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Casos Clínicos - Neurologia

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CASOS CLÍNICOS - Neurologia 
CASO 1 
1 – Vanessa é uma estudante de 18 anos, que foi levada a emergência por conta 
de uma crise convulsiva. A mãe, diz que não presenciou a crise, portanto não 
sabe informar o tipo ou a duração da crise. Além disso, a mãe nega diagnóstico 
prévio de epilepsia, uso de medicações ou drogas pela jovem. No momento da 
avaliação, ela não está mais em crise, mas está dormindo profundamente, com 
sinais vitais estáveis e glicemia de 99 mg/dL sem outras alterações. Com base 
na aula expositiva de convulsões e epilepsia, qual a melhor abordagem para ela 
nesse momento caso a TC de cranio esteja normal, e prescreva a paciente se 
for NECESSÁRIO. 
RESOLUÇÃO 
Nesse caso é relatado uma crise convulsiva, a qual pode ser ocasionada 
por problemas metabólicos, intoxicações, doenças primárias (Epilepsia) ou áreas 
inativas, como no Acidente Vascular Cerebral. 
Para uma melhor análise, sempre é importante fazer uma anamnese 
minuciosa. Perguntar, devido à idade, sobre uso de alguma droga ilícita, uso de 
algum medicamento indutor de crise convulsiva, como relatado acima. Poderia 
perguntar também se a paciente sofreu algum traumatismo que justificasse a 
crise. Sempre é importante questionar o paciente, quando consciente, e 
possíveis testemunhas, já que a mãe não presenciou, pois seria importante 
saber sobre o que aconteceu antes, durante e após a crise convulsiva. 
Devem ser considerados na anamnese os diagnósticos diferenciais: 
Síncope, em especial a síncope convulsiva, vertigem, episódios isquêmicos 
transitórios, migrânea (enxaqueca), alterações psiquiátricas (crises de pânico, 
alucinações), distúrbios do sono (narcolepsia, terror noturno etc.), crises não 
epilépticas psicogênicas. 
Por tratar-se de primeira crise podem ser solicitados exames como: 
Hemograma, eletrólitos (inclusive Ca+ e Mg+), Glicemia, Função Renal, Função 
hepática e EAS. Para os pacientes deve ser solicitado TC de crânio a qual no 
caso o resultado veio normal. Porém a TC não detecta lesões mais discretas, a 
qual a Ressonância magnética é recomendada quando possível ser realizada. 
Também sempre é recomendado realizar um EEG (Encefalograma). 
Depois da anamnese detalhada feita, descartados os outros diagnósticos 
diferenciais e uma investigação complementar normal, não é recomendado o 
tratamento com medicação antiepiléptica nessa crise aguda sintomática. Deve-
se orientar essa paciente e acompanhar o caso, mas o risco de recorrências 
nesses casos é baixo. 
 
 
 
CASO 2 
2- Lais, 4 anos de idade, 15 kilos, da entrada no PS com uma crise convulsiva 
do tipo tônico-clônica generalizada. Na ocasião, ela esta com febre 39,5°C. Tem 
antecedentes prévios de amigdalite em tratamento à 36 horas com antibiótico ( 
de consulta prévia), ademais ausência de sinais meningeos. Desenvolva a 
melhor conduta e prescrição. 
RESOLUÇÃO 
De acordo com o caso, a paciente encontra-se com convulsão/ crise febril 
do tipo típica (simples), pois esta é comum na faixa etária de 6 meses – 5 anos 
e é do tipo tônico-clônica generalizada. Além disso, a febre é > 38º C e 
provavelmente ocorre em vigência de doença infecciosa febril (amigdalite), pois 
por mais que a paciente já esteja sendo tratada, ela permanece com febre. 
A conduta requer exame físico eficaz, analisando a localização da infecção 
para confirmar o foco de febre. É preciso também analisar o risco de haver nova 
crise febril, sendo este baseado na história familiar de crises febris, tempo 
decorrido entre o início da febre e a crise < 1 hora e temperatura < 40°C. Não é 
necessária a solicitação de eletroencefalograma ou neuroimagem. Além disso, 
como não há presença de sinais meníngeos, não é preciso solicitar o líquor. 
Vale salientar, a necessidade de orientar os familiares sobre a benignidade 
da situação e informar que a possibilidade de recorrência ou evolução para 
epilepsia é muito pequena. Orientar também, para caso a criança tenha nova 
crise em casa, os pais mantenham a calma, coloquem a criança em decúbito 
lateral e não introduzam nenhum objeto entre os dentes. Além disso, avaliar a 
duração da crise de forma objetiva e suas possíveis características focais 
(particularmente no início). Se a crise durar mais que 5 minutos ou a cianose for 
intensa, a criança deve ser levada ao pronto-socorro mais próximo. 
O médico deve: 
1. Prescrever anti-térmico: Dipirona (20 mg/Kg e 500mg/mL) – 300 mg, que 
equivale a 0,6 mL. 
2. Manter o antibiótico em uso.

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