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Voo Perspectiva histórica História inicial o Grécia antiga Platão afirmou que o raciocínio começa a se desenvolver na adolescência • Os adolescentes deveriam se dedicar ao estudo de matérias mais complicadas, como química, física e matemática. Para Aristóteles o aspecto mais importante da adolescência é a capacidade de escolha • Descrevia a adolescência de forma um pouco negativa – onde os adolescentes eram pessoas muito egocêntricas, que se achavam capazes de solucionar todos os problemas e que só suas opiniões estavam corretas. Adolescentes casavam-se aos 15/16 anos o Idade média Adolescentes eram vistos como adultos e estavam sujeitos a uma rígida disciplina Rousseau apresentou uma visão mais clara da adolescência, incluindo uma ênfase nas diferentes fases do desenvolvimento • Retomou os estudos do Platão e do Aristóteles, onde os adolescentes tinham que se dedicar apenas ao estudo. Adolescentes casavam-se aos 12/13 anos. Os séculos XX e XI o Stanley Hall Pioneiro no estudo científico da adolescência Modelo de turbulência e estresse Adolescência Adolescência Transição no desenvolvimento entre a infância e a vida adulta que impõe grandes mudanças físicas, cognitivas e psicossociais. - Construção social. Processo pelo qual o individuo atinge a maturidade sexual e a capacidade de reproduzir. • Adolescência sob uma ótica negativa, como uma época de emotividade e estresse aumentados • Basicamente biológica • Zona de turbulência e contestação o Margaret Mead Trabalhos etnográficos – estudou a adolescência em outras culturas. Defendia uma interpretação sociocultural da adolescência Desenvolvimento gradual, calmo e sem impactos profundos o Visão intervencionista Embora a adolescência tenha uma base biológica, ela também possui uma base sociocultural o Décadas de 1950 a 1970 Conflitos étnicos – brancos como superiores O movimento feminista – mulheres como inferiores Estudos antes eram feitos apenas com adolescentes homens e brancos – muda-se essa visão a partir desses movimentos e inicia-se a inclusão de outras amostras populacionais, bem como estudos comparativos com adolescentes de diferentes recortes. o Estereotipação dos adolescentes Adolescentes retratados como anormais e desviantes Mais propensos a comportamentos de risco O trabalho de Youniss e Ruth (2002) sobre a participação dos jovens em serviços comunitários 1950- Rebelde sem causa 1980- “síndrome da adolescência normal”, onde diversos tipos de comportamentos considerados patológicos, nessa fase são considerados normais e esperados. 1960- “movimento contracultura”, onde os jovens passaram a negar todas as manifestações visíveis da sociedade. Estudos recentes mostram que esses estereótipos não condizem com a realidade. Uma visão positiva sobre a adolescência o O ́Connor et al. (2010) Avaliaram a autoimagem de adolescentes na Alemanha, Austrália, Bangladesh, EUA, Hungria, Israel, Itália, Japão, Taiwan, Turquia 73% tinham uma autoimagem positiva Percebiam-se capazes de exercer autocontrole, valorizavam escola e trabalho, expressavam confiança na sua sexualidade, apresentavam sentimentos positivos em relação às suas famílias e achavam que tinham capacidade de enfrentar o estresse. Desenvolvimento positivo dos jovens (Lerner et al., 2009) o Abordagem que enfatiza os pontos fortes e as qualidades dos jovens, bem como as trajetórias desenvolvimentais que são esperadas para eles Competência - naquilo que se interessa Confiança – em suas decisões Conexão – com outras gerações Caráter – preocupação com regras e leis Cuidado/compaixão – preocupação com o outro. Perspectiva global da adolescência Adolescência “eurocêntrica” – marcada também por diferenças culturais o Os adolescentes indianos aceitam que seu pais escolham o seu cônjuge o Nas Filipinas, os adolescentes se sacrificam para ganhar dinheiro o No Quênia, os jovens são abandonados pelos pais o Na Rússia os adolescentes tem casado precocemente o No Oriente Médio, os jovens não podem interagir com pessoas do sexo oposto, mesmo na escola Tradições da adolescência que independem da cultura o Saúde e bem-estar – tem saúde e baixo índice de mortalidade, além de pouco propensos a doenças. Porém muito suscetíveis a doenças sexualmente transmissíveis. o Gênero – homens tem muito mais oportunidades que as mulheres. o Família – adolescentes reconhecem a importância da família o Escola – buscam se escolarizar e permanecer maior tempo possível estudando – preocupação com o mercado de trabalho. o Amigos – buscam ter essas conexões e mantê-las por um longo tempo Retomando alguns conceitos O que é desenvolvimento? O que se modifica? Períodos do desenvolvimento o Primeira infância (0 a 3 anos) o Segunda infância (3 a 6 anos) o Terceira infância (6 a 10/11 anos) o Adolescência (inicia entre 10 e 13 anos e termina por volta dos 19/20 anos) Adolescência inicial – marcado pela puberdade Fim da adolescência – marcado pela busca de uma identidade, intimidade e trabalho. o Idade adulta inicial (19/20 a 30 anos) o Idade adulta intermediária (30 aos 55/65 anos) o Vida adulta tardia (dos 60/70 anos até a morte) Transições no desenvolvimento Da infância para a adolescência o Acelerado crescimento, alterações hormonais, maturação sexual o Mudanças no cérebro e no sono o Pensamento abstrato, lógico o Busca pela independência, conflito com os pais e busca pelos pares (pessoas que vão se relacionar intimamente, e inclusive sexualmente) Da adolescência para a idade adulta o Exploração da identidade – mercado de trabalho e relações o Instabilidade – mudanças inclusive de endereço o Autocentrado em seus próprios interesses (egoísta) – buscando independência financeira o Sentimento de ambivalência Dúvida, medo de tomar decisões e ter que lidar com as consequências. Nem adulto, nem adolescente Independente, mas ainda precisa de ajuda dos pais o A idade das possibilidades - exploração O que facilita o bem-estar na transição da adolescência para a idade adulta? (Eccles et al., 2008) o Desenvolvimento intelectual o Desenvolvimento emocional – bom equilíbrio emocional o Desenvolvimento social – conexões, habilidades sociais, relações interpessoais Quanto mais apoio melhor A adolescência está durando muito tempo? (Allen & Allen, 2009) Os adolescentes estão se lançando tardiamente à idade adulta o Vantagem: conhecimento especializado o Desvantagem: medo da autonomia Universidade ajuda nesse aspecto: tomada de decisão através do estagio e a entrada no mercado de trabalho. Como facilitar essa transição? o Proporcionar oportunidades de serem colaboradores o Dar aos adolescentes um feedback direto e de qualidade o Criar conexões adultas positivas com os adolescentes o Desafiar os adolescentes a se tornarem mais competentes Questões sobre o desenvolvimento Natureza (genética) e aprendizado (cultura) Continuidade (gradual e cumulativa) e descontinuidade (estágios) Experiência precoce (são determinantes, ou experiencias posteriores positivas são capazes de fazer o indivíduo supera-las?) e posterior A ciência do desenvolvimento adolescente Conceituar o processo ou o problema a ser estudado Coletar informações (dados) – utilizado técnicas especificas Analisar os dados Tirar conclusões Divulgar os resultados obtidos Teorias do desenvolvimento adolescente Teoria psicanalítica de Freud o O comportamento é meramente uma característica aparente Estudar o comportamento inconsciente o A pulsão sexual como um instinto importante Aumento da serotonina (presente durante a puberdade) aumenta o comportamento de risco. Impactos no futuro. Ex. gravidez. Mobiliza – motivação – a forma como nossos pais vão lidar com ela é que vão determinara nossa personalidade o Pulsão: força da natureza (biológico) que motiva o individuo a uma ação (resposta) e se desloca para várias partes do corpo. o Adolescência marcada pela tensão/conflito por não satisfazer a pulsão como gostaria. o Reservatório de impulsos biológicos básicos o A intelectualização é o mecanismo de defesa adotado para lidar com a sua revolta emocional o Os conflitos da puberdade são considerados normais e até necessários ao seu funcionamento adaptativo, na busca por um novo sentido de personalidade e papel social Fase Idade Descrição Oral Nascimento a 1 ano O instinto sexual concentra-se na boca. Anal 1 a 3 anos Urinar e defeca voluntariamente tornam-se os meios primários de gratificação para a pulsão sexual. Fálica 3 a 6 anos O prazer agora vem da estimulação genital. Latência 6 a 11 anos A criança reprime o interesse sexual e desenvolve habilidades intelectuais e sociais. genital 12 anos em diante Redespertar sexual. A fonte de prazer sexual parte de alguém de fora da família. o Desenvolvimento descontinuo (em fases) A teoria de Erik Erikson o Enfatiza que os indivíduos são seres ativos e curiosos que buscam adaptar-se ao ambiente, em vez de serem submissos a pulsões biológicas moldadas por seus pais o A ação que faz com que a gente se desenvolva é nossa tentativa de se filiar ao outro – busca estabelecer relações sociais com o outro. o Necessidade de vínculos o Destaca a influencia dos ambientes e o impacto da experiencia social durante todo o curso de vida. o Adolescentes que recebem encorajamento apropriados para sua exploração pessoal tendem a emergir desse estagio com um sentido mais forte de si mesmo e um sentimento de independência e controle o O desenvolvimento ocorre em estágios psicossociais o As 8 crises da vida (ou estágios psicossociais) Estágios Idade Descrição Confiança versus desconfiança Primeiro ano O bebê aprende a confiar nos outros para suprir suas necessidades. Prepara o terreno para uma expectativa contínua de que o mundo será bom e agradável Autonomia versus vergonha e dúvida 1 a 3 anos O bebê descobre que o seu comportamento lhe pertence e começa a afirmar sua independência Iniciativa versus culpa 3 a 5 anos A criança se defronta com desafios que exigem um comportamento ativo, intencional e responsável. Podem surgir sentimentos de culpa e ansiedade se a criança for irresponsável. Produtividade versus inferioridade 6 anos até a puberdade A criança dirige sua energia para o domínio do conhecimento e das habilidades intelectuais. O resultado negativo poderá desenvolver um sentimento de inferioridade. Identidade versus confusão de papéis 10, 20 anos Os adolescentes precisam descobrir quem eles são, pra quê servem e o que serão na vida. Se ele explora papéis de maneira saudável e encontra um caminho, obterá uma identidade positiva. Intimidade versus isolamento 20, 30 anos Se defronta com a tarefa de desenvolver relações íntimas. Se formarem amizades e um relacionamento íntimo, a intimidade será alcançada. Generatividade versus estagnação 40, 50 anos Preocupação em ajudar a geração mais jovem a se desenvolver e levar uma vida útil. O sentimento de não ter feito nada para a próxima geração é a estagnação. Integridade do ego versus desespero 60 anos em diante O indivíduo reflete sobre o passado. Se sua vida foi bem vivida, a integridade será alcançada. Avaliando as teorias psicanalíticas o Contribuições Ênfase numa estrutura desenvolvimental, nas relações familiares e nos aspectos inconscientes da mente o Críticas Falta de apoio científico Ênfase excessiva nos aspectos sexuais subjacentes, deixando de lado aspectos físicos e sociais Jean Piaget o O adolescente revela uma maneira própria de aprender a sua realidade e constrói sistemas filosóficos, éticos e políticos como tentativa de se adaptar e mudar o mundo. o Os indivíduos constroem ativamente sua compreensão do mundo e passam por 4 estágio de desenvolvimento cognitivo Estágio operatório formal (surge entre 11 e 15 anos) – pensamento abstrato, levantamento de hipóteses. o Processos subjacentes ao desenvolvimento cognitivo Organização Adaptação Organizando, categorizando e relacionando as informações. Vygotsky o Enfatiza como a cultura e a interação social guiam o desenvolvimento cognitivo o Interação com pessoas mais velhos ou mais habilidosas é importante para se desenvolver cognitivamente Perspectiva do processamento da informação o Enfatiza que os indivíduos manipulam a informação, a monitoram e desenvolvem uma estratégia sobre ela o Os adolescentes desenvolvem uma capacidade crescente de processamento da informação, o que lhes permite adquirir conhecimentos e habilidades cada vez mais complexos Avaliando as teorias cognitivas o Contribuições Ênfase na construção ativa da compreensão o Críticas Ceticismo à teoria Piagetiana Pouca atenção às variações individuais (limitações individuais) Teoria social cognitiva de Bandura o O comportamento, o ambiente e a cognição são os principais fatores no desenvolvimento o Não somos passiveis no processo de aprendizagem. o Aprendizagem por observação (imitação ou modelagem) Avaliando a teoria social cognitiva o Contribuições Ênfase na pesquisa científica e nos determinantes ambientais do comportamento. o Críticas As críticas incluem ênfase excessiva na cognição Atenção inadequada às mudanças no desenvolvimento. A teoria bioecológica de Bronfenbrenner o 4 elementos básicos inter-relacionados e dinâmicos: o processo, a pessoa, o contexto e o tempo. o O desenvolvimento reflete a influência de 5 sistemas ambientais: o Microssistema o Mesossistema o Exossistema o Macrossistema o Cronossistema Abordagem teórica eclética Comportamento AmbientePessoa/Cognição o Embora as teorias sejam guias úteis, contar com uma única teoria para explicar o desenvolvimento adolescente é provavelmente um erro. Tendências atuais o A visão do desenvolvimento positivo Identificação dos recursos pessoais Elaboração de programas para desenvolvimento dos recursos Preconiza que tanto os jovens são fontes de recursos e forças internas a serem desenvolvidas, como todas as famílias, escolas e comunidades tem nutrientes que alinhados, podem promover o “florescimento” saudável desses jovens. o A puberdade começa mais cedo que antes o Inicio da vida profissional ocorre mais tarde o Períodos mais longos de educação ou treinamento profissional para que possa assumir as responsabilidades da vida adulta. o Casam-se mais tarde o Os adolescentes enfrentam hoje riscos ao seu bem estar físico e mental, que incluem altas taxas de mortalidade por acidentes, homicídio e suicídio. o Desde 1990- os adolescentes tornaram-se menos propensos a usar álcool, tabaco ou maconha; dirigir automóveis sem usar o cinto de segurança ou aceitar carona de motorista alcoolizado; portar armas; ter relações sexuais ou tê-las sem usar preservativo; ou tentar suicídio.
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