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CCDDI DOENÇAS PARASITÁRIAS DA PELE E ANEXOS Protozoários: Leishmanioses cutâneas Helmintos: Larva migrans cutânea (“bicho geográfico”) Ectoparasitos (parasitas que mantém contato com o meio externo): • Insetos: Pediculoses, Tungíase (bicho de pé), Miíases (causada por larvas) • Aracnídeos: Escabiose (sarna) e Carrapatos Protozoário: Leishmanioses Cutâneas Célula alvo: Macrófago Acomete o sistema respiratório por onde pode migrar por vias linfáticas para outros locais do corpo. L. braziliensis e L. guyanensis são as duas espécies mais importantes que acometem os brasileiros, estas espécies estão compreendidas no complexo brasiliensis. Este complexo agrupa leishmanias que causam lesões ulcerosas com bordas vem delimitadas. A L. braziliensis e a L. guyanensis se diferenciam pela distribuição geográfica, a L. braziliensis ocorre por toda a região da mata atlântica e a L. guyanensis ocorre na região amazônica. As leishmanioses cutâneas simples podem evoluir para um quadro mais grave, trata-se da leishmaniose cutânea-mucosa causada pela L. brasiliensis. As lesões ulcerosas podem acometer as mucosas do nariz, boca e faringe, podendo comprometer tecido subcutâneo e cartilagem, é uma forma que pode acabar desfigurando o paciente. Há uma disseminação profunda, portanto os parasitas terão que migrar por via linfática ou hematogênica de qualquer localização do corpo. Temos também o complexo mexicana, onde a espécie L. amazonensis está compreendida, ela é um importante representante porque causa a doença no Brasil. As espécies contidas neste complexo são responsáveis por causar lesões nodulares, com a formação de pápulas. A L. amazonensis pode também evoluir o seu quadro para uma leishmaniose cutâneo-difusa. A partir de uma lesão inicial há a formação de lesões satélites ao redor dela, ocorrendo o comprometimento de grandes extensões de pele. Sua disseminação é superficial. O agravamento dos casos de leishmaniose cutâneo- mucosa pode acometer qualquer indivíduo, mas não é muito frequente, aproximadamente 5% dos indivíduos evoluem da forma cutânea simples para a forma muco- cutânea. O quadro de leishmaniose simples evolui para a leishmaniose cutâneo-difusa quando o indivíduo está em estado de anergia imunológica, com algum tipo de imunossupressão ou imunodepressão para que o parasita consiga de difundir. Os indivíduos que possuem resposta Th1 eficiente conseguem controlar e resolver a infecção, isso ocorre bastante em indivíduos imunocompetentes que contraem a L. amazonensis, eles evoluem para a cura espontaneamente. Normalmente associamos lesões ulcerosas a uma resposta inflamatória intensa e uma baixa carga parasitária, já nas lesões nodulares temos um menor infiltrado inflamatório e uma parasitemia maior. Transmissão A transmissão desse parasita se dá pela inoculação de uma forma de vida chamada promastigotas, ela é transmitida por um inseto chamado Phlebotomus ou Lutzomya. Apenas as fêmeas participam desta infecção, o macho e a fêmea adultos se alimentam de matéria em decomposição, porém a fêmea só consegue fazer a ovoposição se enriquecer sua alimentação, no período entre cópula e desova ela se alimenta de sangue, esse período é chamado de repasto sanguíneo. Quando a fêmea fica saciada ela regurgita no local, como os parasitas se encontram nas glândulas salivares do inseto, ela acaba inoculando o promastigotas. Ciclo de vida O Promastigota vive e se multiplica por divisão binária no intestino do inseto. Estes que estão localizados no intestino se multiplicando ativamente são chamados de promastigota pré-cíclico. Depois de um tempo de multiplicação uma parte desses promastigotas saem do intestino do inseto e vão para a glândulas salivares, onde ocorre uma mudança em algumas proteínas de membrana que fazem eles pararem de se multiplicar e passam a se chamar promastigota metacíclico (única forma infectante). O macrófago é a célula-alvo da leishmania. O promastigota fica dentro de um vacúolo parasitário que se funde ao lisossomo, lá se diferencia em uma forma arredondada, sem flagelo livre chamada amastigota, esta forma é encontrada nos macrófagos e também se multiplica por divisão binária quando a ambiente se torna ácido. Essa multiplicação acontece até o momento em que o macrófago se rompe, liberando os amastigotas que entram em outros macrófagos e voltam a se multiplicar. Se um indivíduo infectado for picado a amastigota irá se diferenciar em promastigota no intestino do inseto, reiniciando o ciclo. Geralmente os insetos adquirem o parasita ao picar os reservatórios (animais silvestres), porque eles possuem o parasita disseminado pelo corpo. Nas leishmanioses que causam lesões cutâneas, os principais macrófagos infectados são os da pele. • A leishmania é um parasita externo que é resistente ao sistema complemento • Na superfície da leishmania encontramos uma série de antígenos, dos quais os mais importantes são a LPG (lipofosfoglicano) e a GP63 A leishmania é fagocitada pela ligação entre ligante e receptor, portanto ela se liga a superfície da célula por intermédio da GP63 e do LPG, isso facilita a interação macrófago parasita porque essas proteínas se ligam a componentes do sistema complemento. Os componentes C3b e C3bi podem se ligar diretamente a esses antígenos, opsonizando o parasita e facilitando sua penetração na célula. Quadro Clínico Para o complexo brasiliensis temos uma baixa parasitemia, a quantidade de macrófagos parasitados também é pequena, a imunidade celular é ativa, o indivíduo apresenta uma resposta Th2, produz muitos anticorpos, tem INF-gama e produz IL-10. A leishmaniose cutânea-difusa está relacionada a uma carência na produção de INF-gama e por isso o parasita consegue se disseminar e se multiplicar ativamente para ocupar uma grande extensão de pele. Em ambos os casos temos uma lesão inicial no lugar da picada, quando houver inoculação de promastigotas provenientes do complexo mexicana ocorrerá formação de uma lesão fechada em forma de pápula e, em indivíduos imunocomprometidos, haverá disseminação de lesões originando o quadro de leishmaniose cutânea-difusa (não responde bem ao tratamento). A lesão inicial quando causada por leishmanias do complexo brasiliensis vai levar a presença de uma úlcera que não se cura na ausência de tratamento. Ela pode se disseminar para mucosas originando o quadro da leishmaniose cutâneo-mucosa. As lesões são profundas, acometem a derme, portanto seu processo de cicatrização é lento e muitas vezes ineficiente. Diagnóstico Método parasitológico Análise de material obtido por raspagem ou aspirado das lesões • Pesquisa de formas amastigotas nos esfregaços em lâmina (fixação, coloração (giemsa ou leishman); • Pesquisa de formas amastigotas em histopatológico de lesão (HE); • Pesquisa de formas promastigotas em meios de cultura pré-semeados (NNN-BHI ágar sangue ou meio Schneider); Método anatomopatológico (vertente do parasitológico) É feita uma biópsia da lesão que posteriormente será corada com HE ou imuno-histoquímica. Nesta pesquisa encontraremos amastigotas. Métodos imunológicos - Intradermorreação de Montenegro (IDR): é um teste de hipersensibilidade tardia onde é avaliada a resposta imune celular do hospedeiro • É injetado na pele o antígeno de leishmania, portanto é um estímulo, se o indivíduo possui linfócitos T de memória haverá uma resposta inflamatória, assim uma intradermo +. Quando não há resposta temos uma intradermo -, isso quer dizer que não há linfócito T suficiente, caracterizando uma falha na resposta imune. • A negatividade da intradermo não quer dizer que o paciente não está/esteve em contato com o antígeno, só nos mostra a eficiência do sistema imune, porisso devemos associar resultados: Parasitológico + e intradermo – significa que há falha no sistema imune. • Sendo assim, apresenta-se negativa nos casos de leishmaniose cutâneo-difusa - Imunofluorescência e Elisa: busca a presença de anticorpos - Fixação de complemento - Teste rápido (imunocromatografia): este teste detecta antígenos específicos contra leishmania, ele funciona como o teste de gravidez de farmácia. O diagnóstico diferencial é feito para Paracoccidioidomicose, carcinoma epidermoide, carcinoma basocelular, sífilis terciária etc. Método Molecular - PCR: permite fazer o diagnóstico espécie-específico. • Pode ser feita a utilização de diferentes primers e assim você consegue saber qual é a espécie específica. Os primers mais utilizados são baseados em sequencias de DNA do cinetoplasto. • Quando utilizamos vários primers é chamado de PCR multiplex. Tratamento • Antimoniais pentavalentes: inibem a via glicolítica e a oxidação de ác. graxos • Anfotericina B: altera a síntese de fosfolipídios de membrana • Esquemas de tratamento incluindo INF-gama e leishvacin: para a forma visceral Profilaxia O controle da leishmaniose é voltado em evitar contato com o inseto vetor através do uso de inseticida, repelente, utilização de telas e mosqueteiros. O controle ideal é a imunização, porém está ainda não existe para humanos, existe apenas para cachorros. Helminto: Larva Migrans Cutânea – Bicho Geográfico Trata-se de uma infestação cutânea causada por larvas de helmintos. São causados por Ancylostoma braziliensis (1 par de dentes) e Ancylostoma caninum (3 pares de dentes na capsula bucal). São ancilostomideos próprios de cães e gatos. Essas espécies penetram ativamente na pele do animal, caem na circulação, passam pelo fígado, coração e pulmão, o parasita é deglutido e se desenvolve em sua forma adulta. Os adultos copulam e a fêmea deposita os ovos, o animal defeca e contamina o solo. Quando o hospedeiro entra em contato com o solo contaminado, ele pode ser invadido pelo parasita na forma larval. A larva penetra a pele do humano, após ultrapassar a epiderme ela não consegue mais adentrar e percebe que não esta no hospedeiro próprio, então fica transitando pela pele, o trajeto dela é submetido a uma resposta inflamatória, portanto fica ademaciado e hiperemiado (vermelho). Essa parasitose tem cura espontânea, a larva morre por falta de nutrição específica, porém quando a carga parasitária é elevada ou há uma resposta inflamatória axarcebada, o individuo tem um grande desconforto, há queixa de coceira intensa, febre etc. As partes frequentemente atingidas: Pés, pernas, nadegas, mãos e antebraços. Diagnóstico O diagnóstico é puramente clínico, porque os aspectos das lesões são bem característicos O real problema desta infecção é que ela propicia a ocorrência de infecções secundárias. Tratamento Para um desconforto local é indicado o uso de Tiabendazol pomada, ela é aplicada sob o trajeto. Quando o indivíduo apresenta febre é recomendado o uso oral de Ivermectina ou Tiabendazol, trata-se de um tratamento sistêmico. Ectoparasitas: Pediculoses Causada por: • Pediculus capitis - alongado • Pediculus humanus - alongado • Phthirus pubis – achatado Pediculus capitis Vive na cabeça (piolho de cabeça), se alimenta de sangue e consegue caminhar pelo couro cabeludo. O componente da saliva e das fezes deste inseto podem induzir uma resposta inflamatória local gerando prurido. O macho e a fêmea copulam, o piolho faz uma ovoposição, seus ovos são chamados de lêndeas, após depositar os ovos a fêmea o recobre com uma substância cimentante, por isso os ovos ficam grudados. O ovo que contém a larva dentro é translúcido e escuro, já o que está vazio é branco e opaco. Pediculus humanus Assim como o capitis, ele deposita e cimenta seus ovos, porém eles fazem isso em fibras de roupa. Eles vivem nas partes cobertas do corpo. Acomete principalmente pessoas em situação de rua, porém este gênero é mais comum em regiões de clima frio. Em aspectos morfológicos, o piolho de corpo é maior que o piolho de cabeça. Phthirus pubis Vive na região pubiana e perineal, eles se alimentam de sague na base dos pelos pubianos, assim como os outros piolhos a fêmea ao fazer a ovoposição irá cimenta-los. É popularmente conhecido como chato, devido as duas características morfológicas. Ciclo evolutivo Adultos → ovos → ninfas → adultos Este ciclo dura em média 1 mês Transmissão O P. capitis é transmitido diretamente de pessoa para pessoa e ocorre principalmente em ambientes fechados como as salas de aula e transportes coletivos. O P. humanus da roupa de um indivíduo para a roupa de outro, em decorrência de contato íntimo (abraços, por exemplo). O P. pubis é transmitido por contato sexual Patogenia e Sintomatologia Pediculus sp.: Ocorre principalmente por inflamação pela injeção de saliva que irá ocasionar uma reação inflamatória local gerando irritação pelo intenso prurido causado. P. pubis: Prurido intenso em consequência das lesões causadas pelo aparelho bucal sugador assim como nos pediculus sp. Tratamento Hexaclorobenzeno a 1% (lindane na forma de shampoo ou loções). Tratamento sistêmico com Ivermectina. Profilaxia Evitar contato físico com pessoas infectadas e suas roupas e objetos de uso pessoal Inspeção periódica dos cabelos em locais de confinamento Tratamento em massa em casos epidêmicos. Tungíase: Bicho de pé Causado pela pulga Tunga penetrans É uma pulga que se aloja dentro do hospedeiro (pele) durante o período gestacional, sendo assim o macho e a fêmea copulam e a fêmea entra na pele do hospedeiro de cabeça, deixando a parte posterior para fora. Durante o período de permanência há a maturação dos ovos, quando esse processo é concluído a pulga morre e os ovos vão para o ambiente externo, onde terminam seu processo evolutivo. - É uma parasitose comum na América tropical e África. - Os principais hospedeiros são o porco, homem, cão e gato. O porco tem a pulga constantemente, já os outros servem como hospedeiros para a fêmea grávida. Ciclo evolutivo Fêmea grávida (penetração na pele, ingestão de sangue e expansão do abdome) → liberação dos ovos → eclosão dos ovos → larvas → pupas → forma adulta. Seu habitat ideal são solos arenoso, quentes e secos como chiqueiros, ranchos e peridomicílios. Sintomatologia Ligeiro prurido decorrente da resposta inflamatória local. A localização preferencial são os pés. Tratamento • Assepsia, limpeza do ferimento • Unguento mercurial • Pomada a base de gamerane • Vacina antitetânica • Sistêmico: Ivermectina Pessoas com bicho-de-pé são comumente acometidas por infecções locais, como tétano. Profilaxia • Uso de calçados • Aplicação de inseticidas Miíases São infecções causadas pelas larvas de insetos Larvas que se nutrem de tecidos vivos são chamadas de larvas biontófagas e larvas que se nutrem de tecido morto são chamadas de larvas necrobiontófagas. A mosca responsável por depositar a larva causadora do Berne é a Dermatobia hominis, essa mosca que se alimenta de tecidos vivos. Larvas necrobiontófagas tem importância no âmbito forense, as moscas também. Estes insetos podem auxiliar na estimativa de tempo pós-morte. Cochliomyia hominivorax e Cochliomyia macellaria são responsáveis por causar bicheira. A C. hominivorax é a pior porque ela tem predileção por cavidades como o nariz, não necessita de tecido necrosado para instalar suas larvas. Dermatobia hominis possui uma estrutura anatômica desfavorável para o voo, então, após copular com o macho, ela espera por um outro inseto, onde ela joga seus ovos, é este inseto que irá levar os ovos para os hospedeiros vertebrados. • Ela é responsável por gerar umalesão furunculosa. • A larva da D. hominis possui espinhos que geram um grande desconforto. Classificação Obrigatórias (miíases primárias): larva da mosca invade o tecido sadio e nele se desenvolve. Facultativas (miíases secundárias): a mosca coloca seus ovos em ulcerações na pele ou mucosas e as larvas se desenvolvem nos produtos de necrose tecidual. Pseudomiíases (miíase acidental) Escabiose – Sarna Causado pelo Sarcoptes scabiei, a transmissão ocorre por contato direto. As fêmeas imaturas que vagueiam sobre a pele são as formas de disseminação. Ciclo evolutivo Adultos → ovos → ninfas → adultos Patogenia e sintomatologia A escabiose desenvolve-se em 15 a 17 dias após a infestação. Os adultos perfuram galerias ou tuneis na epiderme, principalmente nas regiões interdigitais, mãos, punhos, cotovelos, axilas e virilhas. A doença decorre da perfuração da epiderme, dos produtos do metabolismo do parasito lá depositados e da presença dos ovos, levando à reação inflamatória, escoriações, vesículas, urticária, prurido intenso que se manifesta preferencialmente à noite, disseminação e linfoadenoma. Podem ocorrer infecções secundárias. Em alguns casos aparecem descamações intensas na pele formando crostas, tornando a doença bastante contagiosa. É a forma mais grave da doença, mais comum em imunodeprimidos e indivíduos com hábitos de higiene precários. Diagnóstico Diagnóstico clínico pela observação das lesões da pele. Tratamento • Utilização tópica de drogas ativas como benzoato de benzila a 25%, enxofre (adultos), lindane ou BHC a 1% na forma de pomadas e sabonetes. • Os fármacos mais utilizados são Deltametrina, permetrina e biocultrina • Ivermectina – oral Profilaxia • Medidas gerais de higiene pessoal • Desinfecção de roupas intimas, roupas de cama e de banho • Tratamento dos doentes e familiares Carrapatos São parasitas hematófagos, responsáveis pela transmissão de inúmeras doenças Família Ixodidae Apresentam escudo dorsal quitinoso, sendo conhecidos como “carrapatos duros”. O escudo do macho é grande, já nas fêmeas, larvas e ninfas, esse escudo cobre apenas a região anterior do corpo, permitindo assim a dilatação do abdome após a alimentação. • Fêmeas se alimentam muito mais do que os machos A espécie de maior interesse médico: Amblyomma cajennense. Família Argasidae Não possuem este escudo quitinoso e recebem a denominação de “carrapatos moles” Têm hábitos noturnos São extremamente resistentes à fome, podendo viver até 5 anos sem se alimentar A espécie de interesse médico: Ornithodoros sp. PARASITAS INTESTINAIS As crianças são mais acometidas pelas enteroparasitoses por estarem mais expostas as formas infectantes Como representantes a Giardia lamblia causadora de Giardíase e Entamoeba histolytica responsável por causar amebíase. Além destes temos parasitas oportunistas. Os oportunistas causam infecções graves em imunocomprometidos e leves em imunocompetentes, acometem principalmente indivíduos com AIDS quando a contagem de CD4 for menor que 200 céls/mm³ Giardíase É uma doença diarreica causada por um protozoário Giardia lamblia, um protozoário que vive no intestino delgado. A associação deste parasita com as células epiteliais é superficial. Ciclo de Vida A Giardia pode ser encontrada em 2 formas: cisto e trofozoíto. CISTO: É uma forma elíptica com 4 núcleos e estruturas alongadas chamadas corpos cromatóides (axonema), possui também uma parede de polissacarídeo que confere resistência. A infecção ocorre pela ingestão de cistos em água ou alimentos contaminados, a partir do momento que o hospedeiro ingere o cisto, este passa por um processo de desencistamento no intestino delgado, sendo assim, no estômago a parede polissacarídica será digerida, liberando uma massa tetranucleada que sofrerá divisão binária dando origem a dois trofozoítos. TROFOZOÍTO: Esta forma está relacionada com a doença propriamente dita, porque é ela que se associa com as células epiteliais. No corpo da célula existe uma ventosa responsável por aderir a Giardia às células epiteliais, portanto ela se associa superficialmente. Enquanto ela está aderida ela irá absorver nutrientes do meio e sofrer divisão binária. Os trofozoítos chegam à luz do intestino, onde ficam livres ou aderidos à mucosa intestinal, por mecanismo de sucção. O intestino delgado é repleto de vilosidades para aumentar a superfície absortiva, quando o indivíduo possui Giardíase a associação epitelial do protozoário irá induzir uma resposta inflamatória local que terá como consequência um achatamento das vilosidades intestinais, reduzindo a superfície de absorção, além disso, há um déficit na absorção causada por uma barreira mecânica formada pela própria giárdia, reduzindo ainda mais o epitélio absortivo. Sendo assim, quando uma criança, por exemplo, possuí um quadro de giardíase a longo prazo ela irá apresentar uma carência nutricional grave, isso irá alterar o desenvolvimento cognitivo da criança. Como no epitélio duodenal temos absorção de vitamina B12, indivíduos acometidos por giardíase podem desenvolver anemia. Também temos a absorção de gorduras e vitaminas solúveis, sendo comum a perda de gordura nas fezes (esteatorreia) e a má absorção de nutrientes que traz como consequência anemia, cabelo quebradiço e unhas quebradiças por exemplo. Todo o processo patológico está relacionado com a presença do trofozoíto no intestino delgado. Chega um determinado tempo que a giárdia se desassocia do epitélio, o encistamento ocorre quando o parasita transita o cólon, e neste estágio os cistos são encontrados nas fezes (forma infectante). Amebíase Causado pelo protozoário Entamoeba histolytica que vive no intestino grosso. Nas áreas com más condições sanitárias, a amebíase é adquirida pela ingestão de alimentos ou água contaminada com fezes. As frutas e os legumes podem ser contaminados quando crescem em terras fertilizadas com fezes humanas, quando são lavados com água poluída ou são preparados por alguém que está infectado. As fezes características de pessoas que possuem este parasita intestinal contêm sangue, isso porque ele é capaz de invadir a mucosa e causar ulcerações/dano tecidual Este protozoário possui uma associação profunda (é histolítica) com o epitélio, essa ameba tem caráter invasivo. A ameba possui um processo de citólise. Ciclo de Vida Assim como a giárdia a forma infectante também é o cisto, este é bem redondo, possuí uma parede polissacarídica, 4 núcleos com cariossomo central e podem ter uma estrutura chamada cromociomatoide A infecção começa quando se ingere os cistos. No intestino delgado os cistos se abrem, liberando uma massa tetranucleada que posteriormente irá originar 4 pequenas formas, chamadas metacistos, que sofrem mais uma divisão binária e posteriormente os metacistos migram para o intestino grosso. No intestino grosso os metacistos se diferenciam em trofozoítos que se multiplicam e provocam úlceras no revestimento intestinal. Alguns trofozoítos se transformam em pré-cistos e em cistos novamente, sendo excretados nas fezes. Nem todos os indivíduos que possuem a E. histolytica irão desenvolver amebíase, isso porque o hospedeiro pode conter o parasita de uma forma mais leve (forma minuta) ou em uma forma mais invasiva chamada forma magna (patogênica). • O trofozoíta de forma minuta irá desenvolver pré-cisto e cisto, não provocando a amebíase • Em alguns hospedeiros o trofozoíta muda de comportamento e passa a ser chamado de trofozoíta de forma magna, este é capaz de secretar enzimas de caráter histolítico que promovem a lise celular e fagocitose dos cistos. O trofozoíta inicialmente adere as células epiteliaisdo intestino através de moléculas que estão presentes a superfície da ameba (mucinas), a partir do momento que se adere, a ameba passa a secretar as enzimas. • A principal enzima é a amebaporo que permite a invasão do tecido. Após invadir ela passa a fagocitar os cistos celulares. Ela também tem a capacidade de secretar cisteína, proteinases que permitem a permanência no local e intensificam as lesões teciduais. Chega um determinado momento em que estas amebas conseguem cair na circulação e migrar para localizações extra-intestinais. Os cistos podem ser transmitidos diretamente de pessoa para pessoa, ou de forma indireta pelos alimentos ou pela água. A amebíase também pode se disseminar por sexo oral-anal. A ameba possui um formato disforme porque ela emite pseudópodos. Ocasionalmente, eles se espalham para o fígado ou outras partes do corpo, em qualquer localização extra-intestinal o parasita irá formar abcessos. Giardia x Ameba Tanto a giardíase como a amebíase são processos cíclicos, portanto não apresentara diarreia a todo instante. Ele passa alguns dias com diarreia intensa, tem um período de normalidade e volta a apresentar a diarreia. Existem indivíduos com amebíase que possuem um quadro de colite disentérica onde chegam a evacuar de 6 a 10 vezes por dia, em pessoas que possuem diarreia permanente é comum ocorrer dor na região perianal chamada de tenesmo. As características de motilidade também se diferenciam entre a giardia e a ameba. A giardia possui 4 pares de flagelos enquanto a ameba se locomove pela emissão de pseudópodes. A nutrição das amebas é por fagocitose, elas podem fagocitar bactérias da microbiota, grão de amido, muco. O trofozoíto ao ser observado no microscópio irá apresentar diversos vacúolos justamente por conta do seu modo de nutrição. Diagnóstico de parasitas intestinais O diagnóstico é feito por exame de fezes. Fezes diarreicas É feito o método direto (sem corante). Pega-se 1 gota do material aquoso, coloca-se 1 gota de solução salina, coloca-se a lamínula e é feita a leitura da lâmina na busca por trofozoítos e a análise de movimentações. Fezes formadas São feitos métodos de concentração, podendo ser o método de concentração espontânea, chamado método de Hoffman que tem como princípio a sedimentação espontânea. Há também métodos por centrifugação, onde temos o método Faust cujo princípio é de centrifugo-flutuação e o método de Ritchie cujo princípio é de centrifugo sedimentação. Mistura as fezes com água, passa por uma gaze para retirar quaisquer sedimentos, coloca a amostra em um tubo e o submete a uma centrifugação, após a centrifugação será formado um sedimento. • Método de Faust: iremos ressuspende-lo com uma solução chamada sulfato de zinco 33%, está possui uma densidade alta. A amostra será submetida a centrifugação novamente e como a solução possui alta densidade as formas parasitarias irão para a superfície. Então é coletado o material da superfície, monta-se uma lâmina, coloração com lugol e é submetido a microscopia. • Método Ritchie: é feito todo o processo inicial como no Faust, porém nele é adicionado formol 5% e éter, e o tubo e submetido a centrifugação novamente. É formada uma interface entre o formol e o éter e os parasitas irão para o sedimento. O método de Hoffman mesmo que mais demorado, é mais preciso para todas as formas parasitárias. Laboratório – parasitas intestinais Outros protozoários intestinais de importância médica Coccídeos Oportunistas Esses coccídeos se desenvolvem em indivíduos que apresentam imunodepressão. Em indivíduos imunocompetentes causam uma infecção aguda rápida, já em imunocomprometidos causam manifestações clínicas graves, principalmente diarreia. Cryptosporidium sp., Cyclospora cayetanensis e Isospora belli são considerados agentes emergentes, isso porque eles já teriam sido estudados e com o advento da AIDS passaram a ter importância médica. • HIV passa a ser AIDS quando o número de TCD4+ é maior que 200céls./mm³ Cryptosporidium parvum/hominis A forma infectante e aquela que é eliminada nas fezes, chamada de oocisto. Esse oocisto quando ingerido libera as formas de vida que estavam contidas nele e agora elas podem adentrar nos enterócitos, essa forma é chama esporozoíto. No enterócito os esporozoítos irão se diferenciar em trofozoíto, este irá amadurecer, seu muco se fragmenta entrando em uma fase de replicação assexuada, esquizotomia, portanto o trofozoíto maduro dará origem ao esquizonte. O esquizonte assim que tiver os conteúdos nucleares divididos dará origem a microrganismos chamados merozoítos. Normalmente o merozoíto rompe a célula, entra em novos enterócitos e refaz o ciclo. O primeiro ciclo é chamado de meronte (merozoíto) do tipo 1. A partir do 2º ciclo é chamado de meronte do tipo 2. O meronte do tipo 2 pode adentrar a célula e refazer o ciclo ou pode dar origem aos gametócitos (macho e fêmea). Os gametócitos serão responsáveis pela fase sexuada do ciclo. Pela fusão dos gametócitos (ocorre no enterócito) teremos a formação do oocito. No caso do Cryptosporidium sp. Teremos oocitos de parede espessa e de parede delgada. • Oocitos de parede espessa serão eliminados nas fezes, vão para o ambiente externo. • Oocitos de parede delgada causam um processo de auto infecção. Eles se rompem no intestino, liberando esporozoítos que vão entrar em outros enterócitos e se multiplicar. O hospedeiro possuí parasitemia intensa, cada vez que ele se multiplica o enterócito é rompido, ocasionando uma alteração nas vilosidades intestinais e o hospedeiro possuirá uma sintomatologia como a da Giardia, mas bem mais intensa, chegando a eliminar 10L de material fecal por dia. Isospora belli Seu oocisto é alongado, possui 2 esporoblastos que após 48h da eliminação irão originar 2 esporocistos e dentro dele serão formados 4 esporozoitos. Nas fezes é eliminado o oocisto com 2 esporoblastos e no ambiente externo ocorre sua maturação (48h) Cyclospora cayetanensis Seu oocisto é redondo, possui 2 esporoblastos que originarão 2 esporocistos, contendo 2 esporozoítos em cada um. O oocisto é a forma infectante e é adquirido pela ingestão de água ou alimentos contaminados. O oocisto libera o esporozoíto, este adentra e se desenvolve no enterócito se diferenciando em trofozoíto, estes se reproduzem de forma assexuada originando o esquizonte/meronte que darão origem a vários merozoítos. Os merozoítos podem adentrar no enterócito e refazer o ciclo ou se transformarem em gametócitos (macho e fêmea). Os gametócitos se fundem e dão origem ao oocito, este oocisto imaturo é eliminado pelas fezes e no ambiente externo se torna um oocisto maduro. O oocisto maduro de I. belli contém 2 esporocitos com 4 esporozoítos, já o oocito maduro de C. cayetanensis possui 2 esporocitos com 2 esporozoitos. Diagnóstico Parasitológico O diagnóstico do Cryptosporidium sp., Cyclospora e Isospora é feito a partir de material fecal, porém eles não são visualizados em exames de coprocultura convencional. Com uma amostra fecal é feito um esfregaço em lâmina (normalmente é de material diarreico). A lâmina é submetida a coloração álcool-ácido resistente (ziehl neelsen, Kinyoun, Safranina, azul de metinelo). • O oocito é álcool-ácido resistente, na coloração de ziehl neelsen é observado como várias bolinhas rodas/vermelhas • Cryptosporidium é o mais álcool-ácido resistente, já o Cyclospora é o menos álcool- ácido resistente (álcool-ácido resistência parcial), ficando rosa-desbotado na coloração de ziehl neelsen. Isospora e Cyclospora apresentam autofluorescência, quando submetidos a microscopia de fluorescência emitem uma luz azul. Como diagnóstico molecular podemos utilizar o PCR. Teste de imunocromatografiapara diferenciar Cryptosporidium de Giardia Isospora e Cyclospora tem maturação no ambiente externo Cryptosporidium tem maturação no hospedeiro e pode causar autoinfecção. DOENÇA DE CHAGAS Agente etiológico: Trypanosoma cruzi Inseto: Barbeiro Ciclo evolutivo Possui 2 hospedeiros, o inseto vetor e o homem. No inseto: No barbeiro parasitado temos a presença da EPIMASTIGOTA que se multiplica ativamente por divisão binaria no intestino e de tempos em tempos ele migra para a ampola retal e se diferencia em TRIPOMASTIGOTA METACÍCLICO (forma infectante), que não consegue se dividir, e então ele fica alojado na ampola retal. O barbeiro fica muito tempo sem se alimentar, então quando ele pica o hospedeiro humano suga uma quantidade muito grande ficando maior (e ao mesmo tempo ele defeca onde sairá junto o tripomastigota metacíclico), suga uma quantidade tão grande que fica pesado e mais inchado e cai gerando um desconforto no hospedeiro mas em quanto ele está se alimentando o hospedeiro não sente nada porque na saliva do barbeiro que entra em contato com a pele do humano conter um anestésico que faz com que a picada seja indolor, então quando o inseto cai, ele sai e o efeito anestésico passa, fazendo que o hospedeiro sinta um desconforto e coce causando uma lesão pré-existente e é ai que o parasita se adentra. No hospedeiro humano: O Tripomastigota m. entra e é fagocitado por macrófagos virando o AMASTIGOTA que não apresenta flagelos e se multiplica por divisão binaria, se diferenciam em TRIPOMASTIGOTA SANGUÍNEO que se multiplicam muito e rompem o macrófago ficando um tempo na circulação sanguínea, podendo voltar o seu ciclo mostrando a fase aguda da doença ou pode ter outro caminho e adentrar em outros lugares como o coração, fazendo o mesmo ciclo de tripomastigota sanguíneo para amastigota e tripomastigota s. novamente, porém essa proliferação é mais lenta e não ocorre o rompimento das células representando a fase crônica da doença. Então quando o barbeiro pica uma pessoa infectada o tripomastigota s. vai para o barbeiro sofrendo uma última modificação virando EPIMASTIGOTA que se prolifera, virando tripomastigota m. voltando o ciclo novamente. Transmissão • Vetorial • Transfusão sanguínea • Congênita • Oral • Transplante e órgãos • Acidente laboratorial Transmissão vetorial - Transmissão mais comum nos dias de hoje - Gêneros mais importantes: Panstrongylus (mais comum hoje em dia); Triatoma (mais comum na época do Carlos Chagas); Rhodnius. Aparelho Bucal O aparelho bocal do Rhodnius é na ponta, Panstrongylus embaixo do olho e o Triatoma no meio. Triatoma: Possui cabeça cilíndrica, aparelho bocal retilíneo, hábitos noturnos. Com negra com manchas amarelas Panstongylus: raramente voam cabeça alongada e estreita, antena inserida junto aos olhos Rhodnius: cor escura com machas em várias tonalidades, cabeça alongada e pescoço unido ao tórax. Transmissão Transfusional • Confirmada em 1952 no Brasil • Segundo mecanismo de transmissão do T. cruzi • Devido por migrações das regiões endêmicas para centros urbanos • Nas amostras refrigeradas de sangue total, a viabilidade do parasito gira em torno de 18 dias. Transmissão Congênita • Terceira via de maior importância • A transmissão ocorre por via transplacentária • Acontece em qualquer fase da infecção • Pode causar: abortamento; prematuridade; retardo de crescimento intrauterino, nati e neomortalidade. • O recém-nascido infectado apresenta as mesmas manifestações clínicas. Transmissão Oral Pode ocorrer por caldo de cana, açaí, ou amamentação que era mais decorrente antigamente. A poupa de açaí que é comercializado vem pasteurizado então não mostra perigo de contaminação, pois é mantido congelado Somente poderá ter problemas se a poupa de açaí tiver in natura Transmissão por Transplante de órgãos Pode ocorrer por doadores infectados e receptores suscetíveis como por exemplo fazer uso de imunossupressores Panstrongylus Rhodnius Triatoma Esse mecanismo desencadeia a fase aguda grave, pois o receptor como toma imunossupressores torna-se menos resistentes à infecção. Transmissão por Acidente Ocorre entre profissionais da área da Saúde que manipulam sangue ou o parasito Adentra por contato direto com o sangue ou utilizando perfurocortantes A contaminação ocorre por contato do parasito com a pele lesada, mucosa oral, ocular ou auto inoculação A doença de chagas possui 2 fases, a aguda e a fase crônica. Fase aguda Pode ser aparente (sintomática) ou Inaparente (assintomática) Incubação de 4 a 10 dias com duração de 2 a 4 meses com sintomas: • Febre • Presença de linfonodomegalia • Edema • Miocardite reversível • Hepatoesplenomegalia • Anorexia Existe um sinal de porta de entrada que pode estar localizado em qualquer parte do corpo chamado de Chagoma inicial (região edemaciada, bastante endurecida e quente) e a porta de entrada chamada Sinal de Romanã Sinal de Romanã: Edema unilateral e bipalpebral com penetração do parasita pela mucosa ocular em 10% dos casos Se for diagnosticado o sinal de Romanã precoce é possível começar um tratamento Perigoso em crianças pequenas com menos que 5 anos Fase Crônica Após vários meses – até 30 anos Forma indeterminada e sem sintomatologia aparente e apresentam: • IgG positivo • Parasitemia positiva • Eletrocardiograma normal Com essas características mostra claramente um paciente chagásico crônico A maioria dos pacientes ficam na fase crônica e morrem. Não existe tratamento pra doença de chagas na fase crônica ou seja, não se zera a parasitemia tecidual Temos 2 formas sintomáticos, cardíacos e digestivos: Casos cardíacos Mais comum Apresenta: • Insuficiência cardíaca congestiva • Fibrose no ventrículo esquerdo que ocasiona o aneurisma de ponta • Cardiomegalia com ou sem trombose • Formação de trombos intracavitários levando a embolia • É possível intervenção cirúrgica. Casos Digestivos Comprometimento do esôfago e cólon Alteração do parassimpático que altera o peristaltismo Esôfago (mega esôfago) • Aumento do calibre de 5 a 7x • Espessamento da parede muscular • Destruição da inervação parassimpática • Pode ocorrer: soluços, regurgitação ou hipersalivação por hipertrofia das parótidas • É possível intervenção cirúrgica Cólon (mega cólon) • Ocorre sua dilatação • Hipertrofia • Alteração do peristaltismo pela destruição dos plexos nervosos (denervação do parassimpático) desenvolve a formação dos fecalomas se não tratar com óleo. Diagnóstico Fase aguda Quando temos um grande números do parasita no sangue, pesquisa o parasito por: • Exame de sangue simples • Gota espessa • Esfregaço sanguíneo corado com giemsa Fase Crônica Quando temos um pequeno número de parasitas no sangue, pesquisa do parasito é com métodos que possibilitam a multiplicação do parasita: Xenodiagnóstico: feito com utilização dos barbeiros, e é colocado eles em contato com o indivíduo suspeito com a doença de Chagas e ele suga o sangue dele, vão ser mantidos no laboratórios e depois de 10 dias alimenta novamente o barbeiro e ele defeca, se caso no sangue do indivíduo tiver o parasita, vão para o intestino do inseto sofrem diferenciação em epimastigota, que vai para a ampola retal e depois desse período, se houver a compressão da região abdominal via sair todo o conteúdo intestinal observando o parasita Hemocultura: retira o sangue, colocado em meio de cultura parecido com o do inseto e o parasita vai se diferenciar, mas não é muito utilizado pois a cultura precisa ficar 1 mês para visualização Inoculação em camundongos jovens. Sorológicos • Reação de fixação de complemento (filho do Carlos Chagas que descobriu) • Reação de imunofluorescênciaindireta • Reação de hemaglutinação indireta • ELISA – feito no banco de sangue • Western Blotting – não é rotina, mas é feita em lab de centros de referência para estudos epidemiológicos Profilaxia • Inseticidas • Controle da transmissão transfusional • Biossegurança Tratamento Na fase aguda: tratamento com antiparasitário • Benzonidazol – atua somente sobre formas sanguíneas por isso tem tratamento na fase água e não na fase crônica Na fase crônica: tratamento dos sintomas, sendo o tratamento com antiparasitário ineficaz. DOENÇAS PARASITÁRIAS DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL Complexo Teníase / Cisticercose A Neurocisticercose não está necessariamente associada à imunodepressão. As duas espécies responsáveis por causar Teníase são Tênia Solium (suínos) e Tênia Saginata (bovinos), a instalação desta doença se dá pela ingestão de carne mau cozida contendo o cisticerco (larva da tênia). Quando o humano ingere a carne com o cisticerco, ao mastigar irá romper a vesícula do cisticerco, liberando seu escólex (cabeça). O escólex se fixa no epitélio do intestino delgado e inicia sua maturação na região do jejuno, já o restante da vesícula será degradada pelo organismo. O verme adulto é achatado, possui corpo segmentado cada segmento é chamado de proglote, é um verme hermafrodita onde o aparelho reprodutor masculino é maturado antes do feminino, portanto a autofecundação do verme ocorre entre proglotes diferentes. As proglotes se cruzam encostando seus poros genitais umas nas outras e o testículo passa de uma para outra onde vai encontrar uma ramificação uterina cheia de óvulos ocorrendo a fecundação, a tornando uma proglote gravídica. As proglotes gravídicas tendem a se soltar do corpo da tênia, tal ação é chamada de Apólise. Essas proglotes se misturam no bolo fecal, os ovos contidos nela são librados e passam a infectar outros hospedeiros intermediários (suínos e bovinos). O verme adulto irá formar os ovos, este possui uma casca que é chamada de embrióforo (parte mais escura). Dentro deste embrióforo temos o embrião hexacanto ou oncosfera. Quando esse ovo é ingerido pelos hospedeiros intermediários, a oncosfera é liberada no intestino, passa pelas camadas do endotélio e cai na circulação e pode ir pra diferentes localizações. Quando esse embrião chega em determinada localidade ele se diferencia para cisticerco no hospedeiro intermediário. Quando esse cisticerco é ingerido pelo humano ele vai originar o verme adulto, encerrando assim o ciclo. Quando o hospedeiro definitivo (homem) ingere o cisticerco e desenvolve o verme adulto ele terá TENÍASE. O homem pode acidentalmente ingerir o verme adulto ele desenvolverá a CISTICERCOSE. A Tenia solium pode causar teníase e a cisticercose. Já a Tenia Saginata pode ocasionar apenas a teníase. Esses parasitos possuem diferenças entre si. O diagnóstico da teníase pode ser feito da seguinte maneira: Forma direta: é feita a observação macroscópica da tênia, ou seja, a observação de proglotes expelidas ativamente, uma a uma pelo ânus (T. saginata) ou expelidas passivamente, de 4 a 6 proglotes juntamente com as fezes (T. solium) Exame coproparasitológico: pesquisa de ovos nas fezes, porem essa observação dos ovos não permite a diferenciação de espécie porque são morfologicamente idênticos. Tamisação: é um exame coproparasitológico para a captura de proglotes gravídicas. É feita a coleta de fezes no período de 24h. No laboratório essas amostras serão dissolvidas e peneiradas, retendo as proglotes gravídicas na peneira. Essa proglotes serão clarificadas com ácido acético e coradas, permitindo assim a visualização das ramificações uterinas podendo diferenciar as espécies. Além disso a Tamisação é utilizada para verificar o progresso do tratamento. Cisticercose Agente etiológico: Cysticercus cellulosae (cisticerco da Taenia solium) Cysticercus bovis (cisticerco da Taenia saginata): Não causa cisticercose no homem. A cisticercose é uma parasitose sistêmica, porem no hospedeiro humano ele tem um maior tropismo para o SNC, olhos e anexos. No ciclo da T. solium, o homem aparece como hospedeiro intermediário, pois ele interrompe o ciclo evolutivo. Os ovos passam pelo estômago e duodeno e liberam o embrião hexacanto que atravessa a mucosa e pode atingir vários órgãos onde se aloja e se transforma em cisticerco. A transmissão da cisticercose: Autoinfecção interna: Quando o indivíduo possui a tênia, costuma a despregar as proglotes gravídicas, caso o hospedeiro apresente quadro de náuseas, com o movimento antiperistáltico essas proglotes podem cair no estomago, onde sofrerão ação do suco gástrico e liberar os ovos que ainda sofrerão ação do suco gástrico liberando o embrião hexacanto que pode migrar para qualquer outra localização, como o SNC. Autoinfecção externa: Ingestão de ovos ou proglotes da própria Tênia (é mais comum em crianças e doentes mentais). + Autoinfecções apresentam maior quantidade de cisticercos. Heteroinfecção: Ingestão acidental dos ovos de Tênia vinculados por água ou alimentos contaminados, ou mesmo pelas mãos sujas. (ingestão de pequeno número de ovos). A patogenia da cisticercose depende da quantidade, localização e viabilidade dos cisticercos nos tecidos. Estes podem ser encontrados na forma viável (ativos) ou calcificados (inativos). Esses cisticercos ativos podem promover o deslocamento de tecidos e estruturas. Além disso eles são identificados pelo sistema imune como um corpo estranho, sua presença desencadeia processos inflamatórios que resulta na calcificação dos cisticercos. Neurocisticercose Os cisticercos se fixam preferencialmente no SNC, no tecido cerebral ou ventrículos e cisternas. Tem como principais sintomas: • Convulsões • Dores de cabeça • Hipertensão intracraniana • Alterações neurológicas focais decorrentes da compressão de tecidos e estruturas • Formas psíquicas: Confusão com outras psicoses como esquizofrenia, mania etc. Caso a quantidade de cisticercos for baixa e a localização é favorável é indicada a permanecia do cisticerco ou remoção cirúrgica. Caso isso não seja possível o indivíduo é tratado com anticonvulsivante. O diagnóstico padrão ouro para a neurocisticercose é o diagnóstico por imagem associado a dados laboratoriais Oftalmocisticercose Em geral os sintomas são reduzidos e discretos, com ausência de dor. • Alterações da visão central ou periférica • Redução da visão por deslocamento • Opacificação dos meios transparentes, ocorre quando o cisticerco se rompe Cisticercose disseminada As larvas podem estar presentes no tecido subcutâneo e musculatura esquelética, principalmente em casos de autoinfecção. Quando estão em grande número na musculatura esquelética provocam dores na nuca, na região lombar e pernas, além de causar câimbra e fadiga muscular. O diagnóstico da cisticercose é feito a partir de exames laboratoriais e de imagem. Testes imunológicos: É feita a detecção de anticorpos no líquor ou soro Teste complementar: Análise de líquor ou LCR, nos casos de neurocisticercose é observada uma pleocitose e presença de anticorpos IgG pela reação de Weimberg ou ELISA. Diagnóstico por imagem: TC e RM Com o líquor compatível com a doença é realizado em seguir testes imunológicos. Imagens sugestivas para cisticercose, deve-se prosseguir com exames sorológicos. Prevenção e controle do complexo teníase/cisticercose: • Trabalho educativo da população visando promoção de educação em saúde nas escolas e nas comunidades; • Bloqueio de foco do complexo teníase/cisticercose por meio de identificação e tratamento dos indivíduos parasitados; • Fiscalização da carne essa medida visa reduzir, ao menor nível possível, a comercializaçãoou o consumo de carne contaminada por cisticercos, • Fiscalização de produtos de origem vegetal para evitar a comercialização ou o uso de vegetais contaminados por ovos de T. solium. O Tratamento pode ser feito com anti-Helminticos de largo espectro como o Albendazol, Mebendazol e Praziquantel. A intervenção cirúrgica é indicada quando o número de cisticercos é pequeno e a localização é favorável no cérebro; bons resultados para a cisticercose ocular. TOXOPLASMOSE Trata-se de uma parasitose causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, e pode acometer o SNC. Esse parasita quando adentra o organismo de um indivíduo imunocompetente a parasitose normalmente será assintomática. Os casos que revelam maior complicação para a Toxoplasmose são os de infecção congênita, onde a mãe com a parasitose em forma aguda poderá passar o parasita para o feto. No feto o parasita irá se multiplicar e levar a diferentes graus de comprometimento. Os casos em imunodeprimidos são de grande relevância também. O toxoplasma gondii também é considerado um coccídeo oportunista, ele acomete imunodeprimidos, preferencialmente no SNC causando a Neurotoxoplasmose que pode levar a hidrocefalite aguda. O ciclo de vida deste protozoário é dividido em uma fase assexuada e uma fase sexuada. A fase sexuada só acontece nas células do epitélio intestinal de seu hospedeiro definitivo o Gato, já a fase assexuada ocorre nos hospedeiros intermediários como aves e mamíferos, incluindo o homem. O gato é um hospedeiro que pode fazer só a fase sexuada, ou a assexuada e sexuada concomitantemente. O ciclo no gato pode ser iniciado por duas formas infectantes: OOCISTO MADURO que possui em seu interior 8 esporozoítos. BRADIZOITA, que está presente em células infectadas em carnes cruas ou mal cozidas. Ao ingerir o oocisto maduro, os esporozoítos contidos irão adentrar o enterócito e se diferenciar em trofozoíto. Se o gato ingerir uma carne crua/mal cozida e ser infectado pelos bradizoitas irão adentrar o enterócito e também se diferenciar em trofozoíto. O trofozoíto irá amadurecer e se diferenciar em Esquizonte, este por sua vez irá originar vários merozoitas. Os merozoitas rompem o enterócito e podem adentrar células vizinhas e refazer o ciclo, alternativamente esses merozoitas podem dar origem a gametócitos. Os gametócitos podem se fundir e formar o zigoto que é conhecido como Oocisto imaturo (contém uma estrutura chamada esporoblasto, que irá originar 2 esporocistos, neste vão se formar 4 esporozoitos em cada), este também possui a capacidade de romper a célula. Ao rompê-la ele se mistura ao bolo fecal e é eliminado para o ambiente externo onde continuará seu processo de maturação se tornando um oocisto maduro após 24- 48h. Como profilaxia é recomendada a higienização dos tanques de areia dos gatos todos os dias a fim de não permitir a maturação dos oocistos. Ao entrar em contato com o hospedeiro intermediário, o parasita tem como objetivo colonizá- lo por isso ele deve se multiplicar muito rápido. Ao ingerir o oocisto maduro/bradizoíto no organismo ele vai se diferenciar em taquizoítas (trofozoíto de divisão rápida). Esse taquizoíta invade preferencialmente macrófagos e outras células do sistema reticulo endotelial. Após estar estabelecido no hospedeiro, sua multiplicação se torna mais branda, já que agora a resposta adaptativa se tornou funcional, neste momento o parasita passará a se chamar de bradizoito. O bradizoito pode infectar qualquer tipo celular (exceto hemácia), com uma predileção para células teciduais. Os taquizoítas estão presentes na fase aguda, portanto nesta fase os parasitas estão preferencialmente em macrófagos e células fagocitarias, com uma multiplicação rápida. Já os bradizoitos na fase crônica, o parasita adentra a célula e se multiplica lentamente, ocasionando uma hiperplasia local. A célula que está parasitada recebe o nome de cisto. Toxoplasmose congênita A toxoplasmose congênita não ocorre quando o parasita está no tecido, apenas ocorre se o parasita está no sangue. As células fagocitárias que contém os taquizoítas ao romperem, podem permitir a migração transplacentária desse parasita. Portanto a transmissão congênita só acontece quando a gestante está na fase aguda da doença. A gestante em fase crônica é imune a Toxoplasmose. A IgM é um marcador de fase aguda da doença, pode ser realizado uma sorologia diferencial (IgM e IgG) para avaliações iniciais. Caso a sorologia seja inconclusiva é feito o teste de avidez para avaliar o estado da doença (fase aguda ou crônica), esse teste é feito pois a IgG assim que produzida possui baixa afinidade pelo seu respectivo antígeno, quando ela se encontra sendo produzida a um bom tempo ela passa a ter maior afinidade pelo seu respectivo antígeno o que caracteriza uma real IgG de fase crônica. O feto pode apresentar comprometimento ocular (retinocoroidite), calcificações cerebrais, perturbações neurológicas e hidrocefalia. (tétrade de Sabin) Toxoplasmose em imunodeficiente Ocorre em pacientes com AIDS, câncer, transplantados, indivíduos em uso de drogas imunossupressoras. O paciente em fase crônica permanece com o parasito latente no organismo, os fatores liberados por linfócitos T são responsáveis por manter esse bradizoito na célula. Portanto quem “dá um sinal” para o parasita entrar em fase crônica é o próprio sistema imune. Imunocomprometidos possuem um déficit desses fatores que mantem os bradizoitos nas células, permitindo assim o rompimento da célula e o bradizoito passa a se multiplicar rapidamente, caracterizando um processo de REAGUDIZAÇÃO de uma infecção crônica latente. Neste segundo momento os parasitas tendem a se locomover em direção do SNC, originando o quadro de Neurotoxoplasmose. Reagudização é o reestabelecimento de uma infecção com uma carga parasitária muito maior. Para o diagnostico desse quadro é feito um exame de lavado bronco alveolar, já que é muito comum a presença do parasita nos pulmões. Já no diagnóstico por imagem a presença de uma aureola ao redor do cisto é indicativo de reagudização. O quadro clínico é muito severo, apresentando dores de cabeça, convulsão, perda de memória, alteração de fonação, com uma evolução muito rápida caracterizando uma encefalite aguda, podendo levar a óbito. O diagnóstico das toxoplasmoses é feito por sorologia, onde pode-se diferenciar o desenvolvimento da doença. Há também a possibilidade de realizar o diagnóstico por métodos moleculares, como o PCR a partir de sangue total, liquido amniótico e macerado de tecidos obtidos por biopsia. Além dos imunológicos e moleculares há os métodos parasitológicos que consiste na cultura de fibroblastos humanos a partir de sangue total, líquido amniótico e macerado de tecidos obtidos por biópsia ou Exame de lavado bronco alveolar para imunodeprimidos. O tratamento da Toxoplasmose é feito com Espiramicina ou medicamentos à base de sulfa (sulfadiazina) e antifólicos (pirimetamina). MALÁRIA Agentes etiológicos • Plasmodium vivax (+ no Brasil) • Plasmodium falciparum (+ no Brasil, relação com citoaderência, ocorre febre terçã – 48hrs) • Plasmodium ovale • Plasmodium malariae (febre quartã – 72hrs) Gênero: ANOPHELES SP Transmissão Inoculação dos esporozoítos durante a picada. Transfusão sanguínea em regiões endêmicas mas sem importância epidemiológica. Ciclo evolutivo Alterna entre inseto sendo o hospedeiro definitivo e humano que é o hospedeiro intermediário. No inseto: Ele suga o sangue do hospedeiro parasitado e junto com o sangue ingere os GAMETÓCITOS, que podem ser femininos e masculinos e vão para o estômago. O gametócito feminino fica no inseto do jeito que ele entrou, porém o masculino sofre umprocesso chamado de exflagelação onde cada gametócito masculino sofre 3 mitoses dando origem a 8 gametas masculinos enquanto o feminino evolui diretamente para 1 gameta feminino. Então um gametócito feminino se funde em um gameta masculino dando origem ao zigoto chamado OOCINETO que é móvel e ameboide e atravessa a parede do estômago, formando uma parede ao seu redor chamado OOCISTO onde dentro dele formam os ESPOROZOÍTOS que migram para a glândula salivar e se alojam lá. No Homem: Quando o inseto (feminino) pica o hospedeiro ele suga o sangue e regurgita no local onde libera os esporozoítos sendo a forma infectante no qual vai infectar o homem hospedeiro intermediário. Os esporozoítas então caem na circulação sanguínea e vão para o fígado entrando nos hepatócitos onde começa o seu CLICO EXO-ERITROCITICO que ocorre somente uma vez no hepatócito, se diferenciando em TROFOZOÍTAS → ESQUIZONTE → MEROZOÍTAS OBS: no ciclo do P. vivax são encontrados os HIPNOZOÍTAS que são formas latentes presentes no fígado que ao qualquer momento pode ser ativado novamente explicando as recaídas da malária. Então quando os merozoítos vão se proliferando chega uma hora que eles rompem o hepatócito e vão para a corrente sanguínea, quando entram em contato com a hemácia eles se alojam nela e começam o CLICO ERITROCÍTICO que acontecem muitas vezes: MEROZOÍTO → TROFOZOÍTO → ESQUIZONTE → MEROZOÍTO Esse clico eritrocítico ocorre muitas vezes, pois quando os merozoítos vão se proliferando eles rompem a hemácia e vão infectar novas hemácias, porém ele pode ir para outro caminho sem ser o clico eritrocítico, que é do merozoítos darem origem aos gametócitos feminino e masculino e se o anopheles picar novamente pode sugar esse gametócitos voltando o ciclo. Febre As febres são reguladas pois as formas que foram originadas no fígado, quando se rompem vão todas ao mesmo tempo para a hemácia, e o parasito tem um tempo de geração definido. 72hrs quartã ou 48hrs terçã Quando o parasita está dentro da hemácia ele consome a hemoglobina convertendo em Hemozoína que é toxico para o organismo estimulando as citocinas pro-inflamatórias. E por consumirem a Hb sua cor ficará menos evidente tendo uma hipocromia. O paciente tem as febres em determinados horários pois o ciclo tem um tempo determinado, ou seja, todas as etapas do ciclo ocorrem juntas, tem a formação de Hemozoína chamando as citocinas pró-inflamatórias, o que significa que cada vez que o parasita completa o ciclo e libera a Hemozoína ocorre o pico febril, e quando a febre estiver passando um novo ciclo começa e ao seu termino ocorre outro pico e assim por diante. Resistência à infecção por Plasmodium • Presença de hemácias anormais (originada de mutações genéticas). • Defeitos congênitos como anemia falciforme, hemoglobina C e talassemia. • Deficiência de G6PD • Deficiência da produção de PABA • P/ P. vivax: Presença de hemácias Duffy negativas Patogenia e Sintomatologia O paciente pode apresentar: Paroxismo malárico: Nome dado quando ocorre o rompimento das hemácias pelos merozoítas com a liberação da Hemozoína na circulação ocasionando a febre onde o paciente terá calafrios seguidos de calor e sudorese. Anemia: por conta do rompimento das hemácias e destruição delas. Hipoglicemia: consumo da glicose pelos parasitas. Hepatoesplenomegalia: pois o pigmento malárico (Hemozoína) se acumula no fígado, tendo seu aumento. Malária cerebral: por citoaderência causada por P. falciparum. Nefropatia Febre Tratamento Existem esquemas de tratamentos prescritos pelo ministério da saúde, que são protocolos para ser seguidos dependendo do caso clínico do paciente. Utilização de compostos quimioterápicos como: • Quinina • Primaquina • Aartemisina • Cloroquina • Doxiciclina • Atovaquone+Proguanil • Mefloquina • Azitromicina Precisamos de um diagnóstico clínico junto com o diagnostico espécie específicos por terem tratamentos diferentes. Diagnóstico • Exame clínico • Métodos laboratoriais • Exame de sangue • Esfregaço sanguíneo • Gota espessa (padrão ouro) – utilizado em centro de laboratório e com pessoas capacitadas • Testes rápidos (imunocromatográficos) utilizado em áreas remotas, não endêmicas, plantão noturno e finais de semana. • ELISA • Imunofluorescência • QBC: utilizado em regiões endêmicas como teste alternativo à gota espessa e na triagem de banco de sangue. Gota espessa • padrão ouro • analise de maior número de sangue • desemoglobinizada passando a lâmina em uma corrente fina de água e depois corada • Diferenciação do gênero pelo aspecto morfológico: Tipo de parasita P. falciparum P. vivax trofozoíta Fica em formato de anel bem fino c/ 1ou2 cromatinas (pedrinhas) Fica em formato de anel mais grosso e possui grânulos de schuffner esquizonte Não tem no sangue periférico Possui no sangue periférico e é multinucleado gametócito Formato de “salsicha ou banana” Formato arredondado Esfregaço sanguíneo • melhor para análise da morfologia • gota de sangue estirada e corada. Teste rápido Fazemos esse teste para procurar as proteínas • Lactato desidrogenase (pLDH) • Proteína rica em histidina (PfHRP2) que só é encontrada em P. falciparum Optimal Detecta esses dois antígenos pLDH e PfHRP2 simultaneamente É realizado com tiras de nitrocelulose que contém um anticorpo que reconhecem os dois antígenos, e estão marcados com ouro coloidal e se ocorrer a ligação do Antigeno com anticorpo vai ter a precipitação do ouro coloidal. Resultado Se der positivo para P. vivax terá 2 bandas a do controle positivo e da presença da pLDH Se der positivo para P. falciparum terá 3 bandas, do controle, pLDH e do PfHRP2. Essa técnica é muito eficaz mas não mensura a concentração ou parasitemia, apenas determina o gênero. QBC Um capilar que contém a laranja de acridina que é fluorescente e cora ácidos nucleicos, então coletamos por capilaridade com o corante de laranja de acridina e vai para a centrifugação, separando hemácia, leucócitos, plaquetas e plasma, e quando colocamos em um local escuro enxergamos pontinhos brilhantes na região das hemácia, mostrando que tem o parasita. PCR: avalia a parasitemia, porém as regiões endêmicas não contêm tanta tecnologia para ser realizado. FILARIOSE LINFÁTICA Agente etiológico: Wuchereria bancrofti Transmissão Acontece pelo inseto do gênero Culex Depois que o inseto para de sugar o sangue da pessoa, a larva de terceira geração caminha pelo aparelho bucal do mosquito, caindo sobre o local da picada e entra na pessoa. Na boca do inseto pode ter de 1 a 3 parasitas, então as pessoas que têm a doença geralmente moram em áreas endêmicas, sendo infectados diversas vezes e permitindo a proliferação do parasitas na forma sexuada. As regiões endêmicas da doença (região norte e nordeste) são locais com grande concentração do inseto e de hospedeiros contaminados Ciclo de evolução • Hospedeiro definitivo ➞ Humano • Hospedeiro intermediário ➞ Inseto Depois da picada a larva vai para os vasos sanguíneos e depois para os linfáticos, onde se diferenciam em vermes adultos. Esses copulam e geram um ovo, que vai ser gerado dentro da mãe. Quando eles eclodem, liberam microfilárias, que vão para o sangue durante a noite e voltam para o sistema linfático de manhã. Quando o inseto suga o sangue de uma pessoa infectada, ele adquire o parasita na forma de microfilárias. Sintomas • Linfadenite (inflamação de gânglios linfáticos) • Linfangite (inflamação de vasos linfáticos) Acontece geralmente nas regiões mais periféricas dos corpos, como os braços, as pernas e a bolsa escrotal, que são as regiões onde esses parasitas geralmente habitam. • Febre aoentardecer • Extravasamento de líquido para os vasos ➞ Edema ➞ Fibrose Diagnóstico A coleta de sangue precisa ser feita entre as 11 da noite até as 1 da manhã para a detecção de microfilárias • Gota espessa • Técnica de Knott Usado em pessoas com baixa carga parasitária, onde o sangue é centrifugado e feita a filtração em membrana de policarbonato, sendo retirados os leucócitos e as microfilárias. Depois a amostra é clareada, corada e observada no microscópio Sorologia • ELISA • Imunofluorescência Profilaxia • Uso de inseticidas e larvicidas • Saneamento básico para evitar formação de criadouros Tratamento • Dietilcarbamazina, Albendazol e Ivermectina.
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