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PENICILINAS E CEFALOSPORINAS BRENO RODRIGUES BETA-LACTÂMICOS O anel beta-lactâmico é o responsável pela atividade antimicrobiana. Os demais radicais mudam a farmacodinâmica e farmacocinética São antibióticos bactericidas pois inibem a síntese de parede celular das bactérias. Mecanismos de resistência As bactérias se tornam resistentes aos beta-lactâmicos principalmente produzindo enzimas que degradam o anel beta- lactâmico. Essas enzimas são chamadas de betalactamases. As betalactamases podem ser “simples” ou “poderosas”. Np grupo das poderosas, temos as ESBL (betalactamases de espectro estendido) e as relacionadas ao Gene Amp-C (principalmente as bactérias do grupo PESC). Outra forma de resistência aos antibióticos betalactâmicos consiste em uma diminuição da afinidade da proteína de ligação chamadas PBP (transpeptidase). As bactérias que apresentam essa alteração são: Pneumococos, Neisserias e Estafilo resistente a meticilina (MRSA). Inibidores de betalactamases: sulbactam, tazobactam e ácido clavulânico. São utilizados junto dos antibióticos betalactâmicos para auxiliar no combate às bactérias. PENICILINAS São antibióticos bactericidas, que atuam inibindo a síntese da parede celular bacteriana, interferindo na transpeptidação, tanto de bactérias gram-positivas quanto de gram-negativas. Atuam através das PBP (Penicilin Binding Protein), que são proteínas presentes na membrana plasmática das bactérias, ligando-se a elas e impedindo estabelecimento de ligações transpeptidásicas durante a síntese de peptideoglicano.!Mecanismo de resistência. Penicilina G ou Benzilpenicilina O primeiro antibiótico a ser descoberto, por Alexander Fleming, em 1928. Espectro de ação: gram +, cocos gram negativos, espiroquetas (treponemas e Leptospira) e actinomicetos. Principal efeito adverso é a hipersensibilidade ou dor nos locais de aplicação (flebite ou abscessos estéreis). Pode ser usada em gestante. Atravessa a barreira placentária. Principais bactérias para memorizar Gram-positivas: estreptococos, estafilococos, enterococos, Listeria e Clostridium Gram-negativas: Neisserias, moraxellas, pseudomonas, hemófilos e enterobactérias (Klebsiella, Escherichia, Salmonela, Shigella). Bactérias estranhas: micobacterium, Chlamydia, mycoplasma e treponema. BRENO RODRIGUES Possui eliminação renal. Pode ser excretada no leite materno – 10- 20%. • Penicilina G Benzatina (via IM): − 600.000U -1.200.000U − Streptococcus beta hemolíticos (Amigdalites) − Profilaxia de Febre Reumática − Tratamento da sífilis (1.200.000U em cada nádega, uma vez por semana durante três semanas). • Penicilina G cristalina (meia vida de 4h): − 1.000.000U / 5.000.000 / 10.000.000U − 18-24 milhões U/dia no adulto − 300.000 – 500.000U/dia em crianças − Atravessa BHE (tratamentos que envolvem SNC) − Serve para tratamento de leptospirose, neurossífilis, endocardite − Necessita de ajuste renal • Penicilina G Procaína (via IM): − 300.000U − 12/12h – 24/24h − Tratamento da erisipela e escarlatina Sífilis primária Os sintomas aparecem entre 10 e 90 dias após o contágio. Pode surgir uma pequena ferida na região genital (cancro duro), que desaparece espontaneamente, além de linfonodos inguinais. Tratamento é feito com Penicilina G Benzatina 1.200.000U em cada glúteo em dose única. Sífilis secundária Os sintomas aparecem entre 6 semanas e 6 meses da cicatrização da ferida inicial. Podem surgir manchas em diversas regiões da pele, mucosa da boca, palmas das mãos e plantas dos pés, além de outros sinais e sintomas como febre, cefaleia e linfonodos. O tratamento é o mesmo da sífilis primária, repetindo a dose após uma semana. Sífilis terciária Os sintomas aparecem entre 2 e 40 anos após o início da infeção. Nessa fase pode ocorrer o comprometimento do sistema nervoso e cardiovascular, além de lesões na pele e ossos, podendo levar à morte. ! Quando o paciente testa positivo para sífilis e não é possível afirmar a fase em que ele se encontra, o tratamento é feito em 3 semanas se penicilina G benzatina (considera-se sífilis terciária). Se o paciente apresentar sintomas no SNC, o tratamento é feito com penicilina G cristalina. Oxacilina É uma penicilina semissintética resistente às penicilinases. Ativa contra gram + e pouco ativa contra gram –. Tem ação importante antiestafilocócica. Resistência: MRSA (meticilin Resistent Staphylococcus aureus). No Brasil o teste é feito com Oxacilina. Portanto, MRSA no Brasil são bactérias resistentes á oxacilina. Via IV, 4/4h ou 6/6h BRENO RODRIGUES Pode ser apresentada em 500mg/amp e a dose diária varia de 100-200mg/kg/dia. Não atravessa a BHE. Apesar da eliminação ser renal, não precisa de ajustes. Exemplo de uso: Paciente idosa escondeu pequena lesão que foi crescendo até chamar atenção dos familiares pelo mal odor. Suspeita inicial de infecção por Estafilococos e iniciado o tratamento com oxacilina. O resultado da cultura mostrou um Gram-negativo. A oxacilina foi suspensa e o antibiótico de espectro para Gram-negativos foi mantido. ! Lesões de pele e partes moles, deve-se suspeitar de microrganismos que colonizam naturalmente a pele, como o Staphylococcus Aureus. Ampicilina Pode estar isolada ou em associação com Sulbactam. Pode ser utilizada por VO (absorção ruim, associação não é mais encontrada no mercado) e IV. Cobre tanto Gram + quanto Gram -. Eliminação renal e hepática, necessita de ajuste renal. Posologia de 4/4h ou 6/6h . Indicações: − Enterococo: endocardite e sepse − Pneumonia (amp/sulb) − Febre tifóide − TGI e Acinetobacter baumanni – amp/sulb Amoxicilina Isolada ou em associação com Clavulanato. Via Oral (Solução/comprimido). Biodisponibilidade chega a 90%. Boa penetração nos diversos tecidos, em especial ouvido, secreção brônquica e seios da face. Isso quer dizer que é um antibiótico de escolha para otites e sinusites. Posologia de 8/8h ou 12/12h . Espectro similiar à ampicilina, sendo um pouco menos eficaz para os Estafilococos (exceto em associação com Clavulanato) Indicação − Streptococcus pyogenes − Streptococcus pneumoniae A associação com Clavulanato potencializa a ação contra hemófilos, estafilococos, moraxela e coliformes. Indicações: − Otites médias − Sinusites − Infecções de partes moles Piperacilina + Tazobactam (Tazocin®) Amplia o espectro para Pseudomonas aeruginosa e outros bacilos gram – e anaeróbios. Apresentada em IV. 2,25g – 4,5g Eliminação renal e hepática, sendo necessário a correção de dose (nos casos de insuficiência). Infusão prolongada (tempo dependente) Posologia de 6/6h – 8/8h. Geralmente só é utilizada em infecções hospitalares (pseudomonas). ! Se escolher a posologia de 6/6h, por ser um antibiótico ‘tempo dependente’, o que queremos é que o paciente fique o maior tempo possível com a Piperacilina + Tazobactam na corrente sanguínea. Por BRENO RODRIGUES isso deve ser feita em infusão prolongada (até 3h). Utilizada em pacientes internados que desenvolveram infecção após, no mínimo, 2 a 3 dias dentro do hospital. CEFALOSPORINAS 1ª Geração de Cefalosporinas Possuem espectro de ação similar: Gram + (estafilo, estrepto) e alguns gram – (basicamente E. coli); Apresentação IV: − Cefalotina e Cefazolina – restrita à profilaxia cirúrgica (em casos de cirurgia com grande risco de desenvolvimento de infecções pós- cirúrgicas; deve ser utilizada em dose única ou por, no máximo, 24h). Apresentação VO: − Cefalexina e Cefadroxil – infecções de partes moles e ITU em gestante. Atravessa a barreira placentária, não é teratogênico. Necessita de ajuste renal (em caso de insuficiência). 2ª Geraçãode Cefalosporinas Cefuroxima − Ganho contra gram- (cirurgias de TGI) − Parenteral (IV e IM) − Não atravessa BHE − Pode ser usado em lactantes − 12/12h − Necessita de ajuste renal − Pode ser usada para tratar pneumonias, sepse (pouco comum), ITU, colecistite. − Utilizada também em profilaxia cirúrgica. Cefoxitina − Amplo espectro, incluindo bacteroides fragilis − Não necessita de ajustes de dose − IV − Indicações: − Patologias de TGI (diverticulite, abscessos, apendicite...) − Também pode ser utilizada para profilaxia cirúrgica. 3ª geração de Cefalosporinas Potência elevada contra gram -, inclusive P. aeruginosa. Ceftriaxona: • 1-2g 12/12h (2g de 12/12h para infecções do SNV, paras as demais infecções, 1g de 12/12h) • Apresentação IV (IM também, mas pouco comum). • Atravessa a BHE • Não há necessidade de correção da dose • Indicações: − Meningites − Pielonefrite − Gonorreia Pouco sensível a germes hospitalares, portanto não é escolha para infecções hospitalares. ! Risco de resistência. Ceftazidima: − Ação similar à Ceftriaxona, porém com antipseudomonas potencializada. − Apresentação IV. − Associação ao Avibactam – potencializa contra germes hospitalares. 4ª Geração de Cefalosporinas Cefepime: − Há um novo ganho de espectro para os gram + (além dos gram negativos hospitalares) − Apresentação IV − Infecções hospitalares − Necessita de ajuste renal − 1-2g de 8/8h -12/12h − Efeitos adversos: convulsões BRENO RODRIGUES 5ª Geração de Cefalosporinas Ceftarolina: − Ativa contra germes resistentes (MRSA, VISA e VRSA), Enterococos, hemofilos e bacilos entéricos. − 600mg 12/12h 7-14 dias − Importância para o tratamento de infecções hospitalares. − Apresentação IV.
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