sistema muscular, o braço é composto pelo músculo latíssimo do dorso (age em conjunto com o redondo maior, uma vez que ambos tem a mesma inserção), músculo redondo maior, músculos do manguito rotador (músculo subescapular, músculo supraespinal, músculo infraespinal e músculo redondo menor), cuja função é realizar rotação, músculo deltoide e músculo peitoral maior. A região anterior do braço é composta pelos músculos bíceps braquial, coracobraquial e braquial. O músculo bíceps braquial tem a cabeça longa que entra na cápsula articular do ombro e vai para o tubérculo supraglenoidal e tem a cabeça curta que vai para o processo coracoide. O músculo coracobraquial ajuda no movimento de flexão do braço, onde passa o nervo musculocutâneo. O músculo braquial é responsável pela flexão do antebraço. A região posterior do braço é composta pelo músculo tríceps braquial, o qual possui três origens, sendo a porção longa que vai para dentro da articulação do ombro (tubérculo infraglenoidal), a porção lateral (curta) que vai para a região do úmero. Além dele, tem também o músculo ancôneo, que fica na região medial do cotovelo e faz a extensão do antebraço. Agora, em relação ao antebraço, é importante lembrar que o rádio é lateral e a ulna é medial. A membrana interóssea é uma articulação sindesmose que proporciona a possibilidade dos ossos fazerem o movimento de pronação e supinação. Vale salientar que a articulação do cotovelo é complexa devido a presença de 3 ossos, além de existir os movimentos de flexão e extensão (úmero-ulnar e úmero-radial) e os movimentos de pronação e supinação (rádio-ulnar). 1. Existe articulação entre a cabeça da ulna e a incisura ulnar do rádio, sendo essa sinovial trocoide. 2. Existe articulação entre o rádio e a primeira fileira do carpo, sendo a rádio-cárpica, que é sinovial elipsoide. Anatomia Cecília Corrêa Dias Observação: a ulna não faz parte da articulação do punho, pois há um disco articular cartilaginoso que o isola. Em relação a musculatura, o músculo braquiradial e o músculo pronador redondo são um músculos anterior que são utilizados como ponto de referência para separar os músculos posteriores e anteriores do antebraço. Sabendo disso, todos os músculos que estão na região anterior são flexores e todos os músculos que estão na região posterior são extensores. Tratando-se da região anterior, isto é, dos músculos flexores, têm-se os superficiais compostos pelo músculo pronador redondo, pelo músculo flexor radial do carpo, pelo músculo superficial dos dedos, pelo músculo palmar longo e pelo músculo flexor ulnar do carpo. Já os profundos envolvem o músculo flexor longo do polegar, o músculo profundo dos dedos e o músculo pronador quadrado. Os músculos flexores profundo e superficial dos dedos vão para falanges diferentes. O músculo flexor profundo dos dedos passa ao meio do músculo flexor superficial dos dedos e vai para a falange distal, enquanto o músculo flexor profundo dos dedos vai para a falando media. Tratando-se da região posterior, ou seja, dos músculos extensores, têm-se os superficiais compostos pelo músculo extensor radial longo do carpo, pelo músculo extensor radial curto do carpo, pelo músculo extensor dos dedos, pelo músculo extensor do dedo mínimo, pelo músculo extensor ulnar do carpo e pelo músculo ancôneo. Já os profundos envolve o músculo abdutor longo do polegar, o músculo extensor curto do polegar, o músculo extensor longo do polegar, o músculo extensor do indicador e o músculo supinador. Vale mencionar a tabaqueira anatômica, que é delimitada lateralmente pelos tendões do músculo abdutor do polegar e do músculo extensor curto do polegar, e é delimitada medialmente pelo tendão do músculo extensor longo do polegar. Anatomia Cecília Corrêa Dias Agora, tratando-se dasMÃOS, os ossos que se articulam na região no punho são o rádio e a ulna. Na mão, os ossos que formam a região do carpo são trapézio, trapezoide, capitato, hamato, piramidal, pisiforme, semilunar e escafoide. Já os ossos que formam os dedos são os metacarpos e as falanges proximal, média e distal, exceto o primeiro dedo que tem somente as falanges proximal e distal. Além desses ossos, existem pequenos ossos que ficam no meio dos tendões dos músculos chamados de ossos sesamoides e não possuem grandes funções. Os dedos são nomeados em polegar, indicador, médio, anelar e mínimo. Pode-se falar 1° dedo, 2° dedo, 3° dedo, 4° dedo e 5° dedo. O 1° dedo (polegar) é diferenciado, visto que possui uma articulação selar, possibilitando diversidade de movimento. Em relação ao sistema articular, a mão apresenta diversas articulações: 1. Articulação rádio-ulnar distal: articulação sinovial trocoide que permite a pronação e supinação. 2. Articulação rádio-cárpica: articulação sinovial elipsoide que permite movimento de flexão/extensão e adução/abdução. 3. Articulação intercárpica: articulação sinovial plana que fica entre os ossos do carpo, permite pequenos deslizamentos. 4. Articulação carpo-metacárpica: articulação sinovial plana que fica entre o carpo e os metacarpos, exceto o primeiro dedo. 5. Articulação primeiro metacarpo e trapézio: articulação sinovial selar que permite os diversos movimentos do polegar. 6. Articulação inter-metacárpica: articulação sinovial plana que fica entre os ossos do metacarpo, permite pequenos deslizamentos. 7. Articulação metacarpo-falangica: articulação sinovial elipsoide que fica na base do dedo e permite movimento de flexão/extensão e adução/abdução. 8. Articulação interfalangicas: articulação sinovial gínglimo que faz movimento de flexão e extensão. Existe uma grande aponeurose que divide em região tênar e região hipotênar, aponeurose essa que é uma continuação do tendão do músculo palmar longo, o qual se alarga e forma a aponeurose palmar ao chegar no punho. A região tênar está mais relacionado à movimentação do 1° dedo (polegar), formada pelo músculo abdutor curto do polegar, músculo flexor curto do polegar, músculo adutor do polegar e músculo oponente do polegar. A região hipotênar está mais relacionada à movimentação do 5° dedo (dedo mínimo), formada pelo músculo abdutor do dedo mínimo, músculo flexor curto do dedo mínimo e músculo oponente do dedo mínimo. Existem ainda músculos intrínsecos que ficam colados nos metacarpos chamados de músculos lumbricais, cuja função é a flexão da falange proximal e extensão das falanges média e distal (movimento de pinça). Além desses, tem os músculos interósseos palmares (3 músculos) responsáveis pela adução dos dedos e músculos interósseos dorsais (4 músculos) responsáveis pela abdução dos dedos. Anatomia Cecília Corrêa Dias MEMBROS INFERIORES: O membros inferiores são cintura pélvica, coxa, perna e pé. Em relação à CINTURA PÉLVICA, o osso do quadril é o osso responsável pela sua formação. Trata-se de um osso dividido em três porções: ilíaco, ísquio e púbis, sendo que em cada parte tem suas estruturas importantes: No ilíaco tem a crista ilíaca, espinhas ilíacas antero-superior e antero-inferior, espinhas ilíacas póstero-superior e póstero-inferior, fossa ilíaca, linha arqueada, face auricular, face glútea e linhas glúteas anterior, posterior e inferior. No ísquio tem a tuberosidade isquiática, incisuras isquiáticas maior e menor e forame obturado. No púbis tem o tubérculo púbico, crista púbica, ramos superior e inferior do púbis e linha pectínea. A fossa do acetábulo (onde o fêmur se articula) está presente das três porções, onde tem o limbo do acetábulo, a face semilunar e a incisura do acetábulo. A COXA é formada pelo osso fêmur, que vai se articular com o acetábulo, o qual também têm acidentes ósseos importantes: cabeça, fóvea da cabeça, colo, trocanteres menor e maior, fossa trocantérica, crista intertrocantérica, linha intertrocantérica, linha áspera e seus lábios medial e lateral, tuberosidade glútea, linhas supracondilares medial e lateral, fossa intercondilar, superfície poplítea, tubérculo adutor, côndilos medial e lateral e epicôndilos medial e lateral. Em relação ao sistema articular: 1. Articulação entre sacro e osso do quadril: articulação sinovial plana. 2. Articulação sínfise púbica: articulação cartilaginosa sínfise. 3. Articulação entre cabeça do fêmur e acetábulo: articulação sinovial esferoide que permite movimento de flexão/extensão, adução/abdução e rotação. 4. Ligamento pubo-femoral: espessamento anterior da cápsula articular. 5. Ligamento íleo-femoral: espessamento anterior da cápsula articular. 6. Ligamento ísquio-femoral: espessamento posterior da cápsula articular. 7. Ligamento da cabeça do fêmur: dá passagem para vasos que nutrem a cabeça do fêmur (qualquer problema no ligamento e tiver problema na artéria, há chances de necrose da cabeça do fêmur). Anatomia Cecília Corrêa Dias Em relação ao sistema muscular, a região do quadril é formado pelo músculo psoas menor, músculo psoas maior, músculo ilíaco e músculo íliopsoas (quando ultrapassa o ligamento inguinal ocorre a junção dos músculos psoas e ilíaco), esse responsável pela flexão do quadril. A região lateral da coxa é formada pelo músculo tensor da fáscia lata, o qual ajuda na flexão do quadril. Na região posterior encontra-se o músculo glúteo máximo (extensão da coxa, rotação lateral e ajuda a levantar em posição sentada), músculo glúteo médio (deambulação), músculo glúteo mínimo (deambulação), músculo piriforme (abaixo sai o nervo isquiático), músculo gêmeo superior, músculo obturador interno, músculo gêmeo inferior e músculo quadrado femoral. Além desses, os músculos anteriores da coxa incluem o músculo sartório (“músculo do costureiro”, faz flexão do quadril, abdução e rotação do joelho), músculo reto femoral, músculo vasto medial, músculo vasto lateral e músculo vasto intermédio (todos os quatro últimos formam o músculo quadríceps femoral, sendo que seu tendão passa pela patela e continua, ligando a patela até a tuberosidade da tíbia, formando o ligamento patelar). Os músculos superficiais da coxa são o músculo pectíneo, músculo adutor curto e músculo grácil. Já os músculos profundos são os músculo obturador externo, músculo adutor longo e músculo adutor magno. Os músculos posteriores são músculo semitendíneo, músculo semimembranáceo e músculo bíceps femoral (tem a cabeça longa e a cabeça curta). Anatomia Cecília Corrêa Dias A PERNA é formada pelos ossos tíbia, fíbula e patela. A tíbia, na extremidade proximal, têm os côndilos tibiais medial e lateral, superfície articular, eminência intercondilar e tubérculos intercondilares medial e lateral, agora na diáfise tem a tuberosidade da tíbia e na extremidade distal tem o maléolo medial, a face articular para o tálus e a incisura fibular. A fíbula tem em sua extremidade proximal a cabeça, o colo e o ápice da fíbula, e na extremidade distal tem o maléolo lateral. A patela é um osso sesamoides que fica entre o tendão do músculo quadríceps femoral e o ligamento patelar. O joelho apresenta uma articulação bastante composta, pois ela é formada pela patela, fêmur e tíbia. Sabendo disso, o sistema articular do joelho é formado por: 1. Articulação entre o fêmur e a patela: articulação sinovial selar. 2. Articulação entre o fêmur e a tíbia: articulação sinovial condilar. 3. Membrana interóssea: une a tíbia e a fíbula, a qual forma uma pinça onde o pé se encaixa. É nessa que há muita tensão devido a descarga de peso constante, sendo necessário estruturas para reforça-la. 4. Articulação entre a fíbula e a tíbia: articulação sinovial plana. 5. Tornozelo: articulação sinovial gínglimo que promove flexão plantar e flexão dorsal. Anatomia CecíliaCorrêa Dias As estruturas que passam pela região anterior do joelho são o tendão do músculo quadríceps femoral, ligamento patelar e tuberosidade da tíbia, músculo tensor da fáscia lata e músculos vastos medial e lateral. As estruturas da região lateral do joelho são tendão do músculo bíceps femoral e músculo tensor da fáscia lata. Já as estruturas da região medial do joelho são três tendões principais que formam a pata de ganso, sendo o músculo sartório, músculo grácil e músculo semitendíneo. Agora, na região posterior passa o tendão do músculo semimembranáceo. As estruturas que estão dentro do joelho são menisco lateral, menisco medial (ambas estruturas de cartilagem que melhoram o encaixe entre os ossos), ligamentos cruzados anterior e posterior, ligamentos colaterais tibial/medial e fibular/lateral e ligamento transverso (une os dois meniscos na região anterior). O menisco medial é mais aderido à cápsula articular, tendo maior chance de sofrer lesão, já o menisco lateral é mais solta da cápsula articular, se adere melhor após uma lesão. Em relação ao sistema muscular, a região anterior da perna é formada por músculos que fazem flexão dos dedos, flexão dorsal do pé e inversão do pé, envolvendo o músculo tibial anterior, músculo extensor dos dedos, músculo extensor do hálux e fibular terceiro (variável de indivíduo para indivíduo). Na região lateral, parte responsável pela eversão do pé, tem o músculo fibular curto e músculo fibular longo. Agora, na região posterior da perna, tem a camada superficial e a camada profunda. A camada superficial é formada pelo músculo gastrocnêmio lateral, músculo gastrocnêmio medial e músculo sóleo, três músculos que formam o músculo tríceps sural. A camada profunda é formada pelo músculo tibial posterior, músculo flexor longo dos dedos, músculo flexor longo do hálux e músculo poplíteo. O joelho pode apresentar desvios: - Joelho varo: causa tensão nos ligamentos laterais do joelho. - Joelho valgo: causa tensão nas estruturas mediais do joelho (pata de ganso fica estirada) Anatomia Cecília Corrêa Dias Agora, tratando-se do PÉ e do TORNOZELO, os ossos que os compõem são calcâneo, tálus, navicular, cuboide e cuneiformes lateral, intermédio e medial. É importante lembrar que o tornozelo é uma estrutura em forma de pinça que fica acoplado ao tálus. Portanto, quem forma a articulação do tornozelo é o tálus com a pinça bi-maleolar (formado pelo maléolo medial da tíbia e maléolo lateral da fíbula). Existe nela uma tensão natural devido ao peso do corpo que fica pressionando a região e estruturas, impedindo que essa pinça se abra como a cápsula articular e ligamentos na região lateral e medial. O sistema articular do tornozelo é formado por: 1. Ligamento calcâneofibular: região lateral: 2. Ligamento tibiofibular posterior: região posterior. 3. Ligamento tibiofibular anterior: região anterior. 4. Ligamento deltoide: tem formato triangular na região medial, dividido em tibiotalar anterior, tibiotalar posterior, tibionavicular e tibiocalcâneo. 5. Sindesmose que fica entre a tíbia e a fíbula. 6. Articulação entre tálus e calcâneo: articulação sinovial selar. 7. Articulação intertársicas: articulação sinovial plana. 8. Articulação tarso-metatarsais: articulação sinovial plana. 9. Articulação intermetatarsicas: articulação sinovial plana. 10. Articulação metatarsofalângicas: articulação sinovial condilar. 11. Articulação interfalangicas: articulação sinovial gínglimo. 12. Articulação de Chopart: entre o retropé (tálus e calcâneo) e o mediopé (ossos do tarso). 13. Articulação de Lisfranc: entre o mediopé e o antepé (metatarsos e falanges). Em relação ao sistema muscular, o dorso do pé é formado pelo músculo extensor curto dos dedos. Já a planta do pé é formada por quatro camadas: a primeira camada tem o músculo abdutor do hálux, músculo flexor curto dos dedos e músculo abdutor do 5° dedo (mínimo); a segunda camada tem os músculos lumbricais e músculo quadrado Entroses de tornozelo: - Entrose em inversão (pé para dentro) há o estiramento de ligamentos laterais, sendo o ligamento calcâneofibular. - Entrose em eversão (pé para fora) há o estiramento de ligamentos mediais, sendo o ligamento deltoide. Anatomia Cecília Corrêa Dias plantar; a terceira camada tem o músculo flexor curto do dedo mínimo, músculo adutor do hálux e músculo flexor curto do hálux; e a quarta camada é formada pelos músculos interósseos plantares.
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