Buscar

220818DPC_ADM

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 832 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 832 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 832 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DELEGADO DE 
POLÍCIA CIVIL
Direito 
Administrativo
Capítulos 1 ao 16
DELEGADO DE 
POLÍCIA CIVIL
Direito Administrativo
Capítulo 1
 
 
1 
 
Olá, aluno! 
Bem-vindo ao estudo para os concursos de Delegado de Polícia Civil. Preparamos todo esse 
material para você não só com muito carinho, mas também com muita métrica e 
especificidade, garantindo que você terá em mãos um conteúdo direcionado e distribuído de 
forma inteligente. 
Para isso, estamos constantemente analisando o histórico de provas anteriores com fins de 
entender como cada Banca e cada Carreira costuma cobrar os assuntos do edital. Afinal, 
queremos que sua atenção esteja focada nos assuntos que lhe trarão maior aproveitamento, 
pois o tempo é escasso e o cronograma é extenso. Conte conosco para otimizar seu estudo 
sempre! 
Ademais, estamos constantemente perseguindo melhorias para trazer um conteúdo completo 
que facilite a sua vida e potencialize seu aprendizado. Com isso em mente, a estrutura do 
PDF Ad Verum foi feita em capítulos, de modo que você possa consultar especificamente os 
assuntos que estiver estudando no dia ou na semana. Ao final de cada capítulo você tem a 
oportunidade de revisar, praticar, identificar erros e aprofundar o assunto com a leitura de 
jurisprudência selecionada. 
E mesmo você gostando muito de tudo isso, acreditamos que o PDF sempre pode ser 
aperfeiçoado! Portanto pedimos gentilmente que, caso tenha quaisquer sugestões ou 
comentários, entre em contato através do e-mail pdf@cers.com.br. Sua opinião vale ouro para 
a gente! 
Racionalizara preparação dos nossos alunos é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se 
de uma obsessão. Sem mais delongas, partiremos agora para o estudo da disciplina. 
Faça bom uso do seu PDF Ad Verum! 
Bons estudos  
 
 
2 
 
Abordaremos os assuntos da disciplina de Direito Administrativo da seguinte forma: 
CAPÍTULOS 
Capítulo 1– Introdução ao Direito Administrativo: Formação, conceito, fontes e sistemas. 
Capítulo 2 –Regime Jurídico Administrativo. 
Capítulo 3–Organização Administrativa. 
Capítulo 4 – Entidades Paraestatais e Terceiro Setor. 
Capítulo 5 – Poderes Administrativos. 
Capítulo 6 – Atos Administrativos. 
Capítulo 7 – Serviços Públicos. 
Capítulo 8 – Licitação. 
Capítulo 9 – Contratos Administrativos. 
Capítulo 10 – Processo Administrativo. 
Capítulo 11 – Agentes Públicos. 
Capítulo 12 – Responsabilidade Civil do Estado. 
Capítulo 13 – Bens Públicos. 
Capítulo 14 – Controle da Administração Pública. 
Capítulo 15 – Improbidade Administrativa. 
Capítulo 16 - Intervenção do Estado na Propriedade. 
 
 
3 
 
Sumário 
DIREITO ADMINISTRATIVO, Capítulo 1 .................................................................................................................... 5 
1. Introdução ao Direito Administrativo: Formação, conceitos, sentidos, fontes e sistemas. ....... 5 
1.1 Formação do Direito Administrativo ............................................................................................................ 5 
1.1.1 Contribuição do Direito Francês ..................................................................................................................... 7 
1.1.2 Direito Administrativo Alemão ........................................................................................................................ 8 
1.1.3 Direito Administrativo Italiano......................................................................................................................... 8 
1.1.4 Direito Administrativo Brasileiro ..................................................................................................................... 9 
1.2 Conceito ................................................................................................................................................................. 10 
1.2.1 Critério das Relações Jurídicas ..................................................................................................................... 11 
1.2.2 Critério Teleológico ou Finalístico .............................................................................................................. 11 
1.2.3 Critério do Poder Executivo ........................................................................................................................... 11 
1.2.4 Critério Negativo ou Residual ...................................................................................................................... 11 
1.2.5 Critério Legalista ................................................................................................................................................. 11 
1.2.6 Critério do Serviço Público ............................................................................................................................ 12 
1.2.7 Escola da Puissance Publique ....................................................................................................................... 12 
1.3 Sentidos .................................................................................................................................................................. 12 
1.3.1 Sentido Subjetivo ............................................................................................................................................... 13 
1.3.2 Sentido Objetivo ................................................................................................................................................. 13 
1.4 Fontes ...................................................................................................................................................................... 14 
1.4.1 Constituição .......................................................................................................................................................... 15 
1.4.2 Lei .............................................................................................................................................................................. 15 
1.4.3 Jurisprudência ...................................................................................................................................................... 15 
 
 
4 
 
1.4.4 Doutrina ................................................................................................................................................................. 16 
1.4.5 Costume ................................................................................................................................................................. 16 
1.4.6 Princípios Gerais do Direito ........................................................................................................................... 17 
1.5 Sistemas ................................................................................................................................................................. 17 
1.5.1 Sistema Francês .................................................................................................................................................. 17 
1.5.2 Sistema Inglês ...................................................................................................................................................... 18 
QUADRO SINÓTICO ...................................................................................................................................................... 20 
QUESTÕES COMENTADAS ........................................................................................................................................ 23 
GABARITO ........................................................................................................................................................................... 33 
LEGISLAÇÃO COMPILADA............................................................................................................................................36 
JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................................................................................. 37 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................................. 37 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
Capítulo 1 
1. Introdução ao Direito Administrativo: Formação, 
conceitos, sentidos, fontes e sistemas. 
 
Futuro Delta, atenção às noções introdutórias! Procure estudar bem os conceitos do 
Direito Administrativo, os sistema e regime jurídico-administrativo. Em relação as fontes do 
direito administrativo esse é um assunto de pouca cobrança em seus certames. Vamos 
começar a missão. 
 
1.1 Formação do Direito Administrativo 
Estima-se que como ramo autônomo o Direito Administrativo nasceu em fins 
doséculo XVIII e início do século XIX. Porém, não significa que anteriormente não existissem 
normas administrativas. Em síntese, o quehavia eram normas dispersas relativas sobretudoao 
funcionamento da Administração Pública, sem que, contudo, fossem baseadas em princípios 
informativos próprios. 
Cabe ressaltar que na Idade Média não houve desenvolvimento do Direito 
Administrativo, eis queera a época das monarquias absolutas, em quea vontade do rei se 
confundia com a lei. Inclusive, com base nisso éque surgiu a teoria da irresponsabilidade do 
Estado, que, em algunspaíses, continuou a ter aplicação mesmo após as conquistas do Estado 
Moderno. 
 
 
6 
 
 
Apontam-se, entretanto, algumas obras de glosadores da Idade Média, nas quais se considera 
como os pontos iniciais dos atuais direitos constitucional, administrativo e fiscal, como a obra 
de Andrea Bonello, o texto de LiberConstitutioni e a obra de Bartolo de Sassoferrato. 
 
Aponta-se que a formação do Direito Administrativo, como ramo autônomo, a partir 
do momento em que começou a debater-se sobre o conceito de Estado de Direito, o que 
ocorreu no Estado Moderno, estruturado sobre oprincípio da legalidade esobre o princípio 
da separação de poderes – princípios que aprofundaremos no segundo Capítulo. 
Destaca-se, ainda, que com a publicação da obra Espírito das Leis, em que se 
definiu ateoria da tripartição dos poderes, desenvolvida por Charles de Montesquieu, no ano 
de 1748, foi decisiva para nascimentoda ideia desse ramo do Direito. 
 
 
 
 
 
Montesquieu não foi o primeiro a idealizar a tripartição de poderes.Na obra“A República”, de 
Aristóteles e o Tratado sobre Governos Civis (1689), de John Locke, já aparecem tal ideia. 
Porém, a aceitação da tripartição dos poderes estatais se deu com a obra de Montesquieu. 
 
Há estudiosos que indicam que o Direito Administrativo só existanos sistemas 
europeus formados com base nos princípios revolucionários doséculo XVIII, mas a doutrina 
majoritária não concorda com tal posicionamento, afirmando que nem todos os países 
 
 
7 
 
tiverama mesma história nem estruturaram pela mesma forma o seu poder e por essa razão, o 
Direito Administrativo teve origem diversa edesenvolvimento menor em alguns deles. 
Em verdade, o conteúdo do Direito Administrativo varia no tempo e no espaço, 
conforme o tipo de Estado adotado. 
1.1.1 Contribuição do Direito Francês 
A contribuição do direito francês para a autonomia do Direito Administrativo é 
bastante relevante e merece atenção. 
Na França o Direito Administrativo surgiu após a Revolução Francesa,que rompeu 
inteiramente com o sistema anterior. Mas destaca-se que foi aLei de 28 pluvioso do Ano 
VIII(1800) que teve o papel fundamental de organizar a Administração Pública na França. 
Outro ponto que merecedestaque foi o enaltecimento do princípio da separação 
de poderes que serviu de fundamento para a criação do sistema de dualidade de jurisdição: 
com a jurisdição administrativa, e a jurisdição comum. 
De início, era a própria Administração quem decidia os seus conflitos com 
osparticulares, já que o Judiciário não podia fazê-lo. Mas, foi com a criação do Conselho de 
Estado que começou o exercício da verdadeira jurisdição administrativa. 
Ainda com base na contribuição francesa para a autonomia do Direito 
Administrativo, não se pode deixar de comentar do famosocasoBlanco, ocorrido por volta de 
1873: Agnés Blanco, uma menina de apenas 5 anos de idade ao atravessar uma rua da cidade 
de Bordeaux, foi atropelada por um vagãoda Companhia Nacional de Manufatura de Tabaco, 
empresa pública. O vagão era empurrado por quatro funcionários e, em virtude do 
atropelamento, uma das pernas de Agnés deve que ser amputada. 
Diante de tal fato, o Conselheiro Davi concluiu que o Conselho de Estado era 
competente para decidir acontrovérsia, como também deveria fazê-lo em termos publicísticos, 
já que oEstado era parte na relação jurídica. Com isso, houve o afastamento do instituto 
 
 
8 
 
daresponsabilidade do campo do direito civil, reconhecendo o caráter especial das regras 
aplicáveis aos serviços públicos. 
Após apreciação do caso por parte do Conselho do Estado, este decide conceder 
uma pensão vitalícia à vítima. São assim lançadas as bases da Teoria do Risco 
Administrativo que estabelece a responsabilidade objetiva do Estado por danos causados 
pelos seus agentes. 
1.1.2 Direito Administrativo Alemão 
Na Alemanha, o Direito Administrativo foi produto de uma longa evolução, ou 
seja, não resultou de revoluções, nem quebras com sistemas anteriores. 
Cumpre ressaltar que no Estado Moderno, o direito público passou a reger as 
relaçõesentre o Estado e os administrados e o Direito Civil teve aplicação apenas subsidiária. 
Na formação do Direito Administrativo alemãopredominou a elaboração sistemática, 
mais abstrata, a cargo dosdoutrinadores. 
Acrescenta-se que foi o direito alemão que iniciou avalorização dos direitos 
fundamentais e da constitucionalização dosprincípios e valores que devem orientar a 
atividade da AdministraçãoPública, da teoria dos conceitos jurídicos indeterminados, do 
princípio dadignidade da pessoa humana como fundante do Estado de Direito, doprincípio da 
proporcionalidade, do princípio da proteção à confiança. 
1.1.3 Direito Administrativo Italiano 
A origem do Direito Administrativo italiano encontra-se noordenamento 
administrativo piemontês que, por estar sob a dominação da França, foiprofundamente 
influenciado por este direito. 
Costuma-se dividir a formação do Direito Administrativo italiano em três 
fases:Aprimeira fase (dominação francesa),foiprofundamente influenciada pelo direito francês 
elaborado a partir da épocade Napoleão e seguia os ditames do direito privado.Na segunda 
fase (de 1865 até a Primeira Guerra Mundial), abandonou-se aos poucos os métodos de 
direito privado e à escola exegética,foi assumindo caráter científico, com sistematização 
 
 
9 
 
própria. A terceira fase (1922 a 1943), iniciada após a Primeira Guerra Mundial,foi marcada 
pelo aparecimento do fascismo, com adoção de princípiosautoritários e abolição de 
postulados democráticos na organização dos órgãos. Só com a queda do fascismo, voltam 
os princípios democráticos. 
1.1.4 Direito Administrativo Brasileiro 
O Direito Administrativo brasileiro sofreu grande influência, sobretudo, do 
direitofrancês, italiano e alemão. 
Do direito francês, pode-se pontuar algumas heranças, tais como: o conceito de 
serviço público, a teoria dos atosadministrativos com o atributo da executoriedade, a evolução 
das teorias sobreresponsabilidade civil do Estado e o princípio da legalidade. 
Já do direito italiano, recebeu o conceito de mérito, o de autarquia eentidade 
paraestatal, a noção deinteresse público e o próprio método de elaboração e estudo do 
DireitoAdministrativo. 
No direito alemão e também no direito espanhol e português, 
encontrouinspiração o tema dos conceitos jurídicos indeterminados e do princípio 
darazoabilidade.Foi no direitoalemão que se buscoutambém inspiração para aplicação do 
princípio da segurança jurídica,especialmente sob o aspecto subjetivo da proteção à confiança. 
Numa conjuntura atual, destaca-se que o Direito administrativo, assim como o 
direito pátrio em geral, tem passado por profundas mudanças e seguido determinadas 
tendências, quais sejam: 
 Constitucionalização e o Princípio da Juridicidade: com a consequente 
normatividade primária dos princípios constitucionais (juridicidade) e a centralidade 
dos direitos fundamentais. 
 Publicização do Direito Civil e privatização do Direito Administrativo: tendência 
de transferir atividades do setor público para o setor privado. 
 
 
10 
 
 Relativização de formalidades e ênfase nos resultados: a efetivação de direitos 
fundamentais tem relativizado formalidades desproporcionais. 
 
Em relação a relativização de formalidades é importante saber que a Lei nº 13.726, 
de 8 de outubro de 2018, instituiu o Selo de Desburocratização e Simplificação, além de 
mecanismos para diminuir a burocracia e formalismo em órgãos públicos de todos os entes 
da Federação. 
 
Em suma, a lei 13.726/2018 estabelece: 
 
1.2 Conceito 
Inicialmente, destaca-se que o direito é dividido em dois ramos: o do direito público 
e o do direito privado. O Direito Administrativo é um direito do ramo do Direito Público, 
uma vezque se pauta na organização e no exercício de atividades do Estado, além de visar o 
interesse da coletividade. 
Muito se questiona sobre a real definição do Direito Administrativo, mas esclarece-
se que estanão é unânime na doutrina e, inclusive, enseja algumas divergências entre os 
 
 
11 
 
estudiosos. Porém, instituíram-se critérios para delimitação do objeto e das finalidades, 
bem como definiçãoda área de atuação deste ramo do direito. Vejamos: 
 
1.2.1 Critério das Relações Jurídicas 
Busca definir o Direito Administrativo como o ramo do direito responsável pelas 
relações da Administração com os seus administrados. 
1.2.2 Critério Teleológico ou Finalístico 
Considera que o Direito Administrativo é um sistema de princípios jurídicos que 
regula as atividades do Estado para o cumprimento de seus fins. Apesar de ser uma 
concepção correta, não consegue abranger integralmente a matéria, e por essa razão é 
considerada incompleta. 
1.2.3 Critério do Poder Executivo 
Para esse critério o Direito Administrativo estaria resumido na atuação desse poder. 
Percebe-se, portanto, que tal critério ignora que a função administrativapode ser exercida fora 
do âmbito do Poder Executivo, e por isso não vigorou. 
1.2.4 Critério Negativo ou Residual 
Busca definir o Direito Administrativo como sendo tudo aquilo que não seja 
atividade legislativa ou atividade jurídica. Surgiu diante da dificuldade em identificar o 
objetopróprio do Direito Administrativo. 
1.2.5 Critério Legalista 
É também chamado de escola exegética. Para essa escola, o Direito Administrativo 
se resume no conjunto da legislação administrativa existente no país. 
 
 
12 
 
1.2.6 Critério do Serviço Público 
O Direito Administrativo tem por objeto a disciplina jurídica dos serviços públicos, 
ou seja, os serviços prestados pelo Estado a toda a coletividade. 
1.2.7 Escola da Puissance Publique 
A Escola da puissance publique foi desenvolvida no século XIX porMaurice Hauriou. 
Essa teoria parte da distinção entre atividades de autoridade e atividades de gestão. 
Nas atividades de autoridade, o Estado atua com autoridade sobre os 
particulares,tomando decisões unilaterais, regidas por um direito exorbitante do direito 
comum, enquanto nas atividades de gestão atua em posição de igualdade com oscidadãos, 
regendo-se pelo direito privado. 
Esse critério não prosperou por deixar de lado uma série deatos praticados sem 
prerrogativas públicas e que também são regidos pelodireito público. 
 
 
 
 
Nenhum desses critérios foi satisfatório para conceituar o Direito Administrativo. A 
doutrina majoritária tem utilizado o critério funcional, como o mais eficiente na definição 
da matéria. Segundo ele, o Direito Administrativo estuda e analisa a disciplina normativa da 
função administrativa, esteja ela sendo exercida pelo Poder Executivo, Legislativo, Judiciário 
ou, até mesmo, por particulares mediante delegação estatal. 
 
1.3 Sentidos 
Há um consenso entre os autores nosentidodeque a expressão“administração 
pública” tem duas acepções. Uma das razões para este fato é a extensa quantidade de 
 
 
13 
 
atividades que compõem o objetivo do Estado. Outra é o próprio número de órgãos e 
agentes públicos incumbidos de sua execução. 
1.3.1 Sentido Subjetivo 
O sentido subjetivo, também conhecido como sentido orgânico ou ainda sentido 
formal leva em consideração o sujeito da função administrativa, ou seja, os órgãos e as 
entidades que formam a estrutura do estado para exercer a função administrativa. 
Apesar de ser matéria apenas do Capítulo 3, é importante destacar que entidade é a 
pessoa jurídica pública ou privada. Compreende tanto as entidades políticas, que possuem 
autonomia política, ou seja, são capazes de legislar e de se auto organizar (União, estados, DF 
e Municípios), como as entidades administrativas que detêm autonomia administrativa, isto é, 
capacidade de gerir os próprios negócios. E o órgão é o elemento despersonalizado, 
incumbido da realização das atividades da entidade a que pertence. 
1.3.2 Sentido Objetivo 
Já o sentido objetivo, material ou também funcional é a própria função 
administrativa exercida pelo Estado. 
Existem quatro atividades precípuas dessafunção: o serviço público, a polícia 
administrativa, o fomento e a intervenção. 
O fomentoabrange a atividade administrativa de incentivo à iniciativa privada de 
utilidade pública. Muitas vezes o fomento abrange o repasse de verbasorçamentárias, a cessão 
de servidores públicos, a permissão para utilização debens públicos, entre outras modalidades. 
A polícia administrativa compreende as restrições impostas por lei aoexercício de 
direitos individuais em benefício do interesse coletivo.Compreende medidas de polícia, como 
ordens, notificações, licenças,autorizações, fiscalização e sanções. 
 
 
14 
 
O Serviço público é toda atividade que a Administração Pública executa,direta ou 
indiretamente, com ou sem exclusividade, para satisfazer à necessidade coletiva, sob 
regimejurídico predominantemente público. 
A intervenção compreende a regulamentação e fiscalização da atividade econômica 
de natureza privada - intervenção indireta -, bem como a atuaçãodireta do Estado no domínio 
econômico - intervenção direta. 
 
 
 
 
 
 
O macete para fixar o sentido subjetivo é: FOS é OAB. FOS são todas as inicias de como o 
sentido subjetivo pode ser chamado: Formal, Orgânico e Subjetivo. OAB são os Órgão 
 
1.4 Fontes 
Mesmo a matéria pertinente às fontes do direito constituir objeto de estudo 
dateoria geral do direito, é importante a análise do assunto na áreado Direito Administrativo, 
pelas peculiaridades de algumas de suas fontes. 
Pode-se dividir as fontes em: 
 Fontes formais: são as fontes que constituem propriamente o direito 
aplicável, abrangendo a Constituição, a lei, o regulamento e outros atos 
normativos da Administração Pública, bem como, parcialmente, a 
jurisprudência; e 
 Fontes materiais: são as que promovem ou dão origem ao direito aplicável. 
 
 
 
15 
 
1.4.1 Constituição 
As Constituições (federais, estaduais, bem como as leis orgânicas dos 
Municípios)constituem a fonte principal doDireito Administrativo. 
É de notar-se que grande parte dos institutos do Direito Administrativobrasileiro 
tem fundamento constitucional, como adesapropriação,otombamento, o servidor público, os 
princípios da Administração Pública, a licitação etc. 
É a concretização da chamada constitucionalização do Direito Administrativo, 
acentuadana Constituição de 1988 e ainda mais fortalecida pormeio de 
Emendasconstitucionais, cresceu de importância a Constituição como principal fontedo Direito 
Administrativo. Fala-se em substituição da legalidade porconstitucionalidade. 
1.4.2 Lei 
É fonte primária e direta, eis que a Constituição de 1988 prevê a legalidade como 
um dos princípios a quese submete a Administração Pública direta e indireta. 
Nesse aspecto, a lei deve ser considerada em sentido amplo, abrangendo normas 
constitucionais, legislação infraconstitucional, os regulamentos administrativos e os tratados 
internacionais. Esse conceito está relacionado à ideia de juridicidade, ou seja, o administrador 
deve respeitar a lei e o direito como um todo, conforme a distribuição decompetências 
prevista na Constituição Federal. 
1.4.3 Jurisprudência 
É fonte secundária do Direito Administrativo, de grande influência na construção e 
na consolidação desse ramo do Direito, inclusive, diante da ausência de codificação legal. São, 
em verdade, as decisões reiteradas dos tribunais. Tem importância se levarmos em conta a 
judicialização do direito e nova tendência de vinculação dos precedentes. 
 
 
16 
 
No direito brasileiro, a jurisprudência, como fonte do DireitoAdministrativo, não 
apresenta o mesmo significado que no direito francês ou no sistema do common law. No 
entanto, não hácomo negar que a jurisprudência tem se tornado muito importante para o 
Direito Administrativo. 
1.4.4 Doutrina 
Tem natureza defonte material, eis ela não integra o direito aplicável propriamente 
dito, mas serve defundamentação e de orientação para as decisões administrativas e 
judiciais,como também serve de inspiração para o legislador. Sendo assim, pode ser 
considerada fonte secundária. 
1.4.5 Costume 
São fontes secundárias e indiretas. Trata-se da repetição de condutas com 
convicção de sua obrigatoriedade. Os costumes, assim com a praxe administrativa (fonte 
secundária) são consideradas fontes inorganizadas, ou seja, não escritas. 
Destaca-se que no sistema do common law, a exemplo do que ocorre no direito 
inglêsprincipalmente, o costume constitui importante fonte do direito em geral. 
 
A praxe administrativa também é considerada uma fonte desse direito, mas não se confunde 
com os costumes. Os costumes carregam caráter de obrigatoriedade e na praxe inexiste essa 
percepção. 
 
 
 
17 
 
1.4.6 Princípios Gerais do Direito 
Na formação do Direito Administrativo, os princípios gerais de direito foram muito 
importantes, sobretudo por tratar-se de ramo não codificado. 
Os princípios desempenham papel relevante na interpretação das leis e nabusca do 
equilíbrio entre as prerrogativas do poder público e os direitos docidadão. 
1.5 Sistemas 
Toda atividade exercida pelo Estado deve ser controlada pela sociedade, por meio 
de seus representantes,afinal, o administrador público não é titular do interesse coletivo 
(princípio da indisponibilidade do interesse público). 
Por essa razão, surgiram alguns sistemas administrativos ou mecanismos de controle 
que são: osistema inglês ou sistema de jurisdição única e o sistema francês ou sistema do 
contenciosoadministrativo. 
1.5.1 Sistema Francês 
O sistema francês ou sistema do contencioso administrativo, também chamado 
desistema da dualidade de jurisdição é aquele em que não se admite o controle judicial dos 
atos da Administração Pública. Os atos praticados pela Administração Pública ficam sujeitos à 
jurisdição especial do contencioso administrativo, formada por tribunais de natureza 
administrativa. 
Nesse sistema as decisões proferidas pelos tribunais de natureza administrativa 
possuem caráter de definitividade, fazendo coisa julgada material, sendo impossível a 
revisão pelo Judiciário. 
 
 
18 
 
1.5.2 Sistema Inglês 
O sistema inglês também designado de sistema da unicidade de jurisdição, é 
aquele no qual todos os litígios, sejam eles administrativosou privados, podem ser levados ao 
conhecimento do Poder Judiciário. 
Apenas o Judiciário tem o condão de dizer o direito de forma definitiva e comforça 
de coisa julgada material. 
É importante observar que a adoção do sistema de jurisdição única não implica a 
vedação à existência de solução de litígios na esfera administrativa. Ocorre que a decisão 
administrativa não impede que a matériaseja levada à apreciação do Poder Judiciário. 
Neste sentido, frisa-se que a coisa julgada administrativa, nada mais é senão a 
impossibilidade dediscussão de determinada matéria no âmbito de processos administrativos. 
O ordenamento jurídico brasileiro adotou o sistemainglês, conforme 
expressamente previsto no texto constitucional em seu art. 5°, XXXV, o princípio da 
inafastabilidade da jurisdição. Portanto, no sistema nacional, o particular pode optar em 
resolverseus conflitos com a administração pública instaurando processos administrativos ou 
poderá recorrer ao judiciário. 
Ressalte-se ainda que a possibilidade de recorrer ao judiciário não depende, via de 
regra, do esgotamentodas instâncias administrativas. Dessa forma, o particular pode propor 
ação judicialpara solução dos seus conflitos, mesmo sem ter sido proferida uma decisão 
definitiva na esferaadministrativa. Essa regra comporta poucas exceções: 
 Justiça desportiva:dispõe seu art. 217, §1° da CFRB/88 que "o Poder 
judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas 
após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei”; 
 Habeas data: o interesse de agir configura-se pela recusa da entidade 
administrativa em atender o pedido do impetrante; 
 
 
19 
 
 Ato ou omissão administrativa que contrarie súmula vinculante para sua 
submissão ao STF por meio da reclamação (art. 7º, § 1º, da Lei Federal nº 
11.417/2006) 
 Mandado de Segurança não é cabível quando caiba recurso administrativo 
com efeito suspensivo; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
 QUADRO SINÓTICO 
FORMAÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
Direito Francês 
Enaltecimento do princípio da separação de poderes que serviu de 
fundamento para a criação do sistema de dualidade de jurisdição. E lançou 
as bases da Teoria do Risco Administrativo com o Caso Blanco. 
Direito Alemão 
Iniciou a valorização dos direitos fundamentais e da constitucionalização dos 
princípios e valores que orientam a atividade da Administração Pública, da 
teoria dos conceitos jurídicos indeterminados, do princípio da dignidade da 
pessoa humana como fundante do Estado de Direito, do princípio da 
proporcionalidade, do princípio da proteção à confiança. 
Direito Italiano 
Abandonou os métodos de direito privado para assumir um caráter científico 
e com sistematização própria. 
Direito 
Brasileiro 
Sofreu muita influência de outros direitos. Mas atualmente, tem passado por 
profundas mudanças e seguido determinadas tendências: 
Constitucionalização e o Princípio da Juridicidade: com a consequente 
normatividade primária dos princípios constitucionais (juridicidade) e a 
centralidade dos direitos fundamentais. 
Publicização do Direito Civil e privatização do Direito Administrativo: 
tendência de transferir atividades do setor público para o setor privado. 
Relativização de formalidades e ênfase nos resultados: a efetivação de 
direitos fundamentais tem relativizado formalidades desproporcionais. 
 
CONCEITO 
 
 
21 
 
Adefinição do que é o Direito Administrativo não é unânime na doutrina. 
Critério das 
Relações 
Jurídicas 
O Direito Administrativo é o ramo do direito responsável pelas relações da 
Administração com os administrados (particular). 
Critério 
Teleológico ou 
Finalístico 
Considera que o Direito Administrativo é o ramo do direito responsável por 
regular a atividade do Estado na busca de seus fins. 
Critério do 
Poder Executivo 
Identifica o Direito Administrativo como a atuação apenas do Poder 
Executivo. 
Critério 
Negativo ou 
Residual 
O Direito Administrativo é tudoque não seja atividade política, jurídica ou 
legislativa. 
Corrente 
Legalista/Escola 
Exegética 
O Direito Administrativo é o conjunto da legislação administrativa existente 
no país, desconsiderando o papel da doutrina e da jurisprudência. 
Critério do 
Serviço Público 
Conforme esse critério, o Direito Administrativo tem por objeto a disciplina 
jurídica dos serviços públicos. 
Escola de 
Puissance 
Publique 
Conceitua o direito administrativo partindo da distinção entre atividade de 
autoridade (império) e atividades de gestão. 
SENTIDOS 
Subjetivo 
O sentido subjetivo, também conhecido como sentido orgânico ou ainda 
sentido formal leva em consideração o sujeito da função administrativa, ou 
seja, os órgãos e as entidades que formam a estrutura do estado para 
exercer a função administrativa. 
Objetivo Já o sentido objetivo, material ou também funcionalé a própria função 
administrativa exercida pelo Estado. Existem quatro atividades precípuas 
 
 
22 
 
dessa função: o serviço público (atividade executada para satisfazer as 
necessidades coletivas); a polícia administrativa (atividades que implicam 
restrição dos direitos individuais); o fomento (incentivo à iniciativa privada); 
e a intervenção (regula a fiscalização da atividade econômica). 
FONTES 
Constituição 
Com a constitucionalização do Direito Administrativo, a Constituição firmou-
se como principal fonte do Direito Administrativo. 
Lei 
É fonte primária e direta, eis que a Constituição de 1988 prevê a legalidade 
como um dos princípios obrigatórios a ser seguido pela Administração 
Pública direta e indireta. 
Jurisprudência 
É fonte secundária do Direito Administrativo, de grande influência na 
construção e na consolidação desse ramo do Direito, inclusive, diante da 
ausência de codificação legal. 
Doutrina É fonte secundária capaz de influenciar a elaboração de novas regras. 
Costume 
É caracterizado como prática reiteradamente observada pelos agentes 
administrativos diante de determinada situação concreta.Não com confunde 
com a praxe administrativa. 
Princípios 
Gerais do 
Direito 
Os princípios desempenham papel relevante na interpretação das leis e na 
busca do equilíbrio entre as prerrogativas do poder público e os direitos 
do cidadão. 
SISTEMAS 
Francês 
O sistema francês ou sistema do contencioso administrativo, também 
chamado de sistema da dualidade de jurisdição é aquele em que não se 
admite o controle judicial dos atos da Administração Pública. 
Inglês 
O sistema inglês também designado de sistema da unicidade de 
jurisdição, é aquele no qual todos os litígios, sejam eles administrativos ou 
privados, podem ser levados ao conhecimento do Poder Judiciário. 
 
 
23 
 
 
QUESTÕES COMENTADAS 
Questão 1 
 
(Instituto Acesso - 2019 - PC-ES - Delegado de Polícia)“O Direito Administrativo, como é 
entendido e praticado entre nós, rege efetivamente não só os atos do Executivo, mas também 
os do Legislativo e os do Judiciário, praticados como atividade paralela e instrumental das que 
lhe são específicas e predominantes, isto é, a de legislação e a de jurisdição. O conceito de 
Direito Administrativo Brasileiro, para nós, sintetiza-se no conjunto harmônico de princípios 
jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar 
concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.” (MEIRELLES, Hely Lopes. O 
Direito Administrativo Brasileiro. 29ª ed., São Paulo: Malheiros Editora, 2004.) 
Assinale a alternativa INCORRETA: 
A) Autorização, permissão e concessão são formas de o Estado autorizar, permitir e 
conceder aos particulares a exploração de bens e serviços públicos. 
B) A legalidade administrativa é diferente da legalidade civil, uma vez que aquela dita o 
limite da atuação do administrador público, conforme imposto pela lei e esta permite 
ao particular aquilo que a lei não proíbe. 
C) O poder de polícia decorre da capacidade administrativa e concede também a 
prerrogativa de função legislativa para a positivação de tipos penais em âmbito de 
direito penal aos agentes de estado que possuem esse poder. 
D) O princípio da supremacia do interesse público, não desconsidera os interesses 
particulares/individuais, não obstante informa ao agente administrativo que o interesse 
público prevalece sobre interesses privados. 
 
 
24 
 
E) São princípios de direito administrativo a moralidade administrativa, a supremacia do 
interesse público, a motivação, a publicidade e transparência, a proporcionalidade e 
razoabilidade administrativas. 
 
Comentário: 
 Alternativa correta é a letra “C” - Poder de polícia é poder de gestão. Além disso, polícia 
administrativa incide sobre coisas, bens, atividades, patrimônio, etc., mas não sobre pessoas. 
Art. 78 do CTN. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, 
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou 
abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à 
ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades 
econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade 
pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. 
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando 
desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do 
processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem 
abuso ou desvio de poder. 
Ainda, a função legislativa em matéria de Direito Penal é privativa da União, conforme o art. 
22, I, CF. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
Questão 2 
(Instituto Acesso - 2019 - PC-ES - Delegado de Polícia)A administração pública, no Brasil, é 
regida por uma série de princípios. Tendo em vista a natureza jurídica destes princípios, leia as 
afirmativas a seguir. 
I - Legalidade, publicidade, impessoalidade, moralidade e eficiência são classificadas, pela 
doutrina, como princípios expressos da administração pública por possuírem previsão 
normativa inserta no texto da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 com 
aplicação direta ao campo do direito administrativo. 
II - O princípio da eficiência da administração se aplica ao servidor, para efeito de sua aptidão 
ao cargo, durante o estágio probatório e ao logo do exercício de sua vida funcional. 
III - Campanhas ou informes de órgãos públicos que apresentem slogans de promoção 
pessoal do agente público violam diretamente o princípio constitucional da moralidade 
administrativa. 
IV - A supremacia do interesse público é considerada, pela doutrina, como um princípio 
implícito da administração pública 
V - Um princípio é considerado implícito ao direito administrativo em razão de este ser 
aplicável ao campo da administração pública, ainda que tal princípio seja próprio a um outro 
campo do direito. 
Marque a alternativa correta: 
A) Todas as afirmativas estão corretas, à exceção da III. 
B) Todas as afirmativas estão corretas, à exceção da I. 
C) Todas as afirmativas estão corretas, à exceção da V. 
D) Todas as afirmativas estão corretas, à exceção da IV. 
E) Todas as afirmativas estão corretas, à exceção da II. 
 
Comentário: 
 
 
26 
 
Alternativa correta é a letra “A” - III - Campanhas ou informes de órgãos públicos que 
apresentem slogans de promoção pessoal do agente público violam diretamente o princípio 
constitucional da (PUBLICIDADE) e não da "moralidade administrativa." Ou seja, o princípio 
está atribuído à questão está errado. 
 
Questão 3 
 (VUNESP - 2018 - PC-SP - Delegado de Polícia)O conceito de Administração Pública possui 
vários sentidos, sendo correto afirmar que: 
A) Sob o sentido formal, a Administração Pública deve ser entendida como o conjunto de 
funções administrativas exercidas pelo Estado. 
B) Sob o sentido objetivo,entende-se como Administração Pública a estrutura orgânica do 
Estado, definidora do conjunto de estruturas de competências legalmente definidas. 
C) Sob o sentido empreendedor, a Administração Pública é o conjunto de funções 
administrativas exercidas pelo Estado de forma empreendedora, visando o atingimento 
das suas finalidades. 
D) Sob o sentido material, a Administração Pública deve ser entendida como a atividade 
administrativa exercida pelo Estado. 
E) Sob o sentido material, entende-se como Administração Pública o conjunto de órgãos 
do Estado, isto é, a estrutura estatal. 
 
Comentário: 
Alternativa correta é a letra “D”, vejamos: 
CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
-SUBJETIVO/FORMAL/ORGÂNICO: 
I. Conjunto de pessoas; 
 
 
27 
 
II. Órgãos; 
III. Agentes públicos. 
-OBJETIVO/MATERIAL/FUNCIONAL: 
I. Serviço público; 
II. Fomento; 
III. Polícia administrativa; 
IV. Intervenção. 
 
Questão 4 
(FUMARC - 2018 - PC-MG - Delegado de Polícia Substituto)Sobre os princípios da 
Administração Pública, é CORRETO afirmar que: 
A) A efetivação de pagamento de precatório em desobediência à ordem cronológica 
traduz violação ao princípio da impessoalidade, à luz do qual é vedada a atuação 
administrativa dissociada da moral, dos princípios éticos, da boa-fé e da lealdade. 
B) Em consonância com o princípio da legalidade, estatuído no artigo 37, caput, da CR/88, 
a Administração Pública pode fazer tudo o que a lei não proíbe. 
C) Não são oponíveis às Sociedades de Economia Mista, haja vista que essas sociedades 
são regidas pelo regime de direito privado. 
D) O princípio da supremacia do interesse público não se radica em dispositivo específico 
da CR/88, ainda que inúmeros aludam ou impliquem manifestações concretas dele. 
 
Comentário: 
Alternativa correta é a letra “D” – É expressão utilizada por Celso Antônio Bandeira 
de Mello para o qual: “Princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado” 
 
 
28 
 
é princípio geral de Direito inerente a qualquer sociedade. É a própria condição de sua 
existência. Assim, não se radica em dispositivo específico algum da Constituição (…). Afinal, o 
princípio em causa é um pressuposto lógico do convívio social”. (Curso de Direito 
Administrativo, 32ª edição, p. 99. Também é citado no livro do Professor Hely Lopes Meirelles, 
Direito Administrativo Brasileiro, 42ª edição, p. 114). 
 
Questão 5 
(FUNDATEC - 2018 - PC-RS - Delegado de Polícia - Bloco II)Acerca da formação histórica do 
Direito Administrativo, analise as seguintes assertivas: 
I. O Direito Administrativo tem origem na Idade Média, período histórico em que a vontade 
do monarca passa a se subordinar à lei. 
II. O direito francês se notabiliza como a principal influência na formação do Direito 
Administrativo brasileiro, de onde importamos institutos importantes como o conceito de 
serviço público, a teoria dos atos administrativos, da responsabilidade civil do estado e da 
submissão da Administração Pública ao princípio da legalidade. 
III. Devido à organização do Estado brasileiro, composto por diferentes entes políticos dotados 
de competências legislativas próprias para disciplinar suas atividades administrativas, a 
codificação do Direito Administrativo em âmbito nacional se torna inviável. 
Quais estão corretas? 
A) Apenas I. 
B) Apenas III. 
C) Apenas I e II. 
D) Apenas II e III. 
E) I, II e III. 
 
Comentário: 
 
 
29 
 
Alternativa correta é a letra “D”, vejamos: 
I. O Direito Administrativo tem origem na Idade Média, período histórico em que a 
vontade do monarca passa a se subordinar à lei. 
Errado. De fato, a origem do direito administrativo foi marcada por uma nova era em que a 
vontade do monarca passa a se subordinar a lei, contudo, tal evento ocorreu no século 18 e 
não na idade média que já havia terminado no século 15, por isso esta alternativa está errada. 
II. O direito francês se notabiliza como a principal influência na formação do Direito 
Administrativo brasileiro, de onde importamos institutos importantes como o conceito de 
serviço público, a teoria dos atos administrativos, da responsabilidade civil do estado e da 
submissão da Administração Pública ao princípio da legalidade. 
Correto, o direito francês trouxe este rol de influências no nosso direito administrativo. 
III. Devido à organização do Estado brasileiro, composto por diferentes entes políticos 
dotados de competências legislativas próprias para disciplinar suas atividades 
administrativas, a codificação do Direito Administrativo em âmbito nacional se torna 
inviável. 
A III também está correta. Realmente, todos os entes políticos possuem competência para 
legislar sobre dezenas, e talvez centenas de temas de direito administrativo, o que torna 
praticamente inviável a compilação do tema em um código de direito administrativo devido 
ao número incalculável de normas sobre o tema. 
 
Questão 6 
 (FAPEMS - 2017 - PC-MS - Delegado de Polícia) De acordo com o texto a seguir o direito 
público tem como objetivo primordial o atendimento ao bem-estar coletivo. 
 
[...] em primeiro lugar, as normas de direito público, embora protejam reflexamente o interesse 
individual, têm o objetivo primordial de atender ao interesse público, ao bem-estar coletivo. 
 
 
30 
 
Além disso, pode-se dizer que o direito público somente começou a se desenvolver quando, 
depois de superados o primado do Direito Civil (que durou muitos séculos) e o individualismo 
que tomou conta dos vários setores da ciência, inclusive a do Direito, substituiu-se a ideia do 
homem como fim único do direito (própria do individualismo) pelo princípio que hoje serve 
de fundamento para todo o direito público e que vincula a Administração em todas as suas 
decisões 
Dl PIETRO, Maria Sylvia Zaretla. Direito Administrativo. 30.ed. Sao Paulo: Atlas, 2017, p 96. 
 
Diante disso, as "pedras de toque" do regime jurídico-administrativo são 
 
A) A supremacia do interesse público sobre o interesse privado e a impessoalidade do 
interesse público. 
B) A supremacia do interesse público sobre o interesse privado e a indisponibilidade do 
interesse público. 
C) A indisponibilidade do interesse público e o princípio da legalidade. 
D) A supremacia da ordem pública e o princípio da legalidade. 
E) A supremacia do interesse público e o interesse privado e o princípio da legalidade. 
 
Comentário: 
Alternativa correta é a letra “B” – A expressão "PEDRAS DE TOQUE" foi criada por 
Celso Antonio Bandeira de Melo, para falar dos princípios básicos, mais importantes do Direito 
administrativo, dos quais todos os demais princípios decorrem, quais sejam: Princípio da 
supremacia do interesse público e Princípio da indisponibilidade do interesse público. 
Questão 7 
 (CESPE - 2016 - PC-PE - Delegado de Polícia) Tendo como referência a jurisprudência 
majoritária do STF acerca dos princípios expressos e implícitos da administração pública e do 
regime jurídico-administrativo, assinale a opção correta. 
 
 
31 
 
A) Se houver repasse de verbas federais a município, a aplicação desses recursos pelo 
governo municipal não será objeto de fiscalização do órgão controlador federal, dado o 
princípio da autonomia dos entes federados. 
B) A alteração, por meio de portaria, das atribuições de cargo público não contraria direito 
líquido e certo do servidor público investido no cargo, diante da inexistência de direito 
adquirido a regime jurídico. 
C) A administração pública não pode, mediante ato próprio, desconsiderar a personalidade 
jurídica de empresa fiscalizada por tribunal de contas; a esse caso não se aplica a 
doutrina dos poderes implícitos. 
D) Segundo o STF, a vedação ao nepotismo decorre diretamente de princípios 
constitucionais explícitos, como os princípios da impessoalidade, da moralidade 
administrativa e da igualdade, não se exigindo a edição de lei formal para coibir a sua 
prática. 
E) De acordo com oprincípio da eficiência, a administração pode revogar seus próprios 
atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam 
direitos. Também pode anulá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, 
hipótese na qual devem ser respeitados os direitos adquiridos. 
 
Comentário: 
Alternativa correta é a letra “D” – Não haverá nepotismo se a pessoa nomeada possui um 
parente no órgão, mas sem influência hierárquica sobre a nomeação. 
STF. 2ª Turma. Rcl 18564/SP, rel. orig. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o acórdão Min. Dias 
Toffoli, julgado em 23/2/2016 (Info 815). 
 
Questão 8 
 (CESPE - 2016 - PC-PE - Delegado de Polícia)Considerando os princípios e fundamentos 
teóricos do direito administrativo, assinale a opção correta. 
 
 
32 
 
A) As empresas públicas e as sociedades de economia mista, se constituídas como pessoa 
jurídica de direito privado, não integram a administração indireta. 
B) Desconcentração é a distribuição de competências de uma pessoa física ou jurídica para 
outra, ao passo que descentralização é a distribuição de competências dentro de uma 
mesma pessoa jurídica, em razão da sua organização hierárquica. 
C) Em decorrência do princípio da legalidade, é lícito que o poder público faça tudo o que 
não estiver expressamente proibido pela lei. 
D) A administração pública, em sentido estrito e subjetivo, compreende as pessoas 
jurídicas, os órgãos e os agentes públicos que exerçam função administrativa. 
E) No Brasil, por não existir o modelo da dualidade de jurisdição do sistema francês, o 
ingresso de ação judicial no Poder Judiciário para questionar ato do poder público é 
condicionado ao prévio exaurimento da instância administrativa. 
 
Comentário: 
Alternativa correta é a letra “D” - Administração Pública pode ser concebida em dois 
sentidos, os quais não são excludentes, mas sim complementares um ao outro: 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SENTIDO OBJETIVO, MATERIAL OU FUNCIONAL-
 relaciona-se com a natureza desempenhada pelo Estado para alcançar os objetivos 
traçados pela CF. É a função ou atividade administrativa desempenhada pelo Estado (ex: 
poder de polícia,serviços públicos, intervenção estatal). DICA: O QUE SE FAZ. 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SENTIDO SUBJETIVO,FORMAL OU ORGÂNICO- 
É o conjunto de pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos (sujeitos) que têm a 
incumbência de executar as atividades administrativas. (ex: órgãos 
públicos,autarquias,empresas públicas,sociedade de economia mista e fundações estatais). 
DICA: QUEM FAZ. 
 
 
 
 
33 
 
 
 
GABARITO 
 
Questão 1 - C 
Questão 2 -A 
Questão 3 -D 
Questão 4 -D 
Questão 5 -D 
Questão 6 -B 
Questão 7 -D 
Questão 8 -D 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
QUESTÃO DESAFIO 
 
Máximo de 5 linhas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
LEGISLAÇÃO COMPILADA 
 
Princípio da Inafastabilidade de Jurisdição: 
 CRFBF/88: art.5º, inciso XXXV. 
 
Esgotamento das Instâncias Administrativas: 
 CRFBF/88: art. 217, §1° 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 
Necessidade de esgotamento das instâncias: 
 Via de regra, para que se possa levar o litígio ao judiciário, não é necessário o do esgotamentodas 
instâncias administrativas. Contudo essa regra possui algumas exceções: (i) Justiça desportiva: o 
judiciário só admite ações desportivas pós se esgotarem as instancias na Justiça Desportiva – que apesar 
de ter o nome “justiça” esta n âmbito administrativo; (ii) Habeas data: par caracterizar o interesse de agir 
no Habeas Datas é necessária a comprovação da negativa ou omissão da Administração; (iii) Ato ou 
omissão administrativa que contrarie súmula vinculantesó pode ser objeto de reclamação depois de 
esgotadas as vias administrativas e (iv) Mandado de Segurança não é cabível quando caiba recurso 
administrativo com efeito suspensivo; 
 
 PROCESSUAL CIVIL. EXTINÇÃO DO FEITO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO POR FALTA DE INTERESSE DE 
AGIR. NECESSIDADE DE PRÉVIO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. INCIDÊNCIA DAS REGRAS DE 
TRANSIÇÃO DO RE 631240/MG. AUSÊNCIA DA INTIMAÇÃO DA PARTE AUTORA PARA DAR ENTRADA 
ADMINISTRATIVAMENTE JUNTO AO INSS. POSTULADO E INDEFERIDO O BENEFÍCIO NA VIA 
ADMINISTRATIVA, ENQUANTO SE PROCESSAVA A APELAÇÃO, MESMO SEM A INTIMAÇÃO. RESTA 
CARACTERIZADO O INTERESSE DE AGIR. NULIDADE DA SENTENÇA. APELAÇÃO PROVIDA. (TRF5 - 
Acórdão Ac - Apelação Civel 00012859520184059999, Relator(a): Des. Bruno Leonardo Câmara Carrá, data 
de julgamento: 22/01/2019, data de publicação: 25/01/2019, 4ª Turma) 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
38 
 
CARVALHO FILHO, José dos Santos. MANUAL DE DIREITO ADMINSITRAVO. 32 Ed. São 
Paulo: Atlas, 2018. 
 
CARVALHO, Matheus. MANUAL DE DIREITO ADMINSITRAVO. 3 ed. Salvador: JusPODIVM, 
2016. 
 
OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO. 5 ed. Rio de 
Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2017. 
 
PIETRO, Maria Sylvia Zanella Di. DIREITO ADMINISTRATIVO. 32. ed. rev. atual e ampl. – Rio 
de Janeiro: Forense, 2019. 
DELEGADO DE 
POLÍCIA CIVIL
Direito Administrativo
Capítulo 2
 
 
1 
 
SUMÁRIO 
DIREITO ADMINISTRATIVO, Capítulo 2 .................................................................................................................... 3 
2. Regime Jurídico Administrativo .......................................................................................................................... 3 
2.1 Definição ................................................................................................................................................................... 3 
2.2 Princípios e Regras ............................................................................................................................................... 4 
2.3 Regime Jurídico Administrativo ...................................................................................................................... 5 
2.4 Princípios de Direito Administrativo ............................................................................................................. 7 
2.4.1 Princípio da Legalidade ...................................................................................................................................... 7 
2.4.2 Princípio da Impessoalidade ............................................................................................................................ 9 
2.4.3 Princípio da Moralidade .................................................................................................................................. 11 
2.4.4 Princípio da Publicidade .................................................................................................................................. 11 
2.4.5 Princípio da Eficiência ...................................................................................................................................... 12 
2.4.6 Princípio do Contraditório e Ampla Defesa ........................................................................................... 13 
2.4.7 Princípio da Intranscedência ......................................................................................................................... 15 
2.4.8 Princípio da Autotutela .................................................................................................................................... 15 
2.4.9 Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos ................................................................................ 16 
2.4.10 Princípio da Segurança Jurídica ................................................................................................................... 17 
2.4.11 Princípio da Proteção à Confiança .............................................................................................................17 
2.4.12 Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade ................................................................................. 18 
2.5 Reflexos da LINDB sobre o Direito Administrativo ............................................................................. 18 
QUADRO SINÓTICO ...................................................................................................................................................... 21 
QUESTÕES COMENTADAS ........................................................................................................................................ 25 
GABARITO ........................................................................................................................................................................... 36 
 
 
2 
 
LEGISLAÇÃO COMPILADA............................................................................................................................................ 40 
JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................................................................................. 42 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................................. 49 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
Capítulo 2 
2. Regime Jurídico Administrativo 
2.1 Definição 
Inicialmente, cumpre esclarecer que existe o regime jurídico da Administração 
Pública e o regime jurídico administrativo. Apesar de parecerem semelhantes, as expressões 
guardam diferenças que precisam ser expostas. 
A expressão regime jurídico da Administração Pública é utilizada paradesignar, em 
sentido amplo, os regimes de direito público e de direito privadoa que pode submeter-se a 
Administração Pública. Já a expressão regimejurídico administrativo é utilizada para abarcara 
Administração Pública quando esta encontra-se em uma posição de superioridade na relação 
com o particular. 
Conceitua-se o regime jurídico administrativo como oconjunto de regras e 
princípios aplicáveis aos órgãos e entidades que compõe a Administração Pública e à 
atuação dos agentes administrativos em geral.Destaca-se, ainda, que o regime jurídico 
administrativo confere à toda Administração Pública diversas prerrogativas, mas ao mesmo 
tempo impõe limites à atuação do Poder Público. Ele busca, assim, garantir um equilíbrio 
entre a liberdade do indivíduo e a autoridade da Administração. 
 
 
 
4 
 
 
 
2.2 Princípios e Regras 
Há uma diferença entre os princípios norteadores do Direito e as regras que 
determinam condutas específicas de atuação nos casos concretos e individuais. Entender a 
diferença entre os institutos é de fundamental relevância para se compreender o regime 
jurídico administrativo. 
Os princípios devem ser encarados como normas gerais coercitivas que orientam 
a atuação do indivíduo, definindo valores a serem observados nas condutas por ele praticadas. 
Ademais, possuem elevado grau de abstração e possuem variados graus de concretização. 
Já as regras se caracterizam por disposições que definem a atuação do indivíduo 
diante de determinada situação concreta e caracterizam-se por seu baixo grau de abstração. 
A regra não pode ser cumprida em parte: ou é cumprida ou é descumprida. 
Em razão dessa distinção, os conflitosentre os princípios e entre as regras têm 
consequênciasdiversas: o conflito entre regras resulta em antinomia jurídica própria, pois 
gera uma situaçãoem que há a necessidade de retirada de uma das regras do ordenamento 
jurídico, haja vista a incompatibilidadeentre ambas, desde que pertençam ao mesmo 
ordenamento e tenham o mesmo âmbito devalidade, eis que não se admite a coexistência 
válida de duas regras jurídicas contraditórias. 
Ressalte-se, ainda,que não se admite o conflito entre as regras e os princípios, 
uma vez que estes servem comoorientação geral para a formação daquelas. 
Regime Jurídico 
Administrativo
Prerrogativas Limitações
 
 
5 
 
Porém, em se tratando de conflito de princípios, é possível que o aplicador do 
direito opte por escolher um diante do caso concreto. Esse tipo de conflito não resulta em 
antinomia. 
 
 
Os conflitos entre princípios são solucionados à luz do critério da ponderação de valores e 
interesses no caso concreto, de forma a definir qual a melhor solução a ser adotada em cada 
situação. Já os conflitos entre as regras devem ser resolvidos no plano da validade das 
normas (antinomia jurídica), ou seja, se uma regra é válida, deve-se fazer o que ela exige, 
excluindo qualquer outra que disponha em contrário. 
 
 
2.3 Regime Jurídico Administrativo 
A doutrina aponta que o regime jurídico administrativo tem como pilares dois 
princípios: a supremacia do interesse público sobre o privado e a indisponibilidade do 
interesse público. 
 
 
INDISPONIBILI
DADE DO 
INTERESSE 
PÚBLICO
ADMINISTRA
ÇÃO PÚBLICA
SUPREMACIA 
DO INTERESSE 
PÚBLICO 
SOBRE O 
PRIVADO
 
 
6 
 
O princípio da supremacia do interesse público sobre o privado indica que o 
interesse público se sobrepõe ao particular. Caso haja colisão entre os interesses, o privado 
deve ceder ao interesse público. Na teoria, a atuação do administrador não visa ao interesse 
do indivíduo, mas do grupo social em sua totalidade e, se assim não ocorrer, a conduta estatal 
sofrerá de desvio de finalidade, o que não está amparado pelo direito. 
Esse princípio, fundamenta a existência das prerrogativas ou dos poderes especiais da 
administração pública, dos quais decorre a denominada verticalidade nas relações 
administração-particular. 
Já o princípio da indisponibilidade do interesse público se constitui como uma 
limitação à atuação estatal. Isso porque impõe ao administrador a necessidade de tomar as 
providências cabíveis e necessárias ao atingimento do interesse público, não cabendo 
transação a respeito, com vistas a impedir privilégios e arbitrariedades. 
A indisponibilidade do interesse público significa que ao administrador não pertencem 
os bens da administração, ou seja, ele não o é titular do interesse público - portanto, não tem 
livre atuação, fazendo-o, em verdade, em nome de terceiros e em prol do interesse público. 
Diante disso, constata-se que o Direito Administrativo se desenvolveu baseado 
emduas ideias opostas: limitações e prerrogativas. Para assegurar-se a autoridade da 
Administração Pública, necessária àconsecução de seus fins, são-lhe outorgados prerrogativas 
e privilégios quelhe permitem assegurar a supremacia do interesse público sobre oparticular. 
Ao mesmo tempo em que as prerrogativas colocam a Administração em posição 
de supremacia perante o particular, sempre com o objetivo de atingiro benefício da 
coletividade, as restrições a que está sujeita limitam a sua atividade a determinados fins e 
princípios que, se não observados, implicamdesvio de poder e consequente nulidade dos atos 
da Administração. 
 
 
7 
 
A importância de tais princípios para a seara administrativa é tão destacada que 
Celso Antônio Bandeira de Mello intitula os referidos princípios de “pedras de toque” do 
Direito Administrativo. 
 
2.4 Princípios de Direito Administrativo 
Da supremacia do interesse público sobre o privado e da indisponibilidade do 
interesse público, anteriormente referidos, decorrem todos os demais princípios que orientam 
o Direito Administrativo. 
No artigo 37, “caput”, da Constituição da República de 1988, estão expressos cinco 
princípios, quais sejam: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade, Eficiência. 
Além destes, alguns outros princípios decorrem expressamente da Carta Magna, 
comoa isonomia, o contraditório e a ampla defesa; além do que outros se encontram 
implícitosnas normas constitucionais ou expressos em disposições infraconstitucionais. 
 
 
 
 
 
 
Quem ainda não ouviufalar do famoso LIMPE? Trata-se de processo mnemônico para facilitar 
o aprendizado dos princípios explícitos na CRFB/88 que regem a Administração Pública: 
Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. 
 
2.4.1 Princípio da Legalidade 
Esse princípio assegura que o Estado deve obediência ao ordenamento jurídico. 
Trata-se de freio à atuação estatal arbitrária e irresponsável. 
 
 
8 
 
Significa que toda e qualquer atividade administrativa deve ser autorizada por 
lei. Dessa forma, caso não haja previsão legal, está proibida a atuação do agente público e 
qualquer conduta praticada ao arrepio do texto legal será considerada ilegítima. 
O princípio da legalidade tem duas acepções. Para os particulares vige a autonomia 
privada, não sendo exigida a previsão legal como requisito para atuaçãodos cidadãos, ou seja, 
aos particulares,tudo que não está proibido, está juridicamente permitido. É o chamado 
princípio da não contradição à lei. Já no âmbito público, conforme já mencionado, os 
agentes públicos só podem atuar diante de autorização legal. É o chamado princípio da 
subordinação à lei. 
Faz-se necessário lembrar que a Legalidade não exclui a atuação discricionáriado 
agente público, tendo essa que ser levada em consideração, quando faz análise 
daconveniência e da oportunidade em prol do interesse público. Como a Administração 
nãopode prever todos os casos onde atuará, deverá valer-se da discricionariedade para 
acender afinalidade legal, devendo, todavia, a escolha se pautar em critérios que respeitem os 
princípiosconstitucionais como a proporcionalidade e razoabilidade. 
 
 
 
 
 
 
A prática de atos discricionáriosé completamente o oposto de atos arbitrários, os quais 
representam um abuso, haja vistaserem praticados fora dos limites da lei. Portanto, só é 
legítima a atividade do administrador,se estiver condizente com o dispositivo legal. 
 
Outrossim, não se confunde a legalidade com o princípio da Reserva Legal que 
determinaa aplicação de determinada espécie normativa a uma atuação definida no texto 
constitucional. Assim sendo, algumas matérias devem ser tratadas por meio de lei 
complementar, por expressa determinação da Constituição da República que não exige 
somente o respeito à lei, mas sim à espécienormativa definida em seus termos. 
 
 
9 
 
Não obstante a exigência de lei ser a regra, em determinadas situações, o texto 
constitucional excepcionaliza este princípio: 
 Edição de medidas provisórias; 
 Estado de sítio; e 
 Estado de defesa. 
Nesses casos, o Poder Executivo pode impor restrições aos direitos individuais a fim 
de enfrentar questões excepcionais, urgentes e relevantes. 
Também não se deve confundir a legalidade com a legitimidade e a juridicidade. 
Enquanto a legalidade significa agir conforme o texto da lei, a legitimidade denota obedecer 
não só a lei, mas também os demais princípios. Já a Juridicidade passa a exigir que a atuação 
da Administração Pública além de baseada em lei esteja voltada para os anseios da 
coletividade e sempre atendendo à moral. 
 
2.4.2 Princípio da Impessoalidade 
A impessoalidade serve para garantir que a atuação da administração pública vise 
tão somente a satisfação do interesse público. Assim, o administrador não pode atuar 
buscando atingir interesses próprios, tampouco pode atuar visando prejudicar alguém, ou seja, 
para o Estado, é irrelevante conhecer quem seráatingido pelo ato, pois sua atuação é 
impessoal. O agente fica proibido de priorizar qualquerinclinação ou interesse seu, ou de 
outrem. 
Tal princípio deve ser analisado sob quatro perspectivas: 
 Dever de isonomia: estabelece que os atos administrativos devem ser 
praticados ao interesse público, impedindo que a Administração se beneficie 
ou prejudique pessoa específica; 
 
 
10 
 
 Dever de conformidade aos interesses públicos: se confunde com o 
princípio da finalidade, o qual impõe que o fim a ser buscado pelo 
administrador deve ser aquele prescrito pela lei; 
 Vedação à promoção pessoal do agente: as realizações governamentais não 
devem ser atribuídas ao agente ou à autoridade que os pratica, estes são 
apenas meio de manifestação da vontade estatal; e 
 Imputabilidade: a doutrina moderna acrescenta ainda ao entendimento 
tradicional uma nova perspectiva do princípio da impessoalidade. Com efeito, 
a impessoalidade deve ser enxergada também sob a ótica do agente. Nesse 
sentido, deve-se considerar que ato não deve ser atribuído à pessoa do 
servidor público e sim à Administração, sendo o agente mero executor. 
Corresponde a teoria do órgão ou teoria da imputação volitiva. 
É importante destacar que, para prestigiar a impessoalidade, a indisponibilidade do 
interesse público e a moralidade, a nomeação de parentes ou cônjuge da autoridade 
pública é condita que vai de encontro a todos estes princípios e não encontra qualquer 
respaldo no ordenamentoconstitucional vigente. 
Trata-se de garantia, portanto, da vedação do nepotismo.A matéria já era objeto 
de regulamentação legal na lei 8112/90, em seu art. 117, VIII. Porém, a matéria continuou 
sendo alvo de discussão doutrinária e a vedação ao nepotismo foiinserida em resoluções do 
Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do MinistérioPúblico, as quais vedam a 
prática nas carreiras sujeitas a sua regulamentação. 
Apenas em 2008, o Supremo Tribunal Federal expediu a Súmula Vinculante nº 13 
que dispõeque "A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou 
por afinidade,atéinvestido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de 
cargo em comissão oude confiança, ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública 
direta e indireta, emqualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
municípios, compreendidoo ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição 
Federal". 
 O Supremo Tribunal Federal já se manifestou no sentido da inaplicabilidade da 
 
 
11 
 
vedação ao nepotismo quando se tratar de nomeação de agentes para o exercício de 
cargos políticos, como é o caso de secretário ou de ministro de estado, situação na qual a 
nomeaçãodo munus público a ele transferido por meio da nomeação. 
 
2.4.3 Princípio da Moralidade 
Traduz a ideia de que nem tudo que é legal é honesto, impondo a necessidade de 
atuação ética dos agentes públicos. 
 Além de agir dentro da legalidade, o administrador público tem que agir com 
honestidade, com lealdade, de acordo com a ética e a moral. Reitera-se que a moralidade é 
um requisito de validade do ato administrativo, o qual, se eivado de imoralidade, poderá ser 
invalidado tanto pela própria Administração, quanto pelo Poder Judiciário. 
Acrescenta-se, ainda, que quanto à necessidade de preservar os padrões de 
moralidade no serviço público, destaca-se a vedação da prática do nepotismo, sem dúvida 
uma das revoltantes formas de improbidade naAdministração. 
 
2.4.4 Princípio da Publicidade 
Exprime a ideia de que a atuação da administração pública deve alcançar o máximo 
de transparência possível. Via de regra, todos os atos administrativos devem ser públicos. 
Porém, esse princípio não é absolutoe poderá ser restringido nas hipóteses de 
segurança da sociedade e do Estado e quando a intimidade ou o interesse social o exigirem. 
Mas atenção, somente a lei – em sentido formal – pode instituir regras de sigilo desse 
princípio. 
Ressalta-se que a publicidade é uma forma controle da Administração pelos 
cidadãos. A sociedadesó poderá controlar os atos administrativos se estes forem publicados. 
 
 
12 
 
Ademais, a doutrina também analisa a publicidade como requisito de eficácia – e 
não de formação–dosatos administrativos, definindo que mesmo depois de expedidos 
regularmente, estas condutasnão produzem efeitos em relação à sociedade antes de garantida 
sua publicidade. 
 
A Publicação é diferente daPublicidade. A publicação se refere, em regra, à divulgação em 
órgãos oficiais e imprensa escrita, sendo apenas uma das formas possíveis de dar 
publicidade aos atos administrativos. 
 
2.4.5 Princípio da Eficiência 
Esse princípio ficou consagrado no texto constitucional por meio da EC 19, de 1988. 
A referida emenda constitucional realizou a famosa Reforma Administrativa, que tentou fazer 
com que o Estado abandonasse sua atuação calcada na burocracia, objetivando uma atuação 
com mais resultados, eficiência e eficácia. 
O princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com 
maior produtividade e redução dos desperdícios de dinheiro público. Também pode ser 
chamado de princípio da qualidade dos servidores públicos. 
Na Constituição da República de 1988 encontram-se vários exemplos de 
desdobramento desse princípio, como por exemplo: 
 Exigência de avaliação especial de desempenho; 
 Exigência de participação em cursos de aperfeiçoamento; 
 Possibilidade de ampliar a autonomia gerencial, orçamentária e financeira 
mediante contrato de gestão 
 
 
13 
 
Esse princípio não alcança apenas o modo de atuação dos agentes públicos, a 
Administração também deve observá-lo em relação ao modo de se organizar, se estruturar e 
disciplinar os seus agentes. 
Também é importante destacar que a eficiência se distingue da eficácia e da 
efetividade. Enquanto a eficiência é a relação custo/benefício, a eficácia diz respeito ao 
alcance da meta prevista e a efetividade compreende os resultados alcançados. 
 
 
 
Com isso, terminamos o estudo dos princípios administrativos previstos 
expressamente no artigo 37 do texto constitucional e passaremos ao estudo de outros 
princípios também aplicáveis à seara administrativa. Alguns são apenas previstos 
implicitamente no texto constitucional, mas são considerados de igual importância para a 
atuação dos agentes públicos. 
2.4.6 Princípio do Contraditório e Ampla Defesa 
Tratam-se de princípios expressos no texto constitucional de 1988, em seu artigo 
5°, LV, e são decorrência lógica do princípio do devido processo legal. 
EFICIÊNCIA
EFETIVIDADE
EFICÁCIA
 
 
14 
 
Apesar de serem princípios bem amplos, o texto constitucional determina 
explicitamente a aplicação destes em sede de processos administrativos e o desrespeito a 
essasgarantias enseja a nulidade do processo e de todos os atos administrativos dele 
decorrentes. 
O princípio do contraditório é, em síntese, o direito conferido ao particular de 
sabero que acontece no processo administrativo ou judicial de seu interesse. Já a ampla 
defesa é o direito de se manifestar na relação processual. 
Sendo assim, não se afigura suficientedar ao particular apenas o conhecimento do 
feito, é preciso garantir a sua real participação. 
No contexto administrativo, a ampla defesa merece destaque em alguns aspectos. 
Vejamos: 
 Defesa Técnica: no que tange a essa garantia, a súmula 343 do Superior 
Tribunal de Justiça define que é indispensável a presença de advogado em 
todas as fases do processo administrativo disciplinar. Porém, a súmula 
vinculante nº 5 do STF determina que “a falta de defesa técnica por 
advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. ” 
Assim, afasta-se a aplicabilidade da súmula 343 do Superior Tribunal de 
Justiça, restando aos particulares acusados em processos administrativos 
disciplinares a faculdade de se fazerem representar por advogado; 
 Defesa Prévia:via de regra, é necessário que o particular possa se manifestar 
antes de ser proferida decisão administrativa. Todavia, em situações 
emergenciais, nas quais o interesse público esteja em perigo, admite-se que a 
atuação administrativa anteceda a manifestação do particular. Tais situações 
são denominadas de contraditório diferido e admitidas em decorrência da 
supremacia do interesse público sobre o privado. 
 
 
15 
 
2.4.7 Princípio da Intranscedência 
O princípio da intranscendênciafoi consagrado pelo STF em suas jurisprudências e 
inibe a aplicação de sanções às entidades federativas por ato de gestão anterior, desde que 
sedemonstre que o novo administrador está tomando todas as providências necessárias a 
sanaros prejuízos. 
2.4.8 Princípio da Autotutela 
Permite que a administração reveja seus atos, seja para anulá-los quando eivados 
de vício ou para revogá-los por motivo de conveniência e oportunidade. 
Não se trata deuma faculdade, é em verdade um dever, pois que não se pode 
admitir que, diante de situaçõesirregulares, a Administração permaneça inerte. Esse poder da 
Administração está consagrado em duas súmulas do STF: Súmulas 346 e 473. 
Porém, tal princípio não é absoluto, eis que em alguns casos deve-se prestigiar a 
segurança jurídica e a boa-fé. Por isso mesmo, a Lei nº 9.784/99, que regula oprocesso 
administrativo federal, em seu artigo 54, indicou que o direito da Administração de anular 
atosadministrativos que resultam em efeitos favoráveis ao destinatário tem prazo decadencial 
de cinco anos, salvocomprovada má-fé. 
 
 
 
 
O princípio da autotutela não se confunde com a tutela administrativa. Autotutela é o 
controle que a Administração, seja direta, seja indireta, exerce sobre seus próprios atos. Tutela 
é o controle finalístico que a administração direta exerce sobre a administração indireta, eis 
que não há hierarquia entre elas. 
 
 
16 
 
2.4.9 Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos 
Baseia-se na ideia de que a prestação da atividade administrativa deve ser 
ininterrupta, eis que muitas necessidadesda sociedade são inadiáveis. 
Tal princípio está expresso no art. 6°, § 1°, da Lei8987/95, como necessário para que 
o serviço público seja considerado adequado. Vale ressaltar que o princípio da 
Continuidadeestá intimamente ligado ao princípio da Eficiência, haja vista tratar-se de 
garantia de buscapor resultados positivos. 
Deste princípio decorrem questionamentos relevantes para provas de concurso. São 
eles: 
 É possível que o servidor público entre em greve?O questionamento surge a partir da 
ideia de que a greve do servidor poderia interromper a execução dos serviços públicos 
contrariando o princípio da continuidade. Inicialmente, cumpre apontar que os 
servidores militares não têm direito de greve, por expressa vedação constitucional. Já 
os servidores civis têm direito à greve.Porém, ao tratar dos servidores públicos civis, 
em seu art. 37, VII, a CRFB/88 definiu o direito de greve a estes agentes nos termos e 
condições estabelecidos em lei específica. Sobre o tema, o Supremo Tribunal Federal já 
pacificou o entendimento de que o direitode greve é norma de eficácia limitada e 
diante da ausência de lei específica a tratar da matéria será utilizada a lei geral de greve 
(Lei 7.783/89); 
 É possível interromper a prestação de um serviço por inadimplemento do usuário?A 
Lei 8.987/95, em seu art. 6, §3°, estabelece que não se caracteriza como 
descontinuidade do serviçoa sua interrupção em situação de emergência ou após 
prévio aviso, quando for motivada por razões de ordem técnica ou de segurança 
das instalações ou por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da 
coletividade. Apesar de a interrupção por inadimplemento do usuário ser matéria 
divergente na doutrina nacional, é majoritário o posicionamento de que será ilegal a 
paralisação de determinado serviço público por inadimplemento do usuário, caso 
enseje a interrupção de um serviço essencial à coletividade. 
 
 
17 
 
 O instituto da exceção de contrato não cumprido pode ser aplicada em contratos 
administrativos?Exceptio rum adimpleticontractus é o direito de suspender a execução 
do contrato em face do inadimplemento da outra parte. Conforme disposição do art. 
78, XV, da Lei 8.666/93, o particular tem direito de invocar a exceção do contrato não 
cumprido, desde que a administração seja inadimplente por mais de 90 (noventa) dias

Continue navegando