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1 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck Objetivos 1- Compreender a anatomia do ombro, braço, antebraço e mão; *biomecânica do ombro 2- Estudar a histologia do tecido cartilaginoso; Cíngulo do membro superior ↠ O cíngulo do membro superior, ou cintura escapular, consiste de uma clavícula na posição anterior, e uma escápula posteriormente. O cíngulo, ou cintura, em cada lado, e seus músculos associados formam os ombros (MARIEB, 7ª ed.). O termo cintura justifica-se pela cinta que circunda completamente o corpo, mas essas cinturas não satisfazem totalmente a essa descrição: na posição anterior, a extremidade medial de cada clavícula une-se ao esterno, e as extremidades laterais unem -se às escápulas. As duas escápulas, no entanto, não completam o anel posteriormente, porque suas margens mediais não se unem umas às outras ou ao esqueleto axial (MARIEB, 7ª ed.). Ao invés disso, as escápulas são ligadas ao tórax e à coluna vertebral apenas por músculos que revestem suas superfícies (MARIEB, 3ª ed.). ↠ Além de unir o membro superior ao tronco, o cíngulo superior fornece fixação para muitos músculos que movem o membro. Ele é leve e permite que os membros superiores sejam bastante móveis. Essa mobilidade resulta de dois fatores: (MARIEB, 7ª ed.). ➢ Como só a clavícula está unida ao esqueleto axial, a escápula pode mover-se livremente em torno do tórax, permitindo que o braço se movimente com ela. ➢ O soquete da articulação do ombro - a cavidade glenoidal - é rasa e por isso não restringe o movimento do úmero (osso do braço). Embora esse arranjo seja bom para a flexibilidade, é ruim para a estabilidade: luxações de ombro são bastante comuns. ↠ Cada um dos dois cíngulos dos membros superiores consiste em uma clavícula e uma escápula. A clavícula é o osso anterior e se articula com o manúbrio do esterno na articulação esternoclavicular. A escápula se articula com a clavícula na articulação acromioclavicular e com o úmero na articulação do ombro (TORTORA, 14ª ed.). CLAVÍCULA ↠ Cada clavícula (ou colar de ossos), delgada e com formato da letra S, repousa horizontalmente na região anterior do tórax, superiormente à primeira costela (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A clavícula é subcutânea (debaixo da pele) e facilmente palpável ao longo de toda a sua extensão. O osso tem formato de S porque sua metade medial é convexa e sua metade lateral é côncava anteriormente. É mais rugosa e mais curvada nos homens (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A extremidade esternal (medial) da clavícula, em formato de cone, articula-se com o manúbrio do esterno, e a extremidade acromial (lateral), achatada, articula-se com a escápula (MARIEB, 3ª ed.). APG 12 – “SAQUEI, MAS...” 2 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck ↠ Sua superfície superior é lisa, mas a superfície inferior apresenta acidentes ósseos devido à presença de ligamentos e músculos fixados à clavícula. O tubérculo conóide, por exemplo, é um ponto de ancoragem para um ligamento que se fixa na escápula (MARIEB, 3ª ed.). ↠ A espessa linha trapezóidea e o tubérculo conoide fornecem fixação para um ligamento (ligamento conoide) que vai na direção do processo coracoide da escápula, e uma área áspera perto da extremidade do esterno é o local de inserção do ligamento costoclavicular, um ligamento que liga a clavícula à primeira costela (MARIEB, 7ª ed.). FUNÇÕES: As clavículas executam várias funções, pois, além de fornecer fixação para os músculos, funcionam como braços que mantêm as escápulas e os braços lateralmente ao tórax. Essa função torna-se evidente quando a clavícula é fraturada: toda a região dos ombros cai medialmente. As clavículas também transmitem forças de compressão aplicadas aos membros superiores para o esqueleto axial, como quando alguém coloca ambos os braços à frente e empurra um carro, por exemplo (MARIEB, 7ª ed.). Devido às suas curvas, as fraturas anteriores (para a frente) são mais frequentes. Quando a clavícula é fraturada posteriormente (para trás), fragmentos ósseos podem danificar a artéria subclávia, a qual passa logo abaixo da clavícula para vascularizar o membro superior (MARIEB, 3ª ed.). ESCÁPULA ↠ Cada escápula é um osso grande, triangular e plano, situado na parte superior e posterior do tórax, entre os níveis da segunda e sétima costelas (TORTORA, 14ª ed.). Curiosamente, seu nome deriva de uma palavra que significa "pá", pois em culturas ancestrais as escápulas de animais eram utilizadas como pás (MARIEB, 3ª ed.). ↠ Cada escápula tem três margens. A margem superior é a mais curta e mais forte. A margem medial, ou margem vertebral, é paralela à coluna vertebral. A margem lateral (ou axilar) espessa, margeia a axila e termina na posição superior em uma fossa rasa, a cavidade glenoidal (glenoidal = em forma de poço). Essa cavidade articula -se com o úmero, formando a articulação do ombro (MARIEB, 7ª ed.). ↠ Como todos os triângulos, a escápula tem três cantos, ou ângulos: a cavidade glenoidal situa -se no ângulo lateral da escápula; o ângulo superior é onde as margens superior e medial encontram -se; e o ângulo inferior está na junção das margens medial e lateral. O ângulo inferior move-se quando o braço é levantado e abaixado e é um marco importante no estudo dos movimentos escapulares (MARIEB, 7ª ed.). ↠ A face anterior ou costal da escápula é côncava e relativamente sem características especiais. Sua face posterior apresenta uma proeminente espinha que é 3 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck facilmente palpada. A espinha da escápula termina lateralmente em uma projeção alargada triangular denominada acrômio ("ponta do ombro"). O acrômio articula-se com a extremidade acromial da clavícula, formando a articulação acromioclavicular (MARIEB, 3ª ed.). ↠ A partir da margem superior da escápula projeta-se anteriormente o processo coracóide; corac significa "em forma de bico de corvo", mas este processo assemelha- se mais a um pequeno dedo dobrado. O processo coracoide ajuda a fixar o músculo bíceps braquial. É limitado pela incisura da escápula (uma passagem para um nervo) medial.mente e pela cavidade glenoidal lateral mente (MARIEB, 3ª ed.). ↠ Várias fossas grandes aparecem em ambas as faces da escápula e são denominadas de acordo com sua localização. As fossas infra-espinal e supra-espinal estão localizadas, respectivamente, abaixo e acima da espinha da escápula. A fossa subescapular é a concavidade rasa formada por toda a face anterior da escápula (MARIEB, 3ª ed.). Membro superior ↠ Trinta ossos formam o esqueleto do membro superior e estão agrupados em ossos do braço, do antebraço e da mão (MARIEB, 7ª ed.). LOCAIS DOS OSSOS: úmero no braço; a ulna e o rádio no antebraço; e os 8 ossos carpais (punho), os 5 ossos metacarpais (palma) e as 14 falanges (ossos dos dedos) na mão (TORTORA, 14ª ed.). Obs.: Lembre-se que anatomicamente o "braço" é apenas a parte do membro superior entre o ombro e o cotovelo (MARIEB, 3ª ed.). ESQUELETO DO BRAÇO ÚMERO ↠ O úmero, ou osso do braço, é o mais longo e maior osso do membro superior. Sua extremidade proximal se articula com a escápula e a distal com dois ossos, a ulna e o rádio, formando a articulação do cotovelo (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Na extremidade proximal do úmero encontra-se a cabeça, que é lisa e tem formato hemisférico. A cabeça do úmero se encaixa na cavidade glenoidal da escápula, o que permite ao braço permanecer livre como um pêndulo em relação à cintura escapular (MARIEB, 3ª ed.). ↠ Imediatamente inferior à cabeça, encontra-se uma leve constrição, o colo anatômico (distal à cabeça e visível como um sulco oblíquo que consiste, no úmero adulto, no local da antiga placa epifisial – de crescimento). Logo abaixo do colo anatômico localizam-se o tubérculomaior, lateralmente, e o tubérculo menor, na região mais medial; os dois tubérculos são separados pelo sulco intertubercular, também chamado de sulco bicipital. Os tubérculos são locais de fixação para os músculos do manguito rotador. O sulco intertubercular guia o tendão do músculo bíceps braquial até seu ponto de fixação na borda da cavidade glenoidal (MARIEB, 3ª ed.). ↠ Distal aos tubérculos encontra-se o colo cirúrgico, assim denominado porque esta é a região do úmero onde as fraturas são mais frequentes. Aproximadamente na metade do corpo do úmero, na região lateral, está a tuberosidade para o músculo deltóide, uma saliência que é o ponto de inserção do músculo deltóide (MARIEB, 3ª ed.). ↠ Próximo à tuberosidade, o sulco do nervo radial corre obliquamente em direção à região posterior do corpo do úmero, marcando o curso do nervo radial, um importante nervo do membro superior (MARIEB, 3ª ed.). ↠ O corpo (diáfise) do úmero é praticamente cilíndrico em sua extremidade proximal, porém, de maneira gradativa, se torna triangular até ficar achatado e largo em sua extremidade distal (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Na extremidade distal do úmero estão dois côndilos, a tróclea ("polia"), medialmente, que se assemelha a uma ampulheta, e o capítulo, lateralmente, que tem um formato arredondado. Esses côndilos articulam-se com a ulna e o rádio, respectivamente. O par de côndilos é 4 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck flanqueado pelos epicôndilos medial e lateral (locais de fixação muscular) (MARIEB, 3ª ed.). O nervo ulnar corre por trás do epicôndilo medial, sendo responsável pela sensação dolorosa e o formigamento sentido quando se bate o cotovelo (MARIEB, 3ª ed.). ↠ Acima da tróclea, na superfície anterior, está a fossa coronóidea, enquanto que na superfície posterior encontra-se a fossa do olécrano, que é mais profunda. Essas duas depressões permitem aos processos correspondentes da ulna moverem-se livremente durante a flexão e a extensão do cotovelo. Uma pequena fossa radial, lateral à fossa coronóidea, recebe a cabeça do rádio quando o cotovelo é flexionado (MARIEB, 3ª ed.). ESQUELETO DO ANTEBRAÇO ↠ Formando o esqueleto do antebraço, há dois ossos longos paralelos, rádio e ulna, que se articulam com o úmero (proximalmente) e com os ossos do carpo (distalmente). O rádio e a ulna também articulam -se entre si, tanto proximal como distalmente, nas pequenas articulações radiulnares. Além disso, eles estão interligados ao longo de todo o seu comprimento por um ligamento plano chamado membrana interóssea (“entre os ossos”). Na posição anatômica, o rádio encontra -se lateralmente (do lado do polegar) e a ulna, medialmente. Quando a palma da mão está virada posteriormente, a extremidade distal do rádio cruza sobre a ulna e os dois ossos formam uma letra X (MARIEB, 7ª ed.). ULNA ↠ A ulna (“cotovelo”) está localizada na parte medial (dedo mínimo) do antebraço e é mais longa que o rádio (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Sua principal função é formar a articulação do cotovelo juntamente com o úmero. A extremidade proximal da ulna é parecida com uma chave inglesa; ela sustenta dois processos proeminentes, o olécrano e o processo coronóide, os quais são separados por uma concavidade profunda a incisura troclear (MARIEB, 3ª ed.). Juntos, esses dois processos se prendem à tróclea do úmero, formando uma articulação em dobradiça que permite ao antebraço realizar os movimentos de flexão e extensão. Quando o antebraço é completamente estendido, o olécrano é "travado" na fossa do olécrano, impedindo a hiperextensão do antebraço (movimento posterior, além da articulação do cotovelo) (MARIEB, 3ª ed.). ↠ O olécrano, localizado posteriormente, forma o ângulo do cotovelo quando o antebraço é flexionado e é a parte óssea que repousa sobre a mesa quando você se apóia sobre os cotovelos (MARIEB, 3ª ed.). A incisura troclear é uma grande área curva entre o olécrano e o processo 5 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck coronoide que forma parte da articulação do cotovelo (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Na região lateral do processo coronóide encontra-se uma pequena depressão, a incisura radial, onde a ulna se articula com a cabeça do rádio (MARIEB, 3ª ed.). ↠ Logo abaixo do processo coronoide está a tuberosidade da ulna, na qual o músculo braquial se insere (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Na região distal, a diáfise da ulna torna-se mais estreita e termina na cabeça da ulna, semelhante a uma maçaneta. Medialmente à cabeça encontra-se o processo estilóide da ulna, do qual parte um ligamento que segue para o punho (MARIEB, 3ª ed.). ↠ A cabeça da ulna é separada dos ossos que formam a articulação do punho por um disco de fibrocartilagem; por isso, a ulna não contribui significativamente para os movimentos da mão (MARIEB, 3ª ed.). RÁDIO ↠ O rádio é o menor osso do antebraço e está localizado na parte lateral (polegar) do antebraço. Em contraste com a ulna, o rádio é estreito na sua extremidade proximal e mais largo na extremidade distal (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A cabeça do rádio é semelhante à cabeça de um prego. A superfície superior da cabeça do rádio é côncava e articula-se com o capítulo do úmero (MARIEB, 3ª ed.). ↠ Inferiormente à cabeça está o colo, uma área constrita. Uma área rugosa inferior ao colo no lado anteromedial, chamada de tuberosidade do rádio, é ponto de inserção para o tendão do músculo bíceps braquial (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Na região distal, onde o rádio é mais expandido, localiza-se a incisura ulnar (medial), que se articula com a ulna, e o processo estilóide do rádio (lateral) (local de fixação de ligamentos que passam para a articulação do punho). Entre esses dois acidentes, a superfície articular do rádio é côncava na região que se articula com os ossos carpais do punho (MARIEB, 3ª ed.). Obs.: Enquanto a ulna contribui de forma mais importante para a articulação do cotovelo, o rádio é o principal osso do antebraço que contribui para a articulação do punho. Quando o rádio se move, a mão acompanha o movimento (MARIEB, 3ª ed.). INTERESSANTE: Os processos estiloides do rádio e da ulna podem ser palpados distalmente, segurando -se o lado dorsal do antebraço adjacente ao carpo com o polegar e o indicador da mão oposta. Nessa posição, o polegar apalpa o processo estiloide do rádio e o dedo indicador apalpa o processo estiloide da ulna. O processo estiloide do rádio encontra -se cerca de 1 cm mais distalmente em relação ao processo estiloide da ulna (MARIEB, 7ª ed.). IMPORTANTE: A ulna e o rádio se articulam em três locais. Primeiro, um tecido conjuntivo fibroso largo e plano, a membrana interóssea, une as diáfises dos dois ossos. Essa membrana também fornece área de inserção para alguns músculos esqueléticos profundos do antebraço. A ulna e o rádio se articulam diretamente nas suas extremidades proximal e distal. Proximalmente, a cabeça do rádio se articula com a incisura radial da ulna. Essa articulação é a articulação radiulnar proximal. Distalmente, a cabeça da ulna se articula com a incisura ulnar do rádio. Essa articulação é a articulação radiulnar distal. Por fim, a extremidade distal do rádio se articula com três ossos do punho - o semilunar, o escafoide e o piramidal – para formar a articulação radiocarpal (punho) (TORTORA, 14ª ed.). ESQUELETO DA MÃO ↠ O esqueleto da mão inclui os ossos carpais, ou pulso; os ossos metacarpais, ou palma; e as falanges, ou ossos dos dedos (MARIEB, 7ª ed.). 6 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck CARPO Podemos dizer que um relógio de pulso é realmente utilizado no antebraço distal, mas de forma alguma no punho. O verdadeiro punho, ou carpo, é a região proximal da mão, imediatamente distal à articulação do pulso (MARIEB, 7ª ed.). ↠ O carpo contém oitoossos curtos, ou carpais, estreitamente unidos por ligamentos. Movimentos de deslizamento ocorrem entre eles em duas fileiras irregulares de quatro ossos cada. Na fileira proximal, a partir da lateral (lado do polegar) para a medial, estão os ossos: (MARIEB, 3ª ed.) ➢ escafoide (“em forma de barco”); ➢ semilunar (“forma de meia-lua”); ➢ piramidal (“triangular”); ➢ pisiforme (“forma de ervilha”) Apenas o escafóide e o semilunar articulam-se diretamente com o rádio para formar a articulação do punho (MARIEB, 3ª ed.) ↠ Os ossos carpais da fileira distal (de lateral para medial) são: (MARIEB, 3ª ed.) ➢ o trapézio ("pequena mesa"); ➢ o trapezóide ("quatro lados"); ➢ o capitato ("forma de cabeça"); ➢ o hamato ("gancho"). O capitato é o maior osso carpal; sua projeção arredondada, a cabeça, se articula com o semilunar. O hamato recebe essa nomenclatura por conta de uma grande projeção em forma de gancho em sua face anterior (TORTORA, 14ª ed.). Em cerca de 70% das fraturas carpais, apenas o escafoide sofre a fratura. Isso porque a força da queda sobre a mão superestendida é transmitida do capitato pelo escafoide para o rádio (TORTORA, 14ª ed.). O espaço côncavo anterior formado pelo pisiforme e hamato (no lado ulnar) e escafoide e trapézio (no lado radial), com a cobertura superior do retináculo dos músculos flexores (fortes feixes fibrosos de tecido conjuntivo), consiste no túnel do carpo. Os longos tendões dos flexores dos dedos e do polegar, além do nervo mediano, passam pelo túnel do carpo. O estreitamento desse túnel, em decorrência de fatores como inflamação, pode dar origem a uma condição chamada de síndrome do túnel do carpo (TORTORA, 14ª ed.). METACARPO ↠ Cinco ossos metacarpais irradiam-se distalmente a partir do carpo para formar o metacarpo, ou palma/dorso da mão (meta = além de). Esses pequenos ossos alongados não são nomeados individualmente; são numerados de I a V, a partir do dedo polegar para o dedo mínimo (MARIEB, 7ª ed.) ↠ As bases dos metacarpais articulam-se com os ossos da fileira distal do carpo proximalmente e umas com as outras nos seus lados medial e lateral. Distalmente, as cabeças bulbosas dos metacarpais articulam -se com as falanges proximais dos dedos para formar as articulações metacarpofalângicas (MARIEB, 7ª ed.) O metacarpal I, associado ao polegar, é o mais curto e o que tem mais movimento articular (MARIEB, 7ª ed.) FALANGES ↠ As falanges, ou ossos dos dedos, formam a parte distal da mão. Há 14 falanges nos cinco dedos de cada mão e, assim como os metacarpais, os dedos são numerados de I a V, começando do polegar, no sentido de lateral para medial. Um único osso de um dedo é chamado falange (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Cada falange consiste em uma base proximal, uma diáfise intermediária e uma cabeça distal. O polegar possui duas falanges chamadas de falange proximal e falange distal. Os outros 4 dedos apresentam três falanges, chamadas falange proximal, média e distal (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Em ordem a partir do polegar, esses outros 4 dedos são comumente chamados dedo indicador, dedo médio, dedo anular e dedo mínimo. As falanges proximais de todos os dedos se articulam com os ossos metacarpais (TORTORA, 14ª ed.). As articulações entre as falanges são chamadas articulações interfalângicas (TORTORA, 14ª ed.). 7 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck Articulação ARTICULAÇÃO DO OMBRO ↠ A articulação do ombro é uma articulação esferóidea, formada pela cabeça do úmero e pela cavidade glenoidal da escápula. Na prática clínica é chamada de articulação glenoumeral (TORTORA, 14ª ed.). COMPONENTES ANATÔMICOS ➢ Cápsula articular: Saco fino e frouxo (qualidades que contribuem para a liberdade de movimento da articulação) que envolve de maneira completa a articulação e se estende da cavidade glenoidal até o colo anatômico do úmero. A parte inferior da cápsula é sua área mais fraca (TORTORA, 14ª ed.). ➢ Ligamento coracoumeral: Ligamento largo e forte que reforça a parte superior da cápsula articular e se estende do processo coracoide da escápula até o tubérculo maior do úmero. O ligamento reforça as partes superior e anterior da cápsula articular (TORTORA, 14ª ed.). Ajuda a sustentar o peso do membro superior (MARIEB, 3ª ed.). ➢ Ligamentos glenoumerais: Três espessamentos da cápsula articular sobre a face anterior da articulação que se estendem da cavidade glenoidal até o tubérculo menor e o colo anatômico do úmero. Esses ligamentos são muitas vezes indistintos ou ausentes e conferem apenas um reforço mínimo. Eles desempenham função na estabilização articular quando o úmero se aproxima ou excede seus limites de movimento (TORTORA, 14ª ed.). ➢ Ligamento transverso do úmero: Lâmina estreita que se estende entre os tubérculos maior e menor do úmero. O ligamento atua como um retináculo (faixa de retenção de tecido conjuntivo) para segurar o tendão da cabeça longa do músculo bíceps braquial (TORTORA, 14ª ed.). ➢ Lábio glenoidal: Margem estreita de fibrocartilagem em torno da circunferência externa da cavidade glenoidal, que aprofunda discretamente e aumenta discretamente esta cavidade (TORTORA, 14ª ed.). ➢ Bolsas: Quatro bolsas estão associadas à articulação do ombro. São elas as bolsas subtendínea do m. subescapular, subdeltóidea, subacromial e subcoracóidea (TORTORA, 14ª ed.). Obs.: Tendões musculares que cruzam a articulação do ombro contribuem de forma mais significante para a sua estabilidade. Um estabilizador importante é o tendão da cabeça longa do músculo bíceps braquial. Este tendão liga-se à margem superior do lábio glenoidal, atravessa a cavidade articular e, então, passa dentro do sulco intertubercular do úmero. Ele segura a cabeça do úmero contra a cavidade glenoidal. Quatro outros tendões (e os músculos associados) formam o manguito rotador. Esse manguito envolve a articulação do ombro e mescla-se com a cápsula articular (MARIEB, 3ª ed.). MOVIMENTOS DO OMBRO ↠ A articulação do ombro possibilita flexão, extensão, hiperextensão, abdução, adução, rotação medial, rotação lateral e circundução do braço (TORTORA, 14ª ed.). 8 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck A articulação do ombro apresenta mais liberdade de movimento do que qualquer outra articulação do corpo. Essa liberdade resulta da frouxidão da cápsula articular e da pouca profundidade da cavidade glenoidal em relação ao grande tamanho da cabeça do úmero (TORTORA, 14ª ed.). Embora os ligamentos da articulação do ombro reforcem-na até certo ponto, grande parte da estabilidade da articulação vem dos músculos que circundam a articulação, especialmente os músculos do manguito rotador. Esses músculos (supraespinal, infraespinal, redondo menor e subescapular) ancoram o úmero na escápula. Os tendões dos músculos do manguito rotador envolvem a articulação (exceto a porção inferior) e circundam intimamente a cápsula articular. Os músculos do manguito rotador atuam como um grupo que mantém a cabeça do úmero na cavidade glenoidal (TORTORA, 14ª ed.). ARTICULAÇÃO DO COTOVELO ↠ A articulação do cotovelo é uma diartrose cilíndrica que permite apenas extensão e flexão (MARIEB, 7ª ed.). ↠ A articulação do cotovelo é um gínglimo formado pela tróclea e capítulo do úmero, incisura troclear da ulna e cabeça do rádio (TORTORA, 14ª ed.). COMPONENTES ANATÔMICOS ➢ Cápsula articular: A parte anterior da cápsula articular cobre a região anterior da articulação do cotovelo, a partir das fossas radial e coronoide do úmero até o processo coronoide da ulna e o ligamento anular do rádio. A parte posterior se estende do capítulo, da fossa do olécrano e do epicôndilo lateral do úmero até o ligamento anular do rádio, o olécrano da ulna e a parte posterior da incisura radial (TORTORA, 14ª ed.). ➢ Ligamentocolateral ulnar: Ligamento espesso e triangular que se estende do epicôndilo medial do úmero até o processo coronoide e o olécrano da ulna. Parte desse ligamento aprofunda o encaixe para a tróclea do úmero (TORTORA, 14ª ed.). ➢ Ligamento colateral radial: Ligamento forte e triangular que se estende do epicôndilo lateral do úmero até o ligamento anular do rádio e a incisura radial da ulna (TORTORA, 14ª ed.). ➢ Ligamento anular do rádio: Forte faixa que circunda a cabeça do rádio, mantendo-a na incisura radial da ulna (TORTORA, 14ª ed.). 9 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck Anteriormente e posteriormente, a cápsula articular é fina, permitindo substancial liberdade de movimento para flexão e extensão do cotovelo. Entretanto, movimentos laterais são restringidos por dois fortes ligamentos capsulares (MARIEB, 3ª ed.). Adicionalmente, tendões de vários músculos do braço, como o bíceps e o tríceps, cruzam a articulação do cotovelo e dão mais segurança (MARIEB, 3ª ed.). ARTICULAÇÕES ENTRE O RÁDIO E A ULNA ↠ A ulna e o rádio se articulam diretamente nas suas extremidades proximal e distal. Proximalmente, a cabeça do rádio se articula com a incisura radial da ulna. Essa articulação é a articulação radiulnar proximal. Distalmente, a cabeça da ulna se articula com a incisura ulnar do rádio. Essa articulação é a articulação radiulnar distal. Por fim, a extremidade distal do rádio se articula com três ossos do punho - o semilunar, o escafoide e o piramidal – para formar a articulação radiocarpal (punho) (TORTORA, 14ª ed.). ARTICULAÇÃO DO CARPO ↠ O carpo tem duas superfícies articulares importantes: a articulação radiocarpal e as articulações intercarpais das quais faz parte a articulação mediocarpal (MARIEB, 7ª ed.). ↠ A articulação radiocarpal é a articulação entre o rádio e os carpais proximais, escafoide e semilunar. Essa é uma articulação elipsóidea, que permite movimentos de flexão, extensão, adução, abdução e circundução (MARIEB, 7ª ed.). ↠ As articulações intercarpais estão localizadas por entre os ossos proximais e distais dos carpos. O deslizamento ocorre nessa articulação à medida que os ossos carpais adjacentes deslizam entre si (MARIEB, 7ª ed.). ↠ O carpo é estabilizado por vários ligamentos. Quatro ligamentos principais que se estendem dos ossos do antebraço até os ossos carpais reforçam essa articulação: 10 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck o ligamento radiocarpal palmar anteriormente, o ligamento radiocarpal dorsal posteriormente, o ligamento colateral radial do carpo lateralmente e o ligamento colateral ulnar do carpo medialmente. Há múltiplos ligamentos menores estendendo-se entre os ossos carpais que os conectam entre si e aos ossos metacarpais (MARIEB, 7ª ed.). Músculos O tecido conjuntivo denso divide os músculos dos membros em compartimentos anatômicos. Esses com partimentos fasciais agrupam os músculos com origem e função similares no desenvolvimento. Desta forma, os músculos situados no mesmo compartimento possuem ações semelhantes e, frequentemente, atuam sinergicamente para produzir um determinado movimento. Músculos em compartimentos opostos atuam como pares agonista/antagonista. Na maioria dos casos, cada compartimento é suprido por um único nervo (MARIEB, 7ª ed.). O membro superior possui dois compartimentos: anterior e posterior. Os músculos do compartimento anterior do braço flexionam o braço no ombro ou flexionam o antebraço no cotovelo, e, são inervados pelo nervo musculocutâneo. Os músculos do compartimento anterior do antebraço são flexores ou pronadores para a mão e/ou para os dedos, e inervados pelo nervo mediano ou pelo nervo ulnar (MARIEB, 7ª ed.). Os músculos dos compartimentos posteriores do braço e do antebraço estendem o cotovelo, o carpo e os dedos, respectivamente. Esses músculos, além do supinador e do braquiorradial são todos inervados pelos ramos do nervo radial. Em termos funcionais, o supinador promove a rotação lateral do antebraço, e o braquiorradial, que cruza a face anterior do cotovelo, age como um flexor do antebraço (MARIEB, 7ª ed.). MÚSCULOS DO TÓRAX QUE MOVIMENTAM O CÍNGULO DO MEMBRO SUPERIOR A principal ação dos músculos que movimentam o cíngulo do membro superior (clavícula e escápula) é estabilizar a escápula de forma que possa atuar como uma origem fixa para a maioria dos músculos que movimentam o úmero. Uma vez que os movimentos escapulares normalmente acompanham os movimentos umerais na mesma direção, os músculos também movimentam a escápula para aumentar a amplitude de movimento do úmero. Por exemplo, não seria possível elevar o braço acima da cabeça se a escápula não se movesse com o úmero. Durante a abdução, a escápula acompanha o úmero rodando para cima (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os músculos que movimentam o cíngulo do membro superior podem ser classificados em dois grupos com base na sua localização no tórax: músculos torácicos anteriores e posteriores (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os músculos torácicos anteriores compreendem o subclávio, o peitoral menor e o serrátil anterior (TORTORA, 14ª ed.). ➢ O músculo subclávio é pequeno e cilíndrico, localizado sob a clavícula e que se estende desta até a primeira costela. Ele estabiliza a clavícula durante os movimentos do cíngulo do membro superior (TORTORA, 14ª ed.). ➢ O músculo peitoral menor é delgado, plano e triangular, localizado profundamente ao músculo peitoral maior. Além da sua função nos 11 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck movimentos da escápula, o músculo peitoral menor ajuda na expiração forçada (TORTORA, 14ª ed.). ➢ O músculo serrátil anterior é grande e plano, localizado entre as costelas e a escápula; é assim chamado por conta do aspecto serrilhado da sua origem nas costelas (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os músculos torácicos posteriores são o trapézio, o levantador da escápula, o romboide maior e o romboide menor (TORTORA, 14ª ed.). ➢ O músculo trapézio é grande, plano e triangular e se estende do crânio e coluna vertebral medialmente até o cíngulo do membro superior lateralmente. É o músculo posterior mais superficial que recobre a região cervical posterior e a porção superior do tronco. Os dois músculos trapézio formam um trapezoide, daí sua nomenclatura (TORTORA, 14ª ed.). ➢ O músculo levantador da escápula é alongado e estreito encontrado na parte posterior do pescoço. É profundo em relação aos músculos esternocleidomastóideo e trapézio. Como seu próprio nome sugere, uma de suas ações é levantar a escápula (TORTORA, 14ª ed.). ➢ Os músculos romboide maior e romboide menor estão localizados profundamente em relação ao músculo trapézio e nem sempre é possível diferenciá-los; parecem bandas paralelas que passam inferior e lateralmente das vértebras à escápula (TORTORA, 14ª ed.). Suas nomenclaturas se baseiam na sua forma – isto é, um romboide (um paralelogramo oblíquo). O músculo romboide maior é cerca de 2 vezes mais largo que o músculo romboide menor. Os dois músculos são usados quando abaixamos com força os membros superiores elevados, como ao bater em uma estaca com uma marreta (TORTORA, 14ª ed.). MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO MÚSCULOS TORÁCICOS ANTERIORES SUBCLÁVIO Costela I Clavícula PEITORAL MENOR Costelas II a V, III a V ou II a IV Processo coracoide da escápula SERRÁTIL ANTERIOR Costelas I a VIII ou I a IX Margem vertebral e ângulo inferior da escápula MÚSCULOS TORÁCICOS ANTERIORES TRAPÉZIO Linha nucal superior do occipital, ligamento nucal e processos espinhosos de C VII a T XII Clavícula, acrômio e espinha da escápula LEVANTADOR DA ESCÁPULA Processos transversos de C I a C IV Margem vertebral superior da escápula ROMBOIDE MAIOR Processos espinhosos de T II a T V Margem vertebralda escápula inferior à espinha ROMBOIDE MENOR Processos espinhosos de C VII a T I Margem vertebral da escápula superior à espinha MOVIMENTOS DA ESCÁPULA (TORTORA, 14ª ed.). ➢ Elevação: movimento superior da escápula, como ao encolher os ombros ou levantar um peso acima da cabeça ➢ Abaixamento: movimento inferior da escápula como ao tracionar para baixo uma corda presa a uma roldana ➢ Abdução (protração): movimento da escápula lateral e anteriormente, como ao realizar o exercício de flexão de braço ou efetuar um soco ➢ Adução (retração): movimento da escápula medial e posteriormente, como ao remar ➢ Rotação para cima: movimento lateral do ângulo inferior da escápula de forma que a cavidade glenoidal é levada para cima. Esse movimento é necessário para movimentar o úmero além da horizontal, como na elevação dos braços no polichinelo ➢ Rotação para baixo: movimento medial do ângulo inferior da escápula de forma que a cavidade glenoidal é movimentada para baixo. Esse movimento é observado quando um ginasta nas barras paralelas suporta o peso do corpo nas mãos. MÚSCULOS DO TÓRAX E DO OMBRO QUE MOVIMENTAM O ÚMERO ↠ Dos nove músculos que cruzam a articulação do ombro, todos, exceto os músculos peitoral maior e latíssimo do dorso, se originam na escápula. Por isso, os músculos peitoral maior e o latíssimo do dorso são 12 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck chamados de músculos axiais, pois se originam no esqueleto axial (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os outros 7 músculos, os músculos escapulares, se originam na escápula. Dos dois músculos axiais que movimentam o úmero: (TORTORA, 14ª ed.). ➢ O músculo peitoral maior é grande, espesso e em forma de leque, recobrindo a parte superior do tórax e forma a dobra anterior do tórax. Esse músculo apresenta duas origens: uma cabeça clavicular menor e uma cabeça esternocostal maior ➢ O músculo latíssimo do dorso é largo e triangular, localizado na parte inferior do dorso, que forma a maior parte da parede posterior da axila. A ação muscular reversa (AMR) do músculo latíssimo do dorso possibilita que a coluna vertebral e o tronco sejam elevados, como nos exercícios na barra. É comumente chamado de “músculo do nadador” porque suas muitas ações são usadas na natação; consequentemente, muitos nadadores apresentam esses músculos bem desenvolvidos. ↠ Entre os músculos escapulares: (TORTORA, 14ª ed.). ➢ O deltoide é espesso e forte, recobrindo a articulação do ombro e formando o contorno arredondado do ombro. Esse músculo é local frequente de injeções intramusculares. Os fascículos do músculo deltoide se originam de 3 pontos diferentes e cada grupo de fascículos movimenta o úmero de maneira diferente ➢ O músculo subescapular é grande e triangular, preenchendo a fossa subescapular da escápula e formando uma pequena parte do ápice da parede posterior da axila. ➢ O músculo supraespinal, que é arredondado e recebeu sua denominação por conta de sua localização na fossa supraespinal da escápula, está localizado profundamente em relação ao músculo trapézio. ➢ O músculo infraespinal é triangular e também recebeu sua denominação por conta de sua localização na fossa infraespinal da escápula. ➢ O músculo redondo maior é plano e espesso, localizado abaixo do músculo redondo menor que também ajuda a formar parte da parede posterior da axila. ➢ O músculo redondo menor é alongado e cilíndrico, muitas vezes inseparável do músculo infraespinal, o qual repousa ao longo da sua margem superior. ➢ O músculo coracobraquial é alongado e estreito e está localizado no braço. A porção média do volumoso músculo deltóide do ombro é o motor primário da abdução do braço. Os principais adutores são o peitoral maior anteriormente e o Iatíssimo do dorso posteriormente (MARIEB, 3ª ed.). MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO MÚSCULOS AXIAIS QUE MOVIMENTAM O ÚMERO PEITORAL MAIOR Clavícula (cabeça clavicular), esterno e cartilagem costais das costelas II a VI Tubérculo maior e lábio lateral do sulco intertubercular do úmero LATÍSSIMO DO DORSO Processos espinhosos de T VII a L V, vértebras lombares, cristas do sacro e ílio, costelas IX a XII via fáscia toracolombar Sulco intertubercular do úmero MÚSCULOS ESCAPULARES QUE MOVIMENTAM O ÚMERO DELTOIDE Extremidade acromial da clavícula, acrômio da escápula e espinha da escápula. Tuberosidade do músculo deltoide do úmero SUBESCAPULAR Fossa subescapular da escápula Tubérculo menor do úmero Supraespinal Fossa supraespinhal da escápula Tubérculo maior do úmero Infraespinal Fossa infraespinal da escápula Tubérculo maior do úmero Redondo maior Ângulo inferior da escápula Lábio medial do sulco intertubercular do úmero 13 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck Redondo menor Margem lateral inferior da escápula Tubérculo maior do úmero CORACOBRAQUIAL Processo coracoida da escápula Meio da face medial da diáfase do úmero IMPORTANTE: Quatro músculos profundos do ombro – subescapular, supraespinal, infraespinal e redondo menor – fortalecem e estabilizam a articulação do ombro. Esses músculos unem a escápula ao úmero. Seus tendões achatados se fundem para formar o manguito rotador (musculotendíneo), um círculo quase completo de tendões em torno da articulação do ombro, como o punho de uma camisa de manga comprida. O músculo supraespinal está especialmente sujeito ao desgaste devido à sua localização entre a cabeça do úmero e o acrômio da escápula, o que faz com que seu tendão seja comprimido durante os movimentos do ombro, sobretudo abdução do braço. Esse problema é ainda mais agravado pela má postura, com ombros curvados e caídos para frente (TORTORA, 14ª ed.). MÚSCULOS DO BRAÇO QUE MOVIMENTAM O RÁDIO E A ULNA ↠ A maioria dos músculos que movimenta o rádio e a ulna promove a flexão e a extensão do cotovelo, a qual consiste em uma articulação em dobradiça. Os músculos bíceps braquial, o braquial e o braquiorradial são flexores. Os músculos extensores são os músculos tríceps braquial e ancôneo (TORTORA, 14ª ed.). ➢ O músculo bíceps braquial é grande e está localizado na face anterior do braço. Como indica seu nome, possui duas cabeças (longa e curta), ambas na escápula. O músculo se estende pela articulação do ombro e do cotovelo. Além da sua função na flexão do antebraço na articulação do cotovelo, também faz supinação do antebraço nas articulações radiulnares e flexiona o braço na articulação do ombro (TORTORA, 14ª ed.). ➢ O músculo braquial é profundo ao músculo bíceps braquial. É o flexor mais vigoroso do antebraço na articulação do cotovelo. Por isso é o “burro de carga” dos flexores do cotovelo (TORTORA, 14ª ed.). ➢ O músculo braquiorradial flexiona o antebraço na articulação do cotovelo, especialmente quando há necessidade de um movimento rápido ou quando algum peso é levantado lentamente durante a flexão do antebraço (TORTORA, 14ª ed.). ➢ O músculo tríceps braquial é grande e está localizado na face posterior do braço. É o mais poderoso dos extensores do antebraço na articulação do cotovelo. Como quer dizer sua nomenclatura, apresenta três cabeças de origem, uma da escápula (cabeça longa) e duas do úmero (cabeças lateral e medial). A cabeça longa cruza a articulação do ombro; as outras cabeças não antebraço (TORTORA, 14ª ed.). ➢ O músculo ancôneo é pequeno e está localizado na parte lateral da face posterior do cotovelo que ajuda o músculo tríceps braquial na extensão do antebraço na articulação do cotovelo (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Alguns músculos que movimentam o rádio e a ulna estão envolvidos na pronação e na supinação nas articulações radiulnares (TORTORA, 14ª ed.). ➢ Os pronadores, como os próprios nomes sugerem, são os músculos pronador redondo e pronador quadrado(TORTORA, 14ª ed.). ➢ O supinador do antebraço é apropriadamente chamado de músculo supinador. A ação vigorosa do músculo supinador é usada quando torcemos um saca-rolha ou apertamos um parafuso com uma chave de fenda (TORTORA, 14ª ed.). No braço, os músculos bíceps braquial, braquial e coracobraquial compõem o compartimento anterior (flexor). O músculo tríceps braquial forma o compartimento posterior (extensor) (TORTORA, 14ª ed.). 14 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO FLEXORES DO ANTEBRAÇO BÍCEPS BRAQUIAL A cabeça longa se origina do tubérculo acima da cavidade glenoidal da escápula A cabeça curta se origina do processo coracoide da escápula Tuberosidade radial do rádio e aponeurosa bicipital BRAQUIAL Faces anterior e distal do úmero Tuberosidade ulnar e processo coronoide da ulna BRAQUIORRADIAL Margem lateral da extremidade distal do úmero Superior ao processo estiloide do rádio EXTENSORES DO ANTEBRAÇO TRÍCEPS BRAQUIAL A cabeça longa se origina do tubérculo infraglenoidal, uma projeção inferior à cavidade glenoidal da escápula. A cabeça lateral se origina da face posterior e lateral do úmero A cabeça medial se origina de toda a face posterior do úmero, inferiormente ao sulco para o nervo radial Olécrano da ulna ANCÔNEO Epicôndilo lateral do úmero Olécrano e porção superior da diáfase da ulna PRONADORES DO ANTEBRAÇO PRONADOR REDONDO Epicôndilo medial do úmero e processo coronoide da ulna Face mediolateral do rádio PRONADOR QUADRADO Porção distal da diáfise da ulna Porção distal da diáfise do rádio SUPINADOR DO ANTEBRAÇO SUPINADOR Epicôndilo lateral do úmero e crista perto da incisura radial da ulna (crista do músculo supinador) Face lateral do 1/3 proximal do rádio MÚSCULOS DO ANTEBRAÇO QUE MOVIMENTAM O PUNHO, A MÃO, O POLEGAR E OS DEDOS ↠ Os músculos do antebraço que movimentam o punho, a mão e os dedos são muitos e variados. Esses músculos que integram esse grupo que atua nos dedos são conhecidos como músculos extrínsecos da mão, pois se originam fora da mão e se inserem nela (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Com base na localização e na função, os músculos do antebraço são divididos em dois grupos: músculos do compartimento anterior e músculos do compartimento posterior (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os músculos do compartimento anterior (flexor) do antebraço se originam no úmero e, em geral, se inserem nos ossos carpais, nos ossos metacarpais e nas falanges; atuam principalmente como flexores. Os ventres desses músculos formam a massa do antebraço (TORTORA, 14ª ed.). Um dos músculos no compartimento anterior superficial, o músculo palmar longo, não existe em cerca de 10% dos indivíduos (na maioria das vezes no antebraço esquerdo) e é usado com frequência para reparo de tendão (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os músculos do compartimento posterior (extensor) do antebraço se originam no úmero, se inserem nos ossos metacarpais e nas falanges e funcionam como extensores (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Em cada compartimento, os músculos estão agrupados em superficiais ou profundos (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os músculos do compartimento anterior superficial estão organizados na seguinte ordem, de lateral para medial: flexor radial do carpo, palmar longo e flexor ulnar do carpo (o nervo e a artéria ulnares estão imediatamente laterais ao tendão desse músculo no punho). O músculo flexor superficial dos dedos é profundo 15 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck aos outros três músculos e é o maior músculo superficial no antebraço (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os músculos do compartimento anterior profundo estão organizados na seguinte ordem, de lateral para medial: flexor longo do polegar (o único flexor da falange distal do polegar) e flexor profundo dos dedos (que termina em quatro tendões que se inserem nas falanges distais dos dedos) (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os músculos do compartimento posterior superficial estão organizados na seguinte ordem, de lateral para medial: extensor radial longo do carpo, extensor radial curto do carpo, extensor dos dedos (ocupa a maior parte da face posterior do antebraço e se divide em quatro tendões que se inserem nas falanges média e distal dos dedos), extensor do dedo mínimo (um músculo delgado que normalmente está conectado com o extensor dos dedos) e extensor ulnar do carpo (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os músculos do compartimento posterior profundo estão organizados na seguinte ordem, de lateral para medial: abdutor longo do polegar, extensor curto do polegar, extensor longo do polegar e extensor do indicador (TORTORA, 14ª ed.). Os tendões dos músculos do antebraço que se fixam ao punho ou continuam pela mão, juntamente com nervos e vasos sanguíneos, são mantidos próximos aos ossos por fortes fáscias. Os tendões também são rodeados por bainhas tendíneas. No punho, a fáscia profunda é espessada em bandas fibrosas chamadas retináculos. O retináculo dos músculos flexores está localizado sobre a face palmar dos ossos carpais. Os tendões flexores longos dos dedos e do punho e o nervo mediano passam profundamente ao retináculo dos músculos flexores. O retináculo dos músculos extensores está localizado sobre a face dorsal dos ossos carpais. Os tendões extensores do punho e dos dedos passam profundamente a ele (TORTORA, 14ª ed.). Obs.: Eles produzem os movimentos vigorosos, porém grosseiros, dos dedos (TORTORA, 14ª ed.). MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO COMPARTIMENTO ANTERIOR SUPERFICIAL DO ANTEBRAÇO FLEXOR RADIAL DO CARPO Epicôndilo medial do úmero Ossos metacarpais II e III PALMAR LONGO Epicôndilo medial do úmero Retináculo dos músculos flexores e aponeurose palmar (fáscia no centro da palma) FLEXOR ULNAR DO CARPO Epicôndilo medial do úmero e margem posterossuperior da ulna Pisiforme, hamato e base do osso metacarpal V FLEXOR SUPERFICIAL DOS DEDOS Epicôndilo medial do úmero, processo coronoide da ulna e crista ao longo da margem lateral ou face anterior (linha Falange média de cada dedo* 16 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck oblíqua anterior) do rádio COMPARTIMENTO ANTERIOR PROFUNDO DO ANTEBRAÇO FLEXOR LONGO DO POLEGAR Face anterior do rádio e membrana interóssea (lâmina de tecido fibroso que mantém juntas as diáfises da ulna e do rádio) Base da falange distal do polegar FLEXOR PROFUNDO DOS DEDOS Face medial anterior do corpo da ulna Base da falange distal de cada dedo COMPARTIMENTO POSTERIOR SUPERFICIAL DO ANTEBRAÇO EXTENSOR RADIAL LONGO DO CARPO Crista supracondilar lateral do úmero Osso metacarpal II EXTENSOR RADIAL CURTO DO CARPO Epicôndilo lateral do úmero Osso metacarpal III EXTENSOR DOS DEDOS Epicôndilo lateral do úmero Falanges distais e médias de cada dedo EXTENSOR DO DEDO MÍNIMO Epicôndilo lateral do úmero Tendão do M. extensor do dedo na falange do dedo mínimo EXTENSOR ULNAR DO CARPO Epicôndilo lateral do úmero e margem posterior da ulna Osso metacarpal V COMPARTIMENTO POSTERIOR PROFUNDO DO ANTEBRAÇO ABDUTOR LONGO DO POLEGAR Face posterior do meio do rádio e ulna e membrana interóssea Osso metacarpal I EXTENSOR CURTO DO POLEGAR Face posterior do meio do rádio e ulna e membrana interóssea Base da falange proximal do polegar EXTENSOR LONGO DO POLEGAR Face posterior do meio da ulna e membrana interóssea Base da falange distal do polegar EXTENSOR DO INDICADOR Face posterior da ulna e membrana interóssea Tendão do extensor do dedo indicador MÚSCULOS DA PALMA DA MÃO QUE MOVIMENTAM OS DEDOS – MÚSCULOS INTRÍNSECOS DA MÃO ↠ Os músculos intrínsecos da mão produzem movimentos fracos, porém complexos e precisos, dos dedos que caracterizam amão humana. Os músculos deste grupo são assim nomeados por conta de suas origens e inserções na mão (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Todos eles estão na palma da mão e nenhum deles é encontrado na região dorsal. Todos movem os metacarpais e os dedos. São músculos pequenos e fracos que controlam principalmente os movimentos precisos (como enfiar a linha na agulha) (MARIEB, 3ª ed.). Os músculos intrínsecos incluem os principais abdutores e adutores dos dedos, bem como os músculos que produzem o movimento de oposição - movimento do polegar em direção ao dedo mínimo - que possibilita segurar objetos na palma da mão (p. ex., o cabo de um martelo). Muitos músculos da palma da mão são especializados em mover o polegar, e surpreendentemente muitos deles movem o dedo mínimo (MARIEB, 3ª ed.). ↠ Os músculos intrínsecos da mão são divididos em 3 grupos: tenar, hipotenar e intermediário (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os músculos tenares incluem o abdutor curto do polegar, o oponente do polegar, o flexor curto do polegar e o adutor do polegar (atua no polegar, mas não se encontra na eminência tenar) (TORTORA, 14ª ed.). ➢ O músculos abdutor curto do polegar é superficial, delgado, curto e relativamente largo que se encontra na face lateral da eminência tenar (TORTORA, 14ª ed.). ➢ O músculo flexor curto do polegar é curto e largo, localizado medialmente ao músculo abdutor curto do polegar (TORTORA, 14ª ed.). ➢ O músculo oponente do polegar é pequeno e triangular, localizado abaixo dos músculos flexor curto do polegar e abdutor curto do polegar (TORTORA, 14ª ed.). ➢ O músculo adutor do polegar tem forma de leque e apresenta duas cabeças (oblíqua e transversa) separadas por um hiato pelo qual passa a artéria radial (TORTORA, 14ª ed.). 17 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck Os músculos tenares, junto com o músculo adutor do polegar, formam a eminência tenar, o contorno arredondado na lateral da palma (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os três músculos hipotenares atuam no dedo mínimo e formam a eminência hipotenar, o contorno arredondado medial na palma da mão. O músculo abdutor do dedo mínimo, o músculo flexor curto do dedo mínimo e o músculo oponente do dedo mínimo constituem os músculos hipotênares (TORTORA, 14ª ed.). ➢ O músculo abdutor do dedo mínimo é curto e largo e é o mais superficial dos músculos hipotenares. É um músculo vigoroso que tem participação importante na preensão de objetos com os dedos abertos (TORTORA, 14ª ed.). ➢ O músculo flexor curto do dedo mínimo também é curto e largo, além de lateral ao músculo abdutor do dedo mínimo (TORTORA, 14ª ed.). ➢ O músculo oponente do dedo mínimo é triangular e profundo aos outros músculos hipotênares (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os onze ou doze músculos intermediários (palmares médios) compreendem os lumbricais, interósseos palmares e interósseos dorsais (TORTORA, 14ª ed.). ➢ Os músculos lumbricais, como o próprio nome sugere, têm forma de verme. Eles se originam e se inserem nos tendões de outros músculos (Mm. flexor profundo dos dedos e extensor dos dedos) (TORTORA, 14ª ed.). ➢ Os músculos interósseos palmares são os menores e mais anteriores dos músculos interósseos (TORTORA, 14ª ed.). ➢ Os músculos interósseos dorsais são os mais posteriores dessa série de músculos (TORTORA, 14ª ed.). Os dois grupos de músculos interósseos estão localizados entre os ossos metacarpais e são importantes na abdução, na adução, na flexão e na extensão dos dedos, assim como nos movimentos necessários para realizar atividades que exijam habilidade especial como escrever, digitar e tocar piano (TORTORA, 14ª ed.). A importância funcional da mão fica logo aparente quando consideramos que certas lesões da mão podem resultar em incapacidades permanentes. A maioria da destreza da mão depende dos movimentos dos polegares. As atividades gerais da mão incluem movimento livre, preensão potente (movimento forçado dos dedos e do polegar contra a palma da mão, como ao espremer), manuseio preciso (mudança na posição do objeto manuseado que demanda controle exato da posição do dedo e do polegar, como dar corda em um relógio ou tricotar) e pinça (compressão entre o polegar e o dedo indicador ou entre o polegar e os primeiros dois dedos) (TORTORA, 14ª ed.). IMPORTANTE: Os movimentos do polegar são muito importantes nas atividades de precisão da mão e são definidos em planos diferentes daqueles dos movimentos comparáveis dos outros dedos porque o polegar está posicionado em ângulo reto com os outros dedos. A figura abaixo ilustra os cinco principais movimentos do polegar, os quais incluem flexão (movimento medial do polegar pela palma da mão), extensão (movimento lateral do polegar, saindo da palma), abdução (movimento do polegar em um plano anteroposterior para longe da palma), adução (movimento do polegar em um plano anteroposterior no sentido da palma) e oposição (movimento do polegar que cruza a palma da mão de forma que a ponta do polegar encontra a ponta do dedo). Oposição é o movimento digital mais distinto que confere aos humanos e outros primatas a capacidade de segurar e manipular objetos de maneira precisa (TORTORA, 14ª ed.). MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO TENAR (FACE LATERAL DA PALMA) ABDUTOR CURTO DO POLEGAR Retináculo dos músculos flexores, escafoide e trapézio Face lateral da falange proximal do polegar OPONENTE DO POLEGAR Retináculo dos músculos flexores e trapézio Face lateral do osso metacarpal I (polegar) FLEXOR CURTO DO POLEGAR Retináculo dos músculos flexores, trapézio, capitato e trapezoide Face lateral da falange proximal do polegar ADUTOR DO POLEGAR A cabeça oblíqua se origina Face medial da falange 18 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck no capitato, nos ossos metacarpais II e III. A cabeça transversa origina- se no osso metacarpal III proximal do polegar pelo tendão contendo osso sesamoide HIPOTENAR (FACE MEDIAL DA PALMA) ABDUTOR DO DEDO MÍNIMO Pisiforme e tendão do M. flexor ulnar do carpo Face medial da falange proximal do dedo mínimo FLEXOR CURTODO DEDO MINIMO Retináculo dos músculos flexor e hamato Face medial da falange proximal do dedo mínimo OPONENTE DO DEDO MÍNIMO Retináculo dos músculos flexores e hamato Face medial do osso metacarpal V (dedo mínimo) INTERMEDIÁRIO (PALMAR MÉDIO) LUMBRICAIS Faces laterais dos tendões e flexor profundo dos dedos de cada dedo Faces laterais dos tendões do extensor dos dedos nas falanges proximais de cada dedo INTERÓSSEOS PALMARES Laterais das diáfises dos ossos metacarpais de todos os dedos (exceto III) Laterais das bases das falanges proximais de todos os dedos (exceto III) INTERÓSSEOS DORSAIS Lados adjacentes dos ossos metacarpais Falange proximal dos segundo a quarto dedos Biomecânica do ombro ↠ O ombro é uma articulação tipo esferóide, possuindo movimentos nos três planos: sagital, frontal e transverso. Fazem parte dessa articulação os ossos: úmero, escápula e clavícula, quatro articulações a esternoclavicular, acromioclavicular e glenoumeral e a escapulotorácica, os ligamentos que dão estabilidade e os dezesseis músculos envolvidos com o complexo do ombro (PACHECO, 2010). ↠ O complexo do ombro possui quatro grupos de movimento, no plano sagital: flexão, extensão e hiperextensão; no plano frontal: abdução e adução; e no plano transverso: rotação medial e rotação lateral; abdução horizontal e adução horizontal e circundação (PACHECO, 2010). ↠ Para isso é necessário um sinergismo entre os músculos do cíngulo do membro superior e o complexo do ombro, além dos movimentos escapulotorácico de: elevação, depressão, protração, retração, rotação para cima e rotação para baixo (PACHECO, 2010). ↠ Através desse sinergismo conseguimosrealizar todos os movimentos do ombro com seus ângulos máximos que são: (PACHECO, 2010). ➢ No plano sagital o movimento de flexão é de 0 a 180º, a extensão é o retorno à posição anatômica e a hiperextensão é de 0 a 45º (PACHECO, 2010). ➢ No plano frontal tem os movimentos de abdução e adução, com a abdução atingindo 180º e a adução o retorno a posição anatômica (PACHECO, 2010). ➢ No plano transverso tem os movimentos de rotação medial e rotação lateral. A partir da posição neutra é possível realizar 90º em cada direção. Ainda no plano transverso os movimentos de abdução horizontal e adução horizontal, estes movimentos iniciam com 90º de abdução do ombro. A abdução horizontal é de aproximadamente 30º, e a adução horizontal é de 120º, e circundação que exprime todos movimentos realizados pelo ombro (PACHECO, 2010). São dezesseis músculos envolvidos com todos os movimentos do ombro, e podemos dividir em cinco músculos do cíngulo do membro superior e onze com o ombro. Os cinco músculos do cíngulo do membro superior são: trapézio, serrátil anterior, rombóides, levandador da escápula e peitoral menor. E os onze músculos do ombro que são: deltóide, peitoral maior, redondo maior, latíssimo do dorso, coracobraquial, manguito rotador: o supra-espinhoso, infra-espinhoso, redondo menor e subescapular, bíceps braquial e tríceps braquial (PACHECO, 2010). 19 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck Histologia do tecido cartilaginoso ↠ O tecido cartilaginoso é um tipo especializado de tecido conjuntivo cuja consistência é rígida. Desempenha a função de suporte de tecidos moles, reveste superfícies articulares, absorvendo choques mecânicos, e diminui o atrito, facilitando o deslizamento dos ossos nas articulações (JUNQUEIRA, 13ª ed.). ↠ A cartilagem é essencial para a formação e o crescimento dos ossos longos na vida intrauterina e depois do nascimento (JUNQUEIRA, 13ª ed.). ↠ Como os demais tipos de tecido conjuntivo, o cartilaginoso contém células, chamadas condrócitos, e abundante material extracelular, que constitui a matriz extracelular cartilaginosa ↠ Os condrócitos alojam-se em pequenas cavidades da matriz, chamadas lacunas. Uma lacuna pode conter um ou mais condrócitos (JUNQUEIRA, 13ª ed.). As funções do tecido cartilaginoso dependem principalmente da estrutura da matriz, que é constituída por colágeno ou colágeno e elastina. Além disso, há grande quantidade de macromoléculas de proteoglicanos (proteínas + glicosaminoglicanos), ácido hialurônico e diversas glicoproteínas associadas às fibras de colágeno e elásticas (JUNQUEIRA, 13ª ed.). ↠ As cartilagens (exceto as articulares e a do tipo fibroso) são envolvidas por uma bainha conjuntiva que recebe o nome de pericôndrio, a qual contém nervos e vasos sanguíneos e linfáticos (JUNQUEIRA, 13ª ed.). ↠ O tecido cartilaginoso não contém vasos sanguíneos, sendo nutrido pelos capilares do pericôndrio, e é desprovido de vasos linfáticos e de nervos. As cartilagens que revestem a superfície dos ossos nas articulações móveis não têm pericôndrio e recebem nutrientes do líquido sinovial presente nas cavidades articulares. (JUNQUEIRA, 13ª ed.). ↠ Há três tipos de cartilagens para atender às diversas necessidades funcionais do organismo: cartilagem hialina, que é a mais comum, cuja matriz contém delicadas fibrilas constituídas principalmente de colágeno tipo II; cartilagem elástica, que contém menos fibrilas de colágeno tipo II e abundantes fibras elásticas; e cartilagem fibrosa ou fibrocartilagem, que apresenta matriz constituída preponderantemente por fibras de colágeno tipo I (JUNQUEIRA, 13ª ed.). CARTILAGEM HIALINA ↠ É o tipo mais frequentemente encontrado no corpo e, por isso, o mais estudado. A fresco, a cartilagem hialina é branco-azulada e translúcida (JUNQUEIRA, 13ª ed.). ↠ Recobre as superfícies articulares dos ossos longos (articulações com grande mobilidade). Além disso, esse tipo de cartilagem constitui o primeiro esqueleto do embrião, que posteriormente é substituído por um esqueleto ósseo (JUNQUEIRA, 13ª ed.). ↠ Entre a diáfise e a epífise dos ossos longos em crescimento, observa-se o disco epifisário, formado por cartilagem hialina, que é responsável pelo crescimento do osso em extensão durante a vida intrauterina e após o nascimento até o fim do crescimento corporal (JUNQUEIRA, 13ª ed.). MATRIZ CARTILAGINOSA ↠ A cartilagem hialina é formada, em 40% do seu peso seco, por fibrilas de colágeno tipo II associadas a ácido hialurônico e a outros glicosaminoglicanos, proteoglicanos muito hidratados e glicoproteínas (JUNQUEIRA, 13ª ed.). ↠ Em preparados rotineiros, a matriz cartilaginosa é basófila (p. ex., se cora em azul pela hematoxilina) (JUNQUEIRA, 13ª ed.). ↠ Dentre as proteínas, um componente importante da matriz da cartilagem hialina é a glicoproteína estrutural condronectina, uma macromolécula com regiões de ligação para condrócitos, fibrilas colágenas tipo II e glicosaminoglicanos. Assim, a condronectina participa da associação do arcabouço macromolecular da matriz com os condrócitos (JUNQUEIRA, 13ª ed.). ↠ As moléculas de proteoglicanos assemelham-se a escovas de limpar tubos de ensaio, em que a proteína (eixo proteico) representa a parte central, e as moléculas de glicosaminoglicanos correspondem aos pelos da 20 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck escova. No tecido conjuntivo propriamente dito, e especialmente na cartilagem hialina, inúmeros proteoglicanos podem estabelecer ligações não covalentes com uma única molécula de ácido hialurônico, produzindo enormes agregados moleculares (medindo até 4 µm) muito importantes para manter a rigidez da matriz cartilaginosa (JUNQUEIRA, 13ª ed.). ↠ Como o colágeno e a elastina são flexíveis, a consistência firme das cartilagens deve-se, principalmente, a dois motivos: (JUNQUEIRA, 13ª ed.). ➢ ligações eletrostáticas entre os glicosaminoglicanos sulfatados e o colágeno; ➢ grande quantidade de moléculas de água presas a esses glicosaminoglicanos (água de solvatação), o que confere turgidez à matriz O alto conteúdo de água de solvatação das moléculas de glicosaminoglicanos atua como um sistema de absorção de choques mecânicos, ou mola biomecânica, de grande importância funcional, principalmente nas cartilagens articulares (JUNQUEIRA, 13ª ed.). PERICÔNDRIO ↠ Todas as cartilagens hialinas, exceto as articulares, são envolvidas por uma camada de tecido conjuntivo denso denominado pericôndrio (JUNQUEIRA, 13ª ed.). IMPORTANTE: Além de ser uma fonte de novos condrócitos para o crescimento, o pericôndrio é responsável por nutrição, oxigenação e eliminação dos refugos metabólicos da cartilagem, porque nele estão localizados vasos sanguíneos e linfáticos, inexistentes no interior do tecido cartilaginoso (JUNQUEIRA, 13ª ed.). ↠ O pericôndrio é formado por um tecido conjuntivo que possui muitas fibras de colágeno tipo I e poucas células na sua região mais externa; porém, torna-se gradativamente mais rico em células na região do pericôndrio adjacente à cartilagem (JUNQUEIRA, 13ª ed.). ↠ Morfologicamente, as células do pericôndrio são semelhantes aos fibroblastos, mas as situadas próximo à cartilagem podem facilmente multiplicar-se por mitose e originar condrócitos, caracterizando-se funcionalmente como condroblastos (JUNQUEIRA, 13ª ed.). CONDRÓCITOS ↠ Na periferia da cartilagem hialina, os condrócitos apresentam forma alongada, com o eixo maior paralelo à superfície. Mais internamente, são arredondados e frequentemente aparecem em grupos de até oito células, chamados grupos isógenos, porque suas células são pequenos clones originados por divisão de um único condroblasto (JUNQUEIRA, 13ª ed.). As células e a matriz cartilaginosa sofrem retração durante o processohistológico, o que explica a forma estrelada dos condrócitos e seu afastamento da parede da lacuna em que se situam. Nos tecidos vivos e nos cortes cuidadosamente preparados, os condrócitos ocupam totalmente as lacunas (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 21 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck ↠ Os condrócitos são também células secretoras de colágeno, principalmente do tipo II, proteoglicanos e glicoproteínas, como a condronectina (JUNQUEIRA, 13ª ed.). ↠ Uma vez que as cartilagens são desprovidas de capilares sanguíneos, a oxigenação dos condrócitos é deficiente, fazendo com que essas células vivam sob baixas tensões de oxigênio. A cartilagem hialina degrada a glicose principalmente por mecanismo anaeróbio, com formação de ácido láctico como produto final. Os nutrientes transportados pelo sangue chegam pelo pericôndrio, atravessam a matriz da cartilagem por difusão e alcançam os condrócitos mais internos (JUNQUEIRA, 13ª ed.). Os mecanismos dessa movimentação de moléculas são principalmente a difusão através da água de solvatação das macromoléculas e o bombeamento promovido pelas forças de compressão e descompressão exercidas sobre as cartilagens. A falta de capilares sanguíneos limita a espessura máxima das peças cartilaginosas (JUNQUEIRA, 13ª ed.). HISTOGÊNESE ↠ No embrião, os esboços das cartilagens surgem no mesênquima. A primeira modificação observada durante a histogênese da cartilagem consiste no arredondamento das células mesenquimatosas, que retraem seus prolongamentos e, multiplicando-se rapidamente, formam aglomerados. As células assim formadas têm citoplasma muito basófilo e recebem o nome de condroblastos. Em seguida, inicia-se a síntese da matriz extracelular, que afasta os condroblastos uns dos outros. A diferenciação das cartilagens ocorre do centro para a periferia, de modo que as células mais centrais já apresentam as características de condrócitos, enquanto as mais periféricas ainda são condroblastos típicos. O mesênquima da superfície de cada peça de cartilagem forma o pericôndrio (JUNQUEIRA, 13ª ed.). CRESCIMENTO ↠ O crescimento da cartilagem ocorre por dois processos: intersticial, por divisão mitótica dos condrócitos preexistentes; e aposicional, a partir das células do pericôndrio (JUNQUEIRA, 13ª ed.). Nos dois casos, os novos condrócitos formados logo produzem fibrilas colágenas, proteoglicanos e glicoproteínas (JUNQUEIRA, 13ª ed.). ↠O crescimento intersticial é menos importante e quase só ocorre nas primeiras fases da vida da cartilagem. À medida que a matriz se torna cada vez mais rígida, o crescimento intersticial deixa de ser viável, e a cartilagem passa a crescer somente por aposição. Por esse mecanismo, células da parte profunda do pericôndrio multiplicam-se e diferenciam-se em condrócitos, que são adicionados à cartilagem (JUNQUEIRA, 13ª ed.). CARTILAGEM ELÁSTICA A cartilagem elástica é encontrada no pavilhão auditivo, no conduto auditivo externo, na tuba auditiva, na epiglote e na cartilagem cuneiforme da laringe (JUNQUEIRA, 13ª ed.). ↠ Basicamente, é semelhante à cartilagem hialina, mas inclui, além das fibrilas de colágeno (principalmente do tipo II), uma abundante rede de fibras elásticas contínuas com as do pericôndrio. A elastina confere a esse tipo de cartilagem uma cor amarelada quando examinada a fresco (JUNQUEIRA, 13ª ed.). ↠ Assim como a cartilagem hialina, a elástica apresenta pericôndrio e cresce principalmente por aposição. Contudo, ela é menos sujeita a processos degenerativos patológicos do que a hialina (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 22 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck CARTILAGEM FIBROSA ↠ A cartilagem fibrosa ou fibrocartilagem é um tecido com características intermediárias entre o tecido conjuntivo denso modelado e a cartilagem hialina (JUNQUEIRA, 13ª ed.). ↠ É encontrada nos discos intervertebrais, nos pontos em que alguns tendões e ligamentos se inserem nos ossos, e na sínfise pubiana. A fibrocartilagem está sempre associada a tecido conjuntivo denso, e os limites entre os dois são imprecisos (JUNQUEIRA, 13ª ed.). ↠ Com muita frequência, os condrócitos formam fileiras alongadas entre as espessas fibras colágenas (JUNQUEIRA, 13ª ed.). DISCOS INTERVERTREBAIS Localizado entre os corpos das vértebras e unido a elas por ligamentos, cada disco intervertebral é formado por dois componentes: o anel fibroso e o núcleo pulposo, que é uma parte central derivada da notocorda do embrião (JUNQUEIRA, 13ª ed.). O anel fibroso contém uma porção periférica de tecido conjuntivo denso; porém, em sua maior extensão, é constituído por fibrocartilagem, cujos feixes colágenos formam camadas concêntricas (JUNQUEIRA, 13ª ed.). Na parte central do anel fibroso, existe um tecido formado por células arredondadas, dispersas em um líquido viscoso rico em ácido hialurônico e contendo pequena quantidade de colágeno tipo II. Esse tecido constitui o núcleo pulposo (JUNQUEIRA, 13ª ed.). No jovem, o núcleo pulposo é relativamente maior, sendo gradual e parcialmente substituído por fibrocartilagem com o avançar da idade (JUNQUEIRA, 13ª ed.). Os discos intervertebrais funcionam como coxins lubrificados que previnem o desgaste do osso das vértebras durante os movimentos da coluna espinal. O núcleo pulposo, rico em ácido hialurônico, é muito hidratado e absorve as pressões como se fosse uma almofada, protegendo as vértebras contra impactos (JUNQUEIRA, 13ª ed.). Referências MARIEB, E.; WILHELM, P.; MALLATT, J. Anatomia humana, 7ª ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e Fisiologia, 3ª ed., Porto Alegra: Artmed, 2008 TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2016. JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018 PACHECO, A. S. Biomecânica da articulação do ombro, 2010
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