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Contabilidade Agricola

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Unirovuma: Contabilidade Sectorial, dr: Flavio Marcos Cel 84-6202383, 87-8154977, 82-5487873 
email: fsbmarcos@gmail.com Página 1 
 
 
 
 
 
 
 
Contabilidade 
 
Agrícola 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Unirovuma: Contabilidade Sectorial, dr: Flavio Marcos Cel 84-6202383, 87-8154977, 82-5487873 
email: fsbmarcos@gmail.com Página 2 
 
1. Introdução 
 
O Sector Agrícola apresenta particularidades que o diferencia dos demais sectores da economia. O clima 
determina as épocas de plantio, tratos culturais, colheitas, escolha de variedades e espécies, vegetais e 
animais. Algumas fases do processo produtivo se desenvolvem sem a existência de trabalho físico. Não 
há flexibilidade para alterar a sequência da produção e a terra é participante da produção. 
 
Além disso, o empresário rural se depara com um Sistema de Competição Económica que o impede de 
controlar o preço de seus produtos, que ditado pelo mercado, pode ser até inferior aos custos de 
produção. Há o alto custo de saída e/ou entrada para algumas culturas, como por exemplo, a de café, 
devido à exigência de altos investimentos em benfeitorias e máquinas e os produtos não são uniformes, 
acarretando custos adicionais com a classificação e padronização. 
 
Da mesma forma, a Contabilidade Rural, que abrange não só o Sector Agrícola, mas também as 
atividades zootécnicas e agroindustriais, contém peculiaridades que a distingue de forma acentuada da 
Contabilidade aplicada a outros sectores. Não só pelas particularidades da Contabilidade Rural, mas 
principalmente pela importância desta contabilidade para o empresário rural, é que a presente diciplina, 
visa abordar as características do ramo da Contabilidade Rural, especificamente as de Contabilidade 
Agrícola, na qual se procura identificar o nível de conhecimento profissional necessário para a aplicação 
prática. 
O conteúdo programático desta disciplina trata dos conceitos básicos da actividade rural: agrícola, 
zootécnica e agroindustrial; o ano agrícola X exercício social; forma jurídica de exploração na 
agropecuária; fluxo contabilístico na atividade agrícola: culturas temporárias, permanentes, correção 
monetária; novos projectos agropecuários e gastos com melhorias; depreciação na agropecuária; casos de 
exaustão e amortização. 
2. Conceitos Básicos 
 
Agricultura é definida como a arte de cultivar a Terra. Arte essa decorrente da acção do homem sobre o 
processo produtivo à procura da satisfação de suas necessidades básicas. 
 
O processo produtivo, por sua vez, é o conjunto de eventos e acções através dos quais os factores de 
produção se transformam em produtos vegetais e animais. É também um sistema de preparar a terra 
para plantar, tratar e colher, com a finalidade de produzir alimentos para subsistência do homem e do 
animal. 
Unirovuma: Contabilidade Sectorial, dr: Flavio Marcos Cel 84-6202383, 87-8154977, 82-5487873 
email: fsbmarcos@gmail.com Página 3 
 
A agricultura será tão mais próspera quanto maior for o domínio que o homem venha a ter sobre o 
processo de produção, que se obterá na medida do conhecimento acerca das técnicas de execução e 
gerência. 
Empresas rurais são aquelas que exploram a capacidade produtiva do solo por meio do cultivo da terra, 
da criação de animais e da transformação de determinados produtos agrícolas. 
 
O campo de actividade das empresas rurais pode ser dividido em três grupos distintos: 
 
 Produção vegetal – actividade agrícola; 
 Produção animal – actividade zootécnica; 
 Indústrias rurais – actividade agroindustrial. 
 
A Actividade agrícola pode ser dividida em dois grandes grupos: 
 
 Cultura hortícola e forrageira 
- Cereais (feijão, soja, arroz, milho, trigo, aveia, ...) 
- hortaliças (verduras, tomate, pimentão, ... ) 
- tubérculos (batata, mandioca, cenoura, ...) 
- plantas oleaginosas (amendoim, girassol, ...) 
- especiarias ( cravo, canela, piripiri, ...) 
- fibras ( algodão, pinho) 
- floricultura, forragens, plantas industriais, ... 
 Arboricultura: 
- florestamento (eucalipto, pinho, ...) 
- pomares (manga, laranja, maçã, ...) 
- vinhedos, olivais, seringais, etc. 
A Actividade Zootécnica tem a ver com a criação de animais, de onde podemos distinguir, entre outras: 
 Apicultura (criação de abelhas) 
 Avicultura (criação de aves) 
 Cunicultura (criação de coelhos) 
 Pecuária (criação de gado) 
 Piscicultura (criação de peixes) 
 Ranicultura (criação de rãs) 
 Sericicultura (criação do bicho da seda) 
 Outros pequenos animais 
 
Unirovuma: Contabilidade Sectorial, dr: Flavio Marcos Cel 84-6202383, 87-8154977, 82-5487873 
email: fsbmarcos@gmail.com Página 4 
 
A Actividade Agroindustrial compreende: 
 
 Beneficiamento do produto agrícola (arroz, café, milho). 
 Transformação de produtos zootécnicos (mel, lacticínios, casulos de seda) 
 Transformação de produtos agrícolas (cana de açúcar em álcool e aguardente, soja em óleo, 
uvas em vinho e vinagre, moagem de trigo e milho). 
 
A Contabilidade Rural pode ser estudada de modo geral (para todas as empresas) ou particular 
(aplicada a certo ramo de actividade ou sector da economia). 
Quando estudada de forma genérica, a contabilidade é denominada Contabilidade geral ou financeira. 
Quando aplicada a um ramo específico, normalmente é denominada de acordo com a actividade daquele 
ramo. Assim, há: 
 Contabilidade Agrícola: é a contabilidade geral aplicada às empresas agrícolas. 
 Contabilidade Rural: é a contabilidade geral aplicada às empresas rurais. 
 Contabilidade da Zootécnica: é a contabilidade geral aplicada às empresas que exploram a 
zootécnica. 
 Contabilidade da pecuária: é a contabilidade geral aplicada às empresas pecuárias 
 Contabilidade Agropecuária: é a contabilidade geral aplicada às empresas agropecuárias. 
 Contabilidade da Agroindústria: é a contabilidade geral aplicada às empresas agroindustriais. 
 
2.1 Operações Agrícolas 
 
Sãs as fases necessárias do processo produtivo, de acordo com o tipo de cultura. Esta separação traz 
diversos benefícios à gestão, por exemplo: na programação e distribuição das tarefas do pessoal e 
máquinas; possibilita medir o desempenho e comparar com outras áreas; identificar os custos de cada 
operação ou sub-operação de acordo com sua relevância em termos de valor, etc. 
 
Como etapas das Operações Agrícolas, podemos destacar: 
 
a) Preparo do Solo/Calagem: Entende-se por destoca, limpeza, roçada, correcção do solo, 
gradeação, subcolagem, aração, conservação de solo, sistematização de solo e drenagem. 
 
b) Plantio/Adubação: Entende-se por sulco, adubação básica, coveamento, alinhamento, 
marcação, confecção de canteiro, distribuição de mudas, selecção, desinfecção de mudas, 
coleta de estacas, adubação básica, plantio, semeadura, replantio, transplante, tutoramento, 
retirada de mudas, embalagem de mudas e transporte de mudas e sementes. 
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c) Adubação: Adubação de cova ou sulco, adubação de solo, adubo foliar e cobertura. 
 
d) Tratamento Fitossanitário: controlo de formiga, tratamento do solo, de semente, 
fitossanitário e transporte de água. 
 
e) Irrigação: Aguação, irrigação e transporte de água 
 
f) Cultivo Manual: Coroamento, recoroamento, capina, roçada e limpeza. 
 
g) Cultivo Mecânico: Gradeação, roçada mecânica, aração e limpeza mecânica. 
 
h) Cultivo Químico: Aplicação de herbicida. 
 
i) Raleação e Desbate: Raleação, desbrota e raleação de frutos. 
 
j) Poda: Poda na formação, na frutificação e poda na limpeza. 
 
k) Colheita: Distribuição de caixa, coljeita, transporte até o ponto de carga, embalagem 
(saco/caixa/barbante), carregamento de caminhão e transporte da produção até os silos ou 
até a fábrica para os produtos perecíveis. 
 
l) Outras: Colecta de borbulhos, enxertia, sobreenchertia,cobertura morta, aplicação de 
hormônio, despendoamento, erradicação de plantas doentes, secagem e outras operações. 
 
2.2 Ano Agrícola x Exercício económico 
 
Regra geral 
 
Uma pergunta constante na actividade agropecuária é quanto ao término do exercício económico: deveria 
ser encerrado normalmente em 31/12, como ocorre com a maioria das empresas comerciais, industriais e 
de serviços, coincidindo-se com o ano civil? A resposta é não. 
 
Observe-se que as empresas, de maneira geral, têm receitas e despesas constantes durante os meses do 
ano, não havendo dificuldades quanto à fixação do mês de encerramento do exercício económico para o 
apuramento de resultados. Qualquer mês escolhido reflectirá o resultado distribuído de maneira quase 
equitativa ao longo dos 12 últimos meses. 
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Daí a opção para o mês de Dezembro, não só pelo facto de ser o último mês do ano, mas também pela 
redução ou até interrupção da actividade operacional, propiciando férias colectivas, consequentemente, 
condições mais adequadas para o inventário das mercadorias. 
 
Actividade Agrícola 
 
Na actividade agrícola, porém, a receita concentra-se, normalmente, durante ou logo após a colheita. Ao 
contrário de outras actividades cuja comercialização se distribui ao longo dos 12 meses, a produção 
agrícola, essencialmente sazonal, concentra-se em determinado período que pode traduzir-se em alguns 
dias de um mês do ano. 
 
Ao término da colheita e, quase sempre, da comercialização dessa colheita, temos o encerramento do ano 
agrícola. Ano agrícola é o período em que se planta, colhe e, normalmente , comercializa a safea 
agrícola. Algumas empresas, em vez de comercializarem o produto, desde que possível, armazenam a 
safra para obter melhor preço. Neste caso considera-se ano agrícola o término da colheita. 
 
Ora, não existe melhor momento para medir o resultado do período, senão logo após a colheita e sua 
respectiva comercialização. Não há lógica para se esperar 6, 8, ... meses até o final do ano (se a colheita 
for no início do ano) para mensurar o resultado (lucro ou prejuízo) da safra agrícola. 
 
Evidentemente, o apuramento do resultado, quando realizada logo após a colheita e a comercialização, 
contribui de forma mais adequada na avaliação do desempenho da safra agrícola; não há por que esperar 
meses para se conhecer o resultado que é tão importante para a tomada de decisões, sobretudo a 
respeito do que fazer no novo ano agrícola. 
 
Se o ano agrícola terminar em Março, o exercício económico poderá ser encerrado em 31/3 ou 30/4, e 
assim sucessivamente. 
 
Dessa forma, evita-se a cultura em formação, por ocasião do apuramento de resultado. Se o exercício 
económico fosse encerrado antes da colheita (defasagem em relação ao ano agrícola), teríamos plantas 
em crescimento, o que seria difícil de avaliar, e mesmo inadequado. 
 
Imagine-se uma cultura de milho em formação, com 1 m de altura, a dois meses de colheita. Encerrando-
se o exercício económico antes da colheita, não se poderia apurar o resultado (não houve ainda venda) e 
dificilmente haveria condições de determinar o valor económico dessa cultura em formação. Dessa forma, 
se realizada, a contabilidade seria de pouca utilidade. Por isso, recomenda-se fixar para após colheita e a 
comercialização (término do ano agrícola) o encerramento do ano económicol. 
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Produtos agrícolas com colheitas em períodos diferentes 
 
Há empresas que diversificam suas culturas e apresentam colheitas em períodos diferentes no ano. 
 
Nesse caso, recomenda-se que o ano agrícola seja fixado em função da cultura que prevaleça 
economicamente. 
 
Assim, se a empresa, em cultura conjugada, planta feijão entre os pés de café, ou milho entre as ruas de 
uva, certamente o período de colheita do café e da uva é que determinará o ano agrícola, mesmo que no 
seu encerramento haja uma cultura secundária em formação (o que é inevitável). Assim sendo, seria feita 
a avaliação da cultura em formação, e a avaliação, ainda que não perfeita, não traria grandes distorções à 
contabilidade, pois o valor apurado não seria relevante em relação à cultura principal. 
 
O memso raciocínio é válido para diversas culturas, mesmo que não conjugadas. Assim, se uma 
actividade tivesse culturas de milho, soja e cana de açúcar, simultâneamente, por exemplo, o ano agrícola 
(consequentemente o exercício social) seria fixado com base na cultura de maior representatividade 
económica. 
 
Actividade Pecuária 
 
O período adequado para o encerramento do exercício económico, assim como da actividade agrícola, 
não é o ano civil. O ideal é realizá-lo logo após o nascimento dos bezerros ou do desmame. 
 
De maneira geral, o nascimento de bezerros concentra-se em determinado período do ano. 
 
Há empresas pecuárias que planificam lotes de nascimentos para determinados períodos do ano ( em 
virtude da seca e inverno, períodos de pastagem ruim; observe-se que o bezerro inicialmente não pasteja) 
por meio de inseminação artificial ou da estação de monta (período de cruzamento de touro e vaca) 
planeada, aceleração dos «cios», etc. 
 
Ora, havendo a ocorrência de nascimentos de bezerros, a contabilidade, por intermédio de demonstrações 
financeiras, informará imediatamente os usuários sobre tal facto. Para tanto há necessidade do 
encerramento do exercício económico e de confecção do balanço patrimonial. 
 
O raciocínio que se deve utilizar aqui é o mesmo utilizado para a colheita agrícola. Nesse caso, todavia, o 
bezerro será o «fruto», o produto final que valoriza o património da empresa. 
 
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Logicamente, as empresas que não planificam períodos de nascimentos terão dificuldades na fixação do 
mês de encerramento, porquanto os nascimentos se espelham ao longo do ano. Mesmo assim, existirá 
uma concentração de nascimentos que determinará o mês do término do exercício económico. 
 
Há empresas pecuárias que fixam o exercício económico com base no mês seguinte em que se concentra 
a venda das reses para o frigorífico. Esse critério é igualmente válido quanto ao nascimento dos bezerros. 
 
Exercício económico e Imposto sobre o Rendimento 
 
O código do Imposto sobre o rendimento das Pessoas Colectivas (IRPC) tornou obrigatório, para todas as 
empresas, o exercício económico coincidindo com o ano civil, ou seja, de 1 de Janeiro a 31 de Dezembro. 
 
Essa imposição traz sérios prejuízos à contabilidade agrícola, já que esse sector, necessariamente, 
deveria ter seu exercício económico coincidente com o ano agrícola, para melhor avaliar o desempenho da 
empresa. 
 
Ressalvemos, que nada impede que se faça de acordo com o que descrevemos nos itens anteriores, o 
que genericamente será de extrema relevância. 
 
2.3 Forma jurídica de exploração na agropecuária 
 
Pessoa física e pessoa jurídica 
 
Na actividade agrícola encontramos as duas formas jurídicas possíveis de exploração, com bastante 
frequência: pessoa física e pessoa jurídica. 
 
Pessoa física é a pessoa natural, é todo ser humano, é todo indivíduo (sem nenhuma execpção). A 
existência de pessoa física termina com a morte. 
 
Pessoa jurídica é a união de indivíduos que, por meio de um trato reconhecido por lei, formam uma nova 
pessoa, com personalidade distinta da de seus membros. As pessoas jurídicas podem ter fins lucrativos, 
empresas industrias, comerciais, etc.) ou não (cooperativas, associações culturais, religiosas, etc.). 
 
Normalmente, as pessoas jurídicas denominam-se empresas. 
 
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Em Moçambique, prevalece a exploração na forma de pessoa física, por ser menos onerosa que a de 
pessoa jurídica, além de proporcionar mais vantagens de ordem fiscal, principalmente em relação a 
pequenas actividades. 
 
As pessoas físicas tidas como pequeno e médio produtor rural, não precisam para fins de Imposto sobre o 
rendimento, fazer escrituração regular em livros contabilísticos e podem utilizar apenas um livro Caixa e 
efectuar uma escrituração simplificada. 
 
Todavia, as pessoas físicas tidas como grande produtor rural serão equiparads às pessas jurídicas para 
fins contabilísticos, devendo fazer escrituração regular, por intermédio de profissionais contabilistas 
qualificados, utilizando como base o método das partidas dobradas (lançamentos a débito e a crédito 
simultâneamente). Evidentemente que a nossa atenção nessa matéria, será direccionada para as 
pessoas jurídicas e para pessoas físicas equiparadas às jurídicas. 
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Exercício de Aplicação nº 01 
 
Em cada teste há apenas uma alternativa correcta. Indique-a: 
1. Como exemplo de actividade agrícola temos: 
a) Hortaliças 
b) Avicultura 
c) Moagem de trigo 
d) Metalúrgica 
 
2. Como exemplo da actividade zootécnica temos: 
a) Hortaliças 
b) Avicultura 
c) Moagem de trigo 
d) Metalúrgica 
 
3. Como exemplo da actividade agroindustrial temos: 
a) Hortaliças 
b) Avicultura 
c) Moagem de trigo 
d) Metalúrgica 
 
4. Como exemplo da actividade pecuária temos: 
a) Hortaliças 
b) Avicultura 
c) Moagem de trigo 
d) Ovinocultura 
 
5. Actividade pecuária de maior significação económica é: 
a) Bovinocultura 
b) Suinocultura 
c) Caprinoculura 
d) Equinocultura 
 
6. A contabilidade Agropecuária é aplicada: 
a) Apenas às empresas agrícolas 
b) À todas as empresas rurais 
c) Apenas às empresas agropecuárias 
d) Apenas às empresas zootécnicas 
 
7. A contabilidade rural é aplicada: 
a) Apenas às empresas agrícolas 
b) À todas as empresas rurais 
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c) Apenas às empresas agropecuárias 
d) Apenas às empresas zootécnicas 
 
8. A fixação do ano agrícola é importante para: 
a) Determinar o plano de contas 
b) Determinar a actividade operacional 
c) Detrminar os planos da empresa 
d) Determinar o exercício económico 
 
9. Numa actividade agrícola com diferentes culturas e periodos de colhetas diferentes, prevalece o 
ano agrícola com base em: 
a) Cultura permanente 
b) Cultura temporária 
c) Participação económica de cada cultura 
d) Tempo de colheita 
 
10. A Quinta Agostinho, SA tem diversas culturas, com a seguinte participação no facturamento total: 
 
Milho – colheita em novembro / dezembro ……………….. 8% 
Arroz – colheita em abril / maio …………………………… 10% 
Feijão – colheita em março ………………………………… 10% 
Uva – colheita em Janeiro / Fevereiro ……………………... 22% 
Cana de açúcar colheita em março / abril …………………. 30% 
Café – colheita em julho / agosto ………………………….. 15% 
Outras culturas - …………………………………………… 5% 
 100% 
Qual seria o mês para o encerramento do balanço (exercício económico) diante da Teoria da 
Contabilidade. 
11. Explique as diferenças básicas, na agropecuária, entre os conceitos de contabilidade: 
a) Contabilidade Rural 
b) Contabilidade Agropecuária 
c) Contabilidade Agrícola 
d) Cotabilidade Agrária 
e) Contabilidade da Pecuária 
 
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3. Fluxos Contabilísticos na Actividade Agrícola 
 
Várias objecções têm sido apontadas sobre a adoção da contabilidade nas empresas rurais. Estas 
objeções que usualmente tem se levantado podem ser classificadas em dois grupos, que são: 
 
 a extensão das operações rurais e sua complexidade não permitem uma contabilização perfeita 
dos factos das empresas rurais; 
 a ignorância em que vive o homem do campo. 
 
Estas objeções não podem mais subsistir, pois, no estado actual de nossa cultura contabilística é 
inadmissível que uma pessoa, possuidora de conhecimentos práticos da vida económica, os aceite de boa 
fé. 
 
Sobre o primeiro grupo, pode-se dizer que a extensão da empresa rural não impede a perfeita 
contabilidade. Se fosse questão de complexidade dos factos administrativos realizados seria impossível a 
existência da contabilidade pública. 
 
Com relação ao segundo grupo, o mesmo ressalte-se que a ignorância não pode ser um motivo de 
escusa, pois, a contabilidade é uma ciência difundida, pois se os responsáveis pela nossa economia rural 
não possuem o seu conhecimento, deve-se-lhes impor estas habilidades. 
 
Todas as empresas necessitam de registos das suas operações, por várias razões: 
 
a) por menor que seja uma empresa, a informação que se acumula durante um ano é demasiado 
complexa para que se possa analisar os resultados sem ter anotações adequadas. 
b) os membros desta empresa necessitam das informações sobre os factos ocorridos e que seria 
difícil de obtê-las sem a existência dos registos. 
 
Quanto maior for a empresa mais necessários são os registros sobre as operações e, especialmente, nas 
empresas associativas onde os sócios têm direito e obrigação de analisar o desenvolvimento da empresa 
e participar de sua gestão. As principais características desejáveis para um sistema provedor de 
informações contabilísticasábeis são as seguintes: 
 
 devem ser simples, de fácil compreensão; 
 devem ser confiáveis em seus registos, exactos nos números; 
 devem ser coerentes, sem repetições ou contradições; 
 devem estar sempre actualizados para se obter melhor as informações desejadas. 
 
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A organização contabilística-administrativa de qualquer empresa precisa estar ajustada à sua dimensão, 
onde é destacado que de qualquer maneira, porém, a administração económica não pode prescindir da 
contabilidade, cuja aplicação é necessária, onde exista uma administração organizada que busca níveis de 
competitividade cada vez mais altos. 
 
Dentro das várias técnicas de controle que auxiliam a obtenção de informações gerenciais é fundamental 
que identifiquemos o nível de detalhamento e sofisticação que a estrutura organizacional conseguirá gerar 
normalmente para que possamos escolher a técnica mais adequada. 
 
Não existe uma estrutura capaz de gerar informações, é preciso procurar uma solução mais simples, 
porque ao trabalhar com informações não confiáveis se estará gerando resultados também sem 
confiabilidade. 
 
Existem dois factores que definem a viabilidade do apuramento de recursos alocados em insumos, mão-
de-obra, serviços, despesas, custos indiretos, amortização de investimentos e outros, que são: 
 
 a coleta dos dados de campo: e 
 a possibilidade de gerar uma planilha de custos unitários de cada recurso. 
 
Caso não existam condições para apurar os recursos alocados nos vários factores, podemos adoptar 
algum modelo de controle baseado nas movimentações financeiras. 
 
Este processo depende de um bom controle das compras, vendas de produtos e movimentação de caixa. 
Com uma simples estruturação, o produtor poderá obter os itens de classificação dessas movimentações, 
bastando um agrupamento por conta deste lançamento para obter resultados. Este deve ser um controle 
bem mais simples do que o de alocação derecursos e pode ser gerado de forma bem mais dinâmica, 
oferecendo resultados globais que permitam avaliar rapidamente o andamento da actividade. 
 
Se o produtor, gerente ou administrador souber desenhar o modelo ideal de controle, ele não terá mais 
problemas para obter informações gerenciais e passará a contar com um precioso suporte auxiliar para 
solucionar suas dificuldades na tomada de decisões. 
 
3.1 Culturas Temporárias e Permanentes 
 
A diferença básica entre estas duas culturas é que a temporária ou anual está sujeita ao replantio e é 
arrancada do solo, enquanto que a permanente ou perene está vinculada ao solo, dando produção por 
diversos anos. 
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A cultura temporária se extingue pela colheita, sendo seguida de um novo plantio, enquanto que a 
permanente tem duração superior a um ano ou proporciona mais de uma colheita sem a necessidade de 
novo plantio, recebendo apenas tratos culturais no intervalo entre as colheitas. Exemplo de culturas 
temporárias: milho, trigo, feijão etc e de perenes, jaqueira, mangueira, cajueiro etc. 
 
Na cultura temporária, os custos com a formação (plantio, adubação, sementes, calcário, mão-de-obra, 
herbicidas etc) e com a colheita (mão-de-obra, combustível, etc) são contabilizados no Activo 
Circulante, em uma conta denominada de “Cultura Temporária” e em uma sub-conta intitulada 
”Cultura em Formação”, sendo classificada como Stock. 
 
Após a colheita, esta conta é baixada pelo seu valor de custo e transferida para a conta “Produtos 
Agrícolas”, em que serão acumulados todos os custos posteriores à colheita. 
 
À proporção da venda dos produtos, dá-se baixa em “Produtos Agrícolas” e transfere o custo para 
“Custo do Produto Vendido”, para que possa haver o confronto entre a Receita e Custo e o apuramento 
do Resultado Bruto. 
	1. Introdução
	2. Conceitos Básicos
	2.1 Operações Agrícolas
	2.2 Ano Agrícola x Exercício económico
	2.3 Forma jurídica de exploração na agropecuária
	Exercício de Aplicação nº 01
	3. Fluxos Contabilísticos na Actividade Agrícola
	3.1 Culturas Temporárias e Permanentes

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