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Odas
Comentário
Curadoria digital
No âmbito digital, a curadoria pode ocorrer tanto por meio de ações de humanos quanto automaticamente por máquinas. São os algoritmos escondidos que filtram o que aparece nas mídias sociais, como, por exemplo, quando você quer comprar um eletrodoméstico e faz uma busca no Google para pesquisar preços e modelos. Os algoritmos que fazem essa curadoria têm metas e objetivos orientados pelos interesses do mercado. Essas ações mobilizam valores consideráveis de dinheiro para que o anúncio esteja em evidência nas mídias sociais, nos primeiros resultados de busca on-line.
Assim, no âmbito digital, a curadoria pode ocorrer tanto por meio de ações humanas quanto de algoritmos. Um jornalista que cria uma conta na rede social Twitter para esclarecer seu ponto de vista sobre como os fatos são publicados também está fazendo curadoria. A curadoria está presente inclusive no destaque (e não só na seleção) de objetos digitais de aprendizagem.
A ação de selecionar os objetos digitais de aprendizagem mais apropriados para seus planos de aula faz de você, professor, um curador. Aqui, a curadoria assume o sentido de cuidar, promover ou manter os alunos interessados nos conteúdos trabalhados nas aulas.
Mas, afinal de contas, o que é curadoria?
Assista ao vídeo a seguir com o professor Mario Sergio Cortella e reflita sobre as questões:
· O que é curadoria?
· Qual sua finalidade?
· Qual a importância de construir “critérios” para a curadoria?
Agora leia o conceito de curadoria, segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), entenda quem pode ser curador e quais são as etapas que envolvem o processo:
CONTEÚDO DIVIDIDO POR ACCORDION
O que é?
“Curadoria” é um conceito oriundo do mundo das artes, que vem sendo cada vez mais utilizado para designar ações e processos próprios do universo das redes: conteúdos e informações abundantes, dispersos, difusos, complementares e/ou contraditórios e passíveis de múltiplas seleções e interpretações que precisam de reordenamentos que os tornem confiáveis, inteligíveis e/ou que os revistam de (novos) sentidos. Implica sempre escolhas, seleção de conteúdo/informação, validação, formas de organizá-los, hierarquizá-los, apresentá-los. Nessa perspectiva, curadoria pode dizer respeito ao processo envolvido na construção de produções feitas a partir de outras previamente existentes, que possibilitam a criação de (outros) efeitos estéticos e políticos e de novos e particulares sentidos. O termo também vem sendo bastante utilizado em relação ao tratamento da informação (curadoria da informação), envolvendo processos mais apurados de seleção e filtragem de informações, que podem requerer procedimentos de checagem e validação, comparações, análises, (re)organização, categorização e reedição de informações, entre outras possibilidades. (Fonte: BNCC, 2018, p. 500).
Quem faz e por quê?
Pode-se dizer que todos os sujeitos são potencialmente curadores, ou seja, indivíduos que buscam, leem, avaliam, reúnem, organizam e partilham informações com o intuito de dar sentido, ordenar e reorientar a participação de outros indivíduos, esses também potencialmente leitores e curadores.
É por isso, professor, que você deve se apropriar dos objetos digitais: todos eles, sendo educacionais ou não, podem ser usados na aprendizagem dos estudantes. Mas, para que isso aconteça na prática, você deve assumir alguns critérios para a sua curadoria no momento da seleção de ODAs e na elaboração de seus planos de aula.
Quais são as etapas?
Um professor que faz curadoria contempla em seus objetivos pedagógicos e de aprendizagem as seguintes etapas: definição de critério ou objetivo; pesquisa; filtro; seleção; edição; agrupamento; tagueamento; ordenação; definição do público adequado para compartilhamento; comentário; compartilhamento etc.
Cabe, também, ao professor curador sempre considerar o contexto social das suas salas já que na mesma escola cada turma pode apresentar características diversas entre os alunos bem como cenários diferenciados em cada turma.
A internet e as fake news
Atualmente, com as redes digitais e as mídias sociais, temos acesso a uma quantidade enorme de conteúdo e informação com apenas um clique. O paradoxo é que estamos vivendo um tempo marcado pela desinformação, com a proliferação de fenômenos como fake newsfake news e pós-verdadepós-verdade.
Para começar a falar sobre fake news, assista a um trecho (até 12:43) do vídeo Pós-Verdade na Era da Informação, com Alexis Wichowski, especialista em tecnologia, mídia e comunicação e professora da Universidade de Columbia.
Conforme a professora Wichowski mostra, não foi a internet que iniciou a utilização de “fatos alternativos”. Muito antes, as pessoas já tinham tendência a ignorar verdades que pudessem deixá-las desconfortáveis ou que não estivessem de acordo com suas crenças. Porém, a popularização da internet e os próprios algoritmos colaboraram para que os fenômenos das fake news e da pós-verdade ganhassem maiores dimensões, trazendo agravantes sociais, sobretudo no que se refere à cidadania, ao respeito aos direitos humanos e à política. Como tem sido cada vez mais difícil fazer escolhas informadas, vários setores estão desenvolvendo projetos e iniciativas que ajudam a reconhecer o que é fato, conteúdo tendencioso e/ou sátira e o que é conteúdo produzido para desinformar a população.
Veja exemplos de projetos que procuram garantir o compromisso ético-jornalístico da mídia com os fatos:
· Observatório da Imprensa – Vídeo que discute o fazer jornalístico e a importância do jornalista.
· Projeto Comprova – Plataforma que reúne jornalistas de diversos veículos de comunicação com o propósito de investigar informações que circulam no Brasil.
· Projeto Vaza, Falsiane! – Dez dicas para não ser um leitor-cobaia nas redes sociais.
Professor, nesse contexto, a curadoria de conteúdos incorporada em sua prática pedagógica contribui para produzir e colocar em circulação informação confiável e ética na formação dos estudantes.
Vamos avançar e pensar nesses fenômenos de curadoria.
A partir do surgimento da cultura de mídias (e mais ainda na cultura digital, com a pluralidade de plataformas e opções para o acesso e o compartilhamento de informações), fica cada vez mais difícil saber, afinal, o que está fazendo ou não parte do universo digital e informacional de todos, principalmente dos estudantes.
Ainda que a curadoria em si não garanta proteção total dos estudantes contra informações falsas e o efeito bolhaefeito bolha, ela pode trazer resistência a esses problemas, visto que está nas mãos dos professores curadores o papel de selecionar e colocar em evidência conteúdos que apresentem qualidade e informações corretas para seus alunos.
No que diz respeito ao efeito bolha, a curadoria conduzida por professores deve ampliar (em vez de restringir) o repertório dos estudantes, buscando uma seleção de conteúdo que não limite o tema a apenas poucos aspectos.
Professor, quanto mais você estiver preparado para fazer a curadoria diante de tanta informação, construindo colaborativamente essa prática com seus alunos, a comunidade escolar estará mais apta a separar o que é relevante e confiável do que é enganoso. E isso, inevitavelmente, ultrapassará os muros da escola e alcançará toda a sociedade.
Conteúdo dentro de um box de destaque
SAIBA MAIS
O que é curadoria de conteúdo – vídeo sobre o processo de curadoria de conteúdo a partir de diferentes pontos de vista.
Como os algoritmos das redes sociais funcionam? – vídeo que trata mais a fundo da nossa experiência individual nas redes e de como tentar escapar um pouco da “bolha”.
Agora que você já sabe o que é curadoria e qual o seu papel como professor curador, veja a seguir a definição do conceito de ODAs.
MÓDULO1
O que são ODAs
UNIDADE 2
O que são ODAs
Antes de definir o que são objetos digitais de aprendizagem (ODAs) é importante explicar o que são objetos de aprendizagem (OAs). Há, na bibliografia especializada, discussões a respeito da definição do que é um Objeto de Aprendizagem e do que odiferencia de um Objeto Digital de Aprendizagem. McGrael (2004), por exemplo, organiza as definições partindo de conceitos mais gerais para conceitos específicos. Veja, a seguir:
CONTEÚDO DIVIDIDO POR ACCORDION
“Qualquer coisa”
Seguindo esta definição, tudo pode ser considerado um objeto de aprendizagem: uma caneta, uma escova de cabelo, um livro ou um notebook. O critério definidor não está na “coisa” em si, mas, sim, no uso que se faz dela.
“Qualquer coisa digital”
Nesta definição, também defendida por Wiley (2000), objetos de aprendizagem seriam unicamente digitais. A natureza digital permitiria que o objeto fosse editado e adaptado para ser utilizado (ou reutilizado) como apoio às situações de aprendizagem.
“Qualquer coisa com objetivo educacional”
Nessa perspectiva, a ênfase não está na natureza do objeto, mas, sim, na intenção de sua utilização: o objetivo educacional. Logo, não haveria a necessidade de diferenciar objetos digitais dos não digitais, exceto pela possibilidade de uso: os digitais permitiriam que o conteúdo fosse separado ou reagrupado, dependendo dos objetivos.
“Qualquer coisa digital com objetivo educacional”
Sob esse ponto de vista, seriam objetos os textos, imagens, vídeos, softwares ou animações desde que fossem usados para o ensino. Essa é a definição dominante na área e é a esses elementos que chamamos ODAs, ou seja, objetos digitais de aprendizagem.
Os objetos de aprendizagem têm se difundido como um novo modelo de recurso digital reutilizável que se presta a servir como ferramenta de ensino em diversos contextos educacionais, entre os quais estariam tanto a modalidade de ensino presencial quanto a modalidade a distância. Dessa forma, eles passaram a ser desenvolvidos e usados como potencial apoio ao processo de ensino e aprendizagem. Porém, esse destaque e essa disseminação de uso fazem surgir também uma preocupação quanto à qualidade e à pertinência dos objetos educacionais que são publicados em repositórios.
Você já deve ter pensado sobre a utilidade dos repositórios e dos referatórios e como seria a busca de ODAs sem eles. Um caos, não é?
CONTEÚDO DIVIDIDO POR ACCORDION
Para que serve um repositório?
Para manter um repositório com objetos digitais de aprendizagem e fazer a curadoria, é preciso definir alguns aspectos importantes, como:
· Objetivos, público-alvo.
· O que se entende por ODA.
· Que tipos de ODAs serão considerados.
· Quais serão os critérios de curadoria (seleção).
· Definição de metadados, em função da recuperação de dados e da interoperabilidade entre diferentes repositórios, tendo em conta as especificidades/recortes estabelecidos para a curadoria.
· Em termos de seleção, buscar balanceamento dos conteúdos contemplados e dos tipos de objeto.
· Definições de outras ações que envolvam cuidado, busca, manutenção de engajamento, monitoramento/acompanhamento de usos.
O que são os objetos digitais de aprendizagem (ODAs)?
Podemos assumir que os ODAs são recursos que apoiam a prática pedagógica dentro e fora da sala de aula, como jogos, animações, simuladores e videoaulas. Eles podem ser utilizados por educadores para trabalhar conteúdos e competências e auxiliar no planejamento de atividades educativas mais criativas, que despertam o interesse dos alunos (Porvir, 2015). Além disso, estimulam o raciocínio e o pensamento crítico, associando as tecnologias digitais e os princípios epistemológicos da cibercultura (SCHWARZELMÜLLER e ORNELLAS, 2006) em novas abordagens pedagógicas.
Características dos ODAs
Mendes, Sousa e Caregnato (2004), com base em Wiley (2000), apontam as principais características de um objeto de aprendizagem. Para esses autores, um ODA precisa apresentar:
CONTEÚDO DIVIDIDO POR ACCORDION
Reusabilidade
Ser reutilizável, em diferentes momentos ou situações de aprendizagem.
Adaptabilidade
Ser adaptável a diversas situações de ensino e aprendizagem.
Granularidade
Apresentar conteúdo em pequenas partes, para permitir diferentes combinações.
Acessibilidade
Ter acesso fácil pela internet, ou, ainda, ser potencialmente acessível a usuários com necessidades especiais.
Durabilidade
Apresentar possibilidade de continuar a ser usado independentemente de mudança de tecnologia.
Interoperabilidade
Apresentar possibilidade de operar por meio da variedade de hardwares, sistemas operacionais e browsers.
A interoperabilidade pode ser entendida como uma característica que se refere à capacidade de diversos sistemas e organizações trabalharem em conjunto (interoperar) de modo a garantir que pessoas, organizações e sistemas computacionais atuem colaborativamente.
Conteúdo dentro de um box de destaque
Essas características são desejáveis no desenvolvimento de objetos digitais de aprendizagem. Juntas, elas permitem que os ODAs sejam mais bem estruturados, de melhor qualidade e de mais fácil manutenção, favorecendo a usabilidade. Há que se considerar, entretanto, que a usabilidade depende também da indexação e do catálogo dos objetos.
Agora que já falamos sobre o que é curadoria e qual o papel do curador, vamos partir para o objetivo principal do nosso curso, professor: a curadoria de ODAS e de planos de aula.
UNIDADE 3
Curadoria de ODAs
Professor, a curadoria é uma competência que faz parte da sua prática educacional, já que você escolhe os conteúdos que serão trabalhados com os seus alunos e, depois, seleciona e organiza os materiais ao elaborar os seus planos de aula. Fazer a curadoria de ODAs requer de você o mesmo exercício. Por meio da seleção e organização dos objetos por níveis de ensino, disciplinas e temas, a partir de critérios específicos, suas aulas terão conteúdos comprometidos com veracidade da informação e seus planos de aula serão aprimorados.
Processos de curadoria
O processo de curadoria envolve a avaliação e a seleção de ODAs. Essas ações estão intimamente relacionadas, pois toda avaliação deve ser situada. Assim, os critérios gerais de seleção orientam a avaliação que, por sua vez, sustenta a seleção.
Vale ressaltar que esse processo não é isento de valor: a curadoria com finalidade pedagógica evidencia a visão educacional do professor.
Por mais que os processos de avaliação e seleção de ODAs estejam intimamente relacionados, eles não se sobrepõem. Quando um docente avalia um ODA, de uma forma ou de outra, atribui um valor e estabelece algum tipo de distinção. A seleção de um ODA deve partir da avaliação que se faz dele. Isso significa que você pode avaliar mal alguns aspectos de um ODA e, ainda assim, selecioná-lo.
Então, a seleção de um ODA depende do quê? Para responder a essa pergunta, veja, primeiro, alguns critérios de avaliação de ODAs que vêm sendo consagrados na bibliografia da área para, depois, voltar a pensar na seleção de objetos para a sua prática docente.
Critérios de avaliação de ODAS
De modo geral, um ODA pode ser avaliado a partir de critérios relacionados a diferentes dimensões. Veja algumas a seguir:
CONTEÚDO DIVIDIDO POR ACCORDION
Conteúdo
Clareza; correção conceitual; rigor científico; linguagem adequada ao público-alvo; adequação ao nível de ensino; carga informacional; nível adequado de detalhamento; progressão adequada; presença de exemplos; ausência de preconceitos, estereótipos e conteúdo ofensivo; respeito aos direitos humanos etc.
Aspectos didáticos e pedagógicos
Concepção de objetivo(s) e de ensino-aprendizagem desse objeto; clareza e pertinência do(s) objetivo(s); coerência e adequação em relação aos objetivos a que se propõe; concepção e contextualização do conteúdo – que supõe ou promove interação entre os estudantes (e os ajuda a compreender o conceito ou a desenvolver a habilidade proposta); forma de apresentação do conteúdo (expositiva, dedutiva, interativa, indutiva etc.); tipos de exercício ou atividade (de repetição ou memorização, aplicação, observação, comparação, experimentação, reflexão, discussão de situação-problema, previsão de problematizações e de diferentes caminhos para a solução, tomada de decisão por parte do estudante etc.); feedback (apenas certo e errado ou considerações que possampromover aprendizagem); motivação ou desafio ao estudante; abordagem de diferentes estilos de aprendizagem (alternativas na forma de apresentação do conteúdo) etc.
Qualidade técnica
Acessibilidade; funcionamento adequado (não fecha inesperadamente, não trava etc.); portabilidade (funcionamento em diferentes navegadores e sistemas); granularidade; reutilização ou possibilidade de utilização em diferentes contextos; navegação livre e fácil; previsibilidade da interface do usuário; presença e qualidade dos recursos de ajuda; abertura de janelas quando necessário, sem confundir o usuário; possibilidade de acesso e funcionamento em rede; apresentação e combinação adequada de elementos (textos, imagens, áudios etc.); originalidade etc.
Ainda em relação aos diferentes tipos de objetos, é possível avaliar critérios estéticos específicos:
· Áudio: tipo de conteúdo (narrativo, jornalístico, educacional ou instrucional etc.); qualidade da captação; elementos; efeitos sonoros; efeitos de edição; transição; qualidade da performance (entonação, ritmo, timbre de voz etc.), entre outros.
· Vídeo: tipo de conteúdo (narrativo, jornalístico, educacional ou instrucional – videoaula, tutorial etc.); qualidade de captação das imagens; elementos visuais e fotografia (enquadramento, ângulo, movimento de câmera, cor, iluminação, objetos de cena, cenário, figurino etc.); elementos sonoros (trilha, efeitos, som ambiente, narrativa em off etc.); qualidade da montagem; edição (seleção e transição de imagens etc.); qualidade da performance (entonação, movimento de corpo e gestos etc.).
· Jogo: elementos narrativos; jogabilidade (tempo de jogo, possibilidade de customização, adaptabilidade e interatividade, dificuldade, retorno – ganhos e perdas, interação com outros jogadores – combate ou colaboração etc.); elementos visuais (cor, ilustração, design de objetos e personagens, cenários, animação ou movimento etc.); elementos sonoros (trilha, efeitos, narrativa em off); interface (tela inicial, menu, ícones etc.).
Esses são os critérios mais comumente utilizados na avaliação de objetos digitais de aprendizagem. Contudo, ainda que alguns possam ser comuns a quase todo tipo de avaliação (como correção conceitual ou funcionamento adequado), nenhuma avaliação vai considerar a maior parte deles ao mesmo tempo. Professor, como em toda avaliação, a definição de critérios e instrumentos sempre se dará a partir de pressupostos, objetivos e finalidades que você escolher para a atividade em questão.
Ao selecionar ou avaliar um ODA, é importante que você considere que não se deve partir da premissa de que “os alunos preferem vídeos” ou que “imagens são melhores do que textos”. Um ODA pode ser mais imagético enquanto outro pode apresentar mais movimentos ou mais textos, e isso pode contemplar diferentes estilos de aprendizagem.
A excelência técnica na abordagem de conteúdo e no aproveitamento do digital – aliada a uma concepção de ensino-aprendizagem pautada por reflexão, problematização, construção, resolução de situações-problemas e outras características afins – deve ser priorizada na escolha de um ODA. Outros critérios, no entanto, podem também estar em jogo e determinar escolhas de outra natureza.
IMPORTANTE!
Ao contrário dos livros didáticos, os ODAs (tal como caracterizados hoje) não pretendem ocupar um espaço central nas situações de ensino-aprendizagem nem dar conta da abordagem de todo um conteúdo ou de uma temática. Até pela sua granularidadegranularidade, os objetos digitais de aprendizagem são pensados para apoiar ou complementar a abordagem de certos conteúdos. Assim, ainda que um ODA que leve à reflexão e/ou à problematização deva, evidentemente, ser preferido a um que tenha uma abordagem mecanicista (mas não simplista ou equivocada), pode acontecer de os dois serem selecionados. Tudo depende da centralidade daqueles conteúdos para os currículos, do seu grau de complexidade, do quanto aquele conteúdo já tenha sido contemplado pelos ODAs de diferentes tipos já curados etc.
Professor, agora que você já aprendeu o processo de curadoria e os critérios a serem considerados, que tal exercitar a sua aprendizagem sugerindo planos de aula e ODAs na aba “Colabore” da plataforma da Escola Digital? Essa prática fará com que você assimile melhor os critérios de curadoria e se torne um professor curador que colabora com a rede de conteúdos curados da Escola Digital.
UNIDADE 1
Práticas inovadoras com uso de tecnologias
A plataforma Escola Digital é um referatório de objetos digitais de aprendizagem (ODAs) e de planos de aulas que os incluem ou neles se baseiam. Mas será que a simples inserção de um objeto digital em seu plano de aula, como ilustração ou exemplo de um conceito ou operação, passa a caracterizar como inovadora uma prática que usa tecnologia? O que seria hoje, em tempos de Web 2.0 e 3.0, em que alunos já praticamente “nascem navegando”, uma prática inovadora com uso de tecnologias na escola?
A primeira geração da internet (Web 1.0) dava sobretudo informação unidirecional (de um para muitos), como na cultura impressa e de massa. Com o aparecimento de sites de rede social, como Orkut e Facebook, a internet tornou-se cada vez mais interativa. Na chamada Web 2.0 (segunda geração da rede mundial de computadores), são principalmente os usuários que produzem conteúdos em postagens e publicações, em redes sociais interativas (como Facebook, Twitter, Tumblr e Google+), na Wikipédia e em redes de mídia (como YouTube, Flickr, Instagram, LinkedIn). Portanto, professor, como você viu na discussão sobre a internet e as fake news no Módulo 1, na unidade “Curadoria e o papel do curador”, agora não se trata mais de apenas receber e compreender criticamente informações, mas de também produzir e colocar em circulação informação confiável e ética – e isso faz parte da missão educacional do professor.
À medida que as pessoas se familiarizaram com a Web 2.0, foi possível a marcação e o tagueamento de conteúdos dos usuários, o que abriu caminho para a Web 3.0, a dita internet “inteligente”. Por um processo de “aprendizagem” contínua por meio desse tagueamento (ou seja, da ordenação e classificação de conteúdos), a Web 3.0 pretende antecipar aquilo de que o usuário gosta ou não, e também prever suas necessidades. Desse modo, é possível mapear seus interesses e oferecer a ele, em tempo real, conteúdos e mercadorias customizados.
Como você viu no Módulo 1, professor, os efeitos dessa “inteligência” já começam a ser sentidos em diferentes sites, inclusive (ou principalmente) nas redes sociais, e requerem habilidades de curadoria da informação mais sofisticadas.
Hoje, cogita-se a Web 4.0: segundo alguns estudiosos, será como um gigantesco sistema operacional inteligente e dinâmico, incluindo a internet das coisas, que dará suporte às interações dos indivíduos e das coisas, utilizando os dados disponíveis (instantâneos ou históricos) para propor ou apoiar a tomada de decisão, com base em um complexo sistema de inteligência artificial fundamentado em tecnologias móveis e ubíquasubíquas, como smartphones, relógios, óculos ou mesmo chips implantados.
Essas mudanças são rápidas e irreversíveis, e nossos alunos devem dominar esses meios de informação, comunicação e produção de conteúdo não como simples usuários, mas como produtores/usuários (ou leitores/autores) críticos e éticos, que assumem uma postura ativa e não passiva, interagindo e produzindo conteúdo (ROJO, 2013).
Como exemplo de prática inovadora com uso de tecnologia veja, por exemplo, este vídeo, em que o professor Hans Rosling explora, em menos de 5 minutos, o crescimento da saúde em 200 países ao longo de 200 anos, por meio de técnicas de visualização. Se desejar, ative a tradução automática das legendas em inglês para português (por meio do botão configurações, no canto inferior direito do vídeo do YouTube).
Agora, faça anotações no seu bloco de notas, respondendo às questões a seguir sobre o vídeo. Depois, leia o comentário.
· 1
Qual recurso de linguagem o professor Rosling utiliza para exporseus dados?
· 2
O que representa o eixo y (eixo dos valores) no gráfico?
· 3
O que representa o eixo x (eixo das categorias) no gráfico?
· 4
O que representam as cores dos círculos no gráfico?
· 5
O que representa o tamanho dos círculos no gráfico?
· 6
O que representam os movimentos ascendente e descendente dos círculos no gráfico?
· 7
Os dados do gráfico estão representados apenas por região do globo (Europa, Ásia etc.) ou também estão calculados por países e cidades?
CONTEÚDO DIVIDIDO POR ACCORDION
1. Qual recurso de linguagem o professor Rosling utiliza para expor seus dados?
2. O que representa o eixo y (eixo dos valores) no gráfico?
O eixo y representa a expectativa de vida das pessoas – de 25 a 75 anos – pela qual se pode medir o avanço da saúde no mundo.
3. O que representa o eixo x (eixo das categorias) no gráfico?
4. O que representam as cores dos círculos no gráfico?
5. O que representa o tamanho dos círculos no gráfico?
6. O que representam os movimentos ascendente e descendente dos círculos no gráfico?
7. Os dados do gráfico estão representados apenas por região do globo (Europa, Ásia etc.) ou também estão calculados por países e cidades?
No vídeo, vemos que o professor Rosling e sua equipe são capazes de mostrar, em cerca de 5 minutos, a evolução da saúde no mundo nos últimos 200 anos, por continentes, países e cidades, facilitando muito a compreensão e a visualização desses dados por meio de um gráfico animado. Não se trata simplesmente de usar um gráfico (animado ou não) para ilustrar um conceito, mas de sintetizar efetivamente, por meio de uma animação, muitas informações que permitem diversas análises críticas. A partir de um gráfico animado como esse, poderíamos desenvolver toda uma unidade de ensino por alguns meses.
O que há de inovador nessa prática é tomar um gênero de texto que tem origem no impresso – o gráfico –, inserir nele uma quantidade incalculável de dados e animá-lo digitalmente para mostrar a progressão desses dados ao longo de dois séculos.
Ciente dessas mudanças nas tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs), a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) defende que sejam priorizadas:
" propostas de trabalho que potencializem aos estudantes o acesso a saberes sobre o mundo digital e a práticas da cultura digital [...], já que, direta ou indiretamente, impactam seu dia a dia nos vários campos de atuação social e despertam seu interesse e sua identificação com as TDIC. Sua utilização na escola não só possibilita maior apropriação técnica e crítica desses recursos, como também é determinante para uma aprendizagem significativa e autônoma pelos estudantes (BRASIL, 2018, p. 487). "
Nessa perspectiva, na BNCC (BRASIL, 2018, p. 487), ressalta-se que, “para além da cultura do impresso (ou da palavra escrita), que deve continuar tendo centralidade na educação escolar, é preciso considerar a cultura digital, os multiletramentosmultiletramentos e os novos letramentos, entre outras denominações que procuram designar novas práticas sociais de linguagem”, em geral relacionadas a Web 2.0 e 3.0.
Contemplando essas mudanças tecnológicas, a BNCC avança para além dos textos escritos e impressos, incorporando gêneros e práticas do mundo digital e relacionados a habilidades ligadas a Web 2.0 e 3.0, tais como a curadoria da informação. Vejamos:
" Não são somente novos gêneros que surgem ou se transformam (como post, tweet, meme, mashup, playlist comentada, reportagem multimidiática, relato multimidiático, vlog, videominuto, political remix, tutoriais em vídeo, entre outros), mas novas ações, procedimentos e atividades (curtir, comentar, redistribuir, compartilhar, taguear, seguir/ser seguido, remidiar, remixar, curar, colecionar/descolecionar, colaborar etc.) que supõem o desenvolvimento de outras habilidades. Não se trata de substituição ou de simples convivência de mídias, mas de levar em conta como a coexistência e a convergência das mídias transformam as próprias mídias e seus usos e potencializam novas possibilidades de construção de sentidos.
Merece destaque o fato de que, ao alterar o fluxo de comunicação de um para muitos – como na TV, rádio e mídia impressa – para de muitos para muitos, as possibilidades advindas das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) permitem que todos sejam produtores em potencial, imbricando mais ainda as práticas de leitura e produção (e de consumo e circulação/recepção). Não só é possível para qualquer um redistribuir ou comentar notícias, artigos de opinião, postagens em vlogs, machinemas, AMVs e outros textos, mas também escrever ou performar e publicar textos e enunciados variados, o que potencializa a participação (BRASIL, 2018, p.487-488). "
Para tanto, a escola precisa possibilitar o contato com grande variedade de textos, em diversas práticas de uso das linguagens, não só as verbais, mas também as visuais, as corporais/gestuais e as sonoras. Nas sociedades tecnológicas contemporâneas, essa diversidade de textos e práticas se amplia, colocando novos desafios à escola. Nesse sentido, os textos que articulam o verbal, o visual, o gestual e o sonoro, que constituem a sua multimodalidademultimodalidade, devem ser considerados nas práticas de letramentos contemporâneas e, logo, em todas as áreas e componentes curriculares escolares. Ou seja, a escola deve incorporar efetivamente práticas inovadoras com uso de TDIC.
Conteúdo dentro de um box de destaque
SAIBA MAIS
Para saber mais sobre o uso de tecnologias inovadoras na escola, acesse os materiais a seguir:
· EDUCAÇÃO no século XXI: multiletramentos. São Paulo: Fundação Telefônica, 2013. v. 3. O caderno aborda os diferentes tipos de letramentos existentes e como o professor pode trabalhar com eles. Para isso, foram reunidas entrevistas com especialistas, professores e coordenadores técnicos que relatam experiências vivenciadas nas escolas para integrar a tecnologia ao desenvolvimento de competências básicas e de melhores formas de gestão que incentivem essas práticas em cada segmento de ensino.
· NÚCLEO DE INFORMAÇÃO E COORDENAÇÃO DO PONTO BR (ed.). Pesquisa sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação nas escolas brasileiras: TIC educação 2017. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2018. A oitava edição da pesquisa TIC Educação permite uma compreensão do cenário atual e das tendências de uso pedagógico das novas tecnologias digitais, em particular da internet, nas escolas urbanas brasileiras, sobretudo no que se refere ao papel dos professores enquanto agentes centrais para a disseminação e a mediação do uso das TIC nos estabelecimentos de ensino.
· Pesquisa – O que pensam os professores brasileiros sobre a tecnologia digital em sala de aula? Iniciativa do movimento Todos Pela Educação, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Instituto Natura, Itaú BBA, Fundação Telefônica Vivo e Samsung para a realização de pesquisa sobre o que pensam os professores brasileiros sobre a tecnologia digital em sala de aula.
· OLIVEIRA, V. Ferramenta permite ao professor avaliar suas competências em tecnologia. Porvir, 24 maio 2019. Matéria sobre uma ferramenta que auxilia os professores permitindo-lhes fazer o diagnóstico das suas competências em tecnologia. Você também pode usar essa ferramenta.
Pedagogia de multiletramentos
O tratamento das práticas sociais que envolvem o uso de diferentes linguagens em situações variadas, visando a apropriação e reflexão críticas, integra todas as áreas de ensino e, em especial, todos os componentes da Área de Linguagens e suas Tecnologias na BNCC. Para todas as linguagens, trata-se de possibilitar aos alunos a participação em práticas de produção e recepção de discursos, considerando o contexto e as linguagens em que esses discursos foram produzidos e a análise da situação em que eles são utilizados. Ou seja, os componentes se integram na medida em que trabalham com práticas e discursos viabilizados por diferentes linguagens (verbal, visual, sonora, corporal/gestual), que, em suas especificidades, garantema construção de sentidos de circulação social por meio da formação de leitores/produtores de textos capazes de receber, analisar, entender e criticar esses diferentes discursos nas mais diversas áreas.
Assim é que fazem sentido e ganham importância os ODAs presentes na plataforma Escola Digital, não somente porque podem tornar as aulas mais antenadas e interessantes, mas porque constituem as novas maneiras de produzir textos e de ensinar temas, conceitos e habilidades relevantes para a formação do jovem com o uso de recursos/objetos digitais. Dessa forma, estão alinhados com a competência geral, preconizada pela BNCC, de compreender e utilizar as tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
Evidentemente, ensinar e aprender assim é bem mais agradável e produtivo do que por meio de listas, textos escritos e tabelas. Mas apenas os ODAs, ainda que muito bem feitos como o do professor Rosling, não são suficientes para se constituírem como práticas inovadoras com uso de tecnologias em sala de aula. É preciso que esses objetos estejam articulados em uma proposta de ensino mais ampla, que adote a pedagogia dos multiletramentospedagogia dos multiletramentos ou que corresponda ao que Lemke chamava, em 1998, de “paradigma da aprendizagem interativa”.
A definição de Lemke (2010, p. 469) para o paradigma da aprendizagem interativa é a de que, nele,
" assume-se que as pessoas determinam o que elas precisam saber baseando-se em suas participações em atividades em que essas necessidades surgem e em consulta a especialistas conhecedores; que eles aprendem na ordem que lhes cabe, em um ritmo confortável e em tempo para usarem o que aprenderam. Este é o paradigma da aprendizagem das pessoas que criaram a internet e o ciberespaço. É o paradigma mais do acesso à informação do que da imposição à aprendizagem. É o paradigma de como pessoas com poder e recursos escolhem aprender. Seu resultado final é geralmente satisfatório para o aprendiz e frequentemente útil para os negócios ou para a academia. Este é talvez também o paradigma do “capitalismo veloz” [...], em que as economias baseadas na produção e circulação de informações favorecem a mudança rápida de grupos de trabalho de indivíduos flexíveis engajados em projetos que produzem resultados na hora certa (just in time) para consumidores de nichos mercadológicos. E tende a produzir menos “aprendizagem comum” entre os membros da sociedade, favorecendo a especialização em educação para as artes liberais. "
Ou seja, trata-se do paradigma de aprendizagem mais adequado às exigências do mundo do trabalho contemporâneo. O que chamamos de pedagogia dos multiletramentos pode ser conferido neste vídeo em que a professora Roxane RojoRoxane Rojo conversa com a professora Cristiane Mori-de Angelis a respeito dos multiletramentos e da pedagogia dos multiletramentos.
A professora Roxane explica que as escolas devem contemplar em seus projetos e planos de aula as culturas locais e as práticas digitais dos alunos, além da cultura escolar, do jornalismo e da divulgação científica, entre outras. Diante dessa diversidade, é necessário planejar aulas em que sejam utilizados textos, infográficos, mapas e gráficos, ou seja, a escrita inserida na imagem, valorizando a multimodalidade de textos.
Ela pondera, ainda, que letramento não se resume à letra, mas deve incorporar as novas tecnologias, considerando que hoje elas funcionam com “tudo misturado”, ou seja, imagem, movimento, áudio etc., e estão presentes na vida do aluno. Nesse sentido, o aluno deve aprender a “ler” a imagem, o design e a música, da mesma maneira como aprende a ler textos escritos. Como exemplo, ao se incorporarem as novas tecnologias na produção de materiais didáticos, como livros interativos e multimodais, o aluno precisa aprender a ler os mapas, as legendas de mapas, os textos escritos, os vídeos, as animações etc.
No vídeo, a professora Roxane comenta também sobre o livro digital interativo apresentado por Mike Matas na TED Talks. Você pode assistir à palestra completa de Mike Matas.
A reflexão que se coloca é: como a escola pode incorporar o trabalho com os múltiplos letramentos? O currículo e as práticas em sala de aula devem integrar os novos funcionamentos do letramento dos dispositivos móveis e as culturas digitais valorizadas pelos alunos, pois as crianças já nascem como usuários das tecnologias e essas práticas devem ser incorporadas nos projetos pedagógicos de cada escola, como recomenda a BNCC.
Nesse sentido, a pedagogia desloca-se do modelo tradicional, no qual o professor é o detentor do conhecimento e o aluno é somente um receptor passivo, para a pedagogia dos multiletramentos, em que professores e alunos trabalham colaborativamente em pedagogia de projetospedagogia de projetos de caráter interdisciplinar.
Trata-se também de um desafio para o professor, que deve se colocar como um facilitador do uso dos recursos tecnológicos, fazer a mediação ativa das situações de ensino e ajudar o aluno a desenvolver tanto a capacidade de discernir e escolher informações de qualidade, no universo das que estão disponíveis, como a capacidade de se utilizar de diferentes linguagens, incluindo a digital.
Agora, faça anotações no seu bloco de notas sobre o que é dito no vídeo da professora Roxane, respondendo às questões a seguir. Depois, leia o comentário.
· 1
Como se estabelece a relação dos multiletramentos com a multimodalidade nos textos em ambiente digital? O que você entende por multimodalidade?
CONTEÚDO DIVIDIDO POR ACCORDION
1. Como se estabelece a relação dos multiletramentos com a multimodalidade nos textos em ambiente digital? O que você entende por multimodalidade?
Como vimos, multimodalidade são múltiplas linguagens (imagem estática ou em movimento, música ou som, línguas orais ou escritas, linguagem corporal ou gestos significativos etc.) funcionando juntas nos textos, o que é muito frequente em ambiente digital. Pense, por exemplo, em um videoclipe: há imagens estáticas e/ou em movimento acompanhadas de música e canto (com letra, incluindo, portanto, também linguagem verbal), muitas vezes acompanhadas de legendas em língua escrita; para bem compreendê-los, exercemos diferentes letramentos em diversas linguagens, daí o conceito de multiletramentos.
2. Em que a presença dos multiletramentos e dos textos multimodais, sobretudo nas TDICs, impacta o currículo e o modo de ensinar em uma nova pedagogia adequada ao paradigma da aprendizagem interativa?
Resumiremos agora o que são as práticas inovadoras com uso de tecnologias. Por tudo o que vimos até aqui, essas práticas, na escola, definem-se por:
· 1
Viabilizarem, nas diversas áreas e componentes da Educação Básica, a recepção, a análise crítica e a produção por design dos enunciados e gêneros digitais que circulam nas TDICs.
· 2
Adotarem a pedagogia dos multiletramentos e viabilizarem um percurso de aprendizagem interativa.
Para refletir sobre isso, selecionamos para análise alguns planos de aula do repositório da Escola Digital. Vamos também contrastá-los com alguns protótipos de ensinoprotótipos de ensino para os multiletramentos elaborados para a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP).
Nas Tabelas 1 e 2, estão especificados esses planos de aula e protótipos de ensino.
Tabela 1 – Planos de aula
	Plano de Aula
	Ano(s)
	Área/Componentes
	1. Mapas: Localizando meu espaço
	1º ano Ensino Fundamental
	Ciências Humanas e Sociais/ Geografia
	2. Escala numérica para construção de desenhos e mapas
	8º ano Ensino Fundamental
	Ciências Humanas e Sociais/Geografia; Matemática
	3. Cantigas de roda
	1º e 2º anos Ensino Fundamental
	Linguagens/Língua Portuguesa e Arte (Música)
	4. Significados e origens das cantigas de roda
	1º e 2º anos Ensino Fundamental
	Linguagens/Língua Portuguesa, EducaçãoFísica e Arte (Música)
	5. Folclore
	1º a 3º ano Ensino Fundamental
	Linguagens/Língua Portuguesa, Educação Física e Arte (Música, Dança)
	6. Biomas brasileiros: parte 3 – Mata Atlântica
	6º a 9º ano Ensino Fundamental
	Ciências Humanas e Sociais/Geografia
	7. Ampliando e/ou reduzindo figuras planas
	5º ano Ensino Fundamental
	Matemática/Geometria
	
	1. Mapas: Localizando meu espaço
	2. Escala numérica para construção de desenhos e mapas
	3. Cantigas de roda
	4. Significados e origens das cantigas de roda
	5. Folclore
	6. Biomas brasileiros: parte 3 – Mata Atlântica
	7. Ampliando e/ou reduzindo figuras planas
	Plano de Aula
	Plano de Aula
	Ano(s)
	Área/Componentes
Tabela 2 – Protótipos de ensino
	Protótipo de ensino
	Ano(s)
	Área/Componentes
	1. Protótipo n. 16: a história do nosso bairro/nossa comunidade
	4º e 5º anos Ensino Fundamental
	Ciências Humanas e Sociais/Geografia, História, Sociologia
	2. Protótipo n. 7: cantando poemas
	2º ano Ensino Fundamental
	Linguagens/Língua Portuguesa e Arte (Música)
	3. Protótipo n. 18: vlog da turma – Mata Atlântica pede socorro!
	5º e 6º anos Ensino Fundamental
	Ciências Humanas e Sociais/Geografia; Ciências da Natureza/Biologia
	4. Protótipo n. 9: origamis digitais
	3º ano Ensino Fundamental
	Matemática/Geometria;Linguagens
	
	1. Protótipo n. 16: a história do nosso bairro/nossa comunidade
	2. Protótipo n. 7: cantando poemas
	3. Protótipo n. 18: vlog da turma – Mata Atlântica pede socorro!
	4. Protótipo n. 9: origamis digitais
	Protótipo de ensino
	Protótipo de ensino
	Ano(s)
	Área/Componentes
Atividade
Agora, escolha um dos itens a seguir e analise comparativamente os materiais mencionados:
· a
os planos de aula 1 e 2 e o protótipo de ensino 1;
· b
os planos de aula 3, 4 e 5 e o protótipo de ensino 2;
· c
o plano de aula 6 e o protótipo de ensino 3;
· d
o plano de aula 7 e o protótipo de ensino 4.
Ao fazer análise, você deve considerar os seguintes pontos:
· 1
Os ODAs escolhidos para integrar os planos de aula e protótipos de ensino são multimodais, ou seja, permitem que o leitor tenha, além do texto verbal, recursos visuais e sonoros que o auxiliem na leitura e compreensão do conteúdo previsto no plano?
· 2
Os planos de aula e os protótipos de ensino conduzem os alunos a uma recepção crítica desses ODAs?
· 3
Os planos de aula e os protótipos de ensino conduzem os alunos a uma análise crítica desses ODAs?
· 4
Os planos de aula e os protótipos de ensino solicitam aos alunos produção de textos multimodais, ou seja, produção de textos/enunciados que usem recursos não verbais, visuais e sonoros?
· 5
Os planos de aula e os protótipos de ensino adotam a pedagogia dos multiletramentos, valorizando e incorporando gêneros textuais cotidianos na vida escolar? Por quê?
· 6
Os planos de aula e os protótipos de ensino conduzem os alunos a um processo de aprendizagem interativa? Por quê?
Para facilitar sua análise dessas propostas, preparamos tabelas, nas quais você deve marcar com um X as células em que sua resposta para as questões acima é positiva. Imprima as tabelas, analise os planos de aula e protótipos de ensino, complete as tabelas e depois leia o comentário. Vamos lá?
Tabela - Planos de Aula
Tabela - Protótipos de ensino
CONTEÚDO DIVIDIDO POR ACCORDION
Comentário
Professor, veja a seguir qual a relevância da BNCC e os seus desafios no incentivo e desenvolvimento de competências e habilidades dos estudantes.
MÓDULO2
Curadoria para quê?
UNIDADE 2
Base Nacional Comum Curricular
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento que assegura a normatização do conjunto das aprendizagens essenciais que todos os estudantes devem desenvolver ao longo da Educação Básica. Isso tem sido feito conforme recomendação do Plano Nacional de Educação (PNE) que visa garantir os direitos de aprendizagem e desenvolvimento dos alunos.
A BNCC integra a política nacional da Educação Básica sendo referência para a (re)formulação dos currículos dos sistemas de ensino e das redes escolares dos estados, do Distrito Federal e dos municípios e dos Projetos Políticos Pedagógicos (PPP) das instituições escolares, conforme descrito a seguir:
" [...] este documento normativo aplica-se exclusivamente à educação escolar, tal como a define o § 1º do Artigo 1º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996), e está orientado pelos princípios éticos, políticos e estéticos que visam à formação humana integral e à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva, como fundamentado nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCN).” (MEC, BRASIL, 2018) "
BNCC: competências e habilidades
A Base apresenta competências e habilidades, gerais e específicas, que devem ser desenvolvidas por todos os estudantes ao longo da Educação Básica.
Ao instituir a formação e o desenvolvimento humano global como um de seus fundamentos, a BNCC assume uma visão plural, singular e integral dos estudantes. Por isso, as práticas pedagógicas que privilegiam apenas a transmissão ou o acúmulo de informações não correspondem ao modelo de ensino-aprendizagem contemporâneo, que prevê que os próprios estudantes sejam capazes de ter um olhar crítico e autônomo sobre os conteúdos trabalhados em sala de aula.
Por isso, professor, a proposta agora é que você entenda ou relembre como estão definidas as competências e as habilidades da Educação Básica na BNCC.
Primeiro, assista aos vídeos Significado das competências e Educação Básica, em que a professora Ghisleine Trigo explica o sentido dado a competências e habilidades na BNCC.
Conteúdo dividido por slides
· Significado das competências
Fim do primeiro slide
· Educação Básica
Fim do segundo slide
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1. 1
2. 2
Depois de assistir aos vídeos, acesse a BNCC (em pdf) e leia:
· a definição de competência (p. 8);
· as 10 competências gerais da Educação Básica (p. 9-10);
· o esquema que descreve as habilidades (p. 29);
· as competências do componente de sua especialidade e algumas das habilidades relacionadas a algumas dessas competências.
Procure perceber o processo cognitivo, o objeto do conhecimento/conteúdo e as eventuais circunstâncias presentes nas habilidades. Busque identificar também competências e habilidades nas quais o foco não seja o processo cognitivo (relativo ao conhecimento), mas questões relacionadas a práticas, valores, atitudes ou emoções.
A Base e seus desafios
Agora, assista ao vídeo “a Base e seus desafios” da professora Ghisleine Trigo:
· ODAS E BNCC
A professora Ghisleine destaca que a BNCC precisa sair do papel e virar realidade, assegurando e garantindo as aprendizagens essenciais definidas na Base, pois é um direito de todos os alunos. Ela dá como exemplo o uso da tecnologia como um recurso para assegurar e privilegiar no processo de ensino a diversidade de modos de aprendizagem dos alunos.
Isso significa, professor, que os seus alunos devem ser preparados para exercitar e desenvolver a curadoria de conteúdos e reconhecer em objetos digitais, que eles já usam no dia a dia, um novo mecanismo de aprendizagem. A partir dessa visão, os estudantes estarão aptos a: atuar com discernimento e responsabilidade, aplicar conhecimentos para resolver problemas, ser proativos para identificar os dados de uma situação e buscar soluções, conviver e aprender com as diferenças e as diversidades, ter autonomia para tomar decisões e, ainda, aprender a aprender, assim como orienta a BNCC.
Por isso, professor, é tão importante que você realize um bom trabalho de curadoria de ODAs e de conteúdos trabalhados em seus planos de aula e, também, incorpore em sua prática pedagógica estratégias que privilegiem a aprendizagem dos seus estudantes a partir do desenvolvimento e do aprimoramento das competências e das habilidades da BNCC e do currículo de sua rede.
Uma das premissas da Base é trabalhar com temas que afetam a vida humana em suas dimensões locais, regionais e globais a partir de um ensino transversal e integrador. Nesse sentido, a prática de curar conteúdos contribui significativamentecom esses objetivos e, ao compreender isso, professor curador, além de mudar a realidade das suas aulas, você promoverá uma transformação nos alunos e isso se refletirá na sociedade.
Formação de Professores
Professor, veja o vídeo a seguir, “Formação de professores”, também da professora Ghisleine Trigo:
· ODAS E BNCC
Neste vídeo, a professora Ghisleine discute o desafio da formação inicial e em serviço de professores para a BNCC, destacando que o espaço de formação coletiva no interior de cada escola é local privilegiado para a troca de experiências e de vivências necessárias para que as aprendizagens previstas na BNCC sejam discutidas e implementadas em cada escola e sala de aula.
Professor, veja a seguir como realizar a curadoria de planos de aula e ODAs considerando as noções de competências e habilidades orientadas pela BNCC. Lembre-se de que os materiais disponibilizados na Escola Digital também foram curados seguindo essa premissa.
UNIDADE 3
Curadoria de planos de aula e de ODAs
Professor, no Módulo 1 você viu que o trabalho de um curador pode ser entendido como um filtro ou como um canal de recomendação de materiais relacionados a determinado tema. Também falamos a respeito de objetos digitais de aprendizagem (ODAs) e da curadoria desses objetos considerando, além do conteúdo e da qualidade técnica, aspectos didáticos e pedagógicos.
No Módulo 2, a atenção recai sobre a curadoria de planos de aula e ODAs. Nesta unidade, falaremos sobre a elaboração de planos de aula e de ODAs e o impacto que uma curadoria bem feita pode ter em sua prática pedagógica e, consequentemente, no desenvolvimento de habilidades e competências.
Elaboração de planos de aula
Professor, mesmo que em sua prática de sala você já faça uso dos planos de aula, que são instrumentos já consagrados no planejamento pedagógico e didático, reforçamos aqui que para elaborar um bom plano de aula é necessário registrar: os objetivos, os conteúdos, as estratégias, as atividades e os materiais que serão utilizados para promover a aprendizagem dos alunos.
Neles, são feitos o planejamento de uma aula ou sequência de aulas para trabalhar determinado tema/conteúdo ou objetivo de aprendizagem/competência previsto no planejamento de ensino do componente curricular e do curso.
Além disso, professor, você pode, ainda, estruturar o plano de aula com momentos de resgate de conhecimentos prévios (diagnóstico da turma) e/ou retomada da aula anterior, desenvolvimento do novo conteúdo e aplicação de atividades práticas e de avaliação, tudo isso dentro do tempo previsto para a aula ou sequência de aulas.
Ao elaborar o seu plano de aula, você deve se questionar sobre o que deseja que o seu aluno aprenda, ou quais habilidades desenvolva. Esse plano deve estar alinhado com o projeto pedagógico da instituição de ensino, com o currículo, com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e com o perfil do aluno que você formará.
Como você viu no início deste módulo, professor, uma prática pedagógica não se torna inovadora pela mera utilização de ODAs, mas, sim, pela promoção de multissemiose – ou seja, por oferecer aos alunos, além de texto verbal, recursos visuais e sonoros que os auxiliem na leitura e compreensão do conteúdo em questão e aprendizagem interativa. Esse é o principal benefício da curadoria de planos de aula inovadores, como veremos a seguir.
Reflexão
Agora, reflita sobre as questões a seguir, que precisam ser pensadas em um mundo em constante transformação e em que as novas tecnologias e comportamentos dos alunos vêm impactando a educação:
· Como seria a estruturação de um plano de aula em que o seu aluno seja o protagonista da sua própria aprendizagem?
· Como definir estratégias para que o seu aluno ganhe autonomia e proficiência para pesquisar no mundo virtual e desenvolva a competência de “aprender a aprender” ao longo da vida?
Curando planos de aula
Professor, uma curadoria de plano de aula criteriosa e bem elaborada tem impacto na sua prática em sala de aula quando ela te ajuda a ser um profissional criativo, curioso e inquieto, sempre buscando novos caminhos de aprendizagem para si e para seus alunos. Dessa forma, você conseguirá perceber as potencialidades de um plano de aula inovador e será capaz de adaptá-lo ao projeto pedagógico da sua instituição, à sua realidade de sala de aula e às características de seus alunos.
Em meio a uma quantidade enorme de informações facilmente acessíveis, você pode não se sentir seguro para escolher o que é realmente significativo para a sua prática docente. Por isso, este curso oferece a você a oportunidade de compreender o processo de curadoria e se tornar um professor curador.
Como já mencionamos, a Rede Escola Digital disponibiliza materiais já curados a fim de contribuir para o seu trabalho em sala de aula. Consequentemente, ela dissemina uma educação de qualidade para todos. Quando você, professor, recebe materiais de qualidade, com indicações seguras de uso em sala de aula, você também aprende a selecionar o que será disponibilizado para suas turmas, criando uma cultura de curadoria que, ao mesmo tempo, contagiará esses alunos por meio da análise crítica e do uso de informações e recursos disponíveis nas redes.
Não esqueça, professor, que além de criar uma cultura de curadoria com os estudantes, em suas aulas, você também pode atuar contribuindo com a construção do acervo da Escola Digital, integrando uma rede de curadoria colaborativa entre seus pares (demais professores e curadores). Para isso, entre na plataforma e acesse a aba "Colabore", lá você pode sugerir planos de aula e ODAs.
Atividade
Professor, propomos a você um exercício. Acesse o plano de aula “Citologia” e leia as informações, disponíveis na ficha. Acesse também as URLs externas indicadas no plano.
Procure identificar a quais habilidades da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) esse plano de aula poderia estar vinculado. Faça anotações e, em seguida, verifique o comentário.
CONTEÚDO DIVIDIDO POR ACCORDION
Comentário
Agora, procure verificar no plano “Citologia” os pontos a seguir. Faça anotações e, em seguida, leia o comentário.
· 1
Os ODAs escolhidos para integrar o plano de aula são multissemióticos (ou multimodais), ou seja, permitem que o leitor tenha, além do texto verbal, recursos visuais e sonoros que o auxiliem na leitura e compreensão do conteúdo previsto no plano?
· 2
O plano de aula conduz os alunos a uma recepção crítica desses ODAs?
· 3
O plano de aula conduz os alunos a uma análise crítica desses ODAs?
· 4
O plano de aula solicita aos alunos produção de textos/enunciados que usem recursos não verbais, visuais e sonoros?
· 5
O plano de aula adota, em suas propostas, a pedagogia dos multiletramentos, valorizando e incorporando gêneros textuais cotidianos na vida escolar? Por quê?
· 6
O plano de aula conduz os alunos a um processo de aprendizagem interativa e colaborativa? Por quê?
CONTEÚDO DIVIDIDO POR ACCORDION
Comentário
Para concluir, que sugestões ou alterações você faria, como curador, no plano de aula “Citologia”, para que o planejamento contemplasse mais de perto a pedagogia dos multiletramentos e/ou promovesse maior ou melhor aprendizagem interativa? Faça anotações e, em seguida, leia o comentário.
CONTEÚDO DIVIDIDO POR ACCORDION
Comentário
Como você viu no caso analisado, “Citologia”, apenas incluir ODAs no plano de aula não garante que a aula será digital e interativa. Um ODA, assim como um plano de aula, só realiza seu objetivo de aprendizagem quando bem elaborado, e a curadoria é uma ação importante nesse processo. Por isso, professor, veja a seguir a relevância dos ODAs e a importância de fazer uma boa curadoria dos objetos digitais de aprendizagem.
Categorização e descrição de objetos
Com o que vimos até aqui, você já tem condições de entender as especificidades e as complexidades dos ODAs.
Agora, vamos falar sobre critérios de curadoria de ODAs, olhando não só para a elaboração dos seus planos de aula como também para possibilidades de agregar valor ao processo de curadoria.
O ponto de partida é uma avaliaçãoinicial do ODA, considerando alguns pré-requisitos, como:
· Qualidade técnica – verifique se o ODA está funcionando corretamente, ou seja, se não trava, se não fecha abruptamente, por exemplo. Teste todos os botões e formas de navegação e se possível abra o ODA em navegadores diferentes (Chrome, Firefox, Safari etc.).
· Qualidade do conteúdo – verifique se o conteúdo tem consistência conceitual e teórica, ou seja, se está de acordo com os preceitos conceituais e teóricos da sua área de conhecimento. No entanto, lembre-se que existem temas controversos e que ainda carecem de consenso – nesses casos, consulte outros especialistas da área. Caso você encontre ODAs com conteúdo preconceituoso e ofensivo, considere que eles também poderiam ser utilizados em sala de aula para trabalhar essas questões. Desta forma, poderiam integrar o acervo, desde que com uma grande ressalva explicitada na descrição do objeto.
· Aspectos pedagógicos – o ODA deve possibilitar o seu uso em sala de aula, garantindo aprendizagens previstas em cada uma das etapas, níveis e tipos de ensino da educação básica, em especial das habilidades essenciais previstas na BNCC. Mesmo não sendo um objeto digital de cunho educacional, ele pode ser adaptado e apropriado para o ensino para atingir objetivos de aprendizagem e uma análise crítica, criativa e interativa do conteúdo, garantindo com o seu uso a diversidade de estratégias didáticas e características de aprendizagem dos alunos.
Conteúdo dentro de um box de destaque
SAIBA MAIS
Para saber mais sobre a avaliação de ODAs:
Avaliação de objetos de aprendizagem: aspectos a serem considerados neste processo – Artigo dos pesquisadores Rosiney Rocha Almeida, Andréa Carla Leite Chaves e Carlos Fernando de Araújo Jr que analisa e discute alguns aspectos essenciais sobre desenvolvimento e avaliação de objetos de aprendizagem, e o que torna um recurso adequado ou não ao processo de ensino e aprendizagem. Curitiba: Revista Educação & Tecnologia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), nº 13, 2015.
Lembre-se, professor, de que os ODAs disponíveis na internet demandarão seu esforço de escolha e análise. Já os ODAs disponíveis na plataforma Escola Digital passaram por um processo criterioso de curadoria e podem auxiliá-lo em sua curadoria individual de conteúdos previstos em seus planos de aula bem como dos ODAs escolhidos por você.
ODAs e BNCC
Veja que, assim como para os planos de aula, os ODAs da plataforma Escola Digital indicam competências e/ou habilidades da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Assista ao vídeo em que a professora Ghisleine fala sobre curadoria de ODA. Ao assistir, busque perceber as habilidades e ações do curador e alguns critérios de seleção de ODAs que são mencionados por ela. Preste atenção também na relação entre ODAs e habilidades que é explorada pela professora.
Curadoria de Objetos Digitais
A seguir, assista ao vídeo “Curadoria de Objetos Digitais”:
· ODAS E BNCC
Neste vídeo, a professora Ghisleine Trigo destaca a importância da curadoria e descreve as habilidades e ações do curador. Ao fazê-lo, deixa claro que não se trata de estabelecer uma relação unidirecional entre uma e somente uma habilidade e um e somente um ODA. Um mesmo ODA pode contemplar várias habilidades. Muitas vezes, em um ODA, não está claro como um objeto pode contemplar o desenvolvimento de certa habilidade. É aí que entra a ação do curador: fazer indicações de uso, que possam ajudar a contemplar uma determinada habilidade, chamar atenção para aspectos do ODA etc.
Professor, os ODAs relacionados ao ensino de Matemática são pautados em situações-problema em que os alunos realizam ações que caracterizam o “fazer matemático”: observar, analisar, estabelecer relações, perceber regularidades e buscar explicações. Nesse processo, eles têm a possibilidade de elaborar hipóteses, inventar estratégias, estabelecer comparações e explicar como e por que determinadas ações são necessárias, usando linguagem específica da área para a comunicação de resultados. Portanto, sempre considere em seus planos de aula que o fazer matemático pressupõe um aluno ativo, e não um aluno passivo frente à apresentação formal de conteúdo em sala de aula.
Trabalhando com ODAs de Matemática
A efetiva contribuição de ODAs no processo de ensino e aprendizagem em Matemática está diretamente relacionada aos recursos que eles disponibilizam e à forma como são utilizados.
Ao fazer a curadoria você deve avaliar os recursos disponíveis no ODA que lhe possibilitam conduzir uma aula dinâmica, criativa e segura.
A variedade de ODAs existentes exige que o professor curador avalie suas características pedagógicas, tendo em vista as experiências que poderão ser oferecidas aos estudantes. É grande o número de ODAs que, mesmo tendo boa interface e recursos de hipermídia interessantes, nada mais oferecem aos alunos do que a leitura de definições e propriedades e sua aplicação em exercícios práticos (para testar e fixar “conhecimentos”) que se repetem, no máximo, avançando em grau de dificuldade.
Por isso, é fundamental o cuidado em destacar o nível de qualidade do objeto em relação ao potencial de desenvolvimento da aprendizagem em Matemática, levando em consideração a constituição do pensamento lógico-matemático.
Conteúdo dentro de um box de destaque
DICA
Como forma de ampliar as possibilidades de análise de aspectos pedagógicos dos ODAs de Matemática, clique aqui para acessar um ODA considerado de alta qualidade para aprendizagem em Matemática.
Atividades
Considerando o ODA Domínio de representação de funções, analise as características descritas a seguir e selecione aquelas que permitem a ele ser classificado como de alta qualidade para aprendizagem em Matemática. É possível selecionar mais de uma alternativa.
Apresentar instrução direta para transmitir conteúdo específico, a fim de desenvolver no aluno habilidades como elaboração e resolução de problemas representados por equações polinomiais de 2º grau.
Colocar em prática, de modo repetitivo, certos procedimentos ou a simples obtenção de resultados, tendo a memorização como foco.
Simular modelo de um processo específico ou sistema da vida cotidiana por meio de experimentação.
Fazer representações de ideias-chave relacionadas a determinado conteúdo para explorações conceituais.
Em relação ao mesmo ODA, a(s) ação(ões) realizadas(s) pelo estudante é(são):
· I. Representar graficamente os elementos que compõem os resultados dos exercícios.
· II. Experimentar, inventando estratégias para a solução do problema proposto, e observar o resultado dessa experimentação.
· III. Completar ou continuar sequências de diferentes representações numéricas ou gráficas.
· IV. Escrever as resoluções dos problemas apresentados.
Apenas as afirmações I e III apresentam ações realizadas pelos estudantes do ODA analisado.
Apenas as afirmações II e IV apresentam ações realizadas pelos estudantes do ODA analisado.
Apenas as afirmações II e III apresentam ações realizadas pelos estudantes do ODA analisado.
Todas as afirmações apresentam ações realizadas pelos estudantes do ODA analisado.
Parabéns, essa é a resposta correta! Para o ODA analisado, os estudantes realizam ações de representar graficamente os resultados dos exercícios, após escrever as resoluções dos problemas que são apresentados, conforme a descrição das afirmativas II e IV.
REFAZER
Colabore: sugerindo ODA e plano de aula
A proposta agora, professor, é que você conheça e analise os elementos de uma ficha de curadoria de objeto digital de aprendizagem (título do objeto de aprendizado, URL do objeto, descrição, imagem, palavras-chave, filtros etc.) e possa inserir na plataforma da Escola Digital os ODAs curados e sugeridos por você.
Antes, acesse os ODAs apresentados a seguir, que já foram curados pela Rede Escola Digital e apresentam três eixos essenciais (informações gerais, adequação ao público e aspectos pedagógicos) e observe como os curadores da Rede elaboraram os materiais e como você pode usá-los como modelo para iniciar a sua práticacuradora.
· Comparação de números irracionais usando uma calculadora
· A carta
Professor, depois de analisar as fichas e conhecer os dados que as compõem, você já está apto a inserir na plataforma Escola Digital os ODAs curados por você na aba “Colabore”.
Deixe em branco apenas o(s) campo(s) para o(s) qual(is) não for possível obter informação. A indicação da(s) habilidade(s) que pode(m) ser desenvolvida(s) com o uso contextualizado do objeto só deve ser feita quando houver habilidade correspondente na BNCC.
Lembre-se: na plataforma, você também pode analisar as fichas dos planos de aula, bem como sugerir seus próprios planos com conteúdo e atividades voltadas para alunos ou para professores, além de ser possível sugerir sequências didáticas. Todo tipo de material sugerido deve considerar os elementos que configuram uma boa curadoria, assim como você viu nos exemplos e atividades ao longo do curso.
ODAs de Ciências da Natureza
Professor, vamos tratar agora da curadoria de ODAs relacionados à área de Ciências da Natureza, considerando critérios de seleção que envolvem:
· as relações entre o ensino de Ciências e a cultura digital.
· as relações dos estudantes atuais com a aprendizagem de Ciências da Natureza.
· as expectativas de aprendizagem.
· a concepção de Ciências e o ensino de Ciências.
Para isso, vamos começar caracterizando o impacto das tecnologias digitais no ensino de Ciências da Natureza. Depois, estudaremos os critérios de seleção de ODAs relacionados a essa área por meio de diferentes atividades.
As duas etapas visam o seu aprimoramento no uso de ODAS na prática de sala de aula.
O ensino de Ciências e as tecnologias digitais
As tecnologias digitais desempenham hoje papel fundamental na construção do conhecimento. Entretanto, integrar essas tecnologias de forma inovadora na prática pedagógica tem sido um enorme desafio para muitos educadores, visto que alguns são imigrantes digitais e não estão acostumados a lidar com a forma pela qual a informação chega a seus alunos, que em sua maioria são nativos digitais.
No ensino de Ciências, as tecnologias digitais ganham destaque devido à facilidade de utilização e às possibilidades de aplicação. Quando empregadas corretamente, elas favorecem a construção do conhecimento, pois são ferramentas que permitem colaboração e interação dos sujeitos, propiciando uma construção coletiva capaz de gerar aprendizagens efetivas.
Tecnologia digital e aprendizagem
Nenhuma tecnologia, por mais sofisticada que seja, conseguiu alterar as capacidades fundamentais de aprendizagem dos seres humanos, se considerarmos aspectos puramente cognitivos. As tecnologias digitais, contudo, mudaram profundamente a forma como as ideias e as práticas são comunicadas e ajudaram a destacar a importância e o significado de ter conhecimento ou ser capaz de mobilizar conhecimentos para dar respostas aos desafios contemporâneos.
Letramento científico e cultura digital
O ensino de Ciências apresenta alguns fundamentos que perpassam a era digital. É o caso, por exemplo, do LETRAMENTO científico, que envolve a capacidade de compreender e interpretar o mundo (natural, social e tecnológico), mas também de transformá-lo com base nos aportes teóricos e processuais da ciência. Podemos entender letramento científico como a capacidade de mobilizar o conhecimento científico para analisar situações-problema, construir e selecionar novos conhecimentos, explicar fenômenos científicos e tirar conclusões baseadas em evidências. Além disso, o conceito de letramento científico abarca: a compreensão das características que fazem da ciência uma forma de conhecimento e investigação; a interpretação de como a ciência e a tecnologia afetam e moldam nosso meio material, cultural e intelectual; e o interesse em participar da discussão das grandes questões sobre o mundo natural e as mudanças nele ocorridas como cidadão crítico capaz de compreender e tomar decisões.
Dessa forma, a finalidade última do letramento não é aprender ciência, mas desenvolver a capacidade de atuação no mundo e sobre ele, indispensável ao pleno exercício da cidadania.
Para aprofundar um pouco mais o tema, assista a este vídeo (até o minuto 3:10).
Desafios da Educação na era digital
Como você viu, professor, o ensino de Ciências na cultura digital apresenta uma série de desafios, alguns dos quais identificados no diagrama a seguir:
Professor, quando você disponibiliza um ODA para um grupo de estudantes, tem em mente uma expectativa de aprendizagem para eles. Além de pensar nos desafios do ensino de Ciências na cultura digital, é necessário que se considerem as concepções de Ciências e de ensino de Ciências. Para isso, é importante que você leve em conta o que dizem a esse respeito a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e outros documentos como os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e as Diretrizes Curriculares Nacionais, que enfatizam os seguintes pressupostos para o ensino de Ciências:
· Partir das experiências e dos conhecimentos prévios dos alunos.
· Estimular a formulação de perguntas.
· Levar à comparação de modelos explicativos.
· Possibilitar a construção de argumentos consistentes.
· Abordar o conhecimento científico como construção humana, histórica e socialmente contextualizada.
· Ter como suporte uma abordagem investigativa.
· Tratar da transitoriedade do conhecimento científico, que está sujeito a novas interpretações e modificações ao longo do tempo.
Colabore: sugerindo ODA e plano de aula
A proposta agora, professor, é que você conheça e analise os elementos de uma ficha de curadoria de objeto digital de aprendizagem (título do objeto de aprendizado, URL do objeto, descrição, imagem, palavras-chave, filtros etc.) e possa inserir na plataforma da Escola Digital os ODAs curados e sugeridos por você.
Antes, porém, acesse os ODAs apresentados a seguir, que já foram curados pela Rede Escola Digital e apresentam três eixos essenciais (informações gerais, adequação ao público e aspectos pedagógicos) e observe como os curadores da Rede elaboraram os materiais e como você pode usá-los como modelo para iniciar a sua prática curadora.
· Conheça a ANA – Agência Nacional de Águas
· AIDS – Síndrome da imunodeficiência
· No Jardim de Darwin - Sementes
Professor, após analisar as fichas e conhecer os dados que as compõem, você já está apto a inserir na plataforma da Escola Digital os ODAs curados por você na aba “Colabore”.
Deixe em branco apenas o(s) campo(s) para o(s) qual(is) não for possível obter informação. A indicação da(s) habilidade(s) que pode(m) ser desenvolvida(s) com o uso contextualizado do objeto só deve ser feita quando houver habilidade correspondente na BNCC.
Lembre-se de que na plataforma você também pode analisar as fichas de planos de aula, bem como sugerir seus próprios planos com conteúdo e atividades voltadas para alunos ou para professores, além de ser possível sugerir sequências didáticas. Todo tipo de material sugerido deve considerar os elementos que configuram uma boa curadoria, assim como você viu nos exemplos e atividades ao longo do curso.

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