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Acolhimento

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Grupo de Estudo Interdisciplinar em Saúde Mental (GEISM) 
 
“Pensar humanização e acolhimento é 
pensar além do que é visível, está muito 
mais na sensibilidade presente nas 
relações, no compartilhamento e na 
construção conjunta do cuidado.” 
Definição: 
 Acolhimento de acordo com o 
Ministério da Saúde: 
 “ O acolhimento é uma diretriz da 
Politica Nacional de Humanização 
(PNH), que não tem local nem hora certa 
para acontecer, nem um profissional 
especifico para faze-lo; faz parte de todos 
os encontros do serviço de saúde. O 
acolhimento é uma postura ética que 
implica na escuta do usuário em suas 
queixas, no reconhecimento do seu 
protagonismo no processo de saúde e 
adoecimento, e na responsabilização pela 
resolução, com ativação de redes de 
compartilhamento de saberes”. 
 O acolhimento é a pratica de 
saúde que contribui para a aceitação da 
diversidade, tolerância com os 
diferentes, inclusão social, através da 
escuta clínica solidária. 
 No entanto, esta pratica não deve 
restringir-se aos limites da atenção 
básica, mas sim expandir suas fronteiras 
e configurar-se em uma pratica na qual 
o usuário passa a ser sujeito central 
do processo assistencial. 
 
Na saúde mental 
 O acolhimento em saúde mental 
propõe acolher pacientes que 
necessitam de apoio psicossocial na 
APS e possibilitar, através da 
responsabilização compartilhada, maior 
resolubilidade da equipe. 
O objetivo principal consisti em 
conhecer, acolher e atender, em que 
deve envolver toda a equipe 
multidisciplinar, e não só uma área de 
atenção, devendo ser de forma integral e 
não somente voltado à saúde mental. 
Atenção a saude mental é composta por 
diversas ações e serviços: 
- Centros de atenção psicossocial (CAPS); 
- Residenciais terapêuticos; 
- Leitos de atenção integral em saúde 
mental em hospital geral; 
- Unidades de acolhimento; 
- Cooperativas de trabalho e geração de 
renda; 
- Serviços de APS (atenção primaria em 
saúde) que incluem ações das equipes de 
Saúde da Família, Núcleos de Apoio à 
Saúde da Família (NASF) e consultórios 
na rua. 
Intervenções de Saude Mental na 
atenção basica: 
- Grupos de atenção à saúde (e saúde 
mental); 
 
 Grupo de Estudo Interdisciplinar em Saúde Mental (GEISM) 
- Educação permanente em saúde e 
transtornos mentais (voltada para 
especialistas e profissionais); 
- Intervenções terapêuticas na atenção 
básica; 
- Intervenções baseadas em atividades 
- Uso de psicofármacos nas clínicas da 
atenção primária; 
- Abordagem familiar. 
Apoio matricial ou matriciamento 
 O apoio matricial é uma prática em 
que profissionais especialistas em saúde 
mental oferecem suporte aos demais 
profissionais que atuam na APS, com o 
objetivo de ampliar a sua resolubilidade e 
produzir maior responsabilização no 
acompanhamento e atendimento das 
pessoas em sofrimento psíquico, 
rompendo com a lógica dos 
encaminhamentos indiscriminados e 
ampliando a sua clínica. 
 Por meio de ações horizontais, é 
possivel integrar as equipes, de apoio 
matricial (equipe de saude mental – 
responsavel pelo cuidado psicossocial) e a 
equipe referencia (equipe de Estrategias 
de Saúde da Familia (ESF) da atenção 
básica – que são responsáveis pelo 
cuidado longitudinal). 
 O apoio matricial possui duas 
dimensões: 
1) Dimensão assistencial, aquela que 
demanda uma ação clínica direta com os 
usuários, como por exemplo, realização de 
atendimentos compartilhados e 
atendimentos específicos pelo psicólogo. 
 
2) Dimensão técnico-pedagógico, aquela 
que demanda uma ação e apoio educativo 
com e para a equipe, como por exemplo, 
debate de temas teóricos e discussão de 
casos clínicos, tal qual o espaço coletivo de 
discussão dos casos elucidado na terceira 
fase de implantação do acolhimento em 
saúde mental. 
 
 O acolhimento é uma das bases 
para a humanização da assistência nas 
instituições, a fim de possibilitar 
resolutividade, vínculo e responsabilização 
entre trabalhadores de saúde e usuários. 
Humanização do atendimento são formas 
de recuperação e construção de vínculo 
entre trabalhadores e indivíduos, famílias e 
comunidades; estabelecendo um caráter 
integral do atendimento, visando à 
promoção e proteção, ao tratamento, 
recuperação da saúde e a reabilitação. 
Portanto, é necessário que o projeto de 
acolhimento e, consequentemente, a 
produção de vínculo seja um projeto de 
toda a equipe daquele lócus de trabalho, a 
fim de que se concretize o trabalho vivo 
em ato. 
Assim, o acolhimento assume a condição 
de: 
- Reorganizador do processo de 
trabalho, identificando demandas dos 
usuários e replanejando o atendimento 
dos mesmos; 
- Busca ampliar e qualificar o acesso 
dos usuários, humanizando o 
atendimento e impulsionando a 
reorganização do processo de trabalho 
nas unidades de saúde. 
- Desse modo, o acolhimento é mais do 
que uma triagem qualificada ou uma 
 
 Grupo de Estudo Interdisciplinar em Saúde Mental (GEISM) 
escuta interessada, pressupondo um 
conjunto formado por atividades de 
escuta, identificação de problemas e 
intervenções resolutivas para seu 
enfrentamento. Isso pode possibilitar a 
ampliação da capacidade da equipe de 
saúde em responder às demandas dos 
usuários, reduzindo a centralidade das 
consultas médicas e melhor utilizando o 
potencial dos demais trabalhadores de 
saúde. 
Fatores positivos do acolhimento nas 
instituições de saúde: 
 
- A universalidade do acesso; 
- A humanização da assistência; 
- A reorganização do processo de trabalho. 
 Assim, o serviço de saúde assume 
sua função precípua, de acolher, escutar e 
dar uma resposta positiva, capaz de 
intervir sobre os problemas de saúde da 
população; reorganizar o processo de 
trabalho, de forma que este desloque seu 
eixo central do médico para uma equipe 
multiprofissional que se encarrega da 
escuta do usuário, comprometendo-se a 
intervir sobre seu problema de saúde; 
qualificar a relação trabalhador-
usuário, que deve se pautar em parâmetros 
humanitários, de solidariedade e de 
cidadania. 
Fatores que podem interferir na prática 
do acolhimento: 
 A inadequação da área física, a 
maior sobrecarga de trabalho, o pouco 
apoio institucional às experiências em 
implantação, a sobrecarga dos centros 
de saúde pelas atividades de atenção à 
demanda e a redução das atividades de 
prevenção. 
Dificuldades do processo de acolhimento 
nas APS: 
 A demanda excessiva de usuários; 
a falta de médicos nas instituições de 
saúde; as precárias condições salariais 
dos Agentes Comunitárias de Saúde; a 
dificuldade de acesso dos usuários às 
consultas especializadas e odontológicas; 
a demanda reprimida de usuários e a 
falta de medicamentos. 
 Ligada a esse aspecto está a 
presença da organização do processo de 
trabalho centrada no modelo 
biomédico, focado na doença e não no 
individuo. A realidade das equipes 
indica, então, a necessidade de mudança. 
 Uma pratica humanizada e 
acolhedora requer postura profissional 
dialógica e organização para o trabalho 
interdisciplinar, como valorização do 
outro na equipe e dos usuários pelos 
profissionais. 
 Fazemos acolhimento ao 
disponibilizarmos espaços da comunidade 
para construir o modelo de atenção 
desejado em parceria, quando a 
participação popular é aceita, escutada, 
considerada e quando deixamos de 
expor tudo que sabemos para sentar e 
ouvir a comunidade a fim de partilhar 
saberes e tomar o cuidado horizontal e 
as relações mais concretas. 
 
Referencias 
Acolhimento. Biblioteca Virtual em Saúde do 
Ministério da Saúde, 2008. Disponível em: 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/167acolhime
nto.html 
COUTINHO, L. R. P., BARBIERI, A. R. S. 
MORAES, M. L. Acolhimento na Atenção 
Primária à Saúde: revisão integrativa. Saúde em 
Debate. 2015,v. 39, n. 105. 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/167acolhimento.html
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/167acolhimento.htmlGrupo de Estudo Interdisciplinar em Saúde Mental (GEISM) 
MINÓIA, N. P. MINOZZO, F. Acolhimento em 
Saúde Mental: Operando Mudanças na Atenção 
Primária à Saúde. Psicologia: Ciência e 
profissão, 2015, 35(4), 1340-1349. 
 
SOUZA, E. C. F. e et al. Acesso e acolhimento na 
atenção básica: uma análise da percepção dos 
usuários e profissionais de saúde. Cad. Saúde 
Pública, Rio de Janeiro, 24 Sup. 1:S100-S110, 
2008. 
VALENTE, P. Matriciamento: Uma união 
essencial entre Atenção Básica e Saúde Mental. 
Centro Educacional Novas Abrodagens 
Terapeuticas. 2020. Disponível em: 
https://blog.cenatcursos.com.br/matriciamento-
uma-uniao-essencial-entre-atencao-basica-e-
saude-
mental/?utm_campaign=email_aquecimento_mini
_curso_ab&utm_medium=email&utm_source=R
D+Station 
 
 
https://blog.cenatcursos.com.br/matriciamento-uma-uniao-essencial-entre-atencao-basica-e-saude-mental/?utm_campaign=email_aquecimento_mini_curso_ab&utm_medium=email&utm_source=RD+Station
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