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PARASITOLOGIA Veterinária Sou Animal A parasitologia é o estudo dos seres que precisam, obrigatoriamente, de outro para sobreviver, como: - Protozoários -Helmintos (vermes) -Artrópodes (insetos com pernas articuladas) Hospedeiro – abriga o parasita. São de diversos tipos, entre eles: -definitivos – onde o parasita se torna adulto e se reproduz sexuadamente. Exemplo: Toxocara canis – os ovos saem nas fezes do cão e passam para outro cão, onde se tornam adultos e se reproduzem sexuadamente. Cão = hospedeiro definitivo; - intermediários – o parasita não se torna adulto nem se reproduz sexuadamente. Exemplo: Tenia solium – precisa passar pelo homem e pelo suíno para completar seu ciclo, sendo o suíno seu hospedeiro intermediário e o homem seu hospedeiro definitivo; -erráticos – não é o hospedeiro habitual de determinado parasita, sendo que o último provavelmente não sobrevive por muito tempo, devido à falta de adaptação. Hospedeiro acidental. -paratênico – hospedeiro não obrigatório, onde o parasita sobrevive. Exemplo: Toxocara canis quando ingerido por uma ave – sobrevive, apesar de crescer apenas parcialmente, podendo ser posteriormente consumido por um cão, continuando seu ciclo. *O hospedeiro intermediário geralmente é predado, e não predador. Ciclo monoxênico – apenas um tipo de hospedeiro. Ciclo heteroxênico – mais de um tipo de hospedeiro. Ectoparasita – parasita de superfície. Endoparasita – parasita interno. *Existem autores que consideram parasitas que permanecem no lúmen do tubo digestório como ectoparasita (como uma bolinha de gude que, ao ser ingerida, passa direto pelo lúmen do tubo e sai). Infecção – interno. Quando o agente se instala e se multiplica. Infestação – termo utilizado para ectoparasitas, como pulga, carrapato, etc. *70% da população estão infectados por Toxoplasma gondii (protozoário). Este pode ser transmitido pelo consumo de carne crua de animais infectados, bem como por secreção ou excreção de animais muito doentes (o protozoário sobrevive por pouquíssimo tempo em contato com o ambiente). Apenas os gatos liberam nas fezes um tipo de protozoário que sobrevive por muito tempo no ambiente. Infecção por Toxoplasma gondii pode levar a óbito. Demodex canis – causa a sarna demodex. A grande maioria dos cães possui o artrópode no folículo piloso, porém alguns são mais sensíveis e apresentam quadro de sarna. Nem todos os animais desenvolvem a doença. Demodex foliculorum – causador do cravo no homem. O que sai quando esprememos um cravo é a mistura do ácaro com suas fezes, etc. *Evolução: pulgas possuíam grandes asas e não saltavam, pois não possuíam os 3 pares de pernas. Voavam e se alimentavam de seiva de plantas. PROTOZOOLOGIA Protozoários são seres unicelulares e eucariotos, ou seja, com núcleo bem organizado. Locomoção: -Flagelos - (ex: Trypanosoma cruzi); -Pseudópodes - (ex: ameba); -Cilios - (ex: Balantideo coli); -Membrana ondulante - (Tricomona vaginalis). *Alguns parasitas possuem mais de uma destas estruturas, mas também existem aqueles que se deslocam sem nenhum destes recursos, de forma passiva, através do deslizamento (podem ser levados pela corrente sanguínea, peristaltismo intestinal, etc. Ex: Toxoplasma na forma de oocito). Alimentação: - Fagocitose; - Pinocitose. Reprodução: -Sexuada (gametogenia); -Assexuada: -divisão binária (organelas multiplicadas por dois); -esquizogonia (organelas multiplicadas várias vezes); - brotamento. Trypanossoma cruzi É um protozoário que tem como local habitual de parasitismo o sangue e tecido. Causador da tripanossomíase, também conhecida como doença de chagas. Seu ciclo de vida envolve mamíferos (homem, tatu, raposa, macaco, roedores, etc.) e se completa nos triatomíneos (barbeiro). É considerada zoonose. Nos mamíferos, o T. cruzi se reproduz de forma assexuada, por divisão binária. A formação de gameta só é feita no barbeiro. O barbeiro chupa o sangue do hospedeiro, ingerindo o parasita que se reproduz sexuadamente e sai nas fezes do inseto. O Trypanosoma precisa de uma porta de entrada, que geralmente e a própria picada. Também pode ser adquirido através da mucosa. São células parasitas de células. Patogenia: A doença acontece baseada no fato de o protozoário entrar na célula, se multiplicar e destruí-la. T. cruzi tem preferência por: coração, esôfago e intestino. A manifestação clinica varia de acordo com o local onde se instala. Coração – entra na célula do miocárdio, destruindo-as. Pode levar a óbito. Se o hospedeiro morre, o protozoário também morre, portanto este consegue matar lentamente as células, para adiar ao máximo a morte do hospedeiro. Após a destruição de algumas células, o organismo reage para se adaptar. As células que sobrevivem são sobrecarregadas, causando hipertrofia do coração, para compensar a perda. A longo prazo, o músculo cansa, passando de grande e forte para grande e flácido, o que leva a uma insuficiência cardíaca. Esôfago – o protozoário entra nas células do músculo liso e destrói sua inervação, de forma que o órgão fica paralítico e, a longo prazo, ocorre flacidez, que torna o esôfago afunilado, causando o megaesôfago. Intestino – afeta a inervação motora e o intestino se torna paralítico. Ocorre o acúmulo de fezes, que ressecam, podendo levar ao fecaloma (fezes petrificadas). A parede intestinal fica tão dilatada que o sangue não corre, ocasionando necrose e as fezes caem na cavidade abdominal. Causa o megacólon. *A hospedagem do parasita em um destes órgãos não exclui a possibilidade de que se hospede em outros tecidos. Manifestações clínicas: No inicio da doença pode ocorrer febre, dor, anemia, linfoadenopatia (aumento dos linfócitos), sinal de romaña (inchaço no local de entrada, reação alérgica ao protozoário). O animal pode morrer em aproximadamente 7 dias, quando isso não ocorre existe um período assintomático. A longo prazo os sintomas apresentados podem incluir: desmaios, relutância ao exercício, inchaço e edema, cianoses (associados à cardiopatia), disfagia (dificuldade de deglutir), tenesmo (dificuldade para defecar), desconfortos, emagrecimento. O protozoário se estabelece primeiramente na corrente sanguínea e depois em células fixas de tecidos orgânicos, de forma que as chances de um portador crônico transmitir a doença através do sangue são menores. *Portador da doença de chagas não pode realizar doação sanguínea. Formas do parasita: - Tripomastigota (circulante – sangue) -Epimastigota (no barbeiro) -Amastigota (na célula) *Epimastigota – possui membrana ondulada mais discreta devido ao uso diminuído e o núcleo troca de lugar com o cinetoplasto. Identificação do barbeiro: Inseto com ferrão do comprimento da cabeça e próximo à mesma: chupa sangue e é um risco. Inseto muito colorido com ferrão em forma de gancho e afastado da cabeça: predador – se alimenta de outros insetos. Inseto com ferrão muito comprido, ultrapassando o primeiro par de patas: não são hematófilos. Diagnóstico: Realizado por exames diretos e indiretos. Primeiramente deve ser feita anamnese, seguida por exames físicos e clínicos complementares. Exame direto – o objetivo é encontrar o protozoário. Caso o animal esteja na fase febril, deve-se investigar o sangue através de pesquisa de hematozoários. Também pode ser realizado PCR e biópsia (ex: punção do linfonodo). A biópsia pode ser inespecífica, pois para identificação do protozoário, seve ser retirada a porção exata de tecido onde este se encontra. Exame indireto – é realizada pesquisa de anticorpos, e estessão quantificados através da sorologia. Outros exames podem ser feitos, como raio-x, ecocardiograma, entre outros, porém estes não são conclusivos. Tratamento: É feita quimioterapia, que gera efeitos colaterais, pois as células do hospedeiro também são mortas. Após a primeira aplicação, caso o animal não reaja bem, deve ser reavaliado. Dependendo do grau de danos causados não deve ser aplicada outra dose. Pesando os prós e contras, a maioria dos infectologistas opta por não realizar tratamento, mantendo o animal com a qualidade de vida no melhor nível possível. Prevenção: Combate do barbeiro, utilização de concreto ao invés de pau a pique na confecção de casas, bem como a diminuição de fendas em suas paredes. Na medicina veterinária existem outros tipos de Trypanosoma importantes, como: T. brucei, T. vivase e T. evansi que são transmitidos por moscar hematófagas como, principalmente, as mutucas(Tabampideo) e glossina (Stomoxys calcitran), nas quais a transmissão ocorre via saliva. *Doença do sono (África) é uma tripanossomíase transmitida pela mosca tse-tse (semelhante à glossina). T. evansi – principalmente m bovinos, gerando grande perda econômica no Mato Grosso. T. equiperdum – permanece no sangue circulante, de forma que o animal infectado é fonte de transmissão constantemente. Pode ser transmitido sexualmente apenas entre equinos, de forma que não precisa de um vetor. Encaminha-se para o SN, afetando o sistema locomotor. Não é considerada zoonose. Apelidada de ‘mal do coito’. Leishmania Pertence à mesma superfamília do Trypanosoma. Causador da leishmaniose. Gera doenças diferentes de acordo com a espécie acometida e tipo de Leishmania. A L. donovani e L. chagasi causam leishmaniose visceral, também conhecida como calazar, enquanto outras mais de 30 variações do protozoário, como L. braziliense, L. tropica, L. amazonerise, L. guianense, etc, causam a leishmaniose cutânea ou úlcera de Bauru. Leishmaniose visceral – possui tropismo por fígado, baço, linfonodos, medula óssea e, em determinada fase, é encontrada no sangue circulante. Mais fatal. Leishmaniose cutânea – circula no sangue e se deposita na pele e/ou junção da pele com a mucosa subcutânea. Tanto na pele quanto nas vísceras, possui tropismo pelas células fagocíticas, portanto vive e se multiplica dentro destas. Ciclo de vida: Lutzomyia é um mosquito pequeno, apelidado de mosquito palha, birigui, cangalinha, etc. Apresenta coloração amarelo- palha. Quando pousa, fica com as asas verticais ao corpo. Possui diversas cerdas pelo corpo e se reproduz em matéria orgânica, independente de água. É amplamente distribuída entre os vertebrados, podendo ser encontrada em todos os animais. Passa para os vertebrados através da saliva da Lutzomyia, e para a Lutzomyia pelo sangue contaminado. Nos vertebrados, possui forma arredondada, chamada amastigota e na Lutzomyia é encontrada em forma alongada, denominada promastigota. Amastigota - Promastigota - Em ambos os casos, se multiplica por divisão binária. *existem estudos que, além da Lutzomyia, incriminam pulgas e carrapatos. Patogenia: Causam doença devido à espoliação e por entrarem na célula e se multiplicarem, destruindo-a. Os animais adoecem mais por causa da multiplicação e decorrente destruição celular do que pela espoliação. Manifestações clínicas: Pele – em um primeiro momento é observada febre, aumento de linfonodo, anemia, mal estar. Quando se instalam no tecido, causam úlceras que é caracterizada pela falta de tecido no centro, com bordas elevadas, pois o parasita se locomove de forma centrífuga. A ferida é indolor e de difícil tratamento com medicamentos tradicionais. Superficial e menos fatal. Vísceras – febre, aumento de linfonodo, anemia, hepatomegalia (aumento de fígado), esplenomegalia (aumento de baço), falência de medula óssea, emagrecimento, onicogrifose (crescimento exagerado das unhas). Hiperplasia decorrente da destruição das células. Quando o parasita acaba com as células fagocíticas cirgulantes, encaminha-se para a medula e, quando alcança a ‘célula mãe’, causa destruição generalizada das células sanguíneas. É uma importante zoonose. Por mais que o protozoário seja dizimado do hospedeiro, os danos causados não regridem. A erradicação da doença é extremamente difícil, pois está presentes em todos os vertebrados, inclusive selvagens. *Glucantime – é o ÚNICO leishmanicida. Recentemente o tratamento de leishmaniose foi permitido, porém foi feita proibição do uso de medicamentos destinados à humanos, o que é o caso do glucantime. Giardia Parasita cosmopolita. Unicelular, eucarioto. Importante zoonose. O local habitual de parasitismo é o intestino delgado. Não resiste caso seja depositada em outro local, mesmo que para experimentos. Pode ser encontrada em fase de trofozoíto ou cisto. Trofozoíto é a forma ativa da Giardia, possui forma de gota d’água, com dois núcleos, oito flagelos (locomoção rápida). Multiplica-se por divisão binária. Alimenta-se por fagocitose e pinocitose. Durante a fase ativa, pode produzir um envoltório protetor, tornando-se um cisto. Cisto é a forma inativa, na qual não usa os flagelos, não se reproduz e não se alimenta (possui reserva interna). Se estives no intestino enquanto cisto, é eliminada nas fezes. Forma bastante resistente. Trofozoíto - Cisto - Para voltar a ser trofozoíto, deve entrar pela boca de um novo hospedeiro. Ao chegar no intestino rompe o envoltório devido à corrosão feita pelo ácido gástrico. Trofozoíto é extremamente sensível, morre com sol e desidratação. Em caso de diarreia podem ser encontradas as duas fases nas fezes, devido à presença de água. Pode ser transmitida entre todas as espécies. Patogenia: Espoliação, irritação do intestino que leva a um processo inflamatório, bloqueio físico nas vilosidades intestinais que dificulta a absorção. *pode haver presença de muco e sangue nas fezes, devido à inflamação. Manifestações clínicas: Diarreia bem líquida, podendo conter sangue (melena), alto teor de gordura (esteatorreia – aspecto amarelado), maior quantidade de açúcar, etc. O cão pode perceber os nutrientes não absorvidos nas fezes, levando à coprofagia. Emagrecimento, apetite aumentado, alotriofagia (apetite depravado, ex: vaca comendo osso), cólicas (inflamação), aumento dos borborigmos, flatulência, desidratação, desnutrição, crescimento defasado (se em fase de crescimento), afebril (só tem febre se associada à outra doença), vômito, mal estar, manchas na pele (falta de nutrientes), apatia. Existem animais que ficam com sequelas, pois apesar de as células de mucosa se reporem facilmente, em caso de extensas e/ou diversas áreas de necrose, o organismo não da conta de realizar a reposição, de forma que os fibroblastos começam a agir, realizando cicatrização. A cicatriz não possui capacidade absortiva. Animal com muitas e/ou extensas cicatrizes adquire a síndrome da má absorção. Diagnóstico: Anamnese e exame clínico, que não são conclusivos. Exame de fezes – 3 amostras para maiores chances de resultado correto, pois se estiver presente em pequena quantidade pode não ser identificada. Também pode ser feito PCR e sorologia. O melhor é realizar exame de fezes, pois pesquisa todos os parasitas intestinais, enquanto PCR e sorologia são específicos. Tratamento: Metronidazol (já adquiriu certa resistência), Albendazol, Secnidazol, Nitazoxanida, Furolodazol. Profilaxia: Evitar contato com fezes/ambiente contaminado. Descontaminação feita com vassoura de fogo e desinfetantes a base de amônia quaternária. Água de torneira pode conter trofozoítos.Cuidado com animal assintomático. Isolar e tratar os doentes. Trichomona foetus Parasita flagelado de mucosa genital, especialmente de bovinos que causa a tricomoníase. Possui quatro flagelos, núcleo grande e flagelo ondulante. Não existe forma de resistência (não forma cisto). Transmissão sexual. Em inseminação artificial é detectado e o sêmen inutilizado. Manifestações clínicas: Espoliação sem grande importância clínica, pois não causa grandes necroses. Inflamação: vaca – vagina e útero; boi – prepúcio e glande (mais superficial). Fêmeas: vaginite, metrite, corrimento vaginal, infertilidade, aborto. Machos: balanite (inflamação na glande), postite (inflamação no prepúcio). Touro com infecção tem libido aumentada. Existe portador assintomático. Diagnóstico: Isolamento do agente. Trichomonas vaginalis – humanos. Nos EUA 70% das mulheres estão infectadas. Secreção branca, leitosa, densa, cheiro característico. Solta bolhas de ar. Tratamento: Metronidazol, Secnidazol. Prevenção: Isolamento e tratamento do animal infectado. Realização de quarentena e testes ao adquirir novo animal. Inseminação artificial. Trichomonas gallinae – presente no sistema digestório superior das aves. Pode ser assintomático e fatal. Apesar de poder eliminar nas fezes, a forma de transmissão mais comum é no momento da regurgitação da mãe para o filhote. Sintomas de esofagite, emagrecimento. Coccideas -Isospora (isosporíase) -Cystoisospora (cistoisosporíase) Coccidioses -Eimeria (eimeríase) Possuem ciclo, aparência, tratamento, etc. muito parecidos. Encontrados no intestino delgado. Invadem os enterócitos. Ciclo vital: Os parasitas possuem uma fase de oocisto maduro Isospora e Cystoisospora possuem duas estruturas chamadas esporocistos e, quando maduros, estas estruturas abrigam quatro esporozoítos cada. Eimeria possui quatro esporocistos com dois esporozoítos cada. O oocisto maduro chega ao organismo e, com a digestão estomacal, são degradadas as primeiras membranas, liberando o esporozoíto, que possui capacidade de penetrar nas células intestinais. Esporozoítos não se liberam sozinhos, precisando obrigatoriamente passar pela digestão. As células intestinais são especializadas em absorção, quando começam a ser perfuradas ficam débeis. Os protozoários começam a se multiplicar assexuadamente por esquisogonia (vários indivíduos gerados a partir de um único), matando a célula, de forma que os novos protozoários são liberados no lúmen e repetem o processo. Cada indivíduo pode realizar esquisogonia apenas duas vezes. Após a segunda vez, alguns parasitas se transformam em gameta masculino (móvel) e outros se encaminham para o interior de uma célula e se transformam em gameta feminino (fixo). O gameta masculino sai em busca do gameta feminino e se juntam (2 haploides se tornam 1 diploide), esse processo é chamado gametogonia. A célula originada é grande e causa a morte da célula intestinal, sendo liberada no lúmen em forma de oocisto imaturo, portanto não possui capacidade de penetrar outra célula, de forma que é liberado nas fezes. São necessários ao menos cinco dias para que se torne um oocisto maduro. Se um animal ingere um oocisto imaturo não ocorre infecção. O processo de maturação também é considerado um tipo de reprodução assexuada: esporulação, pois gera oito indivíduos. A doença é autolimitante (se o animal não morrer até o final do ciclo ou não houver recontaminação), pois cada esporozoíto se reproduz apenas duas vezes de forma assexuada e uma de forma sexuada e em seguida é liberado. Manifestações clínicas: *Eimeria – coccídeas das aves. É tão prejudicial que aves de produção são vacinadas. Também existem os anticoccidianos e coccidiostáticos, porém são antibióticos e geram resíduos na carne. Podem ser utilizados para tratamento, mas não na ração como vitamina. Isospora beli – humano Isospora suis – suíno Cystoisospora canis – cão Eimeria – aves pequenas; Isospora – aves grandes. Geralmente não ocorre infecção cruzada. Patogenia: Espoliação. Penetrar, multiplicar e destruir é o fator mais importante para causar doença. Diarreia (melena, muco), absorção prejudicada, febre, cólica, emagrecimento, desidratação, vômito. Diagnóstico: Boa anamnese, exame físico mais detalhado possível. Exame complementar – coproparasitológico com fezes frescas para identificação de oocisto maduro. Tratamento: Sulfas como tratamento de eleição. Indicar a sulfa ideal para o hospedeiro. Alguns animais são alérgicos. Caso haja sinal alérgico o animal deve ser levado para emergência. Em caso de alergia, o animal deve ser isolado para que o ciclo termine sem recontaminação. Manter bem hidratado. Amprólia pode ser administrada para bovinos. Pirimetamina – mais forte. Prevenção: Higiene, destino adequado para dejetos, cuidado com água e alimentação. Insetos na comida podem carregar partículas – controle de animais sinantrópicos. Vacinação para aves comerciais. Toxoplasma gondii Causador da toxoplasmose. É um parasita do sangue e tecidos. Existe um tipo de tecido nos felídeos, na porção duodenal do intestino delgado, onde o parasita consegue se reproduzir sexuadamente (mesmo processo que ocorre na coccidiose). *oocisto é resultante de reprodução sexuada (organismo diploide), o cisto não (organismo haploide). Um gato que se infecta com Toxoplasma pela primeira vez, passa aproximadamente vinte dias liberando oocisto, e pode ser que não os libere mais pelo resto da vida. Hospedeiros intermediários podem transmitir a doença entre si, com o consumo de carne crua ou mal passada. Pode também passar de gato para gato através do oocisto nas fezes. A toxoplasmose pode ser transmitida para o filhote durante a gestação ou aleitamento. Táquizoíto é a fase de vida onde o parasita se multiplica rapidamente, enquanto está circulante no organismo (entra em uma célula, se multiplica, destrói e parte para outra), gerando grande perda celular. Se o animal não morre nessa fase, seu sistema imunológico começa a reagir, então o protozoário é envolvido por uma vesícula, passando para fase de Bradzoíto, na qual se multiplica lentamente. Pode voltar para fase de taquizoíto em caso de imunodepressão. Taquizoítos são encontrados na fase aguda da doença. A vesícula do bradzoíto é composta por uma membrana interna feita pelo parasita, para se proteger do sistema imunológico, e Manifestações clínicas: outra membrana feita pelo organismo do hospedeiro, para combater o protozoário. Quanto mais tempo o Toxoplasma passa na fase de bradzoíto sem voltar a ser taquizoíto, menores as chances de que isso ocorra futuramente. *70% da população é portadora de toxoplasmose. *Existe vacina para mulheres que querem engravidar, mas não podem estar grávidas ainda e não devem possuir nenhum anticorpo. Muito cara! Qualquer pessoa ou animal pode pegar toxoplasmose de quatro maneiras diferentes: -ingestão de oocisto maduro; -ingestão de carne contaminada crua ou mal passada; -congênita; -ingestão de secreção ou excreção fresca de portador muito doente – o parasita em fase de taquizoíto pode ser eliminado no suor, lagrima, sêmen, etc., porém a porcentagem de incidência é desprezível, pois deve haver ingestão da secreção/excreção fresca e a doença deve estar em fase aguda. Patogenia: Espoliação e, principalmente, entrada, multiplicação e destruição celular. Aloja-se em qualquer local do organismo, possuindo tropismo por olhos, cérebro, placenta e feto. Fase aguda -febre alta e persistente -dores pelo corpo -mal estar -linfoadenopatia (geralmente na região da cabeça, poissão os linfonodos mais próximos da porta de entrada) -abortamento -má formação congênita -cefaleia -convulsão -paralisias -cegueira progressiva e rápida -anemia perniciosa (perda de hemoglobina) Quando o indivíduo não morre, os sintomas regridem ou se estabilizam. Diagnóstico: Anamnese (questionar progenitores, caso de abortamento, de onde veio, ingestão de carne crua, etc). Exame clínico detalhado. Exames laboratoriais – sorologia para Toxoplasma é o mais utilizado. Níveis de IgM alto e IgG baixo indica fase aguda. Geralmente são realizados exames aos pares, com intervalo de aproximadamente sete dias, pois se o resultado do segundo exame for mais alto que o do primeiro, o protozoário está em fase de taquizoíto, já se os resultados forem iguais, a fase em que se encontra é de bradzoíto, portanto não adianta realizar tratamento, pois o fármaco não penetra na vesícula. Tratamento: Sulfas, Pirimetamina (Daraprim), Clindamicina. Prevenção: Higiene, consumo de carne bem passada (o fato de ser de boa procedência não significa que não está infectada, pois geralmente o animal possui bradzoítos, aparentando estar saudável). Realizar pré-natal, desinsetização e controle de pombas e roedores, pois retroalimentam o ciclo, devido ao fato de ficarem letárgicos quando doentes, impossibilitando a fuga e facilitando a contaminação de gatos. Neospora Difere do Toxoplasma em: Seu hospedeiro definitivo é o cão e tem como principal hospedeiro intermediário o bovino. Tropismo por baço, fígado, pulmões, linfonodos e cérebro. Bradzoíto geralmente encontrado na musculatura e SN. Atinge preferencialmente indivíduos de até 12 meses de idade. Exame clínico pode ser imunohistoquímico ou reação em cadeia pela polimerase. Vacinas estão sendo testadas. Manifestações clínicas: Babesia Causadora da babesiose, também conhecida como tristeza parasitária ou nambiuvu (Tupi Guarani – doença das orelhas que sangram). Ciclo de vida: No carrapato, o parasita sofre diversas modificações e multiplicações, tanto sexuada quanto assexuadamente. Os carrapatos possuem preferência por determinadas espécies. Ex: -Cachorro – Rioicephalus sanguineus -Vaca – Rioicephalus microplus -Homem, capivara, cavalo – Amblyomma cajennense (carrapato estrela) Quando pica, o carrapato injeta saliva contaminada, o parasita entra na hemácia dos vertebrados e realiza divisão binária, rompe a hemácia, entra em outras e assim por diante. Patogenia: -espoliação -penetram, se multiplicam e destroem a hemácia Manifestações: -febre -manifestações relacionadas à anemia, como: mucosa hipocorada, cansaço, desmaios, sonolência, prostração. -icterícia hemolítica (devido à destruição de hemácias, que libera pigmento amarelo na degradação da hemoglobina) -hemorragias espontâneas (hematomas, petéquias, cavidade nasal, vômito, urina, ouvidos, boca, etc. principalmente quando há menos de 40 mil plaquetas por mm³ de sangue). – se a quantidade de destruição pela Babesia for igual ou superior à capacidade do organismo de criar hemácias. -esplenomegalia (baço retém hemácias defeituosas) – se é esplenomegalizado (retirada do baço), o animal fica mais sensível à doença, pois ajuda no controle da doença destruindo hemácias. Diagnóstico: -anamnese (região com carrapato) -exame clínico e físico -exame direto – pesquisa de hematozoários (esfregaço sanguíneo) – várias amostras devido à possibilidade de falso negativo. Não é um exame muito sensível. -sorologia e PCR – pesquisa anticorpos, que circulam de forma homogênea, proporcionando menor chance de falso negativo. O animal pode ser portador e desenvolver a doença dois anos após o contato com carrapato. Se é obtido lote de animais saudáveis em área endêmica, é inoculado sangue de animal doente na veia do animal saudável, com o objetivo de infectar em momento conhecido, estimulando a produção de anticorpos. Os animais são acompanhados por veterinário durante todo o período da doença. Um segundo contato torna-se mais brando. Tratamento: -Doxiciclina – 20 dias (antimicrobiano, se o animal estiver em formação pode manchar o esmalte do dente). -Talcin -Ganaseg® Todos os medicamentos são tóxicos, portanto acaba matando também a hemácia contaminada. Considerado quimioterapia. Prevenção: -controle de carrapato. -identificar, isolar e tratar rapidamente os doentes, pois serve de contagio para outros carrapatos. Fêmea pode passar para o filhote (tanto carrapato quanto vertebrado). HELMINTOS São seres pluricelulares macroscópicos, divididos em 3 classes: Cestódeos – alongado e achatado; Trematódeos – forma de folha vegetal; Nematódeos – cilíndricos e alongados. Cestódeos São hermafroditas. Adulto possui 3 partes: cabeça, colo e corpo. O corpo possui vários segmentos, sendo cada um deles chamado de proglote. O colo é a região germinativa, onde surgem os proglotes. Os últimos proglotes vão caindo e são liberados nas fezes do indivíduo. Cada proglote possui aparelho reprodutor feminino e masculino, de forma que pode haver reprodução entre um único proglote, entre proglotes adjacentes ou ainda entre indivíduos paralelos. Cada proglote possui milhares de ovos. Na cabeça existem os aparelhos de fixação. São eles ganchos e ventosas, sendo que as ultimas geralmente se apresentam em grupos de 4. Não possui tubo digestivo, de forma que se alimenta por absorção em toda superfície corporal. Os adultos são encontrados no intestino delgado. Possui sistema nervoso, que muitas vezes é o alvo de vermífugos – 2 gânglios na cabeça dos quais partem ramos nervosos no sentido longitudinal do corpo. Taenia solium Causa a teníase e/ou cisticercose. Ciclo de vida: O suíno é seu hospedeiro intermediário, no qual não se torna adulto, permanecendo em uma fase de vida chamada cisticerco. Teníase – verme adulto no intestino delgado. Nas fezes do homem são liberados ovos microscópicos ou proglotes inteiras (brancas, com aproximadamente 1,5cm). Os ovos são ingeridos pelo suíno, que digere a casca e libera a larva microscópica que por sua vez penetra o aparelho digestorio e vai para o sangue, depositando-se em qualquer tecido do corpo, formando uma vesícula com a cabeça da Taenia dentro, chamada cisticerco. O cisticerco chega a até 0,5cm. Ingestão da carne crua ou mal passada infectada passa a vesícula para o homem. A mastigação rompe a vesícula e libera a larva que vai para o intestino onde se fixa e, após 2 meses já é adulta, chegando a aproximadamente 5m. Se a carne não for ingerida, o cisticerco vive por alguns meses e morre. Ás vezes o homem pode ocupar o lugar do suíno, como hospedeiro intermediário. Pode ocorrer por ingestão do ovo ou retroperistaltismo (ou antiperistaltismo), sendo que o último leva a proglote para o estômago e a pessoa se infecta com milhares de ovos, que se abrem e as larvas penetram, formando cisticercos. Pode levar à morte. Autoinfecção endógena – causada por retroperistaltismo. Autoinfecção exógena – causada pela ingestão de ovos das próprias fezes. Patogenia (Teníase): -espoliação (por toda superfície corporal) -irritação da mucosa intestinal (ganchos) -obstrução (quando o verme se enrola) Patogenia (Cisticercose): -penetração na mucosa -migração pelo sangue -instalação no tecido -crescimento parcial -destruição de tecidos adjacentes Manifestação (Teníase): -cólicas -diarreia -constipação -emagrecimento -aumento do apetite -alotriofagia -desnutrição -desidratação -manchas na pele -cabelos quebradiços e opacos Manifestação (Cisticercose): Depende do localonde se instala, o que é muito variável. Mais comum é instalação no sistema nervoso (neurocisticercose) e no olho (cisticercose ocular), causando: -convulsão -cefaleia -cegueira -desmaio -paralisias -retardamento -dificuldade locomotora Diagnóstico (Teníase): -anamnese -exame clínico -coproparasitologico (proglote, ovos) Diagnóstico (Cisticercose): -anamnese -exame clínico -exames por imagem (se aparecerem ‘bolinhas’ é realizada sorologia, biópsia ou PCR) Tratamento (Teníase e Cisticercose): -Praziquantel -Nitroscanato -Albendazol Prevenção (Teníase): -não consumir carne crua ou mal passada -cuidados com a carne Prevenção (Cisticercose): -higiene -saneamento -educação Taenia siginata Semelhante à Taenia solium. Diferenças: Não possui gancho, lesando menos o intestino. Possui aproximadamente 7m. A proglote possui movimento, saindo do bolo fecal, pois bovinos não comem próximos às fezes. É mais comum, porém causa menos danos. Dipylidium caninum Tem como principal hospedeiro o cão, mas também pode acometer gatos e homens. Seus principais hospedeiros intermediários são pulgas ou piolhos mastigadores. Ovos ou proglotes são liberados nas fezes do animal e ingeridos pela pulga ou piolho, que transmitem a doença através da ingestão. *o alimento da larva de pulga são as fezes da pulga mãe. Nessa fase, possui mandíbula e afinidade por proglote de Dipylidium. Na pulga – larva pequena com cabeça para fora, chamada cisticercóide. Anoplocephala Transmitido para o ácaro através das fezes, e para o equino através de ingestão. Principais ácaros presentes nas pastagens são os Oribatídeos. No ácaro – cisticercóide. O ácaro se contamina tanto na fase adulta quanto larval. Moniezia Semelhante ao Anolocephala. Hymenolepis Pouco patogênico. Também conhecido como Taenia anã. Único capaz de realizar o ciclo completo em seus hospedeiros definitivos (homens e roedores). Ciclo direto: Ciclo indireto: Ovo se abre na digestão, entra na mucosa, se desenvolve, emerge e cresce, tornandose adulto. Uma pessoa pode hospedar mais de 100, apresentando poucos sintomas, devida a sua baixa patogenia. Diphillobothrium Possui dois hospedeiros intermediários obrigatórios (ciclops e peixes). Passa do homem para ciclops através dos ovos, e destes para peixes por ingestão, e finalmente retorna para o homem através da ingestão de carne crua ou mal passada. Alcança aproximadamente 21m. O hospedeiro pode desenvolver anemia, pois o parasita gosta de vitamina B12, que é essencial para a hemácia. Davainea Trematódeos Achatados e em forma de folha vegetal. Hermafroditas. Possuem sistema nervoso parecido com o de cestódeos (2 ganglios na cabeça dos quais partem 2 segmentos nervosos). Sistema digestório incompleto, com boca, esôfago, 2 intestinos e termina e fundo de saco cego, de forma que regurgita o que não é aproveitável (intoxica o hospedeiro). Schistosoma mansoni É uma exceção quanto à forma e o sexo: forma cilíndrica e alongada, sexos separados. Macho possui um sulco no qual coloca a fêmea e não solta mais. Causa a esquistossomose (barriga d’água). Local habitual de parasitismo (bovinos, homens e canídeos, podendo se estender a outras espécies): vasos sanguíneos (geralmente no fígado e intestino). Fêmeas precisam colocar os ovos em um local que tenha acesso ao exterior. Fura o vaso, coloca os ovos, que vão para o ducto biliar e em seguida para o intestino. *África – Schistosoma haematobium – parede da bexiga urinária; Japão – Schistosoma japonium – cavidade nasal. Ciclo de vida: Adultos nos vasos sanguíneos colocam ovos com um único espinho que saem nas fezes. Para o ciclo continuar, o ovo deve estar em água doce. Forma-se a larva dentro do ovo, chamada miracidio, que tem capacidade de romper a casca do ovo, saindo em busca de um caramujo (Biomphalaria), ao qual penetra nos tecidos moles (destacando a cauda) e busca uma víscera chamada hepatopâncreas (na concha), onde muda de forma e nome, tornando-se uma bolsa alongada chamada esporocisto, que se desenvolve um pouco mais e começa a ter multiplicação de células por esquisogonia, passando a se chamar rédia, que fica maior (rédia filha) e dentro dela se desenvolvem cercarias, que possuem forma de peixe com cauda bifurcada, que rompem a rédia e saem do caramujo através do tecido mole, causando lesão, e entra no hospedeiro através da pele íntegra em contato com água doce. **************Scanear! Cada miracídio que entra forma centenas de cercarias. Patogenia: -espoliação -irritação -obstrução Pode causar granuloma. Quando a fêmea erra a pontaria e coloca os ovos no lugar errado, estes se acumulam. O organismo manda células de defesa e vai sendo formada uma massa relativamente densa e firme que vai crescendo, podendo ser confundida inicialmente com um tumor. Identificado após biópsia devido a presença de antígenos persistentes e células de defesa. Sintomas: -ascite -icterícia -dores vasculares -flebite/vasculite -hemorragia -embolias -necroses (anoxia) -anemia -diarreia -cólica -mal estar A sintomatologia relacionada ao granuloma depende do local onde este se instala. Diagnóstico: -anamnese -exame clínico -coproparasitológico (ovos) -diagnóstico por imagem para encontrar o granuloma (seguir com biópsia) *se houver um ovo inteiro no granuloma, o agente causador deste pode ser identificado. Tratamento: -praziquantel -clozantel Prevenção: Não nadar em locais contaminados Nematódeos Alongados, cilíndricos, com sexos separados e tubo digestório completo. Variam desde menos de 1cm até 1m. Locais de parasitismo variados – coração, pulmão, rins, esôfago, olhos, estômago, intestino grosso, intestino delgado, pele, etc. Possuem ciclo de vida variável (direto/monoxênico ou indireto/heteroxênico). Ascarídeos: -Áscaris lumbricoides -Áscaris suum -Toxocara canis -Toxocara cati -Toxocaris leonina -Toxocara vitulorum -Áscaris galli -Parascaris equorum Adultos têm como local habitual de parasitismo o intestino delgado. Ciclo monoxênico (exceção – Lagochilascaris – 4 casos a cada 100 anos). O nome das doenças variam: Áscaris = lumbriga, ascariose, ascaridíase; Toxocara = toxocaríase. Adultos copulam e a fêmea bota ovos com casca grossa (duram anos no ambiente), que saem nas fezes (cada fêmea pode botar até 300 mil ovos por dia). Passado um tempo, desenvolve-se uma larva dentro do ovo, que é chamada de larva de 1° (L1) estágio. Após aproximadamente 7 dias, a larva cresce e troca de cutícula, tornando-se uma larva de 2° (L2) estágio (já pode ser um pouco infectante). Após mais um tempo, a larva cresce mais, já possuindo tubo digestório completo e vestígios do sexo que terá, tornando-se uma larva de 3° estágio. Para maturar a larva leva aproximadamente 20 dias, quando se torna infectante, portanto não há autoinfecção endógena. O ovo é ingerido e, pela digestão, a casca se rompe liberando a larva de 3° (L3) estágio microscópica no estômago ou primeira porção do intestino delgado. A larva passa pela mucosa e vai para a circulação sanguínea, seguindo para o fígado, então a maioria volta para a circulação e se direciona para o pulmão através dos alvéolos, onde trocam de pele e tornam-se larvas de 4° (L4) estágio. Sobem pela árvore brônquica, passam pela orofaringe e seguem para o esôfago, chegando ao estômago e finalmente ao intestino, onde se tornam adultas (5° estágio – L5). ******Copiar desenho Alguns fatores, comosuperpopulação, podem estimular a larva a não ir para o intestino, de forma que se encaminham para a musculatura e permanecem em fase de L3, em fenômeno chamado hipobiose (hibernando – L3 taridas). Após novo estímulo, a larva acorda e segue seu caminho até o intestino. Existem vermífugos que alcançam as L3 tardias, outros não (informação na bula). A maioria dos vermífugos deve ter dose repetida em 10-20 dias, para eliminar possíveis vermes recém-chegados que estavam em hipobiose. *Outros estímulos para hipobiose: produção de anticorpos (acordam quando imunidade cai), condições adversas no ambiente (para não liberar descendentes em más condições ambientais – acordam quando a estação muda, por exemplo). Em fêmeas prenhes a imunidade cai, e estas podem transmitir para o feto através da placenta e/ou leite (transmissão transplacentária e transmamária). Permanência do verme no intestino se dá por sua força muscular. Quando é recémnascido não possui tanta força, podendo ser eliminado nas fezes, portanto para por todo o ciclo, para se fortalecer. Patogenia: -espoliação – um pouco de cada nutriente -irritação – tanto pela migração nos tecidos quanto permanência no intestino -bloqueio – volume suficiente para bloquear o intestino em caso de enovelamento Sintomas: -emagrecimento -abdômen dilatado -apetite aumentado -alotriofagia -diarreia/constipação -cólica -pneumonia -secreção nasal -estreatoses pulmonares (turbulência auscultada no pulmão) -pelos/penas arrepiadas -desnutrição -afebril Diagnóstico: -anamnese -exame clínico -coproparasitologico Tratamento: -mebendazol -albendazol (pode eliminar hipobióticos) -ivermectina -nitagoxanida (pode eliminar hipobióticos) -levamizol -piperazina Podem ser associados com laxante. Prevenção: -exames periódicos -isolar e tratar -educar proprietário -higiene na medida do possível -rodízio de pastagem Quando não é o hospedeiro habitual, a larva se perde na circulação, levando à doença larva migrans visceral. Ancylostomídeos: Intestino delgado. Aproximadamente 1-2cm. São exclusivamente hematófagos. Causam a doença chamada amarelão. Diferenças no ciclo de vida: Ovo mais ovalado. L3 pode romper a casca do ovo, que é mais fina. Pode penetrar pela pele íntegra. Causa dermatite, podendo ser confundida com sarna pododemodécica (no coxim). Forma de transmissão transcutânea. Se for ingerida, pode morrer ao passar pelo estômago devido à agressão. Ciclo de Loss (migração hepato traqueal) igual ao dos ascarídeos. Patogenia: -espoliação sanguínea -irritação – perfura a mucosa e injeta anticoagulante Sintomas: -anemia -icterícia hemolítica – degradação de hemoglobina -emagrecimento -diarreia -afebril -cólica Diagnóstico: -anamnese -exame clínico -coproparasitologico Tratamento -mebendazol -albendazol -ivermectina -nitagoxanida -levamizol -piperazina -disofenol (contraindicado para felinos). Prevenção: -maior atenção à penetração pela superfície corporal Larva migrans cutânea – bicho geográfico. PROTOZOOLOGIA Trypanossoma cruzi Leishmania Giardia Trichomona foetus Coccideas Toxoplasma gondii Neospora Babesia HELMINTOS Cestódeos Taenia solium Taenia siginata Dipylidium caninum Anoplocephala Moniezia Hymenolepis Diphillobothrium Davainea Trematódeos Schistosoma mansoni Nematódeos
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