Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
2021 1 Percursos Inclusivos e Modelo Centrado na Família Nara Sandes Terapeuta Ocupacional Diretora da Inclusão Eficiente Nordeste Percursos Inclusivos Histórico 1 2 3 2021 2 Percursos Inclusivos Percursos Inclusivos Integração É necessário alterar o contexto de modo que a pessoa possa usufruir e participar Inclusão O contexto não sofre grandes alterações a partir da presença de uma pessoa com deficiência DIVERSIDADE, MALEABILIDADE E ADAPTABILIDADE Percursos Inclusivos Para Sassaki (1997, p. 42), a inclusão refere-se ao “processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir as pessoas com deficiência e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papéis na sociedade”. INCLUSÃO PERCURSO INCLUSIVO Movimento contínuo e constante que envolve vários contextos. 4 5 6 2021 3 Percursos Inclusivos “As escolas passam a ser chamadas de inclusivas no momento em que decidem aprender com os alunos o que deve ser eliminado, modificado, substituído ou acrescentados nas seis áreas de acessibilidade (arquitetônica, atitudinal, comunicacional, metodológica, instrumental e programática), afim de que cada aluno possa aprender pelo seu estilo de aprendizagem e com o uso de todas as suas inteligências”. (Romeu Sassaki) Percursos Inclusivos Acessibilidade Arquitetônica: Degraus, buracos e desníveis no chão, pisos escorregadios, portas estreitas, sanitários minúsculos, má iluminação, má ventilação, má localização de móveis e equipamentos, dentre outros. (SASSAKI, 2007). Percursos Inclusivos Acessibilidade Metodológica: sem barreiras para métodos, técnicas e teorias. Conhecer, aprender e aplicar a teoria das inteligências múltiplas, os vários estilos de aprendizagem e aprender, produzir e utilizar materiais didáticos adequados às necessidades educacionais especiais. (SASSAKI, 2007) 7 8 9 2021 4 Percursos Inclusivos Acessibilidade Instrumental: sem barreiras nos instrumentos e ferramentas de estudo. Um exemplo é a adaptação de material didático, utilização de aparelhos, equipamentos, utensílios e Tecnologia Assistiva. (SASSAKI, 2007). Percursos Inclusivos Acessibilidade Comunicacional: Sem barreiras na comunicação interpessoal, na comunicação escrita e na comunicação virtual. (SASSAKI, 2007). Percursos Inclusivos Acessibilidade Programática: Sem barreiras invisíveis embutidas em documentos institucionais. Conhecer, atualizar e eliminar as barreiras invisíveis contidas em programas, regimentos, regulamentos, portarias, projetos políticos pedagógicos (PPP) e normas da escola. (SASSAKI, 2007). 10 11 12 2021 5 Percursos Inclusivos Acessibilidade Atitudinal: Sem barreiras na convivência. Promover atividades de sensibilização e conscientização, a fim de eliminar preconceitos, estigmas, estereótipos. (SASSAKI, 2007). Percursos Inclusivos Por quê? Para quê? Como? Processo Inclusivo Customizado Geralmente quem trabalha com crianças discute muito o processo de inclusão escolar; A inclusão é um processo que se constrói em todos as fases da vida de uma pessoa; Inclusão e generalização em diferentes contextos 13 14 15 2021 6 Percursos Inclusivos Modelo Centrado na Família Modelo Médico Centrado na Doença Modelo Centrado no Cliente Modelo Centrado na Família Modelo Centrado na Família Família “Entendida como fator e contexto central no processo de desenvolvimento infantil e, por isso, elemento fundamental da intervenção” 16 17 18 2021 7 Modelo Centrado na Família “O foco da intervenção deixa de ser a criança, ou o seu problema e passa a ser considerada a criança em seu contexto relacional”. Modelo Centrado na Família Em que as influências que os ambientes locais têm nas crianças são o produto de como esses ambientes são percebidos e interpretados por pais e filhos (Bronfenbrenner, 1994). Em que o desenvolvimento da criança é visto como o produto das interações da criança com a família e o meio, de modo bidirecional (Sameroff & Fiese, 2000). Modelo Transacional Modelo Ecológico do Desenvolvimento Humano A criança com deficiência e o desenvolvimento da família Todas as crianças começaram perfeitas, saudáveis e competentes na forma como seus pais as desejaram, imaginaram e idealizaram; Essa idealização lhes asseguram um ambiente de cuidado e proteção; Risco de negligência, caso contrário. 19 20 21 2021 8 A criança com deficiência e o desenvolvimento da família Processo de negação por parte dos profissionais O luto como processo legítimo e fundamental para ruptura com o filho idealizado; Excesso de terapias: Desejo legítimo de oferecer o melhor OU Tentativa de voltar atrás, para a sua idealização?? A criança com deficiência e o desenvolvimento da família Psicodinâmica (depressão e/ou depressão crônica) Comportamental (aspecto emocional e visa social afetada) Modelos de stress e coping Stress por tomada de decisão Adaptação à deficiência (estratégias para lidar com a situação) Psicopatológico Impacto da deficiência na família. Enfoques principais: A criança com deficiência e o desenvolvimento da família Foco nos aspectos positivos. Bem-estar emocional e social adequados. Proteção, suporte social e resiliência. Adaptação e Transformação Dimensões internas de suporte, os aspectos positivos e constrangimentos, sendo vistos como processo real e significativo. Modelos de Resiliência Impacto da deficiência na família. Enfoques principais: 22 23 24 2021 9 A criança com deficiência e o desenvolvimento da família Meu filho é bonito! Ele é capaz! Ele tem futuro! 1 2 3 Nova idealização baseada em 3 dimensões: A criança com deficiência e o desenvolvimento da família Não temos pessoas com deficiência que tem famílias, e sim famílias que em sua composição tem uma pessoa, que por acaso tem uma deficiência. A criança com deficiência e o desenvolvimento da família REALIDADE ATUAL Grupos religiosos Grupos sociais Grupos políticos Composições Paradigmas sociais 25 26 27 2021 10 A criança com deficiência e o desenvolvimento da família Sem inclusão familiar não há inclusão escolar, profissional e social. O principal trabalho de inclusão não é feito por técnicos ou terapeutas e sim pela família. A criança com deficiência e o desenvolvimento da família Alteração no desenvolvimento dos pais. Multidimensionalidade de fatores: Variáveis relativas aos pais: Suas características, personalidade e estilos cognitivos. Variáveis relacionadas com os contextos de vida e de participação ao nível social. Variáveis da criança: Natureza do transtorno ou déficit e da sua funcionalidade. A criança com deficiência e o desenvolvimento da família Responsividade parental Ação permanente e cotidiana dos pais de estarem disponíveis para responder às solicitações da criança que procura no outro e no seu contexto aquilo de que necessita para se desenvolver. 28 29 30 2021 11 A criança com deficiência e o desenvolvimento da família Família: Promotores do desenvolvimento O que promove o desenvolvimento das crianças é a capacidade dos pais para irem interagindo com as crianças de forma responsiva, envolvida, empenhada e adequada às situações. Modelo Centrado na Família Competências a serem desenvolvidas nos pais Dar a resposta adequada ao que é solicitado. Partilhar o controle, permitir que as crianças tomem iniciativas, solicitem e sejam solicitadas. Contingência Contínua, dinâmica e bidirecionais, através dos objetos e ações. Interação Reciprocidade Ler e reagir de forma adequada às emoções Afetividade Modelo Centrado na Família Objetivos terapêutico são traçados pela família e não pelos terapeutas. Pensar nas habilidades/competências/componentes de habilidades, aplicada a vida prática. Ex: Beber água na garrafa que fica na lancheira na hora do recreio. 31 32 33 2021 12 Modelo Centrado na Família Assistencialismo Assistência Programas Centradosna Família Solicita que ponha em prática as técnicas, os exercícios, a realização de atividades... Baixos resultados; Esgotamento familiar; Redução na capacidade de responder adequadamente à criança Auxilia a família a desenvolver competências que vão promover o máximo desenvolvimento dos seus filhos. (Mahoney & Perales, 2011) Modelo Centrado na Família Quais as grandes linhas de desenvolvimento para o cuidado atual das crianças com deficiência? Em que sentido se pode melhorar o que estamos fazendo agora para que os resultados sejam melhores? Que desafios coloca o futuro ao trabalho realizado hoje? 34 35 36 2021 13 Modelo Centrado na Família As crianças aprendem melhor através das experiências cotidianas e das interações com as pessoas familiares e em contextos familiares. Todas as famílias, com os suportes e recursos necessários, podem potencializar a aprendizagem e o desenvolvimento de suas crianças. O papel principal do profissional de IP é apoiar e trabalhar com os membros da família e os prestadores de cuidados presentes na vida da criança. O processo deve ser dinâmico e individualizado para refletir as preferências, estilos de aprendizagem e crenças culturais da criança e família. Modelo Centrado na Família Os objetivos devem ser funcionais e baseados nas necessidades e prioridades da criança e da família. As intervenções devem ser baseadas em princípios explícitos, práticas validadas, a melhor pesquisa disponível e leis e regulamentos relevantes. Modelo Centrado na Família Pais funcionais: segurança, o cuidado e assistência aos filhos, porém sem engajamento emocional porque ainda estão elaborando a depressão do luto. 37 38 39 2021 14 Modelo Centrado na Família Processo de intervenção com a família Perguntas fundamentais: Que resultados queremos obter? De forma clara, explícita e compartilhada Ajustada às necessidades da família, mostrando na prática o resultado da mudança. Como se promove a mudança? Propor mudanças que tenham alguma razão de ser face os resultados e objetivos desejados. Que mudança se deseja? Quem vai promover a mudança? Modelo Centrado na Família Nível do real: Ajudar as famílias a resolver um problema concreto. Ex: Documentos, consultas, escolas... Nível do relacional: Oferecer confiança, segurança e suporte. Estabelecer uma relação sólida com a família. Nível do significado: Reconstruir o significado daquela criança naquela família. Diversos atores contribuem com isso! Modelo Centrado na Família - Avaliações Entrevista Baseada nas Rotinas (Routines-Based Interview/RBI) – McWilliam,2003 Semi-estruturada concebida para fornecer uma descrição rica e consistente da criança e do funcionamento da família. O que fazem todas as outras pessoas? O que faz a criança? Como é o envolvimento da criança – como e quanto participa ela na rotina? Como é a independência da criança – quanto pode a criança fazer por si mesma? Como são as suas relações sociais – como é que a criança comunica e se relaciona com os outros? Quão satisfeito/a está o prestador de cuidados com a rotina? (Caldeira, Seixas & Piscalho, 2017) 40 41 42 2021 15 Modelo Centrado na Família Escala para a Avaliação da Satisfação Familiar em Relação às Rotinas (SAFER) – Scott e McWilliam, 2000. Escala para Avaliação das Impressões dos Educandos em relação às Rotinas e ao Envolvimento (SATIRE) – Clingepeel e McWilliam, 2003. Medida Canadense de Desempenho Ocupacional (COPM) Mensura o impacto de uma intervenção para um indivíduo, tendo como finalidade detectar mudanças na percepção do cliente sobre seu desempenho ocupacional ao longo do tempo, bem como mudanças em sua satisfação em relação a esse desempenho. Percursos Inclusivos Profissional Educação Família Social Escola 3 ninchos principais para o desenvolvimento do processo de inclusão escolar: Atividades de Vida Diária Brincar Atividades pedagógicas estruturadas 43 44 45 2021 16 Escola Ressignificar o papel do “Socializar” na escola Processo de Consultoria Colaborativa no Contexto Escolar “Se a inclusão for apenas escolar estaremos, por certo, a criar a exclusão noutros níveis” (Franco, 2019) Ensino Médio, Superior e Profissionalizante Qualificação do corpo docente Garantia de acesso e permanência Foco nas qualificações e não nas restrições Plano de carreira Mercado de Trabalho Inclusão Profissional Formação ProfissionalOrientação Vocacional 46 47 48 2021 17 Mercado de Trabalho Autonomia Realização pessoal Lei de Cotas – experiência e substituição Ações afirmativas e ambiente inclusivo Mercado de Trabalho “Raramente PCD são vistos exercendo cargos de alta importância, uma vez que existem cotas para emprega-los mas não existem formas para que eles consigam exercer o cargo e crescer profissionalmentecondizentes com as suas necessidades”. Inclusão Social Inclusão social : Não discriminação Ação Positiva Sem mudanças atitudinais, as leis não servem para nada! (Declaração de Madri, 2002) 49 50 51 2021 18 Inclusão Social Acesso à saúde, educação, cultura, lazer, emprego, rede de apoio, entre outros. Criação de ambientes e contextos inclusivos. Obrigada! nara@inclusaoeficiente.com.br 52 53
Compartilhar