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Antibióticos 1 BACTÉRIAS DE IMPORTÂNCIA CLÍNICA Principal bactéria causadora de infecções no Trato urinário: E. coli Principal bactéria causadora de faringoamigdalites: streptococcus pyogenes As duas principais bactérias causadoras de meningite em um adolescente de 15 anos: pneumococcus e meningococcus Principal agente causador de otite média aguda: pneumococcus ASPECTOS GERAIS É uma infecção? viral, bacteriana, fúngica? Infecção foi adquirida na comunidade ou hospital Provável espécie causadora da infecção? Resistência bacteriana Maioria das prescrições são por empirismo Qual a melhor opção para o paciente? Seguir protocolos e diretrizes atuais. Participação em comissões hospitalares (padronização de medicamentos, CCIH) Identificação do microrganismo e antibiograma (método quali e quantitativo) ≫ as bactérias hospitalares são mais resistentes! Por isso é importante saber. SEGURANÇA Os medicamentos foram divididos em categorias: Categoria A: medicamentos mais seguros para gestantes Categoria B: contém medicamentos possíveis de serem utilizados Categoria C: ainda dá para usar kk Categoria D: deve ser avaliada muito bem a relação risco-benefício. Categoria X: contraindicados para gestantes. NÃO EXISTE ANTIBIÓTICO CATEGORIA A‼‼‼‼ mas existem antibióticos de categoria B, C e D Categoria B são os mais seguros e você consegue tratar a grande maioria dos seus pacientes. Os da C também são seguros. A categoria D só deve ser usada em gestantes se não houver outra opção. Avalie bem o risco- benefício. Os aminoglicosídeos são representados pela gentamicina e amicacina (são as mais importantes). As sulfas são representadas pelo sulfametoxazol + trimetroprima UPE 2012. Em relação ao uso de droga na gravidez, qual é o antibiótico classificado na categoria D pela Food and Drug Administration (FDA, 1980)? Gentamicina (é um aminoglicosídeo) CLASSIFICAÇÃO DAS TERAPIAS Terapia profilática: aquela terapia de prevenção, onde o paciente não tem infecção. Ex: casos de profilaxia em vários procedimentos cirúrgicos. Antibióticos são utilizados 1h antes do procedimento mais ou menos. A cefalosporina é um exemplo de medicamento utilizado para profilaxia. Terapia empírica: baixo ou amplo espectro, monoterapia ou politerapia. Não se tem a certeza da bactéria causadora da infecção, mas sabe-se o provável. Terapia definitiva: o microrganismo é isolado (por cultura). Mais comum no ambiente hospitalar. Terapia sequencial → substituição da via EV pela oral (quando existe essa opção). Ex: internação 10 dias, no sétimo dia o paciente melhora: nessa situação você pode substituir po VO e dá alta ao paciente. IDENTIFICAÇÃO LABORATORIAL Para identificar o microrganismo coleta o material e cultiva as amostras. IDENTIFICAÇÃO DOS MICRORANISMOS Características macroscópicas (temperatura ótima de crescimento, morfologia das colônias) Características microscópicas (formato, tamanho, padrões de agregação celular, mobilidade, presença/ausência de flagelos) Métodos de coloração (Gram + e Gram -) Análise química (espectroscopia UV/Vis, IV; espectrometria de massa, CG): Nos centros mais sofisticados. ≫ método demora beeeeem menos. ANTIBIOGRAMA Antibiograma é um teste laboratorial utilizado para identificar qual melhor antibiótica para tratar certa infecção. Cada pontinho branco desse tem uma bactéria. Ai colocam os antibióticos neles e se fazer esse elozinho ao redor significa que serve. Quando maior o elo, melhor. Bactéria Resistente não muda nada. Bactéria intermediária muda um pouco (o menor elo). Bactéria sensível muda muito (o maior elo). FARMACOCINÉTICA VIAS DE ADMINISTRAÇÃO: Via oral: usada mais em tratamento em casa Via EV: usada mais em hospital Via IM Via inalatória Via tópica PROPRIEDADES FARMACOCINÉTICAS E FARMACODINÂNIMAS DOS ANTIBIÓTICOS Β-lactâmicos ≫ antibióticos dependentes de tempo. Aminoglicosídeos e fluorquinolonas ≫ antibióticos dependentes de concentração e tem efeito pós-antibiótico. Aminoglicosideos e vancomicina ≫ fármacos tóxicos. Existem várias estratégias para diminuir a toxicidade. Isso acontece devido as propriedades farmacocinéticas e farmacodinâmicas. O conhecimento ajuda a otimizar a eficácia terapêutica e reduzir efeitos indesejáveis. DISTRIBUIÇÃO No nosso organismo existem locais de difícil acesso, como o SNC, por causa da barreira hematoencefálica. No tratamento de meningite, por exemplo, não adianta você usar o melhor medicamento do mundo se ele não atravessa a barreira hematoencefálica. Antibióticos SNC Penicilina G Cefalosporinas de 3 e 4 geração Carbapenens Antibióticos próstata Sulfametoxazol + trimetoprim Quinolonas Antibióticos intra-ocular Cloranfenicol Doxiciclina Minociclina Clindamicina Antibióticos ossos Ciprofloxacino Clindamicina Rifampicina Antibióticos pâncreas β-lactâmicos Glicopeptídeos Metronidazol Clindamicina Rifampicina Antibióticos abscesso cerebral Penicilina G Cloranfenicol Cefalotina Ciprofloxacino Ofloxacino Pefloxacino Clindamicina, metronidazol BIOTRANSFORMAÇÃO E EXCREÇÃO O processo de biotransformação da maioria dos antibióticos se dá através do sistema hepático e a excreção principalmente por meio do sistema renal MECANISMO DE AÇÃO Na imagem, temos exemplo de uma bactéria gram negativa (lado esquerdo) e gram positiva (lado direito). Ambas apresentam uma membrana interna formada por fosfolipideos e externamente a essa membrana existe outra camada de peptideoglicano. Nas bactérias gram negativas, existe outra membrana externa. Nessa membrana, existem proteinas (canais de porina) por onde o antibiótico vai passar. Não necessariamente vai passar sempre por esses canais de porina, pois existem vários antibióticos que atuam em vários alvos diferentes,como na LPS, OM, PBPs, região citoplasmática, etc Sthapylococcus > bacteria gram positiva. Logo, polimixina não pode atuar nela, pois a membrana externa só está presente nas bacterias gram negativas. CARACTERÍSTICAS GERAIS O efeito terapêutico de um antimicrobiano está relacionado com a concentração atingida pelo fármaco no local da Infecção → biodisponibilidade Ações que podem comprometer a atuação dos antibióticos ≫ Coleções purulentas, abscessos, corpos estranhos, fios de sutura, próteses, sequestros ósseos, depósitos de fibrina, tecido necrosado → menor concentração do antimicrobiano no local, podendo torná-lo ineficaz. Como melhorar a ação do antibiótico?? Procedimento cirúrgico → assegurar perfeita circulação sanguínea no foco infeccioso, retirada de corpo estranho, desbridamento cirúrgico tecido desvitalizado, drenar pus. Tratamento das infecções por bactérias atípicas (desprovidas de parede celular e/ou são de via intracelular): Tem menor esquema terapêutico. Não usar β-lactâmicos ou glicopeptídeos Infecções por M. pneumoniae, L. pneumophila, Chlamydia trachomatis, Chlamydophila pneumoniae, Ureaplasma urealyticum → usar macrolídeos ou fluorquinolonas Rickettsia → usar doxiciclina Principais drogas utilizadas: macrolídeos, tetraciclinas e fluoroquinolonas. Tratamento das infecções por bacterias típicas (as que tem parede celular, estruturas, etc) (gram + ou gram -): Tem um maior esquema terapeutico para elas RESISTÊNCIA BACTERIANA Em 2014, a OMS publicou um reltorio enfatizando que há anos novos antibióticos não foram desenvolvidos. Bacterias que vinham se tornando resistentes: Escherichia coli Klebsiella pneumoniae Staphylococcus aureus Streptococcus pneumoniae Nontyphoidal Salmonella Shigella species Neisseriagoorrhoeae Em 2017, a OMS classificou as bacterias em tres tipos: gupo de prioridade 1 (grupo crítico), prioridade 2 (alta preioridade) e grupo 3 (de média prioridade). Ela seguem uma ordem de prioridades para a criaçao de novos antibióticos. Logo, o grupo 1, é o grupo de prioridade para novos antibióticos. Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 MECANISMOS DE RESISTÊNCIA As bactérias podem se tornar resistentes em razão de alterações em qualquer alvo de ação dos antibióticos. Outro fator que pode causar resistência é a expessão das bombas de efluxo (proteínas que tem a função de expulsar o antibiótico). Um dos mecanismos mais preocupantes atualmente se refere a produção de enzimas pelas bactérias, capazes de destruir QUALQUER antibiótico. As mais preocupantes são as B- lactamases. B-LACTAMASES (destrói drogas b-lactâmicas ≫ penicilina, cefalosporina, carbapenens e monobactâmicos) Hidrolisam o anel β-lactâmico Existem vários tipos Classificação: penicilinases, cefalosporinases, carbapenemases (esta última só não consegue destruir a Ceftazidima-avibactam) A produção de carbapenemases tem impacto muito significativo na saúde humana Ela tem eficiência hidrolítica, codificação por genes localizados em elementos genéticos móveis como plasmídios e transposons e rápida disseminação em âmbito mundial. 3 grandes classes de carbapenemases são encontradas atualmente em enterobactérias: metalobetalactamases (os tipos IMP, VIM e NDM são as mais frequentemente detectadas em enterobactérias); OXA-carbapenemases (a mais frequente em enterobactérias é a OXA-48); e as carbapenemases do tipo KPC Do ponto de vista epidemiológico são de extrema relevância as carbapenemases do tipo KPC e as do tipo NDM, pois ambas apresentaram rápida e ampla disseminação mundial após suas descrições iniciais. KPC é a que predomina no Brasil. BIOFILMES O desenvolvimento de biofilmes pode causar resistencia bacteriana. Ele é um material produzido por bactérias, a base de polissacarídeos e outras substâncias, que tem a função de proteção. Ele é um escudo de proteção que evita que o antibiótico alcançe a bactéria. Um dos fatores que podem levar a formação de biofilmes é no acesso, seja venoso periférico ou venoso central. A região do acesso fica mais quente, vermelho, com secreção, etc. A principal bactéria associada que pode chegar a corrente sanguínea do paciente em razão a o acesso são as próprias bactérias da pele do paciente (staphyococcus coagulase negativo). ASSOCIAÇÃO DE ANTIBIÓTICOS Antibióticos bactericidas são aqueles que DESTROEM as bactérias. Já os antibióticos bacteriostáticos INIBEM o crescimento da bactéria e é necessária uma maior participação do sistema imune para o combate da bactéria. Bactericida ≫ melhor para imunossuprimidos! quando associamos duas drogas podem acontecer 3 coisas: sinergismo ≫ mais provável de acontecer entre duas drogas bactericidas. Indiferença ≫ mais provável de acontecer entre dois bacteriostáticos Anatgonismo ≫ mais provavél de acontecer entre um bactericida e um bacteriostático. ASSOCIAÇÕES BEM SUCEDIDAS β-lactâmicos + aminoglicosídeos Glicopeptídeos + aminoglicosídeos Polimixina B + aminoglicosídeos β-lactâmicos + aminoglicosídeos + metronidazol β-lactâmicos + quinolonas Amoxicilina + claritromicina (contra H. pylori) Sulfametoxazol + trimetoprima Ampicilina + sulbactam Amoxicilina + clavulonato de K+ Piperacilina + tazobactam CRITÉRIOS DE ESCOLHA DO ANTIMICROBIANO Paciente (criança, adulto, idoso, grávida) Tratamento empírico vs definitivo (maioria das vezes é por empirismo) Identificação do microrganismo, realização do antibiograma Atividade in vitro Perfil farmacocinético (frequência de administração, distribuição) Reações indesejáveis Estado imunológico do paciente Custo do tratamento DURAÇÃO DO TRATAMENTO Dose única: faringite estreptocócica, sífilis primária e secundária 3 dias: diarréia adquirida na comunidade 3-5 dias: pneumonia adquirida na comunidade 10 dias: meningite adquirida na comunidade 14 dias: úlcera péptica associada a H. pylori, neurosífilis, endocardite infecciosa por estreptococos sensíveis a penicilina 21 dias: doença de Lyme, artrite séptica 28 dias: prostatites aguda e crônica, endocardite infecciosa por estreptococos resistentes a penicilina > 4 semanas: osteomielites aguda e crônica, endocardite por S. aureus, infecções associadas a corpos estranhos A maioria das infecções você consegue tratar com o tempo de 7 a 14 dias, com uma média de 10 dias. B-LACTÂMICOS ≫ penicilina, cefalosporina, monobactâmicos, carbapenem ≫ tem em comum o anel B (anel B-lactâmico) ≫ b-lactamases destroem o anel b-lactâmico e ai o antibiótico não funciona ≫ são bactericidas (destroem o anel B-lactâmico) ≫ Mecanismo de ação igual em todas elas ≫ Atividade antimicrobiana diferente ≫ Efeito dependente de tempo AÇÃO DAS B—LACTAMASES Elas rompem a ligação e o anel B-lactâmico é destruído, fazendo com que a droga não funcione mais. CARACTERÍSTICAS GERAIS Mecanismos de resistência principais → ação das β-lactamases e alterações de PBPs Não tem ação contra microrganismos desprovidos de parede celular (pois eles agem na parede celular) → resistência de Mycoplasma, Chlamydophila pneumoniae Não penetram adequadamente no meio intracelular → resistência de Legionella e Chlamydia MECANISMO DE AÇÃO Tanto nas bactérias gram negativas quanto nas bactérias gram positivas, existe uma proteína de ligação das penicilinas (PBP) localizadas na membrana interna, que tem como função participar da síntese da parede celular bacteriana (especificadamente o peptideoglicano > principal constituinte da parede celular bacteriana). TODOS os B-lactâmicos são inibidores dessa proteína A síntese da parede celular acontece em 3 etapas: Primeira etapa = síntese dos monômeros de peptídeos e carboidratos (glicanos) ≫ (nas gram positivas são beeem espessas e nas gram negativas são mais delgadas) Segunda etapa = etapa intermediária = monômeros se unem e formam polímeros Terceira etapa = polímeros se entrelaçam para dar mais rigidez a estrutura. ≫ TODOS os B-lactâmicos atuam nessa terceira fase, inibindo as transpeptidases ou PBP (mesma coisa). ≫ A vancomicina e teicoplanina (glicopeptídeos) atuam na segunda fase. São muito usados em UTI e tem função em gram positivas. (staphylococcus > eles são resistentes a b- lactâmicos) ≫ A fosfomicina atua na primeira fase ≫ A etapa mais importante das três é a última! Logo, a droga B-lactâmica é a mais potente. DERIVADOS DO ÁCIDO FOSFÔNICO • Representante → fosfomicina trometamol (monuril®) • Ação → S. aureus, E. coli, Salmonella, Shigella, Citrobacter, H. influenzae • Indicação → ITU baixo PENICILINAS Existem dois grandes grupos de penicilinas: o grupo as penicilinas naturais (G e V), que foram obtidas a partir do processo de fermentação e o grupo das penicilinas semissintéticas, pois uma parte é obtida de forma natural e outra parte dela é obtida de forma sintética. PENICILINAS G E V No caso da penicilina G, ela pode ser chamada de benzilpenicilina. Existem três tipos dela aqui no Brasil: Penicilina G cristalina (potássica) > uso EV (hospitalar) Penicilina G benzatina > uso IM (não pode ser EV > pode provocar embolia pulmonar) Penicilina G procaína > uso IM (não pode ser EV > pode provocar embolia pulmonar) Aspectos gerais Penicilina G cristalina se inicia com níveis plasmáticos nas alturas, pois é administrada via EV. Ela é rapidamente excretada do organismo, isso faz com que essa penicilina sejaadministrada ao paciente no mínimo 4x ao dia. Penicilina G benzatina é uma penicilina de depósito, onde é depositada no músculo e é liberada lentamente. Seus níveis plasmáticos são baixos, mas são duradouros, pois são liberados aos poucos. Penicilina G procaína é um nível intermediário, nem tem um nível plasmático mais alto que a G cristalina, nem mais baixo que a G benzatina. É via EV e é administrada uma vez ao dia. Tratamentos mais graves ≫ usa G cristalina PENICILINA G BENZATINA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA (tem um espectro estreito) Streptococcus pyogenes Treponema pallidum INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS Impetigo estreptocócico (infecção superficial da pele, só compromete até a epiderme) Doses → 600.000 UI crianças, 1.200.000 UI adultos – dose única) Faringites (principal causa é o streptococcus pyogenes) Primeira opção > penicilina G benzatina em dose única IM ou amoxilina VO 2 ou 3x ao dia durante 10 dias. (melhor opção depende do paciente) Em pacientes alérgicos, usa-se macrolídeos (eritromicina, claritromicina ou azitromicina- os últimos dois são os mais usados > 1x ao dia por 5 dias). Em caso de falha terapêutica (geralmente por participação de outras bactérias), usa-se amoxilina clavulonato (aminopenicilina + IBL) ou cefalosporina de 2ª geração. Esse tratamento é profilaxia primária da febre reumática, que é uma doença autoimune que traz como consequências processos inflamatório no organismo, principalmente nas articulações. A febre reumática pode causar danos cardíacos, sobretudo nas valvas cardíacas. Existem condições necessárias para que esse paciente possa desenvolver uma febre reumática: 1ª condição: que o paciente tenha faringoamigdalite por streptococcus pyogenes 2ª condição: que essa paciente não trate a infecção 3ª condição: que esse paciente tenha uma condição genética. Se o paciente evoluiu para febre reumática, o tratamento é outro: Analgésicos e anti-inflamatórios + profilaxia secundária da febre reumática (uso de antibióticos durante muito tempo –no mínimo por 5 anos-) para que o paciente não tenha uma nova infecção por streptococcus pyogenes. Se ele tiver, isso pode gerar um dano cardíaco maior. Penicilina G benzatina (primeira linha) > 1.200.000 UI a cada 2-3 semanas, crianças 600.000 a cada 2-3 semanas. (via IM) Penicilina V > 250mg 2x ao dia Sulfadiazina > 0,5g 1x ao dia para pacientes < 27kg. 1g 1x ao dia para pacientes > ou = 27kg. Para pacientes alérgicos usa-se macrolídeos (eritromicina ou azitromicina, este último é mais prático). Tempo: Sífilis ≫ Penicilina G é a droga de eleição para sífilis Sífilis primária (1 a manifestação) → erosão ou úlcera no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, anus, boca.) Geralmente única, indolor, base endurecida (cancro duro), fundo limpo e rica em treponemas, pode durar entre 2-6 semanas e desaparecer de forma espontânea, independente de tratamento Sífilis secundária → sinais e sintomas surgem em media entre 6- semanas e 6 meses após a infecção e duram entre 4-12 semanas. Erupções cutâneas, lesões eritemato-escamosas palmo- plantares Sífilis latente → período em que não se observa sinal ou sintoma clinico de sífilis. É dividida em latente recente (menos de 1 ano de infecção) e latente tardia (mais de 1 ano de infeção). Se descobre através de testes laboratoriais. Sífilis terciária → ocorre aproximadamente em 30% das infecções não tratadas, apos um longo período de latência, podendo surgir entre 2 a 40 anos depois do inicio da infecção. manifesta-se na forma de inflamação e destruição tecidual. É comum o acometimento do sistema nervoso e cardiovascular Sífilis primária, secundária e latente recente: benzilpenicilina benzatina 2,4 milhões IM dose única. No Brasil teria que fazer duas, pois só tem até 1,2 milhões. Sífilis latente tardia, latente com duração ignorada, sífilis terciária: benzilpenicilina benzatina 2,4 milhões dose única, IM< 1x por semana por 3 semanas. Dose total: 7,2 milhões. Neurosífilis: benzilpenicilina potássica/cristalina 18-24 milhões dose única, EV, 3-4 milhões a cada 4 horas ou por infusão contínua, por 14 dias. PENICILINA G PROCAÍNA Erisipela e escarlatina (1x ao dia por 10 dias, IM) > infecções de pele causadas por streptococcus, com uma área de abrangência maior e com maior profundidade também. PENICILINA G CRISTALINA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA (espectro de ação mais ampliado) Streptococcus pyogenes, S. agalactiae, S. viridans, S. pneumoniae Bacilos Gram (+) → Corynebacterium diphtheriae, Listeria monocytogenes Espiroquetas → Treponema pallidum, Leptospira interrogans Anaeróbios → Clostridium tetani, C. perfringens, Fusobacterium, Peptostreptococcus Penicilina G cristalina, empiricamente, não é droga de escolha para o tratamento de meningite por pneumococcus. Porém, a ação da penicilina G cristalina contra o pneumococcus que não causa meningite (principal causadora de PAC) é muito top, tanto é que no estudo que foi feito não foi encontrada nenhuma bactéria que seja resistente a esse antibiótico. Além disso, nos casos de resistência intermediaria, você consegue resolver usando a dose máxima da droga. A penicilina G também é top contra o meningococcus, sendo uma resistência intermediária, conseguindo resolver isso usando a dose máxima. INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS Meningite (sem ser terapia empírica), sepse, endocardite, erisipela bolhosa → por Streptococcus pyogenes e S. viridans Sífilis congênita neonatal Neurossífilis Pneumonia pneumocócica Difteria maligna Fascite necrotisante (+ clindamicina e aminoglicosídeos e desbridamento) Gangrena gasosa (+ clindamicina) Sífilis congênita Crianças nascidas de mães não tratadas ou tratadas de forma não adeuqda, com exame físico normal, exames complementares normais e teste não treponêmico não reagente ao nascimento > benzilpenicilina 50.000/UI/Kg I, dose única Na ausência de neurossífilis > G procaína IM fora da unidade hospitalar ou G cristalina com internação hospitalar. Nos caos de neurossífilis > G cristalina 50.000/UI/Kg de 4/4h a 6/6h, por 10 dias Crianças com sífilis congênita após um mês de idade ou sífilis adquirida > benzilpenicilina cristalina PENICILINA V Cada vez menos utilizada Apresentações → cp 500.000 e suspensão 400.000/5mL Frequência de administração → 4xdia Absorção é irregular e varia entre os indivíduos → biodisponibilidade variável Redução da absorção na presença de alimentos Intolerância gástrica → dor abdominal, náuseas, vômitos, diarreia INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS Infecções de pequena gravidade causadas por estreptococos (amigdalite, impetigo) Profilaxia da febre reumática UFCG O tratamento da sífilis diagnosticada na gestação deve ser realizado com: a) Ampicilina b) Penicilina benzatina c) Espiramicina d) Azitromicina e) Eritromicina UPE 2016 - O Conselho Federal de Medicina publicou, em 10 de setembro de 2014, nota de esclarecimento acerca da escassez de penicilina benzatina no mercado brasileiro. Segundo indústria farmacêutica, a falta da penicilina benzatina não é exclusiva do Brasil, o que levou a Organização Mundial de Saúde a veicular um comunicado sobre a complexidade de produção do fármaco e a limitação de alternativas em muitos países. Também é notório o aumento do número de casos de febre reumática em crianças e adolescentes em países em desenvolvimento. Na impossibilidade de utilização da penicilina benzatina, qual é a primeira opção para a profilaxia secundária da febre reumática? A) Azitromicina B) Ceftriaxona C) Cloranfenicol D) Eritromicina E) Sulfadiazina NENHUMA PENICILINA TEM AÇÃO CONTRA ESTAFILOCOCOS, EXCETO OXACILINA, AMOXICILINA-CLAVULONATO, AMPICILINA-SULBACTAM,AMXICILINA-SULBACTAM, PIPERACILINA-TAZOBACTAM‼‼‼‼‼‼‼‼‼‼ CARACTERISTICAS GERAIS Isoxazolilpenicilinas ≫ Penicilinas resistentes as β-lactamases produzidas por Estafilococos Características Penicilinas resistentes as β-lactamases expressas por Estafilococos Meticilina (protótipo) → não mais usada no Brasil Isoxazolilpenicilinas → oxacilina, cloxacilina, dicloxacilina, flucloxacilina Representante em uso no Brasil → oxacilina Droga de uso hospitalar Apresentação → oxacilina 500 mg EV Frequência de administração → 4/4 ou 6/6h Resistentes a ação de penicilinases (incluindo β-lactamases produzidas por estafilococos) Sofrem ação de β-lactamases expressas por enterobactérias e pseudomonas Distribuição ampla → não atravessa a BHE normal, mas atravessa a BHE com meninges inflamadas. Classificação > trata infecções causadas principalmente por: Estafilococos coagulase (+) → S. aureus Estafilococos coagulase (–) = CoNS → S. epidermidis, S. saprophyticus... A penicilina G tinha ação contra a primeira cepa de S. aureus, mas com o tempo a bactéria foi se tornando resistente, devido a produção de B-lactamase. A partir daí, surgiu MSSA (estafilococos aureus sensíveis a meticilina). Meticilina é irmã de oxacilina, logo é sensível também. Medicamentos sensíveis do grupo: meticilina, oxacilina, penicilina + IBL. Se for infecção mais tranquila, usa medicamentos de via oral, como a cefalexina. Se for infecção mais grave, como uma pneumonia, tem duas alternativas: oxacilina ou cefalosporina de primeira EV (cefalotina). Mais comum na comunidade. Depois surgiu MRSA (comunidade) > (estafilococos aureus resistentes a meticilina) > seu mecanismo de resistência é alteração de TBP. Opções: clindamicina (se for MRSA comunidade). Se for MRSA hospitalar, usa-se glicopeptídeos (vancomicina e teicoplanina). Cefalosporinas de quinta geração pode usar em MRSA hospitalar e de comunidade. Depois surgiu a VISA (estafilococos aureus com resistência intermediaria a Van): trata com a dose máxima de vancomicina. Também surgiu o VRSA (estafilococos aureus resistentes a Van): trata com dactomicina ou nimesolida. Características Atividade antimicrobiana da oxacilina é superior a vancomicina no combate a MSSA Infecções por estafilococos de menor gravidade ou terapia oral → cefalosporinas de 1ª geração Indicações clínicas Infecções por S. aureus (coagulase +) Infecções de pele e tecidos moles (impetigo bolhoso, celulite flegmonosa, síndrome da pele escaldada, furunculose generalizada) Pneumonia (derrame pleural, alternativas??) Osteomielite (S. aureus é um dos agentes mais comuns) Meningite Abscesso Sepse (+ aminoglicosídeo) Endocardite (+ aminoglicosídeo e/ou rifampicina nos pacientes com próteses valvares) S. epidermides → infecções de dispositivos protéticos, 50-70% das infecções relacionadas a cateter (biofilmes) S. saprophyticus → ITU
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