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Doenças tropicais negligenciadas A OMS fala que são grupos de doenças de prevalência tropical e subtropical elevado custo econômico e social. Populações vivendo em situação de pobreza, sem saneamento básico e sem água de qualidade apropriada para consumo. Temos a estimativa de que temos mais de 1 bilhão de pessoas infectadas por uma ou mais doença tropicais negligenciadas. Isso dá 1 a cada 6 pessoas. A OMS tendo em vista a importância dessas doenças tropicais negligenciadas, começou a fazer uma campanha muito grande para diminuir o impacto dessas doenças principalmente em crianças. Temos mais de 880 milhões de crianças infectadas por doenças que são transmitidas pelo solo e são as crianças que são o maior grupo de risco. Quase 100 milhões de brasileiros não tem acesso à coleta de esgoto, o que equivale a 46,85% da população. A região norte é a que mais sofre com a falta de esgotamento sanitário, com apenas 10% da população com acesso a esse serviço. Com o contato direto com o esgoto faz com que o contágio e a transmissão das doenças sejam muito mais fáceis. Essas doenças além de ter esse ciclo de pobreza associada e ocorrer na região tropical e subtropical e ter pessoas mais propensas, ainda por cima não tem tanto tratamento, não tem incentivo e investimento. Um dos exemplos é malária e a doença de Chagas (essas doenças não são tão negligenciadas mais). Temos 17 doenças negligenciadas e 11 delas são parasitoses. Quando vemos as doenças parasitárias que afetam o ser humano e fazendo uma análise, temos em torno de 3,5 bilhões de pessoas com doenças parasitárias, sendo 450 milhões de crianças. - Mas o que é parasitismo? É a associação entre dois organismos onde um é o beneficiado enquanto o outro é o prejudicado. Contato íntimo e duradouro; Temos a dependência metabólica. Parasito é o agressor e o hospedeiro alberga o parasito. Existem dois tipos de parasitas: Temos o endoparasito que vive dentro do corpo do hospedeiro e o ectoparasito que vive externamente ao corpo do hospedeiro. - Ciclos biológicos Para estudar parasitologia, temos alguns termos muito utilizados e um deles é o ciclo biológico. Entendendo o ciclo, dá para entender o tipo, os sintomas dele e por onde passa no nosso corpo. Os monóxenos necessitam de apenas um hospedeiro para completar seu ciclo de vida. Os heteróxenos necessitam de mais de um hospedeiro para completar seu ciclo de vida. Sendo hospedeiro intermediário que é na fase larvária ou assexuada. E hospedeiro definitivo que é na fase de maturidade ou sexuada. Por exemplo, temos o parasito esquistossomose que é quando o parasita tem que passar pelo hospedeiro humano definitivo que é quando vamos ter a reprodução sexuada. O hospedeiro intermediário vai ser o caramujos. - Tipos de transmissão Esses parasitas vão ter diversos tipos de transmissão, que são as aquisições passivas (quando ingerimos alguma forma do parasito) ou ativa (que penetra na nossa pele). Pode ser oral que é quando vamos ingerir. Vamos ter a penetração cutânea que é quando a larva penetra ativamente na pele do hospedeiro. Porém dependendo de alguns parasitas, eles vão precisar de vetores, geralmente temos algum artrópodes (molusco, barbeiro...) que transmitem um agente de um hospedeiro vertebrado para outro. Temos o vetor biológico que o parasito se multiplica ou se desenvolve no vetor. Temos o vetor mecânico que é o vetor que serve como meio de transporte, então o parasita não se desenvolve (insetos). Parasitismo é a associação entre dois organismos onde um é o beneficiado enquanto o outro é prejudicado, resultando assim a uma doença parasitária que é uma manifestação clínica resultante de uma infecção parasitária. A infecção é a penetração, alojamento e proliferação de um organismo (parasita) no interior de outro organismo (hospedeiro). Quando pensamos nesse prejuízo, temos que levar em consideração que são 2 seres vivos contribuindo para essa equação. Assim, temos a relação parasito-hospedeiro. Quando pensamos em caso de doença, temos alguns fatores que vão influenciar como essa relação ocorre. Temos fatores relacionados ao parasito e fatores relacionados ao hospedeiro. Por exemplo, se tivermos duas pessoas, sendo uma infectada por 10 parasitas e a outra com 100 parasitos. Será que vão ter a mesma manifestação clínica? É bem provável que o qual recebeu uma carga parasitária maior, vai ter sintomas mais severos associados. Então, quando pensamos na interação dos dois seres vivos, sempre vamos ter a relação parasito- hospedeiro ditando como vai ser a manifestação clínica. Fatores relacionados ao parasito: Número de exemplares que atingiram o hospedeiro; Virulência da cepa; Capacidade de multiplicação. Fatores relacionados ao hospedeiro: Idade e estado nutricional; Resposta imune; Doenças concomitantes. Cada hospedeiro vai ter as suas características próprias para interagir com os diferentes agentes etiológicos. Ele pode ser resistente ou suscetível. Resistência é quando o sistema imune dos hospedeiros é capaz de controlar/impedir a invasão/ multiplicação do parasito. O hospedeiro não apresenta condições metabólicas favoráveis para seu desenvolvimento. Suscetibilidade: não apresenta resistência. O agente etiológico apresenta caraterísticas próprias de interação com o hospedeiro. Infectividade: alojar, multiplicar e transmitir. Quanto maior for a infectividade maior a capacidade de alojar, multiplicar e transmitir este agente etiológico será capaz. Patogenicidade: capacidade de causar doença em um hospedeiro suscetível. Se temos um organismo que é capaz de infectar um organismo suscetível, é a patogenicidade. Virulência: grau de patogenicidade que se expressa pela gravidade da doença. Agente etiológico é o causador ou responsável pela origem da doença. • Por que algumas pessoas adoecem e outras não? • Por que algumas doenças só ocorrem em algumas áreas geográficas? • Por que a ocorrência de algumas doenças varia com o tempo? As doenças não se distribuem ao acaso, nos sempre temos alguns componentes que precisam ocorrer (fatores de risco) para que essa doença ocorra. Então, temos a pessoa, lugar e o tempo. Isso denomina se a doença vai ocorrer ou não. Para que tenhamos uma doença estabelecida na região, temos que ter alguns componentes nessa região, que são: os agentes etiológicos, o hospedeiro e as condições ambientais tem que ser agradáveis. E se temos uma doença que é transmitida por vetor, vamos ter um quarta condição, que seria o vetor, porque as doenças transmitidas por vetor é necessário que esse vetor esteja presente para que faça a transmissão entre o agente e o hospedeiro. Temos as doenças que são vetoriais mas o agente não consegue entrar no hospedeiro se o vetor não estiver presente para fazer a ponte. O vetor seria o mosquito, por exemplo. - Endemia x Epidemia Uma doença endêmica é quando temos um número de casos estáveis na região. Quando temos a epidemia é quando temos um grande aumento do número de casos. - Como determinar se existe um excesso no número de casos esperados? Para cada vez que pensamos em casos conhecidos para a doença, vamos ter um número de casos bem maior que os conhecidos. Amebíase Temos vários protozoários que são as amebas, podem ser de vida livre, comensais, temos alguns que tem vida livre que eventualmente pode virar parasitas e temos uma ameba que é parasita (Entamoeba histolytica). As comensais são seres que vivem no nosso corpo mas não causam nenhum prejuízo. - Gênero entamoeba São as amebas que tem contado com o ser humano. Algumas vivem no nosso intestino, que são as: E. histolytica,E. coli, E. hartmanni. Temos uma que vive na nossa cavidade bucal que é a E. gengivalis. A E. histolytica é patogênica. Ela só tem um núcleo e não possui uma forma definida. O núcleo é esférico com grânulos cromáticos e com cariossomo central, porém, podem possuir vários núcleos. Os trofozoítos sao pleomórficos, ou seja, podem possuir várias formas mas só o núcleo é bem característico. Os trofozoítos vive no ser humano. Os cistos são a sua forma de resistência, que podem conter de 1 a 4 núcleos sendo esféricos ou ovais. - Trofozoítos Vão ter formas pleomórficos. São encontrados principalmente no intestino humano. Algumas vezes, conseguem sair da luz intestinal e invadir a parede do intestino ou alguns tecidos e quando isso acontece, temos o quadro patogênico. Raramente é encontrado nas fezes, por conta que normalmente é encontrado os cistos. Possuem pseudópodes. Possuem um núcleo e vários vacúolos digestivos. - Formas de vida Os trofozoítos de E. histolytican não possui uma forma definida, ou seja são pleomórficos. Vivem no nosso intestino e se alimentam do nosso conteúdo intestinal. Uma característica da E. histolytica é que ingere eritrócitos, então, se tiver sangramentos ou se conseguir invadir o tecido, ela vai ingerir os eritrócitos presentes. Isso é a única forma que temos de diferenciar um trofozoíto da E. histolytica, que é um parasita e da E. dispar, que não possui essa capacidade de ingerir eritrócitos. O parasita está vivendo no nosso intestino, se alimentando do nosso conteúdo intestinal. Com o tempo, ele começa a ser levado para o intestino grosso para ser eliminado. Assim, o trofozoíto vai reduzir a sua atividade, começando a ficar ovoide e menor. Em seguida, vai começar a secretar a parede cística, que é formada de quitina. Assim, dando origem a um cisto. O cisto é eliminado nas fezes. A parede de quitina, tem de 1 a 4 núcleos, possui vacúolos de glicogênio (V) que vai servir como forma de energia por um tempo. - Ciclo de vida das entamoeba Ao ingerir os cistos, eles vão passar pelo estômago, assim que isso acontecer, o cisto vai romper dando origem aos trofozoítos que vão começar a colonizar o nosso intestino. É uma colonização não invasiva. Seguindo pelo intestino, vão se formar de novo em um cisto para ser eliminado nas fezes. O que acontece na entamoeba, é que muitas vezes esses trofozoítos causam a amebíase intestinal que pode depois que invadir o tecido, assim se dispensando na corrente sanguínea. Conseguindo invadir outros órgãos, como o fígado, pulmões e até o sistema nervoso central. Quando temos o ciclo patogênico, a entamoeba vai viver na luz do intestino sem invadir o tecido. Com isso, ela vai causar um ciclo não patogênico, ou seja, não temos uma doença associada. A partir do momento que o trofozoíto invade a mucosa intestinal, ele vai começar a se multiplicar na parede intestinal, causando úlceras que podem, através da circulação porta parar em diferentes tecidos. Eles se alimentam de hemácias e de outras células, formando assim, necroses e assim, destruindo os tecidos. - Mecanismo de transmissão da amebíase Pode ocorrer por transmissão direita, que é de pessoa para pessoa. Os cistos das amebas tem a tendência de se alojar nas regiões de unhas e assim, transmitindo de pessoa para pessoa. A transmissão também pode ser indireta que é por meio de água ou alimentos contaminados. Os cistos são viáveis por até aproximadamente 30 dias no meio externo. Podemos ter nenhuma manifestação clínica ou a colopatia aguda, a necrose hepática e a morte. Essa diferença acontece, por conta que temos parasitas que possuem patogenicidades variáveis, e o que vai influenciar são as características tanto dos parasitas quanto da pessoa infectada. Dos parasitas, as características são: como cepas, quantidade de cistos ingeridos, passagens por hospedeiros que ele já passou e os fatores associados ao hospedeiro, como: a resposta imune, a microbiota, a quantidade de cistos ingeridos... Quando pegamos na forma patogênica, temos dois tipos de amebíase, que são: a amebíase intestinal e a amebíase extra intestinal. Na amebíase intestinal, os trofozoítos não conseguiram atravessar o tecido, então, ela é completamente assintomática. Não encontramos trofozoítos com hemácias nas fezes, porque o sistema digestivo esta integro. Quando olhamos a mucosa por endoscopia, não há nenhuma estrutura alterada. Ausência de anticorpos específicos no soro A partir no momento que o parasita passa a barreira mucosa e invade o tecido, vamos ter o sintomas. Temos trofozoítos com hemácias nas fezes, porque quando começa a invasão, vamos ter lesões e assim saindo hemácias. Possuímos alterações na mucosa intestinal. Há presença de anticorpos específicos no soro. Os parasitas vão invadir e começar a necrosar o intestino. - Sintomas Quando começamos a ter a amebíase intestinal invasiva, vamos ter a forma aguda e crônica. Disenteria amebiana (forma aguda): A pessoa vai ter dores abdominais, evacuações frequentes com possíveis muco e sangue (10 a 20 por dia); Febre, por conta da resposta imune; Emagrecimento e cansaço. Colite amebiana (crônica): Acontece depois de algum tempo; Evacuações diarreicas (5 ou 6 vezes por dia); Desconforto abdominal; Rara febre; Períodos assintomáticos entre as crises. Quando a pessoa não procura atendimento médico, pode ter complicações: Perfuração: ruptura intestinal que pode levar a peritonite; Hemorragia: geralmente pequena e persistente. Podendo levar à anemia; Apendicite: mesmos sinais da apendicite bacteriana, mas com sangue nas evacuações diarreicas; Ameboma: formação de tecido granulomatoso firme e com ulcerações. Se a pessoa não for no médico, a ameba pode entrar no sistema porta e se disseminar para outros órgãos. O primeiro lugar que vai chegar é no fígado. Ela vai ter o quadro amebíase intestinal e hepático. Amebíase hepática: Após o quadro intestinal ou concomitante; Pequenas lesões difundas que podem se unir. A ameba vai se alimentando das hemácias e das células que formam o fígado, assim, fazendo extensos focos necróticos e fazendo abscessos amebianos; Junção de tecido hepático lisado, sangue, bile e algumas amebas vai ser formado um pus chocolate. Saindo da corrente sanguínea, vamos ter a amebíase pleuropulmonar: Febre, dor torácica e tosse; Catarro amarelado, verde ou rosado; Se fizer a analise desse catarro, vamos ter amebas; Em geral, após quadro intestinal e/ou hepático. Amebíase cerebral: É raro. Sintomas variáveis que se acumulam aos hepáticos e pulmonares. Vai ter a necrose do sistema nervoso central e assim, a pessoa pode acabar morrendo porque o corpo não aceita bem. - Diagnóstico O diagnóstico clínico é difícil de se fazer, por conta que muitas vezes pode ser confundido com a Síndrome do Colón Irritável ou diarreias. O exame mais comum de fazer é o parasitológico de fezes que vai se fazer a pesquisa de cistos em fezes sólidas (diferenciar amebas não patogênicas) e em fezes liquidas pode se encontrar os trofozoítos (cultura de fezes). Temos o diagnóstico imunológico, principalmente se temos a amebíase patogênica. O teste de ELISA serve para a detecção de antígeno nas fezes. Pode ser feito o teste de ELISA para detecção Acs IgG soro (amebíase invasiva). Temos o diagnóstico molecular, que é feito pelo PCR, que vai distinguir espécies. - Transmissão: doença das mãos sujas A amebíase é conhecida como a doença de mãos sujas, por conta que esses cistos que ficam nas unhas podem ficar viáveis por até 45 minutos. Se a pessoa que vai ao banheiro, não faz a higiene apropriada das mãos e resolve fazer comidas ou carinho em alguém, pode contaminar a outra pessoa. Um estudo com 144 famílias que haviam amebíase, eles encontraramem 90% havia mais de um caso. Assim, possuímos a transmissão direta. A transmissão indireta pode ocorrer através de alimentos contaminados por cistos, adubos feitos com fezes humanas, contaminação da água (cistos permanecem viáveis por 20 dias), transporte mecânicos por insetos. - Profilaxia: doença de mãos sujas Saneamento ambiental; Identificação e tratamento de fontes de infecção, cuidado com os portadores assintomáticos; Educação sanitária: lavar as mãos; Combate às moscas; Cuidados caseiros: as verduras dever ser mergulhadas em uma solução de hipoclorito de sódio; As vacinas ainda em estudo com extratos de amebas não patogênicas. Giardíase A giardíase é causada por Giardia lambina. A giárdia é um grupo de protozoários flagelados parasitas do intestino delgado de mamíferos, aves, répteis e anfíbios. Em humanos são os principais parasitas que infectam trato intestinal. A OMS temos de 500 mil novos casos por ano e 200 milhões infectados sintomáticos. - Formas de vida A giárdia tem duas formas de vida, que são os trofozoítos e os cistos. Variam tanto da sua organização estrutural e bioquímicas diferentes que serve como uma forma de se adaptarem ao ambiente que vive. A giárdia é eucarioto, então o núcleo envolve o seu material genético e temos algumas organelas circuladas por membrana. Porém, ele é diferente dos eucariotos, então ele não tem mitocôndrias e o aparato de Golgi característico ausentes. Tem forma de pêra e é bilateral (os dois lados são iguais) e ele é achatado dorsoventral e a superfície ventral tem dois discos adesivos que usa para se fixar ao intestino. Tem dois núcleos: 2 axonemas de flagelos; 2 corpos medianos; 4 pares de flagelos posteriores: anterior, ventral, posterior e caudal. Metabolismo: anaeróbio, aerotolerante. Vão usar o disco adesivo para se fixar a mucosa do duodeno e parte do jejuno. Vai ficar ali que tem uma baixa quantidade de oxigênio e vai absorver através das suas membranas e pinocitose os nutrientes do intestino. Se precisar se movimentar, ele desgrudas as ventosas e a membrana e vai usar os flagelos para se movimentar. Toda vez que se divide faz uma divisão binária longitudinal. Cultivável (meios líquidos e culturas de células). Outra forma de vida é o cisto. Conforme ele vai mudando de lugar, o ambiente vai mudando e isso manda um sinal para o parasita que ele vai ser despejado. Assim, ele vai mudar as suas características como forma de sobrevivência, que são os cistos. Ele começa a mudar sua forma, ficando ovoide e começa a secretar uma parede cística. Essa parede cística é feita de quitina, que oferece resistente a ele. Ele vai ter 4 núcleo (duplas estruturas internas). Esse cisto quando chega no final do intestino grosso, ele vai eliminar esses cistos junto com as fezes e vão infectar outros seres vivos ou animais. Quando for ingerido, o pH ácido do estômago dá um sinal que está na hora de romper, que é chamado de declusão. Então, quando o cisto chegar no intestino, ele vai ter a eclosão e vai dar origem a dois protozóitos. - Ciclo biológico Precisamos ingerir esse indivíduo, então o ciclo de vida é monoxênico, ou seja, só vai passar por um hospedeiro. Ingeri esse cisto através de água ou alimento contaminados, vai ter a passagem pelo estômago, quando chegar no intestino, o cisto vai se romper e vai dar origem a dois protozóitos. Eles vão colonizar se dividindo por divisão binária longitudinal, dando origem a novos protozóitos. Chegou no intestino grosso, ele recebe um sinal que vai ser eliminado e vai se transformar em um cisto e é eliminado. Quando a pessoa está com diarreia por conta da giardíase, dá para se observar alguns protozóitos nas fezes. Entretanto, apenas os cistos são infectáveis, porque se o protozóito for consumido, ele vai acabar morrendo na passagem pelo estômago. - Mecanismos de infecção Temos duas formas de transmissão, sendo a ingestão de cistos o principal. 1. Ingestão de cistos: É eliminado nas fezes formadas; Resiste na agua por até 2 meses, se for um ambiente úmido. Pode ser tanto por água quanto por alimentos contaminados (água ou manipuladores). 2. Transmissão anal (Sexual) Se tiver a digestão. Trofozoítos: eliminados nas fezes diarreicas não são infectantes. - Manifestações clínicas São bem variáveis, podendo ser assintomática e sintomática. Na sintomática podendo ser diarreias brandas e auto-limitantes à diarreias crônicas e debilitantes. • Aguda (até 2 meses): Intermitente (tem dias que estão acentuadas e dias que estão mais suaves); É auto-limitante; Tem dores abdominais (cólicas); As fezes são pastosas ou líquidas com muco mais gordura, por conta do mecanismo de patogenicidade da giardíase. • Crônica: Má absorção intestinal e perda de peso. • Em crianças A má absorção pode ser extremamente grave. Podem ter diarreia crônica; Dor abdominal; Anorexia Perda de peso. - Mecanismo de patogenicidade Temos um parasita que não invade a mucosa. Então, como ela se fixa na parede do intestino, acaba que não vamos ter a absorção dos nutrientes, ou seja, ela faz uma barreira física impedindo a absorção. Processo principalmente mecânico, parasitas aderem e recobrem a parede do duodeno "tapete", impedindo a absorção. Perda de microvilosidades quando o parasita descola e acaba diminuindo a absorção intestinal. assim, temos uma diarreia "mecânica". - Diagnóstico parasitológico de fezes (mais comum) cistos em fezes solidas; Trofozoítos em fezes liquidas ou aspirado de duodeno; podem requerer exames repetidos (3 amostras). Imunológico ELISA: pesquisa de Ags nas fezes. - Profilaxia Saneamento básico (água). A quantidade de cloro utilizado na água não é o suficiente; Higiene em creches e asilos; Cuidados com alimentos; Tratamento dos doentes; Tratamento dos portadores assintomáticos; Animais domésticos podem ser reservatórios (fonte de infecção). - Tratamentos Derivados de nitroimidazolicos (metronidazol). Tem casos de resistências aos medicamentos. Tricomoníase O agente etiológico é a Trichomonas vaginalis. Só tem a forma de vida que é o trofozoíto. - Morfologia Forma oval, uma membrana ondulante que é usada para a locomoção e apenas um núcleo. Não possui forma de cística. - Biologia Tem o habitat é no trato geniturinários do homem e da mulher, ou seja, é um IST. O mecanismo de transmissão é na relação sexual mas há boatos que a transmissão foi durante o parto (tricomoníase neonatal). Tem alguns fatores que favorecem o desenvolvimento do parasita na vagina: Modificação da microbiota vaginal (fatores hormonais, inflamação). Como a microbiota vaginal é composta por lactobacilus, eles fermentam e deixam o pH baixo, por volta de 3,8 a 4,5. Caso há a alteração do pH vaginal, fica mais fácil eles se instalarem lá; Diminuição do glicogênio nas células do epitélio; Acentuada descamação epitelial. - Ciclo biológico A transmissão é direta pelos homens e mulheres infectados, é transmitido no ato sexual e o parasita vai começar a fazer fissão binária. Começando assim, a se proliferar na vagina ou na uretra masculina. No próximo ato sexual, vamos ter a sua transmissão. - Epidemiologia É uma das ISTs mais prevalentes no mundo (170 milhões de casos/ano, segundo a OMS em 1998); É mais comum em mulheres; Incide de preferência no grupo etário de 16 a 35 anos, por ser a faixa etária que as pessoas são mais sexualmente ativas; O trofozoíta é suscetível a dessecação, mas pode viver fora do seu habitat por algumas horas sob condições de umidade. Não resiste muito em temperatura alta. - Patogenia e sintomatologia Na mulher: Assintomática em25 a 50% dos casos; Vaginite aguda: Quando o começa a ter uma proliferação muito rápida, temos corrimento vaginal fluido abundante de cor amarelo- esverdeada e de odor fétido; Prurido (coceira) ou irritação vulvovaginal; Dor durante as relações sexuais; Dor ao urinar (disúria) e frequência miccional. Senão tratar nesses casos, ele vai evoluir uma vaginite crônica. Vaginite crônica: sintomas leves. No homem: Assintomáticos (a maioria); Mas os que tem sintomas: uretrite aguda: corrimento abundante; Sintomatologia leve: escasso corrimento, disúria, prurido. Complicações (raras): epididimite, infertilidade e prostatite. Se os dois parceiros não forem tratados, a transmissão vai continuar ocorrendo. A tricomoníase tem sido associada à: Transmissão do HIV; Doença inflamatória pélvica; Câncer cervil; Parto prematuro; Baixo peso de bebes nascidos de mães infectadas. Se a pessoa já tem uma IST, é bem provável que ela possa ter outras, já que ela tem um comportamento de risco (não existe grupo de risco para IST). A presença da tricomoníase no canal vaginal, faz com que inflame e com a inflamação, vem os linfócitos, que são as células que o HIV gosta de infectar, nisso acaba ficando mais suscetível a infecção deste vírus. - Tratamento Metranidazol mas não é indicado para o tratamento de mulheres que estejam no primeiro trimestre de gravidez por conta que pode levar a má formação. Importante tratar a mulher quanto no homem. O homem tem uma alta resistência ao tratamento por ser assintomático. - Diagnóstico laboratorial Diagnóstico parasitológico: Exame direto a fresco, que vai dar para ter a visualização de parasitas vivos e em movimento; Diagnóstico imunológico: ELISA e IF; Diagnóstico por PCR, que tem uma alta sensibilidade e especificidade. -Prevenção Usar preservativos. Doenças de Chagas (Tripanossomiase america) - História A doença foi descoberta por Carlos Chagas em 1909. Em Lassance, MG, ele analisou barbeiros no microscópio e observou formas flageladas de um protozoário desconhecido. Examinando uma menina de dois anos que estava febril, chamada Berenice, foi observado em seu sangue o mesmo protozoário encontrados nos barbeiros. Assim, ele descreveu a etiologia, ciclo do parasito, formas clínicas, meio de transmissão da doença, reservatórios silvestre e domésticos e os vetores. Este foi o caso único na história da medicina, porque foi o único pesquisador que conseguiu descrever todos os aspectos da doença. - Epidemiologia Distribuição geográfica: América Latina tem 8 milhões de pessoas infectadas. Sendo 10.000 mortes por ano. É endêmica em 21 países da América. Teve a expansão da doença para várias regiões do mundo, por conta da imigração. Já temos 80.000 casos na Europa, 3.000 no Japão, alguns na Oceania e nos EUA é 300.000. Nos EUA, temos o vetor e assim, tem um potencial de transmissão em vetores. Isso acontece principalmente no Texas. Na Europa, Japão e Oceania não temos o vetor, então não temos a transmissão vetorial. No Brasil, com as campanhas de eliminação ao Barbeiro, deu-se para controlar um pouco a transmissão vetorial. Porém na região norte, ainda temos um grande número de transmissão vetorial. - Agente etiológico É chamado de Trypanosoma cruzi. Ordem é kinetoplatica (temos os parasitas que tem a mitocôndria modificada). Família: trypanosomatidae. Gênero: trypanosoma - vetor Inseto hematófago (triatomíneo), conhecido como barbeiro, chapão, fincão, bicudo. É hematófago, ou seja, que se alimenta de sangue. Família: reduvidade Gênero: triatoma, rhodinus, panstrogylus (mais comuns) Mais de 120 espécies de barbeiros (Triatoma infestans, Thodnius prolixus e Panstrongylus megistus); Adultos medem a 0,5 a 4 cm de comprimento; Tem hábitos noturnos. A certificação da interrupção das transmissão da Doença de Chagas pelo Triatoma infestans no Brasil, em 2006. Temos outros triatomíneos e outras formas de infecção. Durante o dia, ele se esconde em frestas da casa. Durante a noite, enquanto dormirmos, ele sai, pica a pessoa, suga o sangue, depois ele incha e defeca. Nessas fezes é encontrado o Tripanossomos cruzes. Por estarmos dormindo, vamos coçar onde ele picou, acabamos inoculando o parasita para o local da picada ou entra pelas mucosas. - Reservatórios: Podem infectar animais silvestres (mais comuns): gambas, marmotas, tatus, roedores, morcegos e alguns macacos e coelhos. Pode infectar animais domésticos (presentes em áreas endêmicas): cães e gatos. Não é tão comum. Ainda temos o parasita circulando nas áreas silvestres. - Mecanismos de transmissão Temos a transmissão pelo vetor. Se escondem em casas de pau a pique, pode se esconder nas frestas e embaixo do colchão. Dá para se contaminar por transfusão sanguínea, transmissão congênita, acidentes de laboratório (senão tomar os devidos cuidados) e transplante. Temos a transmissão oral, atualmente é a principal forma de transmissão da Doença de Chagas. O que acontece: temos o barbeiro infectado junto com o processamento dos alimentos como, cana de açúcar (garapa) e açaí (in natura). Assim, os parasitas ficam ali, vai penetrar na mucosa. O açaí na região Norte é consumido naturalmente, então, acaba tendo mais surtos. - Ordem kinetoplastida São flagelados unicelulares (uma célula com flagelo), tem uma única mitocôndria modificada chamada de cinetoplasto. DNA mitocondrial é arranjado em uma rede compacta conhecida como cinetoplasto. kDNA (dna mitocondrial modificada) é uma rede de centenas de DNA circulares concatenados. - formas de vida do T. cruzi: Temos o hospedeiro invertebrado: Epimastigotas Trigomastigotas metacíclicos Hospedeiro vertebrado: Amastigotas; Tripomastigotas sanguíneos. Cada uma dessas formas é adaptada para um ambiente e vai ter uma função. Hospedeiro invertebrado: Epimastigotas: Presentes em todo o intestino do barbeiro. A sua função é proliferar: divisão binária. Possuem flagelo livre. Núcleo cinetoplasto. Tripomastigotas metacíclicos Quando o parasita vai chegando no reto, ele percebe que vai ser eliminado, então, muda de forma e se transforma em tripomastigotas metacíclicos. Os tripomastigotas é a forma invasiva, então, o parasita vai concentrar toda a sua energia para conseguir invadir a célula do hospedeiro. Presentes no reto do barbeiro; Formas invasivas; Possuem flagelo que fica preso no corpo, fazendo uma membrana ondulante e isso faz com que ele se torne extremamente eficaz em se locomover. A sua expressão genética produz proteínas que vão ajudá-lo entrar no hospedeiro. Não consegue se multiplicar nesta forma. Quando o tripomastigotas metacíclicos consegue entrar no hospedeiro e infectar uma célula, ele vai precisar se multiplicar. Assim, ele se diferencia novamente. Hospedeiro vertebrado Amastigotas: Presentes no interior das células; formato ovoide, sem flagelo (por conta que não precisa se locomover); Formas proliferativas com capacidade de infecção. É a forma intracelular. Ele vai começar a se multiplicar, assim, a célula fica bem cheia e acaba se rompendo e o parasita vai cair na corrente sanguínea do hospedeiro. Quando isso acontece, ele vai precisar novamente infectar em outras células, assim, ele vira tripomastigostas. Tripomastigotas sanguíneas Presentes na corrente sanguínea; Forma invasiva Possuem flagelo Tem uma membrana ondulante para ajudar na locomoção. Pode infectar uma nova célula e quando temos a opção do barbeiro ao picar a pessoa, ele acaba levando os tripomastigotas sanguíneos. Chegando no barbeiro, ele vai se diferenciar em epimastigotas e vai colonizar o intestino do barbeiro e quandochaga no reto, se tornar o tripomastigotas metacíclicos. É possível ser um pernilongo, por exemplo, e nao um barbeiro? Outros insetos não conseguem transmitir. É um parasita está adaptado a invadir só barbeiros. É possível o parasita não infectar uma célula e assim nao se reproduzindo e nao tendo a doença de Chagas? Quando entramos em contato com o patógeno, vai ter um tempo que determina se o patógeno vai conseguir se estabelecer ou não. Vai chegar as células de primeira linha de defesa, se conseguir ser controlado logo no começo. O primeiro passo é a colonizar o parasito, se for tratado aí, não vai ter a colonização mas senão for tratado, vai ter a colonização. Isso vale para todo o patógeno mas o parasita do barbeiro é bem eficaz de conseguir. - Ciclo de vida Parasitas com ciclos de vida complexos alternando entre hospedeiros vertebrados e invertebrados. É heteroxênico. Os parasitas devem adaptar-se a grandes diferenças ambientas, como temperatura e nutrientes disponíveis em cada hospedeiro. Perto do local que foi picado, vamos ter muitas células fagocitárias, então o parasita vai contaminar essas células. - Manifestações da doença Período de incubação (momento da infecção e começar a apresentar sintomas) 1 a 3 semanas É dividida em 2 fases: Fase aguda Até 40 dias após o contágio mas aparecem até 10 dias após a picada do barbeiro. Tem muito parasita no sangue (alta parasitemia). Inicia-se através das manifestações locais: Penetração pela conjuntiva (sinal de romanã). Se tiver a contaminação pelo olho. Penetração pela pele (chagoma de inoculação). Forma um calombo na pele, onde teve a contaminação. Sintomas: Febre; Anorexia; Inchaço do fígado e do baço; Vermelhidão no corpo semelhante a uma alergia. Inflamação difusa (em alguns casos): Casos mais graves: miocardite, meningite e encefalite. Pode levar ao óbito. Depois da fase aguda, o sistema imunológico começa a criar uma resposta a esse parasita. O parasita percebe que o sistema imune começa a perceber que o sistema imune está conseguindo eliminá-lo, assim, ele começa a formar ninhos de amastigota, ou seja, os parasitas vão entrar nas células musculares (principalmente músculo cardíaco) e então, vai ficar em forma de amastigota. Assim, ele fica camuflado do sistema imune e consegue sobreviver ali durante anos. Eventualmente, os ninhos se rompem. Assim, temos alguns trigomassiomotas que ficam circulando na corrente sanguínea. Por isso, mesmo na fase assintomática a pessoa ainda pode contaminar um barbeiro ou outras pessoas. Depois entra na fase crônica: Fase crônica Pode iniciar-se logo após a fase aguda, vários anos depois ou nem se manifestar. Pode ser assintomática ou sintomática. Fase crônica assintomática: Formar indeterminada ou latente (longo período assintomático, pode ser de 10 a 30 anos). É caracterizada por: Positividade de exames sorológicos e/ou parasitológicos; Ausência de sintomas e/ou sinais da doença; Eletrocardiograma convencional normal; Coração, esôfago e colón radiologicamente normais. Fase crônica sintomática Reativação intensa do processo inflamatório; Fibrose difusa. Sintomas relacionados com o sistema cardiocirculatório, digestório e nervoso (aumenta de tamanho): Temos forma cardíaca; Temos a forma digestiva. A forma cardíaca (20 a 40% dos pacientes): Cardiopatia chagásica crônica sintomática (essa inflamação aumenta a fibrose e assim, aumentando de tamanho. Ele fica tão grande que não consegue mais bombear o sangue); Miocardite crônica difusa, progressiva e fibrosante que leva a: Insuficiência cardíaca; Aumento do volume do coração; Taquicardia. Forma digestiva Encontram-se parasitas na musculatura lisa e células nervosas do sistema digestório (principalmente no esôfago e no colón): Formação de granulomas; Reterites necrosantes Destruição dos plexos nervosos por conta da inflamação crônica Hipertrofia e atonia muscular -> megaesôfago e megacólon. Os órgãos não são mais capazes de fazer os movimentos peristálticos. - Doença de Chagas Congênita Transmissão ocorre quando a mulher está na fase aguda da doença. Ocorre em qualquer momento da gravidez e causa aborto, partos prematuros e natimortos. A cepa do parasita e lesões prévias da placenta facilitam a penetração, atingindo a circulação sanguínea fetal chegando a qualquer célula e órgão do feto. - Diagnósticos Temos o clínico e o laboratorial: • Clínico: Origem do paciente Sinal de Romaña e/ou Chagoma de inoculação acompanhados de febre hepatoesplenomegalia e taquicardia. Alterações cardíacas e digestivas e do esôfago e colón, que é quando começa a suspeita da doença. • Laboratorial: Fase aguda e crônica: Diagnóstico parasitológico (pesquisa do parasito); Através do exame de sangue a fresco; Exame de sangue com gota espessa (desemoglobinizada e corada) Esfregaço sanguíneo corado pelo Giemsa Xenodiagnóstico (principalmente em locais que não temos locais com exames complexos) e hemocultura. O xenodiagnóstico: Pega um barbeiro criado em laboratório, coloca em contato com a pele do paciente e deixa se alimentar. Incuba o barbeiro, após alguns dias, pega o barbeiro e tenta ver se encontra os epimastigotas. Temos o diagnóstico imunológico, tanto na fase aguda e crônica: Hemaglutinação indireta; Imunofluorescência indireta; Testes imunoenzimáticos (ELISA). - Tratamento Parcialmente ineficaz, não temos cura definitiva dos pacientes. Eficaz somente na fase aguda em 60 a 80% dos casos, se usado o benzonidazol. É usado Rochagan (benzonidazol) que age somente contra as formas sanguíneas mas não consegue atingir os ninhos. - Profilaxia: Higienização adequada dos alimentos (não moer o barbeiro junto com o alimento, como cana-de- açúcar e açaí); Melhoria das habitações rurais; Combate ao barbeiro (insectidas); Controle do doador de sangue; Controle da transmissão congênita. Leishmaniose Existem dois tipos: a leishmaniose cutânea e a leishmaniose visceral. Temos um grande número de casos todo o ano. Está nas doenças negligenciadas tropicais. Para a leishmaniose cutânea tem 1,5 milhões de novos casos por ano. É uma problema público em 88 países nas Américas, Europa, África e Ásia. A leishmaniose visceral tem 500.000 novos casos por ano sendo 60.000 mortes por ano senão for tratada. Ocorre em 79 países nos quatro continentes, ou seja 1 pessoa para 7. Temos em média 55 mortes por dia em todo dia. A leishmaniose cutânea ocorre muito na América do Sul, sendo o Brasil com grande parte dos casos. Na leishmaniose visceral, o Brasil e a Índia possuem muitos casos. - Leishmaniose visceral No Brasil, temos poucos estados que ainda não tem a leishmaniose, que são: Amazonas, Acre, Rondônia e Amapá. Em Rondônia porém temos cachorros infectados. Em Minas, Bahia, Ceará, São Paulo, Pará e Maranhão são os estados que mais tem casos. Ou seja, na região norte e sudeste temos um grande número de casos. A leshimaniose visceral vem aumentando o número de casos, já a cutânea, vem diminuindo. Houve a dispersão da leishmaniose no brasil. Em 1990 tínhamos pouco casos na região sudeste e depois de 1997, houvemos uma grande rota de dispersão dos casos. Temos um enfoque em Minas (Belo Horizonte é endêmica) e São Paulo (perto da capital). Isso ocorreu por conta do processo de urbanização que temos observado na leishmaniose. Os cães são um grande reservatório e depois vai para os seres humanos. - O parasito Temos várias formas de vida e são duas mais importantes.A primeira são as promastigotas que são encontrados nos insetos e os amastigotas que são encontrados no hospedeiro mamífero. Ambos se dividem por fissão binária. Polimórfico: Promastigota; Paramastigota; Promastigota metacíclico; Amastigota. - Organização celular O promastigota tem um flagelo na porção final do parasita com um citoplasma com um corpo alongado. O flagelo é totalmente livre. Genoma com 36 cromossomos, temos 8305 genes identificados. Cinetoplasto -> kDNA. Ordem: Kinetoplatida Família: Trypanosomatidae Gênero: leishmania - Características gerais: Protozoária flagelado; Unicelular; Dois hospedeiros obrigatórios: heteróxenico. Habitat: Vetor (hospedeiro intervertebrado): lúmen do trato digestivo. Hospedeiro vertebrado: células do sistema mononuclear fagocitário (SMF), Principalmente macrófagos. - Agente etiológico Já foram descritas mais de 30 espécies do gênero leishmania, que mudam de acordo de cada região do mundo. Subdividem-se em 2 complexos (subgêneros): viannia e leishmania. No Brasil, temos 3 principais: Leishmania chagasi (leshimaniose visceral); Leishmania amazonnsisas (principal causa da leishmaniose cutanea); A leismania viannia braziliensis que dá origem a muco-cutane. Temos diferentes espécies de Leishmania associadas com as manifestações da doença. A expressão diferencial ou presença/ausência de genes provavelmente causa as diferenças nas patologias observadas. Essas diferentes espécies expressam genes diferentes ou tinham ou não tinham certos genes. As que causam a leishmania visceral conseguem aguentar temperaturas mais altas, por exemplo. Se temos uma parasita que não consegue aguentar a temperaturas mais altas, ele vai viver mais na pele que tem uma temperatura mais leve. - Vetor O vetor é o inseto díptero da família Phlebotomidae, mais conhecido como mosquito palha. Flebótomo: transmissores na África, Europa e Ásia. Lutzomyia: transmissores nas Américas. Nomes populares: mosquito palha, cangalha e orelha de veado. As fêmeas adultas são hematófagas. Atividade crepuscular: picam as pessoas à noite ou ao amanhecer. Esse mosquito tem a tendência de ficar em lugares que possuem plantas mas podem ser encontrados em casas. - Ciclo de vida geral No homem (forma amastigota): Parasito intracelular; Vive dentro do fagolisossomo do macrófago; célula pequena, arredondada/elipsoide, sem flagelo; Reprodução por fissão binária dentro do macrófago; Rompimento da membrana do macrófago e liberação do parasito; Nova fagocitose. No inseto (forma promastigota): Na picada, o inseto ingere as formas amastigotas presentes no sangue ou na linfa (infectado pelos macrófagos); No intestino do inseto, os amastigotas se diferenciam em promastigotas; Citoplasma alongado, flagelo alongado, expansão da mitocôndria; Intensa atividade multiplicadora; Atingem o estômago do inseto; Na picada, os promastigostas metacíclicos vão para a saliva e assim infectando a pessoa picada (papel na infecção); Na pele, os promastigotas são fagocitados por macrófagos; Os que se diferenciam em amastigotas tem mais chance de sobreviver. Quando os promastigotas chegam na pele, os macrófagos vão reconhecer que é um parasita e fagocitam os promastigotas. Só que é exatamente o que o parasita quer e quando o promastigota percebe que está dentro da célula, ele vai começar a se diferenciar em amastigota e vai começar a se dividir até que a célula se rompe. Assim, liberando os amastigotas que estavam dentro do macrófago. Quando isso acontece, ele vai para a corrente sanguínea, com isso, vão vir mais macrófagos para fagocitar o amastigota. Eventualmente, outro mosquito pica essa pessoa e juntamente com o sangue, leva os macrófagos que estão repletos de amastigotas a romper e o amastigota se diferencia em promastigota no intestino do mosquito que vão migrar para a glândula salivar do mosquito e acontece tudo de novo. Os promastigotas se desenvolvem para paramastigotas que aderem em pontos diferentes no trato digestivo (critério da localização: subgênero de Leishmania). Paramastigota: fazem com que ele use o flagelo para se aderirem as microvilosidades do intestino do mosquito e assim se multiplicando. Depois de algum tempo, o paramastigota atravessa a parede do mosquito, cair na circulação do mosquito e vai até o aparelho bucal. Os promastigota cíclica vão ter moléculas na superfície subcutânea que facilita a entrada pelas nossas células (é o que sai do intestino e vai para o sistema salivar do mosquito). Uma vez entrando, o promastigota diferencia-se no amastigotas. Uma vez que a leishmaniose entra no macrófago, ela não precisa se preocupar em mudar de forma porque vai vir outro macrófago para dirigir o parasita e ele vai romper a membrana do macrófago e assim vai. O sistema sanguíneo do mosquito se chama hemolinfa. O paramastigota consegue se reproduzir. No humano é só amastigota. Para conseguir ficar dentro do macrófago, ela consegue modificar o ambiente para não ser destruída. Quando ela entra no macrófago, a leshimania fica dentro do vacúolo do macrófago só que quando o lisossomo chega, ele vai liberar as enzimas e as leishmania conseguem modular o vacúolo que o macrófago fez, assim ficando com o vacúolo parasitário. Com isso, evitando que o ambiente fique ácido e não permitindo que ela seja digerida. Nisso, ela consegue modular todo o ambiente e conseguindo se reproduzir. A leishmania quer sair do macrófago para invadir outros, então, modula o organismo do macrófago fazendo com que entre em apoptose. Com isso, faz com que outro macrófago venha fagocitar o primeiro e assim, ela invade outro macrófago. Tem a capacidade de em entrar em outras células do sistema imune mas não é tão comum se achar isso. O parasita fica dentro da célula para se proteger do sistema imune e conseguir se reproduzir. A saliva do mosquito faz com que chame os macrófagos, ou seja, estimula a resposta imune fazendo com que tenha o recrutamento dos macrófagos. - Diferentes tipos de leishmaniose na clinica Leishmaniose cutânea: produz lesões cutâneas, ulcerosas ou não, porém limitadas. Leishmaniose muco-cutânea: produz lesões destrutivas na mucosa do nariz, boca e faringe. Leishmaniose cutânea difusa: produz lesões cutâneas disseminadas. Leishmaniose visceral ou calazar: parasitos apresentam acentuado tropismo pelo baço, fígado, medula óssea e tecidos linfóides. As mais importantes são: a leishmaniose cutânea e a leishmaniose visceral. • Visceral ou calazar Pode ser causada pela L. donovani, L. infantum mas no Brasil é causada por L. chagasi. Capacidade de parasitar órgãos profundos; Infecta macrófagos do fígado, baço, linfonodos, medula óssea, pele... Os macrófagos transportam o parasita pelo sangue para todas as partes do corpo. Enfermidade crônica. Caracterizada por: Febre irregular e de longa duração; Hepatoesplenomegalia; Linfadenopatia; Anemia com leucopenia; Caquexia (a pessoa fica muito magra) e morte senão for tratado, dentro de 2 anos. Tem capacidade de resistir a temperatura mais altas. Hepatoesplenomegalia é o aumento do fígado e do baço. Anemia com a diminuição com os glóbulos brancos. Os cães são um importante reservatório do ambiente doméstico e tendem a desenvolver a doença. - Diagnóstico Temos sintomas que são parecidas de outras doenças. Clínico: Hepatoesplenomegalia; Febre irregular; Anemia. Sempre é indicado fazer o exame laboratorial. Métodos: Punção das vísceras (baço, medula, linfonodo). seguido de microscópio e cultura. Pesquisa no sangue, para ver a parasitologia ou sorologia. Reação de Montenegro (pega o extrato do parasito sobe a pele e se a pessoa já estiver tido a doença, vaiaparecer um avermelhado no braço). O problema da reação de Montenegro é que se indica se a pessoa teve ou não contato. - Tratamento Antimoniais pentavalente (glucantime, pentostam). Só que já teve casos de resistência e com isso, toma o anfotericina B. Pacientes não tratados tem chances de 75 a 95% de óbito. - Leishmaniose cutânea É causada pela Leishmania braziliensis. Pode infectar o homem, o cachorro, o cavalo e roedores, assim tendo o seu hospedeiro vertebrado. De uma a quatro semanas após a picada, pode- se ver a lesão. Pode haver regressão espontânea ou progressão discreta da lesão, sem ulceração. Frequentemente a inflamação cutânea leva à necrose e ulceração. Úlcera profundas, indolores, com bordas salientes e endurecidas, com os limites internos talhados. Localização das feridas em partes descobertas do corpo. Metade dos pacientes tem apenas uma lesão, mas pode haver várias. - Leishmaniose muco-cutânea Ulcerações na porção cartilaginosa do septo nasal; Lesões costumam progredir em extensão e profundidade; Destruição das cartilagens, ossos do nariz e região palatina; Possível progressão à faringe e à laringe. Infecção na derme (úlceras), invasão e destruição da cartilagem. Comprometimento das mucosas ocorrem em 15 a 20% dos casos. Sintomas iniciais: coriza crônica, seguida de dor, segregação social (preconceito), aspectos psicológicos. Lesões orofaríngeas comprometendo a fala e a alimentação • Diagnóstico Diagnóstico visual + laboratorial: Deve-se distinguir as lesões. Exemplo: há úlceras que podem ser grandes, com limites irregulares e dolorosas. Biópsia da lesão e visualização ao microscópio ou cultural do parasito. Mais fácil em lesões recentes. Diagnóstico imunológico Reação de Montenegro: injeção de promastigotas mortos no antebraço; Se houver paoula eritematosa em 48 horas, teste é positivo; Bom método para casos crônicos. Positivo por toda a vida de um paciente já infectado (limite de valor em áreas endêmicas). • tratamento Antimoniais pentavelentes: Glucantime (antimoniato de meglumine); Pentostan (estibogluconato de sodio). - Cutânea difusa Infecção confinada na derme, formando nódulos não ulcerados. Disseminação por todo o corpo. Associado a deficiência imunológica do paciente; crescimento lento, que pode durar anos. - profilaxia Combate ao Lutzomyia: Uso de inseticidas; Telas de proteção; Casas distantes de florestas porque o mosquito vive em ambiente de mata ou jardins do que em casa; Procura-se por um vacina efetiva. Tratamento dos casos caninos: Eliminação dos cães infectados mas já tem vacina, porque podem funcionar como reservatório do parasita. Teníase e cisticercose A teníase causa a cisticercose. Elas são doenças distintas causadas pelas mesmas espécies mas temos diferentes fase de vidas diferentes no nosso corpo. Quando temos o verme adulto é a teníase e quando temos a larva, temos a cisticercose. - Teníase Temos um grupo de parasitas que são hermafroditas, corpo achatado dorsoventralmente. Os órgãos de adesão na extremidade mais estreita (anterior), sem cavidades e sistema digestório (faz a absorção pela pele). Duas espécies de importância medica: Taenia solium (tem ganchos que ajudam na fixação) e a Taenia saginata (tem 4 ventosas para ajudar na fixação). • Taenia saginata O seu ciclo de vida é associado com bovinos. Ocorre a infecção dos humanos quando comemos a carne crua ou mal passada infecta pela larva. • Taenia solidum É associada por suíços. Ocorre a infecção quando comemos carne crua ou mal passada infecta pela larva. Apenas a Taenia solidum causa a cisticercose. - Aonde ocorrem essas doenças? 77 milhões de pessoas parasitadas por T. saginata, sendo 2 milhões na América latina. 50 milhões de pessoas parasitadas por T. solium. Temos 50.000 mortes por ano por conta da cisticercose. - Fases de vida Possuem duas fases no seu ciclo: larvária e adulta, ou seja, é heteróxeno. Fase larvária: T. solium: porco. T. saginata: bovinos. Ambos são hospedeiros intermediário. Fase adulta: homem que é o hospedeiro definitivo. Temos a reprodução sexuada. O ciclo depende estritamente das relações homem-bovino e homem-porco. - Morfologia dos vermes adultos Parasitos: vermes grandes, achatados em forma de fita. T. solium: 1,5 a 4 metros mas pode alcançar 8 metros. T. saginata: 4 a 12 metros mas pode alcançar 25 metros. O seu corpo é dividido em 3 partes: Cabeça ou escolex: usado para a fixação. Temos 4 ventosas musculares em ambas mas na T. solidum temos aculhos para auxiliar na fixação. Depois da cabeça temos uma parte indeterminada que é por onde o parasita vai crescendo, que é o colo. Temos o estróbilo ou corpo que é formado por várias proglotes. - Proglotes Na região do pescoço do parasita. Cada proglote vai crescendo e empurrando a outra para frente. Então, o corpo do parasito é formado por várias proglotes. Temos 3 tipos: Proglotes jovens: mais largas do que longas. O órgão sexual está imaturo. Proglotes maduras: largura e comprimento semelhantes. Temos os órgãos femininos e masculinos já maduros. Proglotes grávidas: mais longas que largas. Vamos ter a autofecundação por ser hermafrodita, então em cada proglote temos os órgãos sexuais femininos e masculinos. Amadurecimento das proglotes: lento e regular. Quando temos a formação da última proglote temos a apólise. Vai sair e vai estar repleta de ovos. Formação de órgãos sexuais masculinos e femininos na mesma proglote (hermafroditismo). T. saginata: aumenta 9 a 12 proglotes por dia. Possuem 1.000 a 2.000 e vive até 25 anos no nosso corpo produzindo ovos. T. solium: possui 700 a 900 proglotes. Vive até 30 anos, eliminando ovos no nosso corpo. Apólise: desprendimento das proglotes. - Ciclo de vida É heteróxeno, então ele precisa passar por dois hospedeiros. O ser humano é o definitivo que temos o verme adulto e a reprodução sexuada. Temos o estágio de larvas que podem estar em suínos (T. solidum) e em bovinos (T. saginata). No ser humano, a tênia solta as proglotes grávidas repletas de ovos. Essas proglotes são eliminadas junto com as fezes e vão contaminar o ambiente com os ovos. Os ovos vão ser ingeridos pelos suínos ou pelos bovinos. Esses ovos vão eclodir e soltar uma larva chamada de oncosfera. Essa oncosfera vai penetrar na parede intestinal dos animais, vai cair na corrente sanguínea e se instalar no tecido muscular. Essas larvas são os cisticercos. São essas larvas que nos infectam. Quando comemos a carne crua ou mal passada de suínos ou bovinos, os cisticercos vão sofrer a desenvaginação quando chega no nosso estômago e vai formar o verme adulto. Os ovos das tênias não são possíveis diferenciar de qual tipo é. Tem de 30 a 40 mm de diâmetro. Temos o embrioforo. *colocar imagem* - T. solium Temos as proglotes gravidas liveradas no meio ambiente e cada proglote pode liberar de 30.000 a 50.000 ovos. - T. Saginata Cada proglote grávida possui cerca de 80.000 ovos. Um homem parasitado libera 700.000 ovos por dia. - Infecção humana Quando consumimos carne crua, os cisticercos vão se desvaginar e se desenvolve no intestino, liberando as proglotes. Tênias adultas vivem na luz do intestino delgado. Em geral, um paciente possui apenas um espécime, por isso o nome popular é solitária. - Larva (cisticercos) Na carne infectada temos pontos brancos que são as larvas. Tem vesícula translúcida: Membrana cuticular ou externa; Membrana celular ou intermediária; Membrana reticular ou interna. Líquido claro no interior: Menor que 12 mm comprimento. - Manifestações clinicas Exames anatomopatológicos não relevamlesões à mucosa intestinal. Infecção frequentemente assintomática; Por vezes, a sintomatologia só se manifesta depois de o paciente ter conhecimento de sua infecção (componente psicológico). - Competição: parasita x hospedeiro Parasita: Dor abdominal; Náusea; Fraqueza; Perda de peso; Apetite aumentado; Cefaleia Constipação intestinal Vertigem Diarreia. Essa competição se dá principalmente por nutrientes. - Transmissão Taenia saginata: ingestão de carne de boi crua ou mal passada contendo cisticercos. Taenia solium: ingestão de carne de porco crua ou mal passada contendo cisticercos. - Diagnóstico Pesquisa de proglotes nas fezes. Normalmente a proglote eclode quando passa pelo ânus, então fica um grande número de ovos no perianal, por isso que temos o anal swab. Pesquisa de ovos nas fezes; Pesquisa de ovos com fita adesiva gomada (anal swab). - Tratamento Mebendazol Praziquantel. Com esses medicamentos, temos a morte do parasita e é eliminado nas fezes. - Cisticercose humana Ocorre quando temos a ingestão de ovos da T. solidum. É resultado da presença de formas larvárias (cisticercos) parasitando tecidos do homem. Neste caso, o homem é o hospedeiro intermediário. Infecção preferencial do tecido cerebral ou do globo ocular. Altas taxas de mortalidade e alto índice de sequelas. - Ciclo de vida O porco ingere o ovo, forma o cisticerco nos músculos dos porcos. O homem come a carne crua ou mal passada do porco e tem a contaminação. Só que ao invés do ovo ser ingerido pelo porco for ingerido pelo ser humano. O ser humano que desenvolve a cisticercose. O cisticerco pode ir para qualquer lugar do ser humano mas tem maior fixação pelos olhos e pelo sistema nervoso central. - Desenvolvimento do cisticerco As oncosferas penetram na parede intestinal, vai parar na corrente sanguínea e vão colonizar diferente tecidos. As oncosferas ao penetrarem no hospedeiro se transformam em formas arredondadas com cerca de 15 mm de comprimento por 8 mm de largura. No homem, os parasitos atingem a corrente sanguínea e podem colonizar diferentes tecidos: Olhos: 46% Sistema nervoso: 40% Pele (diferentes tecidos) : 6% Vai causar uma diferença na anatomia do órgão. • Modos de infecção Heteroinfecção: ingestão acidental dos ovos, porque os ovos caíram nos alimentos ou na própria água; Autoinfecção externa: maus hábitos de higiene (não lava a mão depois de ir ao banheiro); Autoinfecção interna: Temos uma pessoa com o parasita, quando ela começa a ter vômitos e movimento antiperistálticos. Às vezes, a proglote pode chegar no estômago e podemos ter a infecção maciça. Isso acontece por conta que temos a liberação dos ovos. - Patogenia Tem início quando o parasito se fixa no organismo do hospedeiro e deve-se a dois fatores: Compressão mecânica que comprime o órgão podem levar ao deslocamento de estruturas. Processo inflamatório: Depende da localização, número, tamanho dos cisticercos. Sistema nervoso: Formas convulsivas: em 30% casos de epilepsia em áreas endêmicas; Formas hipertensivas: corrente sanguínea prejudicadas; Formas psíquicas. Globo ocular: perturbações na visão central ou periférica. Algumas lesões e processos inflamatórios causados pelos cisticercos. Pode comprometer a visão. • Evolução e Prognóstico Pode: Permanecer em estado latente por toda a vida (se tiver poucos); Evoluir rapidamente para a morte (se tiver muitos, igual na autoinfecção interna). - Diagnóstico Não temos eliminação de ovos. Clínico: Aspectos epidemiológicos; Observações anatomopatológicas: Biópsias; Necropsias; Cirúrgicas. Diagnostico imunológico: Anticorpos anticisticerco no soro; ELISA Neuroimagens: Raio-X; Tomografia computadorizada; Ressonância nuclear magnética. - Tratamento Depende do local que estão. Cirurgia (normalmente); Quimioterapia. Praziquantel: penetra rapidamente no líquido cefalorraquidiano e penetra lentamente nos cisticercos, fazendo com que não seja 100% eficaz. Albenzadole: mais eficiente para a redução do número de cisticercos. Combinar com corticoides para reduzir a inflamação. Duração do tratamento é de acordo com número, tamanho e localização dos cistos.
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