Buscar

Tecnologia digital na construção do conhecimento

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DESCRIÇÃO
A construção do conhecimento na era da tecnologia digital por meio da alfabetização midiática
e informacional, da transposição didática digital e da curadoria educacional.
PROPÓSITO
Compreender como as tecnologias digitais, em uma sociedade permeada pela cultura digital,
podem contribuir para a atuação profissional, tendo em vista seu papel principal de apoiar
educandos na construção do conhecimento.
PREPARAÇÃO
É importante que você tenha acesso a um dicionário tecnológico, preferencialmente na área de
tecnologia digital e aprendizagem, a fim de facilitar sua apreensão do conteúdo aqui
apresentado. Uma possibilidade é o Glossário Ceale, desenvolvido por diversos
pesquisadores e disponível virtualmente.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Distinguir alfabetização midiática e informacional
MÓDULO 2
Definir o processo de transposição didática digital
MÓDULO 3
Aplicar estratégias de curadoria educacional
INTRODUÇÃO
Você já ouviu falar em alfabetização midiática e informacional? E em transposição didática
digital? O que diria sobre a curadoria de conteúdos com finalidade educacional? Essas são
algumas das ideias tratadas aqui.
Nos últimos anos, muito se tem estudado e publicado sobre a necessidade e a emergência de
um novo paradigma educacional que corresponda ao acelerado desenvolvimento científico e
tecnológico da assim chamada Sociedade do Conhecimento.
Nesse cenário, a prática docente certamente também precisa mudar. Muito mais do que
transmitir conteúdos – transpondo o saber científico para o saber escolar –, o que se espera
dos profissionais e das instituições dedicadas ao ensino é apoiar o aluno no desenvolvimento
das competências necessárias para que ele seja capaz de gerir sua própria aprendizagem
diante de uma realidade em constante mudança.
MÓDULO 1
 Distinguir alfabetização midiática e informacional
Começamos este assunto explorando dois conceitos relacionados ao desenvolvimento de
competências essenciais na Sociedade do Conhecimento: a alfabetização informacional
(AI) e a alfabetização midiática (AM). Para isso, baseamos nossa reflexão principalmente nos
documentos da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura –
Unesco (GRIZZLE et al.., 2016; WILSON et al.., 2013).
Como veremos, a Unesco utiliza a expressão alfabetização mediática e informacional (AMI)
como um conceito composto para englobar vários tipos de alfabetizações – no uso de
bibliotecas, no acesso a notícias, alfabetização digital, computacional, no uso da internet, em
liberdade de expressão e liberdade de informação, alfabetização televisiva, publicitária,
cinematográfica e alfabetização no uso de jogos.
Ou seja, diante da proliferação de mídias e tecnologias na sociedade, as formas de acessar e
construir conhecimentos mudam radicalmente, alterando-se também o papel das instituições
de ensino e dos educadores no apoio à aprendizagem dos educandos.

A AMI É A BASE PARA A LIBERDADE DE EXPRESSÃO,
PARA O ACESSO À INFORMAÇÃO E PARA A
EDUCAÇÃO DE QUALIDADE PARA TODOS. SEM AS
COMPETÊNCIAS DA AMI, OS CIDADÃOS NÃO PODEM
SER BEM INFORMADOS PORQUE NÃO TÊM ACESSO
À INFORMAÇÃO E NÃO SÃO CAPACITADOS PARA
PROCESSÁ-LA E USÁ-LA.
(GRIZZLE et al.., 2016, p. 17)
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
 
Foto: Adobe Stock.
Como esta temática é objeto de muitas discussões terminológicas, principalmente a respeito de
como traduzir o termo em inglês literacy (alfabetização, literacia ou letramento), começamos
traçando um paralelo com a distinção feita entre alfabetização e letramento em geral.
 SAIBA MAIS
O termo literacia voltou à tona, pelo menos no Brasil, quando o Ministério da Educação, em
2019, e no contexto do Plano Nacional de Alfabetização, criou o Programa Conta pra Mim,
baseado em Literacia Familiar. Vale a pena conferir o contexto em que esse termo reaparece.
Segundo Gasque (2010), a alfabetização em uma língua estaria vinculada ao domínio básico
do código de linguagem e abrange conhecimentos e habilidades como:
A memorização das convenções entre letras/sons.
A comparação entre palavras e significados.
O conhecimento do alfabeto.
O domínio do traçado das letras.
A aprendizagem de instrumentos como lápis, canetas, papéis, cadernos e computador.
O letramento, por sua vez, transcenderia a decodificação para situações em que há o uso
efetivo da língua – por exemplo, ler um romance, seguir uma receita culinária, compreender a
bula de um medicamento.
Poderíamos dizer que uma pessoa letrada é aquela que não apenas sabe ler e escrever (uma
pessoa alfabetizada), mas que usa a escrita de forma competente e efetiva para compreender,
produzir textos e funcionar em situações reais de uso da linguagem (SOARES, 1998).
Na verdade, podemos pensar em um continuum que vai desde a decodificação de uma
palavra até a leitura e interpretação completa de uma obra, considerando, em qualquer
situação, a experiência do indivíduo.
CONTINUUM
Conjunto de ações que se encadeia em uma sequência estruturada, e que tem maior
sentido quando percebido em sua totalidade, não somente a partir das características dos
componentes que o compõem.
javascript:void(0)
Transpondo essa analogia entre letramento e alfabetização para o contexto da informação e
das mídias, podemos entender como primeira etapa do processo o conhecimento básico dos
suportes de informação. Incluem-se aí as noções de organização de dicionários e
enciclopédias; a compreensão de conceitos relacionados às práticas de busca e uso de
informação, bem como o domínio das funções básicas de computadores e dispositivos
portáteis.
 EXEMPLO
Nesse continuum, o letramento se relaciona à capacidade de buscar e usar a informação
eficazmente. Por exemplo:
identificando palavras sinônimas em um dicionário;
produzindo textos dos mais variados formatos;
comparando algo a partir da interpretação e sistematização de ideias; ou
obtendo, ainda, informações atualizadas e apropriadas sobre determinado assunto.
Assim, podemos afirmar que a essência do letramento consiste no engajamento nesse
processo de aprendizagem a fim de desenvolver as competências e as habilidades necessárias
para a busca e o uso da informação de modo eficiente e eficaz.
A DISTINÇÃO ENTRE OS DOIS TERMOS PODE SER
ÚTIL PARA ENTENDERMOS A AMPLITUDE DO
CONCEITO DE ALFABETIZAÇÃO INFORMACIONAL E
MIDIÁTICA, QUE EM ÚLTIMA INSTÂNCIA TEM COMO
FINALIDADE A ADAPTAÇÃO E A SOCIALIZAÇÃO DAS
PESSOAS NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO.
Contudo, para fins didáticos, vamos trabalhar com os conceitos adotados pela Unesco, que
servem de base para esta seção.
ALFABETIZAÇÃO INFORMACIONAL
 
Imagem: Shutterstock.com
A alfabetização informacional (AI), em inglês information literacy, pode ser entendida como a
habilidade de reconhecer quando as informações são necessárias e como localizá-las, avaliá-
las, utilizá-las de forma eficaz, assim como comunicá-las em seus diversos formatos (GRIZZLE
et al., 2016).
A AI está centrada no engajamento de alguém para se tornar uma pessoa informada. Está
fortemente associada aos conceitos de aprender a aprender e de tomada de decisões por
meio da ênfase na definição das necessidades, dos problemas e das informações relevantes,
assim como no uso da informação de maneira crítica e com responsabilidade e ética.
A alfabetização informacional também pode ser considerada a primeira etapa do chamado
letramento informacional. Refere-se assim à compreensão básica dos conceitos relacionados
à informação e aos seus suportes, bem como às noções da organização desses serviços e
produtos.
Em uma segunda etapa, está em jogo a aplicação prática desse conhecimento, ou seja, o
letramento propriamente dito, que se refere à capacidade de selecionar, buscar e avaliar as
informações, organizá-las e usá-las eticamente para produzir novos conhecimentos.
javascript:void(0)
Como na literatura específica sobre a área os dois termos são usados por muitos como
sinônimos, inclusive na documentação da Unesco que serve de base para esta seção,
podemosfalar então que uma pessoa alfabetizada ou letrada informacionalmente é aquela
que possui os conhecimentos, as habilidades e atitudes que lhe permitem fazer uso efetivo e
ético da informação no sentido de:
APRENDER A APRENDER
Também definido como aprender a conhecer, constitui-se em um dos Quatro Pilares da
Educação – somado a aprender a fazer, aprender a conviver, aprender a ser –, definidos
pela UNESCO como essenciais para a educação do século XXI.
 
Imagem: Adobe Stock.
Reconhecer a necessidade informacional e articular essa necessidade.
 
Imagem: Adobe Stock.
Localizar e acessar informações relevantes.
 
Imagem: Adobe Stock.
Avaliar o conteúdo criticamente em termos de autoridade, representatividade, credibilidade e
atualização.
 
Imagem: Adobe Stock.
Extrair e organizar a informação.
 
Imagem: Adobe Stock.
Sintetizar ou trabalhar em ideias abstraídas do conteúdo pesquisado.
 
Imagem: Adobe Stock.
Comunicar, de maneira ética e responsável, seu entendimento sobre determinado tópico de
maneira apropriada e por um meio apropriado.
 
Imagem: Adobe Stock.
Estar capacitado a usar as tecnologias de informação e comunicação (TICs) para pesquisar,
localizar, processar e comunicar a informação.
Vejamos agora como a alfabetização informacional se relaciona à alfabetização voltada para o
uso de mídias.
ALFABETIZAÇÃO MIDIÁTICA
 
Imagem: Shutterstock.com
A alfabetização midiática (AM), em inglês media literacy, envolve a compreensão e o uso das
mídias de massa, incluindo um entendimento bem-informado e crítico das mídias, das técnicas
que elas empregam e dos seus efeitos (GRIZZLE et al., 2016).
Refere-se aos conhecimentos, às habilidades e atitudes necessários para ler, analisar, avaliar e
produzir a comunicação em uma série de formatos em que dados, informações e
conhecimentos são criados, armazenados, comunicados e apresentados, incluindo-se aí
jornais e publicações impressas, revistas, rádio, televisão, TV a cabo, CD-ROM, DVD,
telefones móveis, formato PDF de textos, formato JPEG de fotos ou imagens gráficas (LAU,
2008).
Em outras palavras, a AM diz respeito a compreender a forma como o conteúdo midiático e as
mensagens midiáticas são organizados e representados e como podem ou não influenciar as
respostas em todos os níveis da sociedade.
Implica, ainda, a aplicação dessas compreensões na participação do indivíduo na democracia,
no diálogo intercultural, na promoção da igualdade de gênero e na sociedade em geral.
Num sentido mais amplo, podemos empregar o termo letramento midiático – ou seja, para
descrever a capacidade de compreender as funções da mídia, avaliar como as funções são
desempenhadas e engajar-se conscientemente às mídias com o propósito de exercer os
direitos, especialmente aqueles expressos no art. 19 da Declaração Universal dos Direitos
Humanos, que trata da liberdade de expressão (RIBEIRO; GASQUE, 2015).
Assim, podemos afirmar que uma pessoa alfabetizada ou letrada em mídia tem os
conhecimentos, as habilidades e as atitudes no sentido de:
 
Imagem: Shutterstock.com
Compreender o papel e as funções das mídias nas sociedades democráticas.
 
Imagem: Shutterstock.com
Compreender as condições nas quais essas funções podem ser realizadas.
 
Imagem: Shutterstock.com
Avaliar com criticidade o conteúdo midiático.
 
Imagem: Shutterstock.com
Engajar-se nas mídias para autoexpressão, diálogo intercultural e participação democrática.
 
Imagem: Shutterstock.com
Aplicar as habilidades, incluindo as habilidades das TICs, para produzir conteúdos gerados por
usuários.
 ATENÇÃO
A alfabetização midiática tem uma ênfase semelhante à alfabetização informacional. Contudo,
enquanto o conceito da AI se concentra no usuário da informação, isto é, como alguém toma
decisões com autonomia, a AM examina como as mídias facilitam o engajamento com a
informação e o processo de comunicação.
Na seção a seguir, veremos com mais detalhes como essas duas abordagens se inter-
relacionam.
ALFABETIZAÇÃO MIDIÁTICA E
INFORMACIONAL
 
Imagem: Shutterstock.com
A relação entre elas está longe de ser unânime. Há muita pesquisa sendo realizada na área,
tomando como base não somente a definição – como já fizemos aqui –, com a aplicabilidade
de tais definições em variados contextos. Assim, podemos perceber que pelo menos:

(...) EXISTEM DUAS ESCOLAS PRINCIPAIS DE
PENSAMENTO EMERGINDO SOBRE A RELAÇÃO
ENTRE ESTES CAMPOS CONVERGENTES, A
ALFABETIZAÇÃO MIDIÁTICA E A ALFABETIZAÇÃO
INFORMACIONAL. PARA ALGUNS, A ALFABETIZAÇÃO
INFORMACIONAL É CONSIDERADA UM CAMPO MAIS
AMPLO DE ESTUDOS, INCLUINDO A ALFABETIZAÇÃO
MIDIÁTICA; PARA OUTROS, A ALFABETIZAÇÃO
INFORMACIONAL É APENAS UMA PARTE DA
ALFABETIZAÇÃO MIDIÁTICA, QUE, POR SUA VEZ, É
VISTA COMO O CAMPO MAIS AMPLO.
(WILSON et al., 2013, p. 18-19)
Porém, podemos optar, segundo Wilson et al. (2013), por encontrar três denominadores
comuns entre a alfabetização midiática e a alfabetização informacional:
 
Imagem: Shutterstock.com
O papel transversal das TICs.
 
Imagem: Shutterstock.com
A ênfase na necessidade de avaliação crítica da informação e do conteúdo midiático.
 
Imagem: Shutterstock.com
A importância do uso ético da informação.
Quando as competências da AM são combinadas às competências da AI, as pessoas são
capazes de se engajar nas mídias e em outros provedores de informação, incluindo aqueles
baseados na internet, tornando-se, assim, bem-informadas.
A figura a seguir representa a combinação das competências midiáticas e informacionais
abrangidas pela AM e AI, respectivamente, fundindo essas duas áreas sob um único termo –
alfabetização midiática e informacional (AMI).
 
Alfabetização midiática e informacional: diretrizes para a formulação de políticas e estratégias,
GRIZZLE, 2016, p. 53, adaptado por Allan Gadella.
 Intersecção entre alfabetização midiática e informacional.
Dito isso, o conceito de alfabetização midiática e informacional (AMI), em inglês media and
information literacy (MIL), inclui competências, conhecimentos, habilidades e atitudes que
permitem às pessoas:
Compreender o papel e as funções das mídias e de outros provedores de
informação nas sociedades democráticas.
Compreender as condições nas quais essas funções possam ser realizadas.
Reconhecer e articular a necessidade informacional.
Localizar e acessar informações relevantes.
Avaliar com senso crítico, em termos de autoridade, credibilidade e finalidade, a
informação e o conteúdo das mídias e de outros provedores de informação,
incluindo aqueles acessíveis via internet.
Extrair e organizar a informação e o conteúdo midiático.
Sintetizar ou trabalhar com as ideias abstraídas do conteúdo.
Comunicar para um grupo de pessoas ou leitores, com ética e responsabilidade,
sua compreensão sobre o conhecimento criado, em uma forma ou meio de
comunicação apropriado.
Aplicar as habilidades em TICs para processar a informação e produzir conteúdo
gerado por usuários.
Engajar-se nas mídias e em outros provedores de informação, incluindo aqueles
acessíveis via internet, para autoexpressão, liberdade de expressão, diálogo
intercultural e participação democrática (GRIZZLE et al., 2016).
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
As escolas e as instituições de ensino superior têm papel essencial no desenvolvimento da
AMI. Isso envolve decisões que vão desde incorporar a AMI ao currículo até a elaboração de
documentos e diretrizes metodológicas para o exercício dessas competências de maneira
transdisciplinar.

ALFABETIZAÇÃO MIDIÁTICA MAIS ALFABETIZAÇÃO
INFORMACIONAL EQUIVALE À ALFABETIZAÇÃO
MIDIÁTICA E INFORMACIONAL. ESSA ABORDAGEM
INOVADORA HARMONIZA O CAMPO EM GERAL E
ENFATIZA A NECESSIDADE DE UMA ABORDAGEM
TEÓRICA DE MÚLTIPLAS PERSPECTIVAS. É
HARMONIZADORA PORQUE ENGLOBA AS VÁRIAS
NOÇÕES DAS ALFABETIZAÇÕES RELACIONADAS.
(GRIZZLE et al., 2016, p. 53)
Neste vídeo, veremos, de maneira mais aprofundada, alguns conceitos apresentados no
módulo.VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. AO OBSERVAMOS A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA, NÃO NOS
RESTA DÚVIDAS QUE O SIGNIFICADO DO SABER MUDOU NOS ÚLTIMOS
TEMPOS, E HOJE É MUITO MAIS IMPORTANTE BUSCAR E USAR
INFORMAÇÕES DO QUE MEMORIZÁ-LAS. 
 
A RESPEITO DESSE TEMA, ANALISE AS AFIRMAÇÕES A SEGUIR: 
 
I. NO CONTEXTO CONTEMPORÂNEO, AS PESSOAS PRECISAM SER
ALFABETIZADAS TANTO INFORMACIONAL QUANTO MIDIATICAMENTE
PARA ATUAREM COMO CIDADÃS CRÍTICAS E REFLEXIVAS,
AUTÔNOMAS E RESPONSÁVEIS. 
 
II. A ALFABETIZAÇÃO INFORMACIONAL ENFATIZA A IMPORTÂNCIA DO
ACESSO À INFORMAÇÃO E A AVALIAÇÃO DO USO ÉTICO DESSA
INFORMAÇÃO. 
 
III. A ALFABETIZAÇÃO MIDIÁTICA ENFATIZA A CAPACIDADE DE
COMPREENDER AS FUNÇÕES DA MÍDIA, DE AVALIAR COMO ESSAS
FUNÇÕES SÃO DESEMPENHADAS E DE ENGAJAR-SE RACIONALMENTE
JUNTO ÀS MÍDIAS COM VISTAS À AUTOEXPRESSÃO. 
 
AGORA ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:
A) As afirmações I e II são verdadeiras.
B) As afirmações I e III são verdadeiras.
C) As afirmações II e III são verdadeiras.
D) Todas as afirmações são verdadeiras.
E) Nenhuma das afirmações é verdadeira.
2. O PROGRAMA PROFISSÃO REPÓRTER, QUE A REDE GLOBO EXIBE
DESDE 2008, REVELA OS BASTIDORES DA NOTÍCIA E MOSTRA O
PROCESSO DE PRODUÇÃO DE REPORTAGENS, DESDE A REUNIÃO DE
PAUTA ATÉ EDIÇÃO, PASSANDO PELA APURAÇÃO DE NOTÍCIAS,
ENTREVISTAS E GRAVAÇÃO DE DEPOIMENTOS. TENDO ALCANÇADO A
MARCA DE QUINHENTOS PROGRAMAS, O JORNALISTA CACO
BARCELLOS E UMA EQUIPE DE JOVENS REPÓRTERES VÃO ÀS RUAS
PARA MOSTRAR DIFERENTES ÂNGULOS DO MESMO FATO, DA MESMA
NOTÍCIA. PODEMOS DIZER QUE ESSE PROGRAMA É UM EXEMPLO DE
PROGRAMA TELEVISIVO QUE PODE INSPIRAR OS ESPECTADORES (E
TAMBÉM OS ALUNOS) A DESENVOLVER:
A) A prática de contar histórias.
B) A crítica política.
C) A capacidade de gerar novos conteúdos.
D) A alfabetização midiática.
E) A habilidade de usar TICs no processamento da informação.
GABARITO
1. Ao observamos a sociedade contemporânea, não nos resta dúvidas que o significado
do saber mudou nos últimos tempos, e hoje é muito mais importante buscar e usar
informações do que memorizá-las. 
 
A respeito desse tema, analise as afirmações a seguir:
 
I. No contexto contemporâneo, as pessoas precisam ser alfabetizadas tanto
informacional quanto midiaticamente para atuarem como cidadãs críticas e reflexivas,
autônomas e responsáveis. 
 
II. A alfabetização informacional enfatiza a importância do acesso à informação e a
avaliação do uso ético dessa informação. 
 
III. A alfabetização midiática enfatiza a capacidade de compreender as funções da mídia,
de avaliar como essas funções são desempenhadas e de engajar-se racionalmente junto
às mídias com vistas à autoexpressão. 
 
Agora assinale a alternativa correta:
A alternativa "D " está correta.
 
De fato, no contexto contemporâneo, as pessoas precisam alcançar o letramento informacional
e midiático para que possam atuar na sociedade de maneira crítica e reflexiva, com autonomia
e responsabilidade. De um lado, a alfabetização informacional está voltada para o acesso à
informação e o uso ético dessa informação. De outro, a alfabetização midiática contempla a
capacidade de compreender as funções da mídia, de avaliar seu desempenho e de utilizar as
mídias para expressão de suas próprias ideias.
2. O programa Profissão Repórter, que a Rede Globo exibe desde 2008, revela os
bastidores da notícia e mostra o processo de produção de reportagens, desde a reunião
de pauta até edição, passando pela apuração de notícias, entrevistas e gravação de
depoimentos. Tendo alcançado a marca de quinhentos programas, o jornalista Caco
Barcellos e uma equipe de jovens repórteres vão às ruas para mostrar diferentes
ângulos do mesmo fato, da mesma notícia. Podemos dizer que esse programa é um
exemplo de programa televisivo que pode inspirar os espectadores (e também os
alunos) a desenvolver:
A alternativa "D " está correta.
 
Trata-se de um desafio que visa desenvolver a alfabetização midiática entre os espectadores
(e também os alunos), na medida em que o programa os ajuda a identificar perspectivas
diferentes e como elas se traduzem na forma de selecionar, organizar, tratar e transmitir as
informações.
MÓDULO 2
 Definir o processo de transposição didática digital
Neste módulo, vamos tratar de um conceito central para a atuação docente – a transposição
didática. Trata-se da essência do ensinar, ou seja, “a ação de fabricar artesanalmente os
saberes, tornando-os ensináveis, exercitáveis e passíveis de avaliação” (PERRENOUD, 1993,
p. 25).
A ideia de transposição didática não é nova, mas vem sendo ressignificada a partir da explosão
das mídias e tecnologias digitais. Por essa razão, a transposição didática digital também é foco
de nossa atenção neste módulo.
TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA
 
Foto: Shutterstock.com
Podemos definir transposição didática como o instrumento a partir do qual se transforma o
conhecimento científico em conhecimento escolar, para que possa ser ensinado pelos
professores e aprendido pelos alunos.
O termo transposição didática (MENEZES, 2001) foi introduzido, em 1975, pelo sociólogo
Michel Verret, mas foi teorizado em 1985, sendo entendido como “as transposições que um
saber sofre quando passa do campo científico para a escola” (CHEVALLARD, 1991).
Apesar de ter sido formulada com o foco no ensino da Matemática, a transposição didática se
aplica a diversos outros campos de estudo, em especial no caso das licenciaturas.
Para entender esse conceito, é preciso desdobrar a transposição didática em três elementos
distintos que se dispõem em uma sequência linear, como mostra a figura a seguir.
MICHEL VERRET
“Michel Verret (1927-2017) foi um sociólogo interessado em pesquisar temas
relacionados à educação e a suas intervenções na vida acadêmica, escolar e diária. Sua
pesquisa versa sobre a epistemologia do tempo, suas determinações econômicas, as
implicações sobre o estudante e os componentes da comunidade escolar, a propósito das
decisões políticas e, também, didáticas sobre o tempo de estudar” (JARDIM; CAMARGO;
ZIMER, 2015, p. 2).
javascript:void(0)
 
Imagem: La transposition didactique: du savoir savant au savoir au savoir inseigné,
CHEVALLARD, 199, adaptado por Allan Gadelha.
 Os três saberes da transposição didática.
E NO QUE CONSISTIRAM ESSES SABERES?
 
Foto: Shutterstock.com
O saber sábio (savoir savant/saber científico): É o saber elaborado pela comunidade científica.
 
Foto: Shutterstock.com
O saber a ensinar (savoir à enseigner): É específico dos professores e está diretamente ligado
à didática e às práticas de sala de aula.
 
Foto: Shutterstock.com
O saber ensinado (savoir enseigné): É aquele que foi absorvido pelo aluno mediante as
adaptações e transposições feitas pelos cientistas e pelos professores e que corresponde à
aprendizagem significativa do aluno.
O saber sábio trata do conteúdo específico produzido na academia e/ou do saber resultante
de pesquisas científicas. É desenvolvido nas universidades e nos centros de pesquisa, em uma
linguagem nem sempre compreendida fora dos muros acadêmicos.
Quando transposto para o ambiente escolar, o saber sábio sofre sua primeira transformação,
passando para outro tipo de saber, o saber a ensinar. Este se refere ao conteúdo que o
professor decide apresentar ao aluno no processo de aprendizagem com o apoio de materiais
didáticos como livros e textos didáticos, softwares educativos e ferramentas virtuais, entre
outros.
 ATENÇÃO
Uma disciplina escolar não equivale ao conhecimento científico, mas a uma parte dele e, além
disso, a uma parte modificada (MELLO, 2004). Contudo, uma disciplina é mais do que o
conhecimento científico porque abarca também os procedimentos para seu ensino. A Física
escolar, por exemplo, não se confunde com a Física (ciência), porém é uma parte dela,
acrescida daquilo que a Física não tem: um pressuposto sobre como se ensina e como se
aprende Física.
O saber ensinar deve estar o mais próximo possível do saber sábio, para não provocar a
desautorização dacomunidade científica, o que tiraria a legitimidade do ensino perante a
sociedade. No entanto, deve ser suficientemente simplificado, a ponto de poder ser
compreendido pelos aprendizes.
Nesse processo, o saber a ensinar se transforma no saber ensinado, que é o conjunto de
saberes que o professor transmite aos alunos com uma linguagem transformada e uma
metodologia de ensino específica.
A transposição didática sempre ocorre na prática docente, independentemente do conteúdo, da
especialidade ou da instituição (SANTANA, 2011). Exemplos de transposição didática ocorrem
quando:
 
Imagem: Shutterstock.com
O conteúdo é selecionado ou recortado a partir do que se considera relevante para constituir as
competências definidas na proposta pedagógica.
 
Imagem: Shutterstock.com
Alguns aspectos ou temas de uma disciplina são mais enfatizados, reforçados ou diminuídos.
 
Imagem: Shutterstock.com
O conhecimento é dividido para facilitar a compreensão inicial pelos alunos e depois se volta a
estabelecer a relação entre aquilo que foi dividido e o campo mais amplo no qual os elementos
constitutivos estão inseridos.
 
Imagem: Shutterstock.com
O conteúdo é distribuído no tempo na forma de uma sequência, um ordenamento, uma série
linear ou não linear de conceitos e relações.
 
Imagem: Shutterstock.com
É adotada uma forma específica de organizar e apresentar os conteúdos.
Há que se observar, porém, que, quando um professor está planejando uma aula ou um curso,
a transposição didática começou há tempos. Mesmo quando o professor pensa ter ampla
liberdade para preparar seu conteúdo e abordagem (GARONCE, 2009), na realidade está
apenas seguindo o caminho imposto por uma metaestrutura formada por inúmeros agentes,
que vão desde os pais e a sociedade em geral até os dirigentes do sistema de ensino no qual o
professor está inserido: a noosfera.
NOOSFERA
A noosfera, conceito de Yves Chevallard (PAIS, 2010), representa o conjunto das fontes
de influências que atuam na seleção daqueles conteúdos que deverão compor os
programas escolares e determinam todo o funcionamento do processo didático. Abrange
javascript:void(0)
as comunidades de pais, funcionários, professores, diretores, alunos, sistemas da
avaliação, políticas públicas educacionais, ou seja, todas as pessoas e/ou instituições
que, de alguma forma, influenciam as transformações sofridas pelo saber.
A transposição didática é a essência do ensinar, ou seja, "a ação de fabricar artesanalmente os
saberes, tornando-os ensináveis, exercitáveis e passíveis de avaliação” (PERRENOUD, 1993,
p. 25).
Essa é uma tradução pragmática dos saberes para atividades e situações didáticas, em que
aparecem como uma resposta ou reação às situações reais de sala de aula. Tendo em vista a
importância desse conceito, Mello, Chezzi e Dallan (2004) optaram por definir sete
competências que precisam ser desenvolvidas para a realização de uma transposição didática
efetiva:
Saber fazer recortes em sua área de especialidade, de acordo com uma avaliação da
relevância, pertinência e significância dos saberes para o desenvolvimento das competências
que vão garantir a inserção do aluno no mundo moderno.
Saber selecionar quais aspectos daquele conhecimento são relevantes.
Dominar o conhecimento em questão articuladamente, incluindo o modo característico e
específico pelo qual esse conhecimento é construído.
Saber relacionar o conhecimento em questão com o conhecimento de outras áreas.
Saber contextualizar esse conhecimento.
Ter um pressuposto ou uma “aposta” sobre como o aluno constrói ou deveria construir esse
conhecimento.
Dominar estratégias de ensino eficazes para organizar situações de aprendizagem que
proporcionem ao aluno as competências que se quer desenvolver.
No entanto, com a crescente utilização das mídias e tecnologias na sociedade em geral e
particularmente no cenário educacional, surge uma nova situação didática.
De acordo com Garonce (2009), a relação entre os atores do processo de ensino-
aprendizagem (aluno-professor-conhecimento) sofre um reordenamento, uma vez que o
conhecimento começa a estar disponível em abundância para o aluno, da mesma forma que a
interação humana passa a ser a distância.
TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA DIGITAL
 
Imagem: Shutterstock.com
Com os avanços da sociedade contemporânea e principalmente com a incorporação de mídias
e tecnologias no processo de ensino-aprendizagem, as condições para a transposição didática
se alteram significativamente. Precisamos falar então em uma transposição didática digital,
mediada tecnologicamente. Nessa discussão, também aparecem termos diversos para
descrever o mesmo fenômeno.
Vamos explorar aqui duas perspectivas – a da transposição midiática (GARONCE, 2009) e a
da transposição informática (BALACHEFF, 1994) –, que consideram esse fenômeno,
respectivamente, uma mudança de natureza metodológica (no nível das estratégias e técnicas
de ensino) e uma mudança de natureza epistemológica (na natureza do conhecimento). Vamos
entender melhor essas perspectivas.
TRANSPOSIÇÃO MIDIÁTICA
A transposição midiática se caracteriza por um conjunto considerável de recortes e ajustes,
influenciado por uma série de fatores humanos e tecnológicos. Basicamente, esse fenômeno é
analisado como uma transposição de ações educativas da sala de aula presencial
convencional para a sala de aula virtual, tipificada pelas webconferências síncronas (em
tempo real).
O AMBIENTE DE APRENDIZAGEM MUDA DO ESPAÇO
FÍSICO PARA O ESPAÇO ON-LINE, MAS A RELAÇÃO
DOCENTE-SABER-DISCENTE CONTINUA
RELATIVAMENTE ESTÁVEL.
Assim, a transposição midiática é mais claramente percebida quando se observam seus
impactos sobre a atuação docente, como mostra o quadro a seguir:
DIMENSÃO IMPACTOS
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
PEDAGÓGICA
• Perceber a verdadeira dimensão da sala de aula virtual e o posicionamento dos alunos no
ciberespaço. 
• Planejar efetivamente as aulas, de modo detalhado, considerando todas as variantes
possíveis. 
• Primar pela brevidade, objetividade e simplicidade do discurso, a fim de manter os alunos
engajados. 
• Adotar dinâmicas que envolvam os alunos nas discussões síncronas on-line. 
• Desenvolver estratégias inovadoras de integração de ferramentas assíncronas que facilitem a
construção de comunidades colaborativas de ensino e aprendizagem em rede. 
• Adquirir habilidades comunicacionais em novas mídias. 
• Estabelecer uma dinâmica multidirecional para lidar com os alunos conectados.
SOCIAL
• Estar atento à responsabilidade de integrar os alunos. 
• Desenvolver estratégias docentes que reforcem o sentimento de grupo social na sala de aula
virtual.
GERENCIAL
• Depender do suporte tecnológico de uma equipe como nunca antes experimentado. 
• Adequar-se às novas ferramentas tecnológicas, que inexistiam na sala de aula convencional. 
• Desenvolver novos canais de percepção em relação aos alunos conectados. 
• Reestruturar a forma de estabelecer suas relações gerenciais com os alunos, abandonando o
formato linear e adotando o modelo multidirecional. 
• Adequar os tempos de suas aulas, em função do desgaste provocado pela mediação
tecnológica. 
• Lidar com o aumento da carga de trabalho a fim de atender às novas demandas.
TÉCNICA
• Reconhecer a importância da técnica como base para a comunicação entre alunos e
professores.
 Impactos da transposição midiática na atuação docente.
Da mesma forma que a transposição didática, a transposição midiática faz referência a um
fenômeno (a transposição) e a um ponto de chegada (o didático), porém esse processo
decorre da mudança do ambiente, da situação na qual ele acontece.
Pode-se dizer que a transposição midiática, pelo menos no modelo de aula virtual por
webconferência, se mostra como uma segunda transposição didática ou uma transposição
didática de segunda ordem. Isso porque o conhecimento já está didatizado e assim
permanece.
TRANSPOSIÇÃO INFORMÁTICA
A transposiçãoinformática equivale à adaptação dos saberes para os ambientes digitais de
aprendizagem na internet, para a elaboração de softwares ou para a criação de dispositivos de
inteligência artificial.
Nesse processo, o saber sábio, tido como referência, passa pelo processo de modelização
informatizada, constituindo-se como saber implementado (saber adaptado para a informática).
Esse saber possui uma linguagem própria, resultando em um saber compreendido pelo aluno
como saber ensinado.
A figura a seguir enfatiza as transformações do saber ensinar na transposição informática. Ao
serem “modelados computacionalmente”, devido ao meio digital no qual se encontram, eles se
transformam em saberes “implementados”:
 
Imagem:La transposition informatique: note sur un nouveau probléme pour la didactique,
BALACHEFF, 1994, p. 365-366, adaptado por Allan Gadelha
 Esquema da transposição informática.
Observe que, no esquema, o saber é implementado em um dispositivo informático, de acordo
com as possibilidades das ferramentas digitais. Esse saber informatizado, por ser objeto da
interação do aluno diretamente com a máquina/computador, gera finalmente o saber aprendido
– o saber do aluno.
AMPLIA-SE AQUI O PAPEL DO PROFESSOR EM
RELAÇÃO ÀS MÍDIAS E TECNOLOGIAS, DE ACORDO
COM A CONCEPÇÃO ADOTADA A RESPEITO DO
PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM MEDIADO
PELAS TECNOLOGIAS.
O quadro a seguir relaciona essas concepções com os (novos) papéis exercidos pelos
docentes.
CONCEPÇÃO PAPEL DO PROFESSORCONCEPÇÃO PAPEL DO PROFESSOR
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
CENTRADA NA DIMENSÃO TECNOLÓGICA
• Dominar as tecnologias propriamente ditas.
CENTRADA NO ACESSO À INFORMAÇÃO
• Aproveitar as potencialidades do acesso à informação. 
• Incentivar uma postura crítica, por parte do aluno, diante do material
acessado/pesquisado/encontrado.
CENTRADA EM NOVAS METODOLOGIAS
• Tornar-se designer de propostas de aprendizagem.
CENTRADA NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
• Colocar a tecnologia a serviço do aluno, propondo atividades de aprendizagem cujo resultado
seja a reorganização de suas funções cognitivas. 
• Apoiar o processo de aprendizagem do aluno, mantendo diferentes graus de envolvimento no
processo, cedendo o controle ao aluno quando for capaz de assumi-lo.
 Concepções a respeito do processo de ensino-aprendizagem mediado pelas tecnologias e
o papel do professor na transposição informática.
Como podemos notar, para a transposição didática digital, espera-se do professor o domínio do
saber científico, o domínio das metodologias de ensino e também o domínio das tecnologias. E
nesta última dimensão não se trata apenas do uso operacional de mídias e ferramentas, ou
seja, de um nível mínimo de alfabetização digital, mas também, e principalmente, de suas
possibilidades e limitações como facilitadoras de diferentes abordagens de ensino.
Agora, assista ao vídeo a seguir e, na sequência, exercite os seus conhecimentos!
Você sabe quais são as competências exigidas do docente em tempos midiáticos? É o que
vamos aprofundar agora!
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA É UM CONJUNTO DE PROCESSOS
ADAPTATIVOS QUE TORNA O SABER SÁBIO EM SABER A ENSINAR E
PODE SER REPRESENTADA PELO ESQUEMA A SEGUIR: 
 
 
OS PARÊNTESES (I), (II) E (III) NO ESQUEMA PODEM SER PREENCHIDOS
CORRETAMENTE COM AS SEGUINTES EXPRESSÕES:
A) Saber acadêmico, objetivo de aprendizagem, saber ensinado
B) Objetivo de aprendizagem, objeto de aprendizagem, noosfera
C) Saber científico, objeto de ensino, saber escolar
D) Saber contextualizado, saber objetificado, saber escolarizado
E) Saber fazer, saber ser, saber conviver
2. EM MATÉRIA DA REVISTA NOVA ESCOLA, A COORDENADORA DE
PESQUISA DA FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS DECLAROU: “UM
GRADUADO EM LETRAS PODE ATUAR COMO PROFESSOR OU
TRADUTOR. O QUE DIFERENCIA UMA PROFISSÃO DA OUTRA É A
CAPACIDADE DE ENSINAR E DE FAZER COM QUE O ALUNO APRENDA
COM BASE EM CONHECIMENTOS DIDÁTICOS”. 
 
A QUE CONCEITO ESTUDADO NESTE MÓDULO ESSA DECLARAÇÃO
FAZ REFERÊNCIA?
A) Transposição informática
B) Transformação didática
C) Transposição didática
D) Transposição midiática
E) Transposição informacional
GABARITO
1. A transposição didática é um conjunto de processos adaptativos que torna o saber
sábio em saber a ensinar e pode ser representada pelo esquema a seguir: 
 
 
Os parênteses (I), (II) e (III) no esquema podem ser preenchidos corretamente com as
seguintes expressões:
A alternativa "C " está correta.
 
O saber sábio constitui-se como aquele criado ou desenvolvido pelos cientistas (seja em que
campo for), que deve ser compreendido e adequado ao conteúdo escolar (saber a ensinar), a
fim de que o aluno possa adquiri-lo (saber escolar).
2. Em matéria da revista Nova Escola, a coordenadora de pesquisa da Fundação Carlos
Chagas declarou: “Um graduado em Letras pode atuar como professor ou tradutor. O
que diferencia uma profissão da outra é a capacidade de ensinar e de fazer com que o
aluno aprenda com base em conhecimentos didáticos”. 
 
A que conceito estudado neste módulo essa declaração faz referência?
A alternativa "C " está correta.
 
A frase é uma referência indireta ao conceito de transposição didática, justamente a
capacidade de transformar o conhecimento científico em saber a ser ensinado e aprendido
pelos alunos.
MÓDULO 3
 Aplicar estratégias de curadoria educacional
O cenário atual é caracterizado por um oceano de informações disponíveis a um clique ou
toque. De diferentes origens, linguagens e formatos, essas informações, em constante e
acelerada produção, clamam por ser organizadas.
Ao mesmo tempo, como vimos nos módulos anteriores, existe uma demanda por competências
midiáticas e informacionais que permitam às pessoas lidar com essa realidade.
Uma dessas competências é a curadoria, palavra derivada do latim curare, que significa
“tomar conta de alguém”. Curadoria é um termo bastante aplicado em artes plásticas para
indicar a pessoa que concebe a montagem de uma exposição artística, reunindo obras de um
ou mais artistas de acordo com um tema específico, e em uma sequência de apresentação que
busca causar o maior impacto no público (FILATRO, 2018).
Aplicada ao campo comunicacional, a curadoria possibilita valorar, dentro da vasta abundância
de materiais atualmente disponíveis, aqueles que são mais relevantes (CECHINEL, 2017). Em
geral, isso é feito a partir de um conjunto de critérios previamente definidos e que normalmente
está relacionado a determinados contextos específicos.
 ATENÇÃO
A curadoria é, portanto, uma atividade relacionada a criar um fio condutor coerente para um
conjunto de informações, dados e conhecimentos originados em contextos diversificados.
Alguns autores, como Garcia e Czeszak (2019), utilizam a analogia da curadoria como uma
bússola, que orienta as pessoas para um norte, ao atribuir valor, objetivos e perspectivas à
seleção, extração e construção de novos sentidos.
CURADORIA EDUCACIONAL
 
Imagem: Shutterstock.com
No campo educacional, pode ser definida como uma metodologia para pesquisar, descobrir,
filtrar, contextualizar e disponibilizar, a um público definido, conteúdos em diferentes formatos,
visando às necessidades de aprendizagem dos alunos.
Adotar a curadoria educacional significa aceitar o pressuposto de que a escola e a
universidade não são organismos fechados e autossuficientes. Pelo contrário, são instituições
encravadas na sociedade, com a qual estabelecem relações de troca e influência mútua.
ATUALMENTE, A INTERNET INTEGRA VARIADOS
TIPOS DE INFORMAÇÃO (NOTÍCIAS, PRODUÇÃO
CIENTÍFICA, INFORMES TÉCNICOS, COMUNICAÇÃO
PESSOAL, PROFISSIONAL E SOCIAL,
ENTRETENIMENTO) E DIFERENTES MÍDIAS (VÍDEO,
PODCASTS, TEXTOS, INFOGRÁFICOS).
As gerações mais novas obtêm informações a partir de redes sociais e motores de busca, em
vez de acessarem os canais de comunicação tradicionais, como jornais e revistas ou noticiários
televisivos.
Muitas vezes, toda essa informaçãodisponível circula sem a mínima estrutura organizacional,
deixando a cargo dos internautas a construção de significados. Assim, é papel dos educadores
projetar experiências de aprendizagem que permitam aos alunos desenvolver a aprendizagem
por descoberta, por problemas e por projetos, de modo que possam explorar de forma ativa,
crítica e criativa esses recursos educacionais.
Como veremos a seguir, a curadoria é uma competência exigida não só dos professores, mas
também dos alunos, que hoje chegam à sala de aula munidos de referências informacionais
que nem sempre passaram por algum crivo de validação e reconhecimento.
O PROFESSOR-CURADOR
 
Foto: Shutterstock.com
A curadoria é uma tarefa que, de modo consciente ou não, faz parte das atividades do
professor, uma vez que o trabalho docente envolve pesquisar, selecionar e organizar materiais
para preparar suas aulas.
No contexto atual, contudo, diante do alto volume informacional proporcionado pela expansão
das tecnologias digitais, espera-se do professor uma postura muito mais ativa diante das
inúmeras possibilidades de acesso à informação.
CERTAMENTE NÃO CABE AO CURADOR ADICIONAR
MAIS CONTEÚDO À AVALANCHE DE INFORMAÇÕES
JÁ DISPONÍVEIS. UMA DE SUAS FUNÇÕES,
PORTANTO, É AJUDAR OS ALUNOS A DAR SENTIDO
ÀS INFORMAÇÕES PRODUZIDAS E ACESSÍVEIS POR
MEIO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS.
A partir daí é possível identificar cinco modelos que podem ser aplicados à curadoria de
conteúdos em geral: agregação, destilação, elevação, mistura (mash-up) e cronologia.
Adaptamos esses modelos para o contexto educacional, a fim de subsidiar o trabalho do
professor-curador (BHARGAVA, 2011).
AGREGAÇÃO
Há uma enxurrada de informações na internet, e os mecanismos de busca utilizam algoritmos
do tipo “caixa-preta” para selecionar e ordenar os resultados de uma pesquisa.
A agregação é justamente o ato de selecionar as informações mais relevantes sobre
determinado tópico e exibi-las em um único local.
A forma mais comum de agregação de conteúdo são as listas do tipo “10 ferramentas
interessantes para editar vídeos”.
Em sala de aula, esse modelo de curadoria pode ser utilizado com diversos propósitos – desde
o professor oferecer exemplos de algum conceito ou princípio ensinado até o professor pedir
que os próprios alunos analisem e abstraiam conceitos e princípios de um conjunto de
exemplos selecionados.
O volume de informações agregadas não é um problema, porque o valor está em reuni-las em
um único local com um objetivo definido.
DESTILAÇÃO
Diante da enorme complexidade das redes de informação, incluindo a internet, a ideia por trás
da destilação é manter as coisas simples.
Assim, destilar equivale ao ato de curar informações em um formato simplificado, no qual
apenas as ideias mais importantes são compartilhadas.
Em situação didática, esse modelo de curadoria pode ser utilizado para evitar a sobrecarga
cognitiva de alunos novatos em determinado assunto ou habilidade. Dessa forma, o professor
pode oferecer materiais mais “palatáveis” a seu público-alvo, juntamente com uma visão mais
focada de determinado conteúdo educacional.
ELEVAÇÃO
Ideias breves costumam ser compartilhadas on-line em “rajadas” de 140 caracteres ou imagens
vigorosas transmitidas por telefones celulares, como os memes e os infogramas.
Elevação se refere à curadoria com a missão de identificar uma tendência maior a partir dessas
microinformações disponibilizadas.
No campo da aprendizagem, esse modelo de curadoria pode ser aplicado às mensagens
trocadas entre os alunos ou ao acompanhamento de determinados tópicos discutidos em
microblogs.
Requer bastante experiência e habilidade analítica por parte do curador, podendo ser o mais
poderoso modelo em termos de compartilhamento de novas ideias.
MISTURA (OU MASH-UP)
O termo mash-up é bastante usado no contexto musical para descrever a tendência crescente
de pegar duas ou mais peças musicais e fundi-las, ou no campo da informática para descrever
a criação de um aplicativo a partir de outros dois sistemas independentes (por exemplo, criar
um sistema que liga um site de compras à conta digital de um cliente para pagamento
imediato).
Quando se trata de curar informações, os mash-ups miram a fusão de conteúdos existentes
para criar um novo ponto de vista.
No campo educacional, particularmente no campo do design instrucional, esse modelo de
curadoria é bastante usado para subsidiar a autoria de materiais didáticos inéditos. Ou seja, é
uma estratégia para criar um conteúdo novo usando a curadoria de conteúdos existentes como
base.
CRONOLOGIA
Uma das maneiras mais interessantes de compreender a evolução da informação é observar
como as ideias mudaram ao longo do tempo.
Criar uma cronologia é uma forma de curadoria que reúne informações históricas organizadas
em uma linha do tempo para mostrar a evolução de determinado tópico.
No contexto educacional, pode ser uma forma de recontar a história por meio de materiais
informativos que existem ao longo do tempo para provar como as experiências e os
entendimentos sobre um tópico mudaram ou evoluíram.
Vale lembrar que a curadoria educacional não ocorre no vácuo. Ela precisa estar atrelada a um
plano pedagógico, a objetivos de aprendizagem claros e a metodologias que estimulem a
participação ativa dos alunos em relação aos conteúdos curados.
Uma segunda função do professor-curador é desenhar situações de aprendizagem completas
que incorporem práticas de curadoria. Para isso, o professor pode seguir as etapas do design
instrucional, buscando responder às questões norteadoras detalhadas a seguir:
 
Imagem: Shutterstock.com
ANÁLISE
Quais são as competências a serem desenvolvidas ou aperfeiçoadas; qual é o perfil do público-
alvo; quais são as características do contexto institucional.
 
Imagem: Shutterstock.com
PLANEJAMENTO E DESIGN
Como desenvolver as competências identificadas na fase de análise (métodos e estratégias de
aprendizagem); quais são as atividades de aprendizagem (que os alunos realizarão) e de apoio
(que docentes e outros colaboradores realizarão); quais são os recursos didáticos mais
adequados (conteúdos de terceiros selecionados por meio de curadoria, materiais inéditos
desenvolvidos por meio de autoria, ferramentas digitais necessárias para a realização das
atividades de aprendizagem e de apoio); quais são os prazos estimados para realizar as
atividades; quais são os critérios e instrumentos de avaliação que podem confirmar se os
objetivos de aprendizagem foram alcançados.
 
Imagem: Shutterstock.com
DESENVOLVIMENTO
Detalhar as orientações para realização do design proposto; agregar materiais de terceiros e
recursos inéditos criados para a situação de aprendizagem; preparar os ambientes físicos e/ou
digitais no quais a aprendizagem acontecerá.
 
Imagem: Shutterstock.com
IMPLEMENTAÇÃO
Colocar a situação didática “no ar”; acompanhar sua execução, incluindo a oferta de apoio
docente.
 
Imagem: Shutterstock.com
AVALIAÇÃO
Checar se os objetivos de aprendizagem foram atingidos; verificar se é necessário aperfeiçoar
a proposta de aprendizagem tal como foi planejada, desenvolvida e implementada.
Como se pode perceber, na perspectiva do design instrucional, o sentido atribuído à curadoria
é o de uma estratégia para selecionar conteúdos que apoiarão a aprendizagem dos alunos.
Mas a curadoria também pode ser incorporada com metodologia ativa de aprendizagem para
que os próprios alunos desenvolvam uma postura crítica, autônoma e criativa, assumindo, eles
mesmos, o papel de curadores.
O ALUNO-CURADOR
 
Foto: Shutterstock.com
A curadoria também pode ser entendida como uma competência básica para as gerações
digitais (MIHAILIDS; COHEN, 2013). Nesse caso, ao lado do desenvolvimento das
competências relacionadas à alfabetização midiática e informacional, atribui-se aos alunos o
papel de curadores no contexto de situações de aprendizagem formais. Estamos falando aqui
da adoção de metodologias ativas.
 SAIBAMAIS
As metodologias ativas são aquelas com aprendizagem baseada em problemas, em projetos
e em casos, entre outros, que colocam o aluno no centro do processo de aprendizagem.
Nessas metodologias, o aluno assume maior consciência e responsabilidade sobre seu
percurso formativo. Ou seja, o aluno é protagonista do processo de aprendizagem.
No entanto, nas metodologias ativas, o aluno não aprende sozinho. Ele aprende quando
interage com os colegas, compartilha seus conhecimentos e suas experiências, e negocia
significados com outras pessoas (o professor, outros alunos, especialistas, representantes da
comunidade etc.).
Além disso, as metodologias ativas estão sempre voltadas para a vida real, para os problemas
e as necessidades das pessoas, da comunidade ou do contexto profissional.
Por fim, as metodologias ativas não consistem apenas em realizar atividades, mas também em
refletir sobre elas, ou seja, em construir conhecimento a partir da experiência vivida.
Alguns pesquisadores relacionam práticas de curadoria com várias metodologias ativas, das
quais destacamos algumas no quadro a seguir.
METODOLOGIAS
ATIVAS
PRÁTICAS DE CURADORIAMETODOLOGIAS
ATIVAS
PRÁTICAS DE CURADORIA
Aprendizagem baseada
em problemas
• Selecionar referências e materiais que abordem soluções
para problemas específicos. 
• Materializar soluções para problemas com base na
curadoria realizada.
Estudos de caso
• Selecionar casos reais ou adaptados por meio de
técnicas de curadoria.
Curadoria em grupo
• Participar de diferentes formas de curadoria em grupo,
seja de forma cooperativa (em tarefas pontuais, como, por
exemplo, selecionar conteúdos), seja de forma
colaborativa (em todas as etapas do processo, como na
seleção, atribuição de significado e compartilhamento de
conteúdos).
Seminários de
curadoria
• Utilizar seminários como forma de apresentar os
resultados dos processos de curadoria.
Debates temáticos
• Participar de debates a partir de curadorias de temas
vinculados a projetos ou interesses dos alunos.
Curadoria comentada
• Acessar bibliografias sobre determinados tópicos de
conteúdo e fazer curadoria de resumos de interesse.
Oficinas de curadoria
• Participar como monitores ou condutores de oficinas, a
partir de conteúdos selecionados por meio de curadoria.
METODOLOGIAS
ATIVAS
PRÁTICAS DE CURADORIA
Portfólio de curadoria
• Organizar na forma de portfólios (individuais ou coletivos)
resultados da curadoria e de produções relacionadas.
Socialização criativa
• Desenvolver formas criativas de apresentar e socializar
os resultados da curadoria em produções individuais ou
plenárias.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
 Práticas de curadoria relacionadas a metodologias ativas.
Nas várias práticas de curadoria citadas, os alunos podem fazer uso das tecnologias para
incrementar a seleção, a atribuição de significado e o compartilhamento dos conteúdos. Para
isso, utilizam mecanismos de busca e de acesso a repositórios de informações, aplicam o
modelo de mistura (mash-up) na autoria de textos, áudios e vídeos, e viabilizam o diálogo com
o docente e com os colegas de estudo nas práticas de natureza cooperativa e colaborativa.
Neste vídeo, aprofundaremos, ainda mais, os desafios e as possibilidades da curadoria de
conteúdo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. PENSE NA PROPOSTA DA SEGUINTE ATIVIDADE: PREPARAR UMA
APRESENTAÇÃO DE SLIDES EM POWERPOINT COM IMAGENS E
TEXTOS PARA MOSTRAR QUE SE COMPREENDEU A IDEIA PRINCIPAL
SOBRE UM TEMA (ETAPA 1); GRAVAR UM PODCAST DE 10 MINUTOS
EXPLICANDO O TEMA COM SUAS PRÓPRIAS PALAVRAS (ETAPA 2); E,
POR FIM, FAZER UMA POSTAGEM EM REDES SOCIAIS RESUMINDO,
ANALISANDO E IDENTIFICANDO OS PONTOS BÁSICOS DE UM
ASSUNTO (ETAPA 3). 
 
ESSA ATIVIDADE EXEMPLIFICA QUAL PRÁTICA DE CURADORIA
BASEADA EM METODOLOGIAS ATIVAS?
A) Aprendizagem baseada em problemas
B) Oficinas de curadoria
C) Estudo de caso
D) Debate temático
E) Socialização criativa
2. EM 6/1/2020, O SITE PORVIR PUBLICOU UMA MATÉRIA INTITULADA
“LISTA REÚNE 20 MELHORES APLICATIVOS EDUCACIONAIS DE 2019”. A
SELEÇÃO É FEITA ANUALMENTE PELA ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE
BIBLIOTECÁRIOS ESCOLARES E FOI TRADUZIDA PARA O PORTUGUÊS
PELO SITE A FIM DE PERMITIR O ACESSO DE PROFESSORES E
ALUNOS A RECURSOS UTILIZADOS EM TODO O MUNDO. 
 
ESSA MATÉRIA DESCREVE QUE MODELO DE CURADORIA?
A) Mistura (ou mash-up)
B) Destilação
C) Agregação
D) Cronologia
E) Elevação
GABARITO
1. Pense na proposta da seguinte atividade: preparar uma apresentação de slides em
PowerPoint com imagens e textos para mostrar que se compreendeu a ideia principal
sobre um tema (etapa 1); gravar um podcast de 10 minutos explicando o tema com suas
próprias palavras (etapa 2); e, por fim, fazer uma postagem em redes sociais resumindo,
analisando e identificando os pontos básicos de um assunto (etapa 3). 
 
Essa atividade exemplifica qual prática de curadoria baseada em metodologias ativas?
A alternativa "E " está correta.
 
As demais alternativas também trazem práticas de curadoria baseadas em metodologias
ativas, mas os exemplos citados demonstram formas variadas de apresentar e compartilhar os
resultados de uma curadoria, caracterizando-se assim a socialização criativa.
2. Em 6/1/2020, o site Porvir publicou uma matéria intitulada “Lista reúne 20 melhores
aplicativos educacionais de 2019”. A seleção é feita anualmente pela Associação
Americana de Bibliotecários Escolares e foi traduzida para o português pelo site a fim de
permitir o acesso de professores e alunos a recursos utilizados em todo o mundo. 
 
Essa matéria descreve que modelo de curadoria?
A alternativa "C " está correta.
 
O modelo de agregação consiste no ato de selecionar as informações mais relevantes sobre
determinado tópico e reuni-las em um único local. As demais alternativas refletem outros
modelos e práticas de curadoria.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste estudo, exploramos conceitos como alfabetização midiática e informacional,
transposição didática digital e curadoria de conteúdos educacionais. Ao discorrer sobre tais
questões, objetivamos dar a você, educador, subsídios para uma reflexão crítica e também
instrumentos para a adoção de estratégias que apoiem os alunos nesse cenário em constante
mudança.
É enorme o desafio de responder às aceleradas transformações que caracterizam a Sociedade
da Informação. Você, como educador, tem um papel essencial nesse desafio que é contínuo!
FALA MESTRE
Aplicação da AI no Google
Sinopse: Maria Frastrone, pró-reitora IBMEC, e Fábio Coelho, presidente Google Brasil,
conversam sobre como a Google aplica a inteligência artificial em seus serviços e sobre como
a AI pode colaborar no desenvolvimento de soluções para diversos problemas sociais.
Sinopse: Maria Frastrone, pró-reitora IBMEC, e Fábio Coelho, presidente Google Brasil,
conversam sobre como a Google aplica a inteligência artificial em seus serviços e sobre como
a AI pode colaborar no desenvolvimento de soluções para diversos problemas sociais.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BALACHEFF, N. La transposition informatique: note sur un nouveau probléme pour la
didactique. In: ARTIGUE, M. et al. Vingt ans de didactique des mathématiques en France.
Grenoble: La Pensée Sauvage, 1994.
BHARGAVA, R. The file models of content curation. Influential Marketing Group, 2011.
CECHINEL, C. Modelos de curadoria de recursos educacionais digitais. São Paulo: CIEB,
ago. 2017.
CHEVALLARD, Y. La transposition didactique: du savoir savant au savoir au savoir inseigné.
Grénobre: La Pensée Sauvage, 1991.
FILATRO, A. Como preparar conteúdos para EAD. São Paulo: Saraiva, 2018.
GARCIA, M. S. S.; CZESZAK, W. Curadoria educacional: práticas pedagógicas para tratar (o
excesso de) informação e fake news em sala de aula. São Paulo: Editora Senac, 2019.
GARONCE, F. V. Os papéis docentes nas situações de webconferência: um estudo de caso
acerca da ação educativa presencial conectada. Tese (Doutorado em Educação)– Faculdade
de Educação da Universidade de Brasília, Brasília, 2009.
GASQUE, K. C. G. D. Arcabouço conceitual do letramento informacional. Ciência da
Informação, v. 39 n. 3, Brasília, set./dez. 2010.
GRIZZLE, A. et al. Alfabetização midiática e informacional: diretrizes para a formulação de
políticas e estratégias. Brasília: Unesco, 2016.
JARDIM, L.; CAMARGO, S.; ZIMER, T. Transposição didática no ensino de ciências:
diferentes olhares. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 12, Curitiba, 26-29 out.
2015, PUCPR. Anais [...] Curitiba: PUCPR, 2015.
LAU, J. (ed.). Information literacy: international perspectives. München: K. G. Saur, 2008.
(IFLA publications, 131).
MELLO, G. N.; DALLAN, M. C.; GRELLET, V. Por uma didática dos sentidos (transposição
didática, interdisciplinaridade e contextualização). In: MELLO, G. N. Educação escolar
brasileira: o que trouxemos do século XX? São Paulo: Artmed, 2004. p. 59-64.
MENEZES, E. T. Verbete transposição didática. Dicionário Interativo da Educação Brasileira
(EducaBrasil). São Paulo: Midiamix, 2001. Consultado na internet em: 9 mar. 2021.
MIHAILIDIS, P.; COHEN, J. Exploring curation as a core competency in digital and media
literacy education. Journal of Interactive Media in Education, 2013, n. 1, p. 1-19.
PAIS, L. C. Transposição didática. In: MACHADO, S. D. A. (org.). Educação matemática: uma
(nova) introdução. 3. ed. São Paulo: EDUC, 2010.
PERRENOUD, P. Práticas pedagógicas, profissão docente e formação: perspectivas
sociológicas. Lisboa: Dom Quixote, 1993.
RIBEIRO, L. A. M.; GASQUE, K. C. G. D. Letramento informacional e midiático para
professores do século XXI. Em Questão, Porto Alegre, v. 21, n. 2, p. 203-221, maio/ago.
2015.
SANTANA, T. Formação continuada de professores e transposição didática. Dissertação
(Mestrado em Educação) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2011.
SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.
WILSON, C. et al. Alfabetização midiática e informacional: currículo para formação de
professores. Brasília: Unesco; UFTM, 2013.
EXPLORE+
O documento em PDF Ensinar e aprender com o Twitter, de 2019, desenvolvido em
parceria entre o Twitter e a Unesco, é um importante material, apontando possibilidades
concretas para a transposição didática em diversas áreas da formação.
Os guias digitais da Alfabetização midiática e informacional (WILSON, 2013;
GRIZZLE, 2016), utilizados na elaboração deste conteúdo, são de fácil leitura e têm o
objetivo de ajudar os educadores a capacitar as gerações mais jovens a lidar criticamente
com as notícias e informações disponíveis nas redes sociais. Os guias reúnem uma série
de práticas e atitudes aplicáveis a outras plataformas digitais.
O site do Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB) traz a possibilidade
de, diante da profusão de recursos educacionais disponíveis nas redes, traçar um
panorama abrangente do universo dos recursos digitais, relatando os modelos e critérios
de curadoria utilizados para a formação de repositórios e para a avaliação de qualidade
dos recursos educacionais digitais.
CONTEUDISTA
Andrea Filatro
 CURRÍCULO LATTES
javascript:void(0);

Continue navegando

Outros materiais