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Oncologia clínica - Aula 7 - Tratamento medicamentoso

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1 
Beatriz Machado de Almeida 
Oncologia – Cuidados Paliativos – Aula 7 
Tratamento do câncer 
• Cirurgia; 
• Radioterapia; 
• Tratamento medicamentoso: 
❖ Quimioterapia citotóxica: é aquela que cai o 
cabelo, causa náuseas e vômitos. É o método mais 
antigo, sendo a primeira a ser descoberta 
❖ Hormonioterapia (bloqueio hormonal): também é 
antiga. Usada principalmente para CA de mama 
e de próstata. 
❖ Terapia biológica/imunoterapia: mais recente. 
 Terapia biológica: É considerada como uma droga 
alvo, pois a diferença com a quimioterapia é que 
ela tem um alvo, é seletiva, sendo mais específica 
e menos citotóxica, podendo buscar uma 
alteração molecular, uma mutação, e assim 
utilizar uma droga que impeça a proliferação 
dessa mutação, sendo assim, direcionada e tendo 
menos efeitos colaterais do que a 
quimioterapia. 
 Imunoterapia: “acorda” o sistema imune. É um 
alarme que faz com que nosso sistema imune se 
volte contra o tumor, pois muitas das células 
neoplásicas fazem com que as células do 
sistema imune se deprimam e, a partir do 
momento que se estimula esse sistema com 
drogas, a própria imunidade vai atuar contra as 
células malignas. 
Essas características da terapia biológica e da 
imunoterapia não significam que elas não irão 
causar efeitos colaterais, mas não tão importantes 
quanto os efeitos colaterais de uma quimioterapia. 
Existem quimioterápicos que apresentam efeitos 
irreversíveis, são as antracíclicas, que se ultrapassa 
a dose máxima, o paciente pode evoluir com 
insuficiência cardíaca. Os esquemas de 
quimioterapia são protocolos, e deve-se seguir a 
dose de acordo com os estudos, porém, o que cada 
paciente vai utilizar é diferente, principalmente 
naquele que apresenta muitos efeitos colaterais. 
 
História da quimioterapia (QT) 
• O desenvolvimento da QT nas décadas de 1950 e 
1960 resultou em: 
❖ Estratégias terapêuticas de cura para 
pacientes com doenças hematológicas malignas 
e um número pequeno de tumores sólidos. 
• Desde o início, os principais obstáculos para a 
eficácia clínica da QT eram: 
❖ Toxicidade aos tecidos normais; 
❖ Desenvolvimento de resistência celular aos 
fármacos (pois os tumores passam a ser 
resistentes). 
• A tecnologia forneceu informações sobre os 
eventos genéticos e moleculares das células 
tumorais que podem conferir 
quimiossensibilidade ao tratamento sistêmico. 
Muitas vezes essas terapias alvo, algumas delas só 
funcionam com a quimioterapia. Então deve-se 
utilizar a quimioterapia com a terapia alvo, pois elas 
fazem com que o tumor fique mais sensível 
(quimiossensibilidade – sensibilidade do tumor a 
quimioterapia). 
Princípios da quimioterapia 
• Máxima dose; 
• Combinação de quimioterápicos; 
• Administração periódica; 
Muitas vezes se pode utilizar a dose cheia (dose 
máxima permitida), de acordo com a altura e o peso 
do paciente. Alguns esquemas são mais eficazes 
quando combinados e na administração periódica, 
por exemplo, os ciclos são estabelecidos pelo ciclo 
celular do tumor, para a mama, por exemplo, são a 
cada 21 dias. 
Introdução 
• Objetivo da quimioterapia: 
❖ O uso da terapia citotóxica é orientada de 
maneira a melhorar os desfechos clínicos e 
qualidade de vida de pacientes com câncer. 
• Principais obstáculos: 
Tratamento Medicamentoso no Câncer 
 
2 
Beatriz Machado de Almeida 
Oncologia – Cuidados Paliativos – Aula 7 
❖ Toxicidade aos tecidos normais e 
desenvolvimento de resistência celular aos 
fármacos. 
A escolha de um quimioterápico foca, 
principalmente, na qualidade de vida do paciente, 
avaliando seus efeitos colaterais. 
Quimioterapia para o câncer 
• Atualmente, a QT é utilizada em quatro 
configurações: 
1. Tratamento primário de indução para doença 
metastática avançada ou para doença 
localmente avançada. 
2. Tratamento neoadjuvante (antes) para cânceres 
que se apresentam como doença localizada, para 
os quais formas locais de terapia, como cirurgia 
e/ou radioterapia são por si só insuficientes; 
Exemplo: paciente com mama imensa, cheia de 
tumor, que não dá pra operar, mesmo com 
mastectomia. A terapia neoadjuvante é feita para 
tentar diminuir o tumor e fazer uma cirurgia 
conservadora (evitar tirar a mama). 
3. Tratamento adjuvante (após) de modalidades de 
tratamento local, como cirurgia e/ou 
radioterapia; é quando o paciente operou e vai 
fazer quimioterapia depois. 
4. Aplicação direta em locais reservados ou por 
perfusão local de regiões específicas do corpo 
diretamente afetadas pelo câncer. 
 
Primeira imagem: é um paciente tomando 
quimioterapia no braço, mas se ele tiver dificuldade 
de acesso venoso, deve-se instalar o portocath como 
na segunda imagem, um cateter por baixo da pele. 
Última imagem acima: quimioterapia hipertérmica. É 
usada em pacientes que tem problemas de 
infiltração tumoral no peritônio. Então a 
quimioterapia vai direto no peritônio, na cavidade 
abdominal. Observa-se os drenos, e o paciente está 
recebendo a quimioterapia diretamente em cima do 
tumor. Usa muito para tumores de ovário que tem 
infiltração de peritônio, tumor de colón e reto que 
tem infiltração de peritônio. 
QT primária de indução 
• Tratamento sistêmico administrado como 
tratamento primário para os pacientes que 
apresentam câncer avançado para os quais não 
existe tratamento alternativo. 
• Objetivos: 
❖ Aliviar os sintomas relacionados ao tumor; 
❖ Melhorar a qualidade de vida global e prolongar 
o tempo para progressão do tumor e da 
sobrevida; 
❖ A QT para o câncer pode ser curativa em um 
subgrupo relativamente pequeno de pacientes 
que apresentam doença avançada. 
❖ Por sua vez, as neoplasias infantis curáveis 
incluem a leucemia linfoblástica aguda, o linfoma 
de Burkitt, o tumor de Wilms e o 
rabdomiossarcoma embrionário. 
QT neoadjuvante 
• É o tratamento com drogas quimioterápicas 
antes da cirurgia; 
• Quando usar? 
❖ Câncer localizado; 
❖ Quando a cirurgia e/ou radiação não são 
consideradas totalmente eficazes. 
É muito usada em câncer de reto, onde o paciente 
usa a quimio com radio para preservar o reto, fazer 
o tratamento e depois a cirurgia poupadora. Isso 
para evitar amputação de reto e o paciente ficar 
com bolsa de colostomia para o resto da vida. Então 
nesses casos são tumores iniciais, onde faz quimio e 
radio inicialmente e depois o paciente opera. 
• Atualmente a terapia neoadjuvante é 
recomendada: 
* No tratamento de câncer localmente avançado de: 
❖ Bexiga, mama e sarcomas; 
❖ Canal anal, esôfago, laringe, de pulmão de não 
pequenas células; 
❖ O benefício clínico máximo é obtido quando a 
quimioterapia é administrada com radioterapia, 
seja de forma concomitante (as duas ao mesmo 
tempo) ou sequencial (primeiro faz uma e depois 
a outra) – exemplo: reto, onde usa os dois juntos. 
 
 
3 
Beatriz Machado de Almeida 
Oncologia – Cuidados Paliativos – Aula 7 
VANTAGENS DA QT NEOADJUVANTE 
• Reduz o tamanho do tumor primário e fica mais 
fácil tratá-lo com modalidades tradicionais 
locais, como a cirurgia – faz uma citorredução 
(redução celular) porque a quimioterapia é 
citotóxica, até para facilitar procedimento 
cirúrgico. Então reduz o tumor primário e fica 
mais fácil tratá-lo com modalidades 
tradicionais como a cirurgia e até mesmo a 
própria radio, caso o paciente não tenha 
condições cirúrgicas. Às vezes o paciente faz a 
quimio tranquilo, mas não está com condição 
cirúrgica, e então faz a radio para tratamento 
local para evitar que a doença volte localmente. 
• Uma resposta a quimioterapia identifica um 
indivíduo que pode se beneficiar de tratamento 
adicional – uma das vantagens é a tendência de 
fazer um teste in vivo. Paciente responde bem a 
quimioterapia, vai para a cirurgia, se ele precisar 
usar depois a quimioterapia vai funcionar, porque 
se ele respondeu bem antes da cirurgia, ele 
também vai responder bem depois da cirurgia.• Potencial em eliminar a doença 
micrometastática presente localmente, de 
maneira sistêmica – um dos principais. Exemplo: 
paciente com tumor de mama que tem um tumor 
grande, está com a axila comprometida. Se a 
axila está comprometida, não tem como 
garantir que não tem uma célula maligna 
circulando pela corrente sanguínea, que pode 
aparecer no fígado, ou pulmão, ou cérebro, ou no 
osso. É possível eliminar uma célula maligna que 
está circulante, mas que não apareceu nódulo em 
nenhum lugar. Ela fez todo o estadiamento, 
tomografia do fígado, não tem tumor no pulmão 
e em lugar nenhum, e muitas vezes tem doença 
micrometastática circulante e termina que 
depois o paciente aparece com um nódulo. Mas 
se faz a quimio, provavelmente vai diminuir essa 
doença micrometastática. 
QT adjuvante 
• O fundamento da quimioterapia adjuvante é 
tratar a doença micrometastática no momento 
em que a carga tumoral é mínima; 
• O objetivo da terapia adjuvante é: 
❖ Reduzir a incidência tanto de recorrência local 
(aparecer no local que ele surgiu) como sistêmica; 
❖ Melhorar a sobrevida global (SG) dos pacientes 
– um dos principais papéis da quimioterapia. 
Em geral, os esquemas de QT com atividade clínica 
contra a doença avançada podem ter potencial 
curativo após a ressecção cirúrgica do tumor 
primário, desde que sejam administrados a dose e o 
protocolo adequados. Então é aquele paciente que 
teve o câncer de mama, operou, mas tinha 
linfonodo positivo na axila, ou o tumor era grande 
demais, existe o risco de doença micrometastática e 
aparecer em alguma outra região. 
Então, tudo isso são fatores que devem ser 
considerados. Nesse caso, essa paciente precisa 
complementar o tratamento com quimioterapia, 
fazendo uma quimioterapia adjuvante, justamente 
para que se houver doença micrometastáticas, 
células malignas circulantes, seja possível evitar 
uma possível recidiva ou recaída, tanto na mama 
operada, quanto em algum outro órgão. Nesses casos, 
é considerado a terapia adjuvante para que se possa 
ter um potencial curativo. 
VANTAGENS 
(Estudos clínicos randomizados de fase III): 
• Eficaz em prolongar tanto a sobrevida livre de 
doença (SLD) – é aquele paciente que tratou e 
passou anos sem a doença reaparecer - como a 
sobrevida global (SG) – é a sobrevida geral - em 
pacientes com câncer de mama, de cólon, 
gástrico, de pulmão de não pequenas células, 
tumor de Wilms e sarcoma osteogênico. 
• Também demonstrou conferir benefício clínico 
em pacientes com tumores cerebrais – o paciente 
que operou do cérebro e precisa fazer 
tratamento concomitante de quimio e 
radioterapia adjuvantes. 
QT ADJUVANTE – OUTROS EXEMPLOS 
• Interferon alfa (IFN-a): 
❖ Agente biológico usado na adjuvância de 
melanoma maligno primário com alto risco de 
desenvolvimento de metastáses; 
❖ O tratamento demonstrou benefícios em termos 
de melhora da SLD e SG; 
 
4 
Beatriz Machado de Almeida 
Oncologia – Cuidados Paliativos – Aula 7 
❖ Deve ser administrado durante 1 ano, para 
eficácia clínica mínima. 
• Tamoxifeno – é um hormonioterapia. Não é 
quimio mas é utilizada com papel adjuvante 
também. 
❖ É um antiestrogênio usado como adjuvante 
eficaz em mulheres na pós menopausa – quanto 
na pré menopausa - cujos tumores de mama 
expressam o receptor de estrogênio; 
❖ Agente citostático – não é tóxico. Ele estabiliza 
o crescimento celular, ou seja, ele não destrói a 
célula maligna, ele evita que haja uma formação 
de células - por isso, deve ser administrado em 
longo prazo (05 anos). 
Avaliação da resposta à QT 
É importante avaliar isso! É aquele paciente que tem 
doença metastática e que precisa de uma avaliação 
de resposta da quimio. 
• Em pacientes com câncer avançado e doença 
mensurável, é possível avaliar a resposta aos 
fármacos de modo individual - isso é importante. 
Às vezes é aquele paciente que tem ascite, que é 
sabido que ele tem carcinomatose no peritônio, 
mas a imagem não consegue captar direito, não 
consegue medir a doença, só sabe que tem um 
espessamento. Mas quando o tumor é nódulo, é 
massa, que o radiologista consegue medir, como 
exemplo, um tumor que inicialmente media 3 e 
depois 2, houve resposta. Então, a doença é 
mensurável. 
RESPOSTA PARCIAL (RP): 
• Redução de pelo menos 50% na massa tumoral 
mensurável; 
• Também são úteis na avaliação de novos 
fármacos e/ou novos esquemas de 
quimioterapia, para determinar se uma 
abordagem experimental específica merece 
desenvolvimento clínico adicional. 
A resposta parcial melhora a qualidade de vida 
mesmo quando não propaga a sobrevida global!!! 
 
 
 
RESPOSTA COMPLETA (RC): 
• É o melhor dos cenários, a melhor notícia. É 
praticamente o tumor desaparecer e pode 
considerar que a avaliação de resposta foi 
excelente. 
• É o mais importante indicador da eficácia 
clínica da quimioterapia; 
• Até o momento, nenhum paciente com câncer 
avançado foi efetivamente curado sem antes 
conseguir uma remissão completa; 
SOBREVIDA LIVRE DE RECIDIVA: 
• É o indicador mais importante da qualidade da 
remissão completa, a partir do momento que o 
tratamento é interrompido. 
Às vezes está tratando o paciente, dá uma segurada 
no tratamento, e observa quanto tempo o tumor fica 
parado, quieto, sem recidivar, sem aparecer. 
Muitas vezes, alguns pacientes tem tumores com 
crescimento muito lento. Às vezes não se consegue 
uma remissão completa, o tumor desaparecer 
completamente, mas consegue com que ele fique 
estabilizado. Exemplo: ele media 5cm e agora está 
medindo 1cm, na última TC 1cm, na outra 0,9cm. 
Então, ele está sempre desse mesmo tamanho. 
Paciente assintomático, pode parar, observar e 
realizar uma TC com 2 meses para saber como esse 
tumor está se comportando. Se ele permanecer do 
mesmo tamanho, pode deixar esse paciente sem 
quimioterapia durante um bom tempo, como um 
descanso e voltar a fazer somente se ele voltar a 
crescer. 
Muitas vezes a sobrevida é importante para calcular 
aquele paciente que pode relaxar um pouco, aquele 
paciente que pode dar férias e saber que não vai 
comprometer o tratamento. 
Avaliação da resposta tumoral 
Um dos critérios de avaliação da resposta tumoral 
é o critério de RECIST, que é uma padronização 
internacional. São muito utilizados na parte de 
pesquisa clínica. Pacientes que estão em alguma 
pesquisa clínica de alguma droga, os critérios 
utilizados é o RECIST, para avaliar quanto que 
reduziu. O RECIST é uma avaliação milimétrica. 
 
5 
Beatriz Machado de Almeida 
Oncologia – Cuidados Paliativos – Aula 7 
• Avaliação de resposta em tumores sólidos 
(RECIST, 2009) – avalia de acordo com exames 
de imagem. 
• RECIST (Response Evaluation Criteria in Solid 
Tumours) 
1. Critérios de monitoração de tumor para 
avaliação da resposta; 
2. Detecção de novas lesões, incluindo a 
interpretação de exames FDG-PET de 
avaliação; 
3. Observações detalhadas para realização de 
imagens, com recomendações para avaliação 
ideal anatômica e da lesão alvo. 
Obs: basta saber que existe esse critério 
internacional chamado RECIST. 
Cinética de crescimento de células tumorais 
Isso é importante porque tem tumores que tem uma 
alta proliferação, são tumores que tem uma 
capacidade de replicação muito mais rápida. E tem 
tumores também que tem replicação mais lenta. Às 
vezes é um tumor que era esperado que crescesse 
lento, mas ele está crescendo muito rápido, isso 
pode acontecer. Ex. tumor de colo de útero tem 
normalmente um crescimento mais lento, mas 
encontra-se mais avançado, proliferando rápido, 
crescendo rápido de um mês para o outro. 
Não tem como calcular essa cinética, mas com o dia 
a dia de avaliação clínica, de avaliação tumoral e 
observar como o paciente está se comportando. 
Modelo Gompertziano 
• A fração de crescimento do tumor não é 
constante, mas decresce exponencialmente com 
o tempo; 
• A fraçãode crescimento atinge o pico quando 
o tumor é de cerca de um terço de seu tamanho 
máximo; 
• A resposta à quimioterapia em tumores 
sensíveis aos fármacos depende, em grande 
medida, de onde o tumor está em sua curva de 
crescimento; 
• O modelo gompertziano para o crescimento 
tumoral é importante na medida em que pode 
ajudar a prever padrões de recrescimento das 
células do tumor residual. 
Princípios da terapia combinada 
Muitas vezes combina-se quimioterápicos para 
potencializar esses efeitos. 
• Objetivos importantes que não são possíveis 
com a terapia de agente único: 
• Promove eliminação celular máxima dentro da 
faixa de toxicidade tolerada pelo hospedeiro 
para cada fármaco enquanto a administração 
não fica comprometida. 
Muitas vezes se quer fazer com que o paciente tenha 
uma resposta mais rápida, mais adequada e existe 
um sinergismo. Por exemplo, carboplatina, que é uma 
quimioterapia, combina com paclitaxel para CA de 
ovário, de pulmão. Existe uma sinergia delas nesses 
tipos de câncer. Então, muitas vezes se comprovou 
que a terapia combinada, que a cisplatina ou 
carboplatina combinada com paclitaxel é melhor do 
que ela isolada. Esses princípios de terapia combinada 
é o que nos faz ter taxas de respostas melhores. 
Claro que isso vai aumentar a toxicidade, pois fazer 
um esquema com uma droga é menos tóxico do que 
fazer um esquema duplo. 
• Aumenta a interação entre fármacos e células 
tumorais com diferentes anormalidades 
genéticas numa população tumoral heterogênea. 
Às vezes o tumor principal está ali, mas tem a 
metástase. Quando faz a quimioterapia, a metastáse 
responde, mas o tumor não responde, são clones de 
tumores diferentes. Em algumas situações é possível 
se deparar com essa situação. 
• Pode evitar e/ou retardar o desenvolvimento 
posterior de resistência celular. 
Princípios para orientar a seleção dos 
fármacos na combinação medicamentosa 
1. Apenas os fármacos conhecidos como 
parcialmente eficazes contra o mesmo tumor, 
quando usados isoladamente, devem ser 
selecionados para uso em combinação; tem que 
haver um sinergismo entre as drogas. 
2. Quando vários fármacos de uma classe estão 
disponíveis e são igualmente eficazes, um 
fármaco deve ser selecionado com base na 
toxicidade que não se sobrepõe à toxicidade de 
outros fármacos para ser utilizado em 
 
6 
Beatriz Machado de Almeida 
Oncologia – Cuidados Paliativos – Aula 7 
combinação. Ex. Cisplatina e carboplatina fazem 
parte do mesmo grupo, devendo ser selecionado o 
menos tóxico. São utilizadas para CA de colo de 
útero, a cisplatina tem mais toxicidade ao rim, 
já a carboplatina tem mais toxicidade à medula 
óssea. Nesse caso, tem que tatear, se o rim tá 
mais prejudicado não vai usar cisplatina e sim 
carboplatina. Muitas vezes as medicações tem o 
mesmo efeito e vai ser utilizada a que tem 
menos efeito tóxico para não diminuir a qualidade 
de vida desses pacientes. Lembrar sempre disso. 
3. Os fármacos devem ser utilizados em sua dose 
e posologia ideal; lembrar sempre de usar a dose 
máxima adequada para cada paciente de acordo 
com seu peso e altura. 
4. Combinações de fármacos devem ser 
administradas em intervalos consistentes; 
alguns quimioterápicos cicla a cada 14 dias, 
outros a cada 21, outros a cada 28. Então tem 
que respeitar a biologia do tumor, o índice de 
proliferação e a posologia de cada fármaco. 
 
1. É preciso haver uma compreensão dos 
mecanismos bioquímicos, moleculares 
farmacocinéticos de interação entre os 
fármacos isolados em uma determinada 
combinação para possibilitar um efeito biológico 
e clínico máximo; objetivo → maior resposta. 
2. A omissão de um fármaco de uma combinação 
pode possibilitar o supercrescimento por uma 
linha de células sensíveis àquele fármaco 
isoladamente e resistentes a outros fármacos 
na combinação; Ex.: quero fazer paclitaxel com 
cisplatina, mas a paciente está com muita 
toxicidade renal, então retiro a cisplatina e deixo 
só o paclitaxel. Claro que isso terá um impacto na 
resposta. Provavelmente aquela linha de células 
que é sensível a cisplatina não vai responder 
porque a cisplatina não está presente. Deve ter 
muito cuidado em relação a isso. 
3. Finalmente, uma redução arbitrária da dose de 
um fármaco eficaz pode adicionar outros 
medicamentos menos eficazes, pode reduzir 
drasticamente a dose do agente mais eficaz 
abaixo do limiar de eficácia e destruir a 
capacidade de combinação para curar a doença 
em um determinado paciente; a redução tem que 
ser muito bem indicada. Na verdade, o valor 
máximo que considera que dá menos prejuízos, 
é no máximo 20% da dose. Mais do que isso é 
melhor nem fazer a medicação, porque 
provavelmente será um tratamento ineficaz. 
• Um fator crucial relativo à QT diz respeito à 
duração ideal de administração do fármaco; 
• Estudos randomizados no tratamento adjuvante 
de câncer de mama e câncer colorretal, em 
geral, mostram que: 
❖ O tratamento de curta duração (6 meses) é tão 
eficaz quanto a terapia de longo prazo (12 
meses); 
Hoje se tem tentado o máximo possível reduzir o 
tempo de tratamento, justamente para ter menos 
efeitos colaterais e melhor qualidade de vida. 
Tratamento de câncer de mama e colorretal, 
antigamente, fazia tratamento com 12 meses. Hoje, 
alguns estudos mostram que a quimioterapia de curta 
duração tem o efeito praticamente semelhante, sem 
nenhum déficit na resposta e com menos toxicidade. 
Sobre a radioterapia também, eles estão fazendo um 
tempo mais curto, com doses mais intensas, desde 
que o paciente tolere. 
❖ Evidências sugerem que 3 meses de QT 
adjuvante para câncer de cólon de fase inicial 
pode fornecer o mesmo benefício clínico que 6 
meses; em alguns casos, pode oferecer menos 
tempo de terapia, sem prejudicar o tratamento. 
❖ Enquanto a progressão de doença durante a QT 
é uma indicação evidente para interromper o 
tratamento no cenário de doença avançada, a 
duração ideal de QT para pacientes sem 
progressão da doença não foi bem definida; Ex.: 
paciente progrediu, está usando cisplatina e 
paclitaxel, os nódulos aumentaram. Normalmente 
isso é uma indicação evidente de interromper o 
tratamento. Aquele paciente que está 
respondendo, está controlando a doença, não está 
crescendo, não existe um tempo para suspender. 
Tudo vai depender muito de você, da toxicidade, 
se o paciente está tolerando. Quando o paciente 
está com muitas queixas, não está tolerando, 
pode parar o tratamento, desde que ele esteja 
respondendo e dá umas férias. Porém, quando o 
paciente progride, obviamente, deve trocar os 
 
7 
Beatriz Machado de Almeida 
Oncologia – Cuidados Paliativos – Aula 7 
quimios, ver outras possibilidades de esquemas. 
Lembrar sempre, o tumor passa a não responder. 
Intensidade da dose 
• Embora sistemas in vivo (o paciente) possa não 
representar o modelo ideal para neoplasias 
malignas humanas, os princípios gerais podem ser 
aplicáveis à prática clínica; 
• Uma questão importante enfrentada pelos 
oncologistas é a capacidade de fornecer doses 
eficazes de quimioterápicos de uma maneira 
intensa; se a medula óssea tolerando, o paciente 
está comendo, não está desidratado ou 
desnutrido, ótimo. O máximo que puder utilizar 
sim, mas muitas vezes não se consegue. 
• O conceito de intensidade de dose foi proposto 
por Hryniuki at al que a definiram como a 
quantidade de fármaco liberada por unidade de 
tempo. Esta foi expressa em miligramas por 
metro quadrado por semana, independente do 
horário ou da via de administração. 
❖ A intensidade de dose de cada esquema é 
determinada com base no período de tempo em 
que o tratamento é administrado; 
❖ Cálculos específicos podem ser feitos para a 
intensidade da dose prevista. 
Cálculo da dose 
• A maioria das medicações são calculadas 
utilizando a superfície corpórea (ASC); 
• Cálculo da superfície corpórea:SC 
 
Ex. o resultado foi ASC = 1,5mg/m2. A dose de 
adremicina que vai utilizar é 60mg/m2. Multiplica 60 
por 1,5 e tem a dose total. 
Terapia alvo e imunoterapia são calculadas 
utilizando apenas o peso do paciente. Multiplica a 
dose que é recomendada pelo peso do paciente. 
Normalmente nesses cálculos não entram a altura. 
Terapias alvo 
Não vai cobrar isso em prova. É pra entender como a 
terapia alvo age: Ela age diretamente atuando em 
alguma mutação do tumor na grande maioria das 
vezes. Podem ser moléculas pequenas ou os próprios 
anticorpos monoclonais. Existe uma variedade de 
medicações. Não é obrigatório saber. Na maioria das 
vezes elas são combinadas com quimioterapia para 
fazer efeito, e mostraram-se que essa combinação é 
melhor na grande maioria dos tumores que a 
quimioterapia isolada. Elas vieram realmente para 
melhorar as taxas de resposta da quimioterapia. 
 
Imunoterapias 
As imunoterapias funcionam acordando o sistema 
imune, e é o sistema imune que vai fazer a resposta 
contra o tumor. Por conta disso, ela pode ter como 
efeitos colaterais alterações autoimunes. Às vezes 
leva a tireoidite, hipotireoidismo, pneumonite. 
Efeitos colaterais 
 
Importante: ler a tabela. 
Efeitos colaterais relacionados à hormonioterapia. 
Exemplos: comprimidos usados para cânceres de 
mama e próstata. Basicamente, causam muitos 
efeitos da menopausa em si, como fogachos, 
irritabilidade, prurido, pele seca, ressecamento 
vaginal, dificuldade para relações sexuais por 
conta do fluído. Não são efeitos como os da 
quimioterapia, mas alguns pacientes podem ter 
náuseas e vômitos, podem desenvolver osteoporose 
(perda da massa óssea), trombose. Muitas vezes são 
reversíveis com a suspensão do tratamento.

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