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Português p/ INSS - 2015 Prof. Ludimila Lamounier, AULA 08 ATENÇÂO! Essa obra é protegida por direitos autorais. O material é de uso restrito do seu adquirente, sendo expressamente proibida a sua distribuição ou o fornecimento a terceiros sem a prévia autorização do autor ou do Concurseiro Fiscal. A reprodução, distribuição, venda ou utilização em grupo por meio de rateio sujeita os infratores às sanções da Lei nº 9.610/1998. Os grupos de rateio são ilegais! Valorize o trabalho dos professores e somente adquira materiais diretamente no site Concurseiro Fiscal. O Concurseiro Fiscal dispõe de descontos exclusivos para compras em grupo. Adquira de forma legal. http://www.concurseirofiscal.com.br Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 1 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br AULA 08 Regência nominal e verbal. Emprego do sinal indicativo de crase. SUMÁRIO PÁGINA Regência Nominal e Verbal 02 1. Aspectos Gerais de Regência 02 2. Regência Verbal 03 2.1. Verbos Pronominais 06 2.2. Regência de Verbos Específicos 07 3. Regência Nominal 19 Crase 21 1. Aspectos Gerais 21 2. Crase e Termos Determinados 27 3. Crase Obrigatória 28 4. Crase Facultativa 29 5. Crase antes das palavras “TERRA” e “CASA” 30 6. Não haverá crase 31 Questões propostas 32 Gabarito 43 Questões comentadas 43 Olá, concurseiros fiscais! Vamos iniciar a nossa Aula 08 do curso de Língua Portuguesa para o concurso INSS/2015 (Técnico do Seguro Social). Estamos entrando na reta final deste curso e agora é o momento de renovar o fôlego para continuar os estudos. DICA DA VEZ – ATUALIDADES Hoje vou falar para você sobre a importância de manter-se atualizado. Sei que a vida de todo concurseiro é bastante atribulada, quase não sobra tempo para estudar todas as matérias, ainda mais depois da publicação do edital daquele concurso tão almejado. E para complicar ainda mais, várias bancas examinadoras vêm exigindo dos candidatos conhecimentos acerca de assuntos da atualidade. Entenda, não é viável deixar para estudar esse tema em um curto espaço de tempo. Por isso, procure manter-se sempre bem informado. Reserve alguma hora na semana para ler um pouco os assuntos dos principais jornais e revistas ou assista em casa o noticiário sempre que possível. Recomendo, ainda, que se estiver no carro, busque sintonizar em uma rádio de notícias, assim você otimiza o seu tempo. Guias de atualidades vendidos em bancas de jornal para vestibulares e Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 2 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br concursos também podem ser bons aliados. A prova de atualidades vai testar o seu conhecimento a respeito de temas como política, economia, meio ambiente, cultura, entre outros. Além de questões objetivas, esses assuntos podem ser cobrados por meio de uma redação. Então, para obter sucesso, compreenda que a construção de um conhecimento sólido sobre esses assuntos é gradual e constante. Foque nos acontecimentos dos últimos dois anos e do ano vigente, tanto no plano nacional, quanto no plano internacional. Não encare isso como uma matéria ou um problema a mais para preocupar-se. Manter-se bem informado é um hábito que deve ser preservado mesmo após o término da sua vida concurseiro. Nesta aula, veremos alguns assuntos muito cobrados em provas: Regência Verbal e Nominal e Uso da Crase. Então, vamos lá! Regência Nominal e Verbal 1. Aspectos Gerais de Regência Nós aprendemos, na aula de sintaxe, que alguns verbos e nomes da oração não conseguem, por si mesmos, expressar uma significação completa. Para obter essa completude sintática, eles necessitam estabelecer uma relação de dependência com outros termos. Regência é a relação de subordinação ou dependência estabelecida entre duas palavras quando uma serve de complemento para a outra. Uma das palavras será denominada termo regente, enquanto a outra será o termo regido. Termo regente: É a palavra principal à qual o termo regido será subordinado. O termo regente é, portanto, aquele que pede o complemento. Termo regido: É a palavra que se subordina ao termo regente, para completar-lhe o sentido. Na aula de hoje, portanto, iremos estudar as relações entre os termos regentes (verbos, substantivos, adjetivos ou advérbios) e os termos regidos. Para entender melhor essa relação, observe os exemplos a seguir: Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 3 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br O candidato revelou-se preparado para as provas. TERMO REGENTE TERMO REGIDO Sua preferência pela filha mais velha era evidente. T. REGENTE T. REGIDO Todos assistiram aos espetáculos atentamente. T. REGENTE T. REGIDO Eles compravam seus alimentos em pequenos mercados. T. REGENTE T. REGIDO Você deve ter notado que, nos dois primeiros exemplos, o termo regido está completando o sentido de nomes (adjetivo e substantivo, respectivamente). Nos dois últimos exemplos, por sua vez, o termo regido completa o sentido de verbos. Assim, para facilitar a compreensão do tema, a regência é dividida em regência nominal e regência verbal. REGÊNCIA NOMINAL: a relação de subordinação ocorre entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio – termo regente) e o termo que lhe complementa o sentido (termo regido). REGÊNCIA VERBAL: a relação de subordinação dá-se entre um verbo (termo regente) e o termo que lhe completa o sentido (termo regido). O mais importante para você, no estudo de Regência, é saber quando se deve e quando não se deve empregar preposição entre o termo regente e o termo regido, bem como saber qual a preposição mais indicada (caso seu uso seja necessário). Note que, nos três primeiros exemplos citados anteriormente, foi necessário o emprego de preposições (destacadas em laranja). Na última oração, no entanto, não houve necessidade de utilizá-las. Agora que aprendemos as noções iniciais, vamos aprofundar nosso estudo de Regência Verbal. 2. Regência Verbal O assunto Regência Verbal não é novidade para nós. Ele já foi citado muitas vezes, ainda que indiretamente, quando falamos de objeto direto ou objeto indireto e, também, quando falamos de transitividade verbal. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 4 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br A Regência Verbal é orientada pela transitividade. Já vimos que a transitividade ou predicação verbal é o modo como o verbo forma o predicado, isto é, se o verbo exige ou não complementos. Vimos também que os verbos podem ser classificados em intransitivos, transitivos (direto, indireto ou direto e indireto) e de ligação. Para relembrar cada classificação aprofundadamente, aconselho que retorne à aula de sintaxe; neste momento, faremos apenas um breve resumo do que já foi estudado. VERBO INTRANSITIVO: É o verbo que não necessita de informações complementares, pois já apresenta sentido completo. Isso não impede, no entanto, que o verbo intransitivo venha acompanhado de termos acessórios (adjunto adverbial) ou integrantes (predicativo), os quais são usadosapenas para especificar as circunstâncias da ação ou estado. VERBO TRANSITIVO: É o verbo que necessita de informações complementares, pois não apresenta sentido completo. Seu complemento será chamado de objeto. O verbo transitivo pode ser: → VERBO TRANSITIVO DIRETO: seu complemento NÃO necessita de preposição obrigatória e é denominado objeto direto. → VERBO TRANSITIVO INDIRETO: seu complemento necessita de preposição obrigatória e é denominado objeto indireto. → VERBO TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO: necessita de dois complementos; um complemento NÃO necessita de preposição obrigatória (objeto direto) e o outro necessita de preposição obrigatória (objeto indireto). Agora vamos relembrar outro aspecto relacionado à transitividade verbal: a função sintática dos pronomes oblíquos átonos na oração. Os pronomes “O”, “A”, “OS” e “AS” funcionam como objeto direto; Os pronomes “LHE” e “LHES” funcionam como objeto indireto; Os pronomes “ME”, “TE”, “SE”, “NOS” e “VOS” funcionam tanto como objeto direto quanto como objeto indireto. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 5 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Muitas questões de regência utilizam-se dos pronomes para testar seus conhecimentos acerca da transitividade verbal. Observe: Questão – Técnico Judiciário – TJ-SC/2011 (Adaptada) Assinale a frase em que há ERRO no emprego de “o” ou “lhe”: a) Eu disse a verdade: - Impediram-lhe de assinar o diploma. b) Consternado, assistiu-o durante a convalescença. c) Cabe-lhe o uso da prerrogativa conquistada. d) É preferível ouvi-lo a apenas lê-lo. Comentários Esta questão exige dois conhecimentos do candidato: que ele saiba qual a função sintática exercida pelos pronomes “O” e “LHE” e que ele conheça a regência de alguns verbos. Você já sabe que o pronome “O” funciona apenas como objeto direto (portanto, como complemento de verbo transitivo direto) e que o pronome “LHE” funciona apenas como objeto indireto (portanto, como complemento de verbo transitivo indireto). A maior dúvida, para responder à questão acima, é justamente saber a regência dos verbos utilizados, ou seja, saber se os verbos são transitivos diretos (casos em que devem ser completados pelo “O”) ou se são transitivos indiretos (casos em que devem ser completados pelo “LHE”). Vamos analisar as alternativas? Alternativa A – Esta é a alternativa incorreta. Em “Impediram-lhe de assinar o diploma”, o pronome “LHE” está empregado equivocadamente, pois o verbo “permitir” é transitivo direto (quem permite, permite algo, sem auxílio de preposição necessária). Correto seria dizer “impediram-no”. Alternativa B – É muito importante atentar para a regência do verbo “assistir”, bastante cobrado em provas de concurso. Ao significar “dar assistência” (como é o caso nesta alternativa), o verbo será transitivo direto; está correto, portanto, o emprego do pronome “O” como objeto direto. Se, no entanto, o verbo “assistir” tiver sentido de “ver, presenciar, observar”, ele será transitivo indireto. Alternativa C – O verbo caber, na frase “Cabe-lhe o uso da prerrogativa conquistada”, é transitivo indireto, pois significa “competir, pertencer”. Se transpusermos a frase para a ordem direta, teremos: “O uso da prerrogativa conquistada cabe a fulano.” Assim, correto está o emprego do “LHE” na função de objeto indireto. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 6 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Alternativa D – Corretos estão os usos do pronome “O” na frase “É preferível ouvi-lo a apenas lê-lo”, pois os verbos “ouvir” e “ler” são transitivos diretos. GABARITO: A Muitas vezes, torna-se difícil responder à questões desse tipo, por falta de conhecimento sobre a regência dos verbos. Para que isso não ocorra, vamos analisar alguns aspectos específicos do assunto. 2.1 Verbos Pronominais Nós aprendemos, na aula sobre verbos, que alguns verbos exigem sempre a presença imediata de um pronome oblíquo átono: são os verbos essencialmente pronominais (arrepender-se, indignar-se, suicidar-se, queixar-se, zangar-se, por exemplo). Há, no entanto, alguns verbos que tanto podem assumir a forma pronominal quanto podem subsistir sem o auxílio do pronome: os verbos acidentalmente pronominais. Observe: Maria aconselhou-se com sua amiga. Maria aconselhou Joana. Ao assumir a forma pronominal, esses verbos, em geral, exigem um complemento preposicionado (“aconselhou-se com”), ainda que o verbo seja tipicamente transitivo direto. Vamos ver outros exemplos de verbos que, na forma pronominal, exigem complemento preposicionado: ABRAÇAR ABRAÇAR-SE COM/A/EM/CONTRA ACONSELHAR ACONSELHAR-SE COM ALEGRAR ALEGRAR-SE COM APOIAR APOIAR-SE EM APROVEITAR APROVEITAR-SE DE CARREGAR CARREGAR-SE DE CERCAR CERCAR-SE DE COMUNICAR COMUNICAR-SE COM CONTENTAR CONTENTAR-SE COM DEFENDER DEFENDER-SE DE/CONTRA ESQUECER ESQUECER-SE DE LEMBRAR LEMBRAR-SE DE LIMITAR LIMITAR-SE A RECORDAR RECORDAR-SE DE UTILIZAR UTILIZAR-SE DE Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 7 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Atenção! Nos verbos pronominais (acidentalmente ou essencialmente), o “SE” terá função morfológica de parte integrante do verbo. Em outra aula, compararemos todas as funções exercidas pelo “SE”. Agora vamos analisar a regência de alguns verbos específicos. 2.2 Regência de Verbos Específicos → AGRADAR - Transitivo direto: quando significar “acariciar, acarinhar”. Antes de dormir, agradava sua namorada afagando-lhe os cabelos. OBJETO DIRETO - Transitivo indireto: quando significar “satisfazer, contentar”. O governo daquele prefeito não agradou aos eleitores. OBJETO INDIRETO Atenção! O verbo DESAGRADAR é sempre transitivo indireto. Observe a questão abaixo: Questão – (ESAF) Assistente Técnico Administrativo – MF/2014 (Adaptada) Em um regime democrático, todo poder emana do povo, prevalecendo a vontade da maioria sobre a vontade de indivíduos ou de grupos. Desse modo, o bom governante é aquele que compreende as demandas da população e se empenha em atendê-las. No entanto, numa democracia saudável, é também responsabilidade dos dirigentes tomar medidas que podem eventualmente desagradar a uma parte dos eleitores, pois eles devem administrar pensando no conjunto da sociedade que governam, e não na estridência de interesses insatisfeitos ou contrariados. (Adaptado de O Estado de S. Paulo, 9/2/2014) No que se refere aos aspectos sintáticos do texto acima, julgue o item que se segue. Em “a uma parte” (sublinhado no texto), o emprego de “a” decorre da regência de “podem”, que exige complemento regido por essa preposição. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 8 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Comentários A afirmativa está INCORRETA. No trecho “medidas que podem eventualmente desagradar a uma parte dos eleitores”, o termo sublinhado está completandoo sentido do verbo “DESAGRADAR”, e não de “podem”. Essa informação é suficiente para responder à questão, mas vamos prosseguir a análise. O emprego da preposição “A” em “a uma parte” decorre da regência do verbo “DESAGRADAR”, que, como vimos logo acima, é sempre transitivo indireto (quem desagrada, desagrada A alguém). GABARITO: ERRADA → AGRADECER - É transitivo direto e indireto: Agradeci a meu chefe o aumento salarial. OBJETO INDIRETO OBJETO DIRETO Na linguagem culta, evita-se dizer: Agradeci a meu chefe pelo aumento salarial. → AJUDAR - Transitivo direto: quando significar “auxiliar, prestar ajuda”. Ajudava sua mãe nas tarefas domésticas sempre que podia. OBJETO DIRETO - Transitivo direto e indireto: quando aparecer seguido de infinitivo e também for completado por um objeto direto. Observe: Ajudava sua mãe a realizar as tarefas domésticas. O. DIRETO O. INDIRETO (ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA OBJETIVA INDIRETA) → ANTIPATIZAR/SIMPATIZAR - São transitivos indiretos e pedem o uso da preposição “COM”: Ele antipatizou com o cunhado, porém simpatizou com a sogra. OBJETO INDIRETO OBJETO INDIRETO Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 9 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Atenção! Ambos os verbos não possuem forma pronominal. Portanto, na linguagem culta, não é correto dizer: Ele se antipatizou com o cunhado, porém se simpatizou com a sogra. → ASPIRAR - Transitivo direto: quando significar “respirar, inalar”. As vítimas do incêndio aspiraram muita fumaça. OBJETO DIRETO - Transitivo indireto: no sentido de “ambicionar, desejar, almejar”. Desde pequeno, aspirava ao cargo de Presidente da República. OBJETO INDIRETO Atenção! Embora se trate de objeto indireto, não se deve utilizar o pronome “LHE” em complemento ao verbo “ASPIRAR”. Trata-se de uma exceção às regras de emprego dos pronomes oblíquos. Prefira utilizar as formas tônicas analíticas “A ELE, A ELA, A ELES, A ELAS”. → ASSISTIR - Transitivo direto: quando significar “ajudar, auxiliar, socorrer”. Os médicos assistiram muitas vítimas do incêndio. OBJETO DIRETO - Transitivo indireto: no sentido (mais comum) de “ver, presenciar, observar”. Assistimos ao programa de televisão. OBJETO INDIRETO Ele sempre queria assistir aos jogos de vôlei. OBJETO INDIRETO Atenção! Na linguagem coloquial, costuma-se utilizar o verbo “ASSISTIR” sempre como transitivo direto, ainda que no sentido acima mencionado. Você deve ter em mente, no entanto, que a regência Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 10 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br correta de “assistir” (no sentido de “ver, presenciar, observar”) exige o complemento preposicionado, sobretudo porque se trata de verbo bastante cobrado nos certames. Assim, observe que não é correto substituir os objetos indiretos acima pelos pronomes oblíquos “O, A, OS, AS” (exclusivos para objetos diretos). Também não é possível, formalmente, utilizar as frases acima na voz passiva (é errado dizer “o jogo de vôlei foi assistido por ele”), pois já aprendemos que verbos transitivos indiretos não aceitam a voz passiva. Na língua falada, no entanto, essa construção é bastante comum. → ATENDER - Transitivo indireto: quando significar “atentar”. O candidato não atendeu aos requisitos mínimos para ocupar o cargo. OBJETO INDIRETO - No sentido mais comum de “responder, ser atencioso, cuidar”, o verbo tanto poderá ser transitivo direto quanto transitivo indireto. Ela atendeu ao telefone. OU Ela atendeu o telefone. Caso se queira, no entanto, substituir o complemento por pronome oblíquo átono, utiliza-se a regência transitiva direta (“Ela atendeu-o”). → ALERTAR, ANUNCIAR, AVISAR, CERTIFICAR, COMUNICAR, INFORMAR, NOTIFICAR, PREVENIR Todos os verbos acima seguem a mesma lógica a seguir anunciada. - Transitivo direto e indireto: quando significar “comunicar, dar esclarecimento”. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 11 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br O jornal informou a greve rodoviária aos telespectadores. OBJETO DIRETO OBJETO INDIRETO O jornal anunciou a greve rodoviária aos telespectadores. OBJETO DIRETO OBJETO INDIRETO O jornal comunicou a greve rodoviária aos telespectadores. OBJETO DIRETO OBJETO INDIRETO Para alguns desses verbos, pode haver duas estruturas: Informar algo a alguém. OU Informar alguém de/sobre algo. Observe os exemplos abaixo: O jornal informou a greve rodoviária aos telespectadores. OBJETO DIRETO OBJETO INDIRETO O jornal informou os telespectadores sobre a greve rodoviária. OBJETO DIRETO OBJETO INDIRETO → CHAMAR - Transitivo direto: quando significar “convocar”. João chamou Maria para jantar. O. DIRETO - Transitivo indireto: no sentido de “invocar, clamar”. Nesse caso, usa-se a preposição “POR”. Chamou por todos os santos quando se viu em apuros. OBJETO INDIRETO Alguns autores não consideram que o verbo seja transitivo indireto nesse último caso, mas sim que se trata de objeto direto preposicionado. - Quando significar “apelidar, qualificar”, o verbo CHAMAR tanto pode ser transitivo direto quanto transitivo indireto. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 12 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Maria chamou João (de) inescrupuloso. OD PREDICATIVO DO OBJETO Maria chamou a João (de) inescrupuloso. OI PREDICATIVO DO OBJETO Além disso, o predicativo do objeto também poderá vir preposicionado ou não. Observe, abaixo, as quatro possibilidades de construção da frase nesses casos. Chamar alguém de algo. Chamar a alguém de algo. Chamar alguém algo. Chamar a alguém algo. Em resumo: O termo “alguém” funciona como complemento verbal do verbo “chamar” nos quatro casos (ora será objeto direto, ora será objeto indireto). Já o termo “algo” funciona como predicativo do objeto, e tanto poderá vir preposicionado quanto sem a preposição. → CHEGAR, IR, DIRIGIR-SE Os três verbos acima são intransitivos e possuem sentido de deslocamento. Eles exigem, no entanto, a presença de adjunto adverbial de lugar iniciado pelas preposições “A” ou “PARA”. Aos doze anos, fui para Salvador. ADJUNTO ADVERBIAL Muitas pessoas chegaram ao centro de convenções pontualmente. ADJUNTO ADVERBIAL Eles dirigiram-se ao local combinado. ADJUNTO ADVERBIAL Atenção! Nos casos acima, o uso da preposição “EM” não é aconselhado pela linguagem formal (apesar de bastante comum na linguagem coloquial). Evite, portanto, dizer “eu fui no quarto” ou “eu cheguei em Salvador”. → CUSTAR - Intransitivo: quando significar “valer, ter preço”, seu complemento não será objeto, mas sim adjunto adverbial. Sua casa valia quase um milhão de reais. ADJUNTO ADVERBIAL Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa- 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 13 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br - Transitivo indireto: quando significar “ser difícil, ser custoso”. Nesse caso, o sujeito será oracional, ou seja, será uma oração subordinada substantiva subjetiva, sempre reduzida de infinitivo. Uma vez que o sujeito é oracional, o verbo CUSTAR virá sempre na terceira pessoa do singular. Observe: Custou aos familiares esquecer a morte de Maria. OBJETO INDIRETO ORAÇÃO SUBORDINADA SUBJETIVA Nunca diga: “os familiares custaram a esquecer a morte de Maria”, pois essa construção está errada. → DESCULPAR - É transitivo direto: Desculpe os erros cometidos. OBJETO DIRETO Também pode ser usado na forma pronominal, caso em que exigirá o auxílio da preposição “POR”. Desculpe-me pelos erros cometidos. → ENSINAR - Transitivo direto: quando significar “educar”. O professor ensinou muitas crianças carentes no interior do estado. OBJETO DIRETO - Transitivo direto e indireto: quando se diz “ensinar algo a alguém”. Nesse caso, o objeto direto será o algo ensinado e o objeto indireto será o alguém a quem se ensinou. Ensinava matemática a todos os netos. OBJETO DIRETO OBJETO INDIRETO → ESQUECER/LEMBRAR - Transitivo direto: no sentido mais usual de ESQUECER (“perder na memória”) e LEMBRAR (“reter na memória”): Marina esqueceu os aprontes do namorado e resolveu casar-se. OBJETO DIRETO Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 14 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Também pode ser usado na forma pronominal, caso em que exigirá o auxílio da preposição “DE”. Marina esqueceu-se dos aprontes do namorado e resolveu casar-se. OBJETO INDIRETO → HAVER O verbo HAVER merece toda a sua atenção não apenas quanto à sua concordância (já analisada por nós), mas também quanto à regência. - Transitivo direto: quando significar “existir” (sentido mais comum) ou no sentido de “decorrer (tempo)”. Nesses casos, o verbo estará SEMPRE na terceira pessoa do singular e não possuirá sujeito (é impessoal). Houve grande confusão no fim da festa. OBJETO DIRETO Há muitas pessoas que gostam de você. OBJETO DIRETO Há vários dias espero notícias suas. OBJETO DIRETO ATENÇÃO: Não confunda a regência do verbo HAVER com a do verbo EXISTIR. O verbo “existir” é intransitivo e sempre possui sujeito (com o qual deve concordar). Há muitas pessoas na sala. OBJETO DIRETO Existem muitas pessoas na sala. SUJEITO Vamos ver a questão abaixo, que cobra justamente esse assunto: Questão – (CESPE) Contador – MTE/2014 (Adaptada) Há ainda outros mitos que fazem parte do comportamento do brasileiro. No que se refere aos aspectos sintáticos do trecho acima, julgue o item que se segue. A forma verbal “Há” poderia ser substituída por “Existe” sem que houvesse prejuízo para a correção gramatical do período. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 15 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Comentários A afirmativa está ERRADA. Aprendemos que os verbos HAVER e EXISTIR, embora possuam o mesmo sentido, apresentam transitividades diferentes. “Haver” é verbo transitivo direto e é impessoal (não apresenta sujeito), motivo pelo qual estará sempre na terceira pessoa do singular. “Existir”, ao contrário, sempre apresenta sujeito (com o qual concorda) e é verbo intransitivo. Por isso, seria gramaticalmente errado dizer “existe outros mitos”. Correto seria concordar o verbo EXISTIR com o sujeito (“outros mitos”), da seguinte forma: “Existem ainda outros mitos que fazem parte do comportamento do brasileiro.” GABARITO: ERRADA - Transitivo direto e indireto: quando significar “obter, conseguir”. Nesse sentido (pouco usual), o verbo flexiona-se para concordar com o sujeito. Eles houveram da justiça o direito de construir o edifício. O. INDIRETO OBJETO DIRETO → IMPLICAR - Transitivo indireto: quando significar “embirrar, antipatizar”. Nesse caso, usa-se a preposição “COM”. João sempre implicou com meus parentes. OBJETO INDIRETO - Transitivo direto e indireto: quando significar “envolver, comprometer”. Nesse caso, o objeto indireto será precedido da preposição “EM”. A justiça implicou os criminosos em penas bastante altas. OBJETO DIRETO OBJETO INDIRETO - Transitivo direto: quando significar “acarretar, ocasionar”. Seus crimes implicaram penas bastante altas. OBJETO DIRETO Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 16 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br → NAMORAR Há algum tempo, o verbo NAMORAR era transitivo direto (“namorar alguém”). Nos dias atuais, no entanto, é muito mais comum dizer-se “namorar com alguém” (transitivo indireto). São admitidas ambas as construções. Lídia só namorava rapazes inteligentes. OBJETO DIRETO Lídia só namorava com rapazes inteligentes. OBJETO INDIRETO → NECESSITAR - Tanto pode ser transitivo direto quanto transitivo indireto. Ele necessitava minha ajuda semanalmente. OBJETO DIRETO Ele necessitava de minha ajuda semanalmente. OBJETO INDIRETO → OBEDECER/DESOBEDECER - São transitivos indiretos. Obedeça a seus pais. OBJETO INDIRETO Ele sempre desobedeceu às ordens dos superiores. OBJETO INDIRETO A peculiaridade desses verbos está no fato de admitirem a voz passiva (apesar de serem transitivos indiretos): João era obedecido sem maiores esforços. → PAGAR/PERDOAR - Transitivos diretos: quando o complemento for “coisa”, e não “pessoa”. Paguei os impostos. Perdoei as dívidas. OBJETO DIRETO OBJETO DIRETO - Transitivo indireto: quando o complemento for “pessoa”. Paguei aos credores. Perdoei aos inimigos. OBJETO INDIRETO OBJETO INDIRETO Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 17 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br - Transitivo direto e indireto: quando houver dois complementos; um será “coisa” e o outro será “pessoa”. Paguei as dívidas aos credores. OBJETO DIRETO OBJETO DIRETO → PRECISAR - No sentido de “necessitar”, tanto pode ser transitivo direto quanto pode ser transitivo indireto (uso mais comum). Preciso de sua ajuda. OBJETO INDIRETO Preciso sua ajuda. OBJETO DIRETO - É transitivo direto quando significar “estipular, marcar”. A arquiteta precisou o valor do projeto. OBJETO DIRETO → PREFERIR É transitivo direto e indireto. Diz-se “preferir isso a aquilo”. A preposição indicada para iniciar o objeto indireto é sempre “A”. Preferia Abelardo a todos os namorados anteriores. OBJETO DIRETO OBJETO INDIRETO Não é correto dizer “preferia Abelardo mais que todos os namorados anteriores” ou “preferia sair do que ficar em casa”. A preposição deve ser sempre “A”. → TRATAR - Transitivo direto: no sentido de “dar tratamento (a algo ou alguém)”ou no sentido de “fazer acordo, fazer negócio”. Ele tratava todo mundo com respeito. OBJETO DIRETO O corretor tratou a venda do imóvel com o comprador. OBJETO DIRETO - Transitivo indireto: quando significar “discorrer, abordar (um assunto)”. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 18 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Na reunião, tratamos dos problemas financeiros enfrentados pela empresa. OBJETO INDIRETO Tratei das questões familiares na terapia. OBJETO INDIRETO → VISAR - Transitivo direto: quando significar “olhar, mirar”. Visou o horizonte e seguiu em disparada. OBJETO DIRETO - Transitivo indireto: quando significar “desejar, almejar”. Visou ao cargo de presidente na empresa da família. OBJETO INDIRETO Atenção! Se o complemento do verbo VISAR for uma oração reduzida de infinitivo, costuma-se abolir o uso da preposição, ainda que o sentido seja de “desejar, almejar”. A preposição será, portanto, facultativa. Visou ocupar o cargo de presidente. Visou a ocupar o cargo de presidente. Aprendemos, até este ponto, a regência de alguns verbos que considero importante para as provas de concursos públicos. Não será possível esgotar o estudo de todos os verbos da língua; mas você poderá, por meio da resolução de questões, treinar outros exemplos. O essencial, para responder questões de concurso público, é aliar o conhecimento de regência a outros conhecimentos que já vimos. É o caso abaixo, em que não é cobrado do candidato apenas aspectos de regência, mas também conhecimentos acerca de pronomes. Veja: Questão – (FCC) Câmara Municipal de São Paulo/2014 (Adaptada) Ao formular uma proposta educacional ____ centro estaria a ecologia, o autor do texto ressalta a importância ____ se vêm revestindo os estudos do meio. Preenchem adequadamente as lacunas da frase acima, na ordem dada: Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 19 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br a) de cujo - em que b) pela qual no - para a qual c) aonde o - de cuja d) onde o - pela qual e) em cujo - de que Comentários Para responder à esta questão, teremos que relembrar alguns aspectos do estudo de pronomes (a classe de palavra variável que substitui ou acompanha o substantivo). Na primeira lacuna, necessitamos de um pronome que retome “proposta educacional” para conferir a seguinte relação de posse: “o centro da proposta educacional”. O pronome relativo adequado para conferir essa relação de posse é “CUJO”: “a proposta educacional cujo centro”. No entanto, o verbo da oração seguinte (“estaria”) requer o uso da preposição “EM”. Observe: “A ecologia estaria no centro da proposta educacional.” “(...) uma proposta educacional EM CUJO centro estaria a ecologia”. Na segunda lacuna, por sua vez, necessitamos de um pronome que retome a palavra “importância” para encaixá-la na oração seguinte com o seguinte significado: “os estudos do meio se vêm revestindo de importância”. Para tanto, podemos utilizar o pronome relativo “QUE”, sem esquecer o emprego da preposição “DE” (“se vêm revestindo DE importância”). Observe: “(...) a importância DE QUE se vêm revestindo os estudos do meio.” GABARITO: E Ao final da aula, você encontrará mais questões para testar seus conhecimentos sobre regência verbal. Vamos, agora, estudar a regência dos nomes. 3. Regência Nominal A Regência Nominal estuda a relação de subordinação ou dependência entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio – termo regente) e o termo que lhe complementa o sentido (termo regido). Nesse tipo de relação, sempre haverá a presença de uma preposição. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 20 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Uma boa dica, para identificar a regência de alguns nomes, é observar se a palavra deriva de verbo. Caso derive, você poderá seguir a regência do verbo (ex: preferir a, preferível a). Vamos analisar, agora, a regência de alguns substantivos e adjetivos, por meio do quadro abaixo. acessível a capaz de/para grato a obediência a acostumado a/com certo de hábil em ojeriza a/por/contra adaptado a compatível com habituado a passível de afeição a/para/com/por comum a/de imbuído de/em permissivo a aflito com/por constante de/em imune a/de possível de agradável a contemporâneo a/de indeciso em posterior a alheio a/de contíguo a indiferente a preferível a alienado de contrário a inerente a prestes a/em/para alusão a devoto a/de inexorável a próximo a/de ansioso de/para/por diferente de insensível a/para/com relacionado com apto a/para equivalente a manutenção de/em residente em atentado a/contra erudito em medo a/de seguro de/em atento a/em essencial a natural de semelhante a aversão a/por/em/para estranho a necessário a sensível a ávido de/por fácil de negligente em sito em/entre benéfico a favorável a nocivo a útil a/para Agora, para que você compreenda como o assunto costuma ser cobrado nos certames, vamos analisar uma questão de Regência Nominal. Questão – (CESPE) Agente Administrativo – MDIC/2014 (Adaptada) Temos a obrigação de sonhar acordados e usar a imaginação. No que se refere aos aspectos sintáticos do trecho acima, julgue o item que se segue. No trecho “a obrigação de sonhar”, a correção gramatical seria mantida se a preposição “de” fosse substituída por em. Comentários Observe que a questão apenas pede ao candidato que analise a correção do trecho de acordo com os aspectos sintáticos. Desse modo, o enunciado da questão não traz explicitamente que o assunto abordado é Regência, mas é justamente esse o conhecimento necessário para que o candidato resolva bem o exercício. Dessa forma, fique atento. Ao analisar o item, percebemos que a afirmativa está ERRADA. A regência do substantivo “OBRIGAÇÃO” requer o uso da preposição “DE” (“ter obrigação DE fazer algo”). A preposição “EM” não cabe nesse caso, pois não se diz “ter obrigação em fazer algo”. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 21 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br GABARITO: ERRADA Aqui, encerramos nosso estudo sobre Regência Nominal e Verbal. Falta, no entanto, analisar um tema bastante cobrado em concursos públicos: a Crase. Vamos lá? Crase 1. Aspectos Gerais O estudo da Crase costuma ser um grande incômodo para muitos candidatos. Você verá, após esta aula, que não há motivo para desespero. O uso da crase é muito mais simples do que parece à primeira vista (Com ou sem crase? Vamos descobrir!). Antes de iniciarmos, convém esclarecer que a crase não equivale ao acento grave. São coisas distintas, porém relacionadas ao mesmo acontecimento. A crase é o fenômeno de união entre duas vogais idênticas. O acento grave é o sinal gráfico que indica a presença do fenômeno crase. Em nossa língua, só há crase na junção de duas vogais “A” (as demais vogais, por sua vez, não formam crase). Essa união (de duas vogais “A”) pode sedar de diversas maneiras. Vamos ver as junções mais frequentes: PREPOSIÇÃO “A” + A AQUELE / AQUELA / AQUILO A QUAL / AS QUAIS ARTIGO PRONOMES DEMONSTRATIVOS PRONOMES RELATIVOS DEFINIDO Observe que, no esquema acima, a preposição “A” liga-se a termos também iniciados pela letra “A”. A crase irá unir as duas vogais, para que não seja necessário repeti-las. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 22 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Assim, para que você entenda perfeitamente essa união, vamos separar os exemplos por cada tipo de ocorrência da crase: → PREPOSIÇÃO “A” + ARTIGO DEFINIDO “A”: João foi à casa de sua amiga. = foi a + a casa = foi para a casa No exemplo acima, é fácil notar que houve a união de uma vogal “A” (preposição) com outra vogal “A” (artigo feminino). Isso ocorreu porque a regência do verbo “IR” exige complemento preposicionado (“quem vai, vai A algum lugar”) e porque o complemento “A CASA” é formado por artigo feminino “A”. Antes de prosseguirmos, vamos resolver a questão a seguir, para já nos familiarizarmos com alguns aspectos que envolvem o tema: Questão – (CESPE) Nível Superior – Caixa Econômica Federal/2014 (Adaptada) Com o surgimento da cunhagem a martelo e o uso de metais nobres, como o outro e a prata, os signos monetários passaram a ser valorizados também pela nobreza dos metais neles empregados. No que se refere aos aspectos linguísticos do trecho acima, julgue o item que se segue. Seria mantida a correção gramatical do texto, caso fosse empregado o acento indicativo de crase no “a”, em “cunhagem a martelo” (sublinhado no trecho). Comentários A afirmativa está ERRADA. Aprendemos, agora, que a crase é a junção de duas vogais “A”: na maior parte das vezes, a junção de preposição “A” com artigo feminino “A”. No trecho sublinhado, não poderia haver artigo feminino antes de “MARTELO”, por se tratar de um substantivo masculino. Por esse motivo, costuma-se afirmar que não se emprega o sinal indicativo de crase antes de palavra masculina. GABARITO: ERRADA Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 23 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Em grande parte dos casos em que ocorre crase, a primeira vogal “A” (com valor de preposição) poderá ser substituída pela preposição “PARA”. Isso facilita bastante a visualização dos elementos unidos pela crase (por exemplo: “quem vai, vai PARA algum lugar”). Portanto, sempre que você conseguir desmembrar o “À” em “PARA A”, a crase estará empregada corretamente. Alice perguntou à secretária se alguém havia telefonado. = perguntou a + a secretária = perguntou para a secretária Averiguar a presença do artigo também é essencial, pois lembre que estamos tratando da união de preposição “A” + artigo “A”. Assim, não basta a presença da preposição para que haja a crase. Observe: Alice perguntou a ela se alguém havia telefonado. = perguntou para ela Não houve crase porque não houve encontro de preposição “A” com artigo “A”. Em outros casos, veremos que a preposição “A” não possui o mesmo sentido da preposição “PARA”. Assim, a substituição não fará sentido e teremos de verificar a existência da junção (entre preposição e artigo) de outras maneiras. Uma boa dica é substituir “À” por “AO”, ou seja, colocar o termo regido no masculino para conferir se há a junção de preposição “A” com artigo definido. Veja: Nós éramos indiferentes às provocações de todos. = indiferentes aos caprichos Assim, ficou fácil perceber que o termo regente (“INDIFERENTES”) exige complemento preposicionado, bem como que o termo regido (“AS PROVOCAÇÕES”) inicia-se com artigo feminino “AS”. Agora, veja um caso em que não haverá crase: Nós éramos indiferentes a você. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 24 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Não é possível dizer “nós éramos indiferentes ao você”, pois não cabe artigo antes de “você”. Nesse caso, portanto, não haverá a ocorrência da crase, por falta de artigo “A” para unir-se com a preposição “A”. Espero que, até aqui, você esteja conseguindo compreender a lógica da crase! Para confirmar, vamos ver mais uma série de exemplos em que testaremos a presença da crase. O estudante voltou à cidade natal depois de formado. = voltou a + a cidade natal = voltou para a cidade natal Ele era favorável à descriminalização do aborto. = favorável a + a descriminalização = favorável ao controle O policial ordenou às vítimas que permanecessem no local. = ordenou a + as vítimas = ordenou aos presentes Somos muito gratos à ajuda prestada por ela. = gratos a + a ajuda = gratos ao auxílio Espero que as medidas sejam úteis à melhoria da situação. = úteis a + a melhoria = úteis para a melhoria = úteis ao aprimoramento Os brasileiros assistiram à Copa do Mundo com esperança de vitória. = assistiram a + a Copa do Mundo = assistiram ao torneio Para compreender a ocorrência da crase, é essencial recorrer aos conhecimentos de regência, vistos nesta aula. Já aprendemos que o verbo “ASSISTIR” será transitivo indireto ao significar “ver, presenciar”. Assim, exigirá um complemento com preposição “A” (quem assiste, assiste A algo). Isso justifica a crase no último exemplo acima. Por outro lado, se significar “prestar auxílio”, o verbo “ASSISTIR” será transitivo direto e não caberá a preposição “A” (portanto, não haverá crase). Perceba: Os médicos assistiram as vítimas do tiroteio com bastante dedicação. = assistiram os doentes Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 25 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br OBSERVAÇÃO: No caso dos topônimos (nomes locativos), devemos estar atentos! Somente haverá crase se o nome aceitar a presença de artigo. Observe: Vamos à Bahia. = Vamos a + a Bahia = Vamos para a Bahia Vamos a Olinda. = Vamos para Olinda É disso que trata a questão abaixo. Perceba: Questão – (CESPE) Primeiro-Tenente – CBM-CE/2014 (Adaptada) O envio de duzentos cientistas à Antártida representará o reinício da pesquisa biológica e meteorológica brasileira no continente, depois do incêndio que destruiu a base que o Brasil operava ali desde 1984. No que se refere aos aspectos linguísticos do trecho acima, julgue o item que se segue. Na linha 1, o emprego do sinal indicativo de crase em “à Antártida” justifica-se porque o termo “envio” exige complemento regido da preposição “a” e o termo “Antártida” está precedido de artigo definido feminino. Comentários A afirmativa está CERTA. A regência do verbo “enviar”, nesse caso, requer o uso da preposição “A” (enviar algo A algum lugar). O termo seguinte, por sua vez, inicia-se pelo artigo definido feminino (A Antártida). Da união dessas duas vogais, surge a necessidade do emprego do sinal grave. Veja: O envio de cientistas à Antártida. = O envio de cientistas a + a Antártida = O envio de cientistas para a Antártida GABARITO:CERTA Agora que já estudamos a crase na junção de preposição “A” + artigo “A”, vamos analisar os outros casos. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 26 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br → PREPOSIÇÃO “A” + PRONOMES DESMONSTRATIVOS “AQUELE, AQUELA, AQUILO”: Ele aconselhou que eu me dirigisse àquela casa em busca de proteção. = me dirigisse a + aquela casa = me dirigisse para aquela casa Aqui, a lógica será a mesma do caso analisado anteriormente. A diferença é que, agora, a junção será entre preposição “A” e “AQUELE/AQUELA/AQUILO”. Poderemos, até mesmo, utilizar as mesmas dicas de substituição, como substituir a preposição “A” por “PARA” ou substituir o “À” por “AO”. Observe: O professor fez alusão àquele assunto visto na aula passada. = alusão a + aquele assunto = alusão ao assunto Os andarilhos voltaram àquela localização em busca de água. = voltaram a + aquela localização = voltaram para + aquela localização = voltaram ao local Fomos contrários àquilo que você disse. = contrários a + aquilo = contrários ao que você disse Vamos, agora, analisar o terceiro caso mais comum de crase: → PREPOSIÇÃO “A” + PRONOMES RELATIVOS “A QUAL, AS QUAIS”: A rua à qual me dirigi estava interditada. = a + a qual me dirigi = para a qual me dirigi O beco ao qual me dirigi estava interditado. É possível notar que o emprego do sinal grave, neste caso, segue a mesma lógica acima ensinada. Teremos, portanto, de estar sempre atentos ao termo regente (para averiguar se ele exige complemento preposicionado). No exemplo acima, o termo regente é um verbo transitivo indireto (“dirigir-se a algum lugar”) que necessita da preposição “A” para completar seu sentido. Ao unir-se à forma “A QUAL”, temos uma Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 27 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br junção de duas vogais “A”, o que justifica o emprego do sinal de crase. Vamos ver mais um exemplo: A música à qual me referi tocou na rádio. = a + a qual me referi O livro ao qual me referi (...). Encerramos, aqui, o estudo dos principais casos em que se emprega o sinal indicativo de crase. Vamos, agora, analisar algumas peculiaridades sobre esse fenômeno. 2. Crase e Termos Determinados Já sabemos que os artigos e os pronomes demonstrativos determinam os nomes. Assim, dizer “menina age com o coração” é diferente de dizer “a menina age com o coração”. No primeiro caso, há a ideia de indeterminação (“toda menina age com o coração”). No segundo caso, o termo “menina” está determinado pelo artigo “a”, ou seja, “aquela menina age com o coração”. É preciso estar atento a isso quando analisamos a crase. Observe: Ele nunca foi a festa. a festas para qualquer festa Ele nunca foi à festa. para aquela festa específica Para saber se haverá ou não a crase, devemos analisar o contexto: se a palavra estiver em sentido genérico, não haverá a união (e, portanto, não haverá o sinal indicativo de crase); mas se a palavra estiver em sentido determinado, haverá a união (a crase), que será indicada pelo sinal grave. As crianças devem ir a escola. para qualquer escola As crianças não devem ir à escola hoje. para a escola específica Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 28 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br 3. Crase Obrigatória Há casos em que a crase necessariamente ocorrerá. Vamos ver quais são. → Em locuções femininas: nesse caso, o uso da crase não se dá por relação regencial (como nos casos acima), mas para evitar ambiguidades, ou seja, para evitar que se confunda a locução com outros termos da oração. À noite, à tarde, à beça, à revelia, à deriva, à farta, à luz, à vista, à escuta, à primeira vista, à hora certa, à esquerda, à direita, à toa, à espanhola, à milanesa, à oriental, à ocidental, às vezes, às escondidas, às avessas, às claras, às moscas, às pressas, às turras, à vontade, às ocultas, à custa de, à força de, à beira de, à espera de, à procura de, à vista de, à sombra de, à exceção de, à semelhança de, à frente de, à razão de, à mercê de, à base de, à moda de, à maneira de, à imitação de, à medida que, à proporção que, etc. Ficamos dias à espera de uma solução para nosso problema. A escola fica à esquerda do hospital. À medida que o conhecia, mais encantada ficava. Apaixonou-se à primeira vista. EXCEÇÃO: As locuções adverbiais de meio ou instrumento não recebem o sinal indicativo de crase. Alguns gramáticos, no entanto, consideram como facultativo o emprego do sinal nesses casos. Ele foi morto a bala / a espada / a foice. Escrevia suas cartas a mão / a máquina. OBSERVAÇÃO: Muitas vezes, a locução adverbial “À MODA DE” aparece implícita. Nesses casos, deve-se manter o sinal indicativo de crase: Ela vestia-se à Lady Di. à moda de Lady Di Cantava à Elis Regina. à maneira de Elis Regina Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 29 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br → Antes de horas exatas: Saiu às sete horas. Marcamos à meia-noite, mas ele não apareceu. João sai do trabalho à uma hora. A criança assistia à televisão das 8h às 9h. OBSERVAÇÃO: Se o tempo indicado for indeterminado ou generalizado, não há a crase: A perícia confirmou que ele foi morto após as 21 horas. Daqui a três horas, sairei para jantar. João sai do trabalho a uma hora. (= daqui a uma hora) 4. Crase Facultativa Há casos em que a crase é facultativa, ou seja, o sinal grave poderá ou não ser empregado. Isso porque, nesses casos, o emprego do artigo definido será opcional. → Antes de pronomes possessivos: Irei à sua casa hoje. / Irei a sua casa hoje. para a sua casa para sua casa A realização de questões é necessária a/à sua aprovação. para sua aprovação para a sua aprovação OBSERVAÇÃO: Se o pronome possessivo retomar um termo elíptico (oculto), a crase será obrigatória (pois a presença do artigo também): Ele irá a/à minha casa, mas não irá à sua. → Antes da preposição “ATÉ”: Irei até à casa de Maria. / Irei até a casa de Maria. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 30 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Veremos, agora, algumas dicas complementares, para auxiliar na compreensão do tema. Você notará, no entanto, que estas observações seguem a mesma lógica já exposta até aqui. 7. Crase antes das palavras “TERRA” e “CASA” É muito frequente que se faça confusão quando ocorre e quando não ocorre a crase antes das palavras “TERRA” e “CASA”. Vamos analisar esses casos. - TERRA: Quando a palavra for empregada no sentido de “terra firme, chão”, NÃO haverá crase. Isso porque não se emprega o artigo feminino antes do termo. Observe: O comandantedeixou o navio e chegou a terra. Por outro lado, quando o termo for empregado em qualquer outro sentido determinado de terra (“planeta Terra”, “terra natal”, “barro”), haverá o uso do artigo feminino. Nesses casos, quando ocorrer preposição, haverá a junção desta com o artigo, e, portanto, será necessário o uso do sinal indicativo de crase. Veja: O astronauta voltou da lua e chegou à Terra. Retornou à terra natal para rever os amigos. O avião planou rente à terra. - CASA: Quando a palavra for empregada no sentido genérico de “lar, morada”, NÃO haverá crase. Isso porque não se emprega o artigo feminino antes do termo. Observe: Foi a casa almoçar. (= para casa) Enquanto viajava, só pensava em retornar a casa. (= retornar para casa) Por outro lado, quando o termo estiver acompanhado de adjetivo ou locução adjetiva que determine seu sentido (“casa de fulano”, “casa tal”), haverá o uso do artigo feminino. Nesses casos, quando ocorrer preposição, haverá a junção desta com o artigo, e, portanto, será necessário o uso do sinal indicativo de crase. Veja: Foi à casa do irmão almoçar. (= para a casa do irmão) Dirigiu-se à casa amarela e fotografou a fachada. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 31 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br 8. Não haverá crase Apenas para que você fixe o assunto, observe uma lista de algumas situações em que não haverá o fenômeno crase. Você não precisará memorizar esses casos se já houver entendido tudo o que foi estudado acima. Não ocorre a Crase a) antes de verbo Convidamos João a visitar nosso apartamento. b) antes de palavras masculinas Andava sempre a pé. c) antes de pronomes de tratamento, exceto ”senhora, senhorita e dona”: Enviarei a Vossa Excelência minhas considerações sobre o caso. Enviarei à senhorita minhas considerações sobre o caso. d) em expressões formadas por palavras repetidas: Fiquei frente a frente com o acusado. Fiquei cara a cara com o acusado. Assim, encerramos o estudo da crase. Agora que finalizamos a parte teórica da aula vamos resolver algumas questões sobre o assunto estudado. Após a resolução das questões propostas, confira o seu desempenho por meio do gabarito e, só então, passe para os comentários de cada exercício. Mesmo que você tenha acertado a questão, não hesite, leia com atenção todos os comentários. Essa é uma etapa fundamental para aprofundar a teoria e para sanar dúvidas. Vamos lá! Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 32 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br QUESTÕES PROPOSTAS Questão 01 – (FCC) Escriturário – Banco do Brasil/2011 (Adaptada) Com o inchaço populacional decorrente do fluxo migratório em direção ...... cidades, surgiram problemas na oferta de serviços ...... população, que muitas vezes não consegue acesso ...... recursos essenciais. As lacunas da frase acima são corretamente preenchidas, respectivamente, por: a) às - à - à b) às - à - a c) as - a - à d) as - à - a e) às - a – à Questão 02 – (ESAF) Auditor Fiscal da Receita Federal – Receita Federal/2014 Assinale a opção que preenche as lacunas do texto de forma gramaticalmente correta e textualmente coerente. Sem __1__ pujança econômica de outrora, __2__ Europa registra nos últimos tempos o fortalecimento de pressões xenófobas e anti-imigração. Após __3__ crise global, iniciada em 2008, e o consequente aumento dos índices de desemprego no continente, grupos de extrema- direita conquistaram níveis inéditos de participação nos Parlamentos nacionais da Suécia e da Grécia. Não satisfeitos em exercer __4__ representação política, tais agremiações têm protagonizado lamentáveis episódios de agressão __5__ minorias de outras nacionalidades. (Adaptado de Folha de S. Paulo, 12/02/2014.) a) b) c) Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 33 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br d) e) Questão 03 – (FCC) Analista Judiciário – TRT 16ª Região (MA)/2014 (Adaptada) Leia com atenção o verbete abaixo, transcrito do Dicionário de comunicação, e as assertivas que o seguem. Responsabilidade social • (mk,rp) Adoção, por parte da empresa ou de qualquer instituição, de políticas e práticas organizacionais socialmente responsáveis, por meio de valores e exemplos que influenciam os diversos segmentos das comunidades impactadas por essas ações. O conceito de responsabilidade social fundamenta-se no compromisso de uma organização dentro de um ecossistema, onde sua participação é muito maior do que gerar empregos, impostos e lucros. Seu objetivo básico é atuar no meio ambiente de forma absolutamente responsável e ética, inter-relacionando-se com o equilíbrio ecológico, com o desenvolvimento econômico e com o equilíbrio social. Do ponto de vista mercadológico, a responsabilidade social procura harmonizar as expectativas dos diferentes segmentos ligados à empresa: consumidores, empregados, fornecedores, redes de venda e distribuição, acionistas e coletividade. Do ponto de vista ético, a organização que exerce sua responsabilidade social procura respeitar e cuidar da comunidade, melhorar a qualidade de vida, modificar atitudes e comportamentos através da educação e da cultura, conservar a vitalidade da terra e a biodiversidade, gerar uma consciência nacional para integrar desenvolvimento e conservação, ou seja, promover o desenvolvimento sustentável, o bem-estar e a qualidade de vida. Diz-se tb. responsabilidade social corporativa ou RSC. V. ecossistema social, ética corporativa, empresa cidadã e marketing social. (BARBOSA, Gustavo e RABAÇA, Carlos Alberto. 2.ed. rev. e atualizada. Rio de Janeiro: Elsevier, 2001 − 10a reimpressão, p. 639-40) O segmento do verbete que apresenta descuido quanto à regência é: a) Adoção [...] de políticas e práticas organizacionais socialmente responsáveis. b) Seu objetivo básico é atuar no meio ambiente [...], inter-relacionando-se com o equilíbrio ecológico, com o desenvolvimento econômico e com o equilíbrio social. c) a organização que exerce sua responsabilidade social procura respeitar e cuidar da comunidade. d) a organização que exerce sua responsabilidade social procura [...] conservar a vitalidade da terra e a biodiversidade. e) a organização que exerce sua responsabilidade social procura [...] promover o desenvolvimento sustentável, o bem-estar e a qualidade de vida. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 34 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Questão 04 – (CESPE) Contador – MTE/2014 (Adaptada) Saiu finalmente a conta da contribuição da nova classe média brasileira — aquela que, na última década, ascendeu ao mercado de consumo, como uma avalanche de quase 110 milhões de cidadãos. Uma pesquisa do Serasa Experian mostrou que o pelotão formado por essa turma, que se convencionouchamar de classe C, estaria no grupo das maiores nações no consumo mundial, caso fosse classificado como um país. Juntos, os milhares de neocompradores movimentam quase R$ 1,2 trilhão ao ano. Isso é mais do que consome a população inteira de uma Holanda ou uma Suíça, para ficar em exemplos do primeiro mundo. Não por menos, tal massa de compradores se converteu na locomotiva da economia brasileira e em alvo preferido das empresas. Com mais crédito e programas sociais, em especial o Bolsa Família, os emergentes daqui saíram às lojas e estão gradativamente se tornando mais e mais criteriosos em suas aquisições. Carlos José Marques. A classe C é G20. Internet: <www.istoedinheiro.com.br> (com adaptações). No que se refere aos aspectos linguísticos e às ideias do texto acima, julgue o próximo item. O emprego do sinal indicativo de crase em “às lojas” (em negrito no texto) é facultativo, de modo que sua supressão não prejudicaria a correção gramatical do período. Questão 05 – (FCC) Técnico Judiciário – TRE-PR/2012 (Adaptada) Considere o emprego do verbo “apontar” nos períodos abaixo: I. O assessor encarregado pelo Ministro de analisar o processo apontou-lhe as dificuldades em conseguir um acordo satisfatório entre as partes. II. O desempenho de um dos membros do Conselho Administrativo levou os demais a apontarem-no, de forma unânime, para dirigir a empresa. III. O Presidente, diante da insatisfação gerada por medidas impopulares, apontou à frente dos manifestantes, tentando acalmar os ânimos. Está correta a regência do verbo apontar em a) II, apenas. b) I e II, apenas. c) II e III, apenas. d) I e III, apenas. e) I, II e III. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 35 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Questão 06 – (FGV) Analista Judiciário – TRE-PA/2011 (Adaptada) Infelizmente, ainda hoje assistimos no Brasil a fenômenos... No trecho acima, foi empregada a regência do verbo em completo acordo com a norma culta. Assinale a alternativa em que isso NÃO tenha ocorrido. a) O povo aspira a governos menos corruptos. b) Ele assiste em Belém. c) O combate à corrupção implica em medidas éticas por parte das empresas. d) As empresas pagaram aos funcionários na data correta. e) Muitas vezes o povo esquece o passado dos políticos. Questão 07– (FCC) Técnico Judiciário – TRE-SP/2012 (Adaptada) Adoniran Barbosa é um grande compositor e poeta popular, expressivo como poucos; mas não é Adoniran nem Barbosa, e sim João Rubinato, que adotou o nome de um amigo funcionário do Correio e o sobrenome de um compositor admirado. A ideia foi excelente porque um compositor inventa antes de mais nada a sua própria personalidade; e porque, ao fazer isto, ele exprimiu a realidade tão paulista do italiano recoberto pela terra e do brasileiro das raízes europeias. Adoniran Barbosa é um paulista de cerne que exprime a sua terra com a força da imaginação alimentada pelas heranças de fora. Já tenho lido que ele usa uma língua misturada de italiano e português. Não concordo. Da mistura, que é o sal da nossa terra, Adoniran colheu a flor e produziu uma obra radicalmente brasileira, em que as melhores cadências do samba e da canção se aliaram com naturalidade às deformações normais de português brasileiro, onde Ernesto vira Arnesto e assim por diante. São Paulo muda muito, e ninguém é capaz de dizer aonde irá. Mas a cidade que nossa geração conheceu (Adoniran é de 1910) foi a que se sobrepôs à velha cidadezinha provinciana, entre 1900 e 1950; e que desde então vem cedendo lugar a uma outra, transformada em vasta aglomeração de gente vinda de toda parte. Esta cidade que está acabando, que já acabou com a garoa, os bondes, o trem da Cantareira, as cantigas do Bexiga, Adoniran não a deixará acabar, porque graças a ele ela ficará, misturada vivamente com a nova mas, como o quarto do poeta, também "intacta, boiando no ar". A sua poesia e a sua música são ao mesmo tempo brasileiras em geral e paulistanas em particular. Sobretudo quando entram (quase sempre discretamente) as indicações de lugar, para nos porem no Alto da Mooca, no Brás genérico, no recente Metrô, no antes remoto Jaçanã. Talvez João Rubinato não exista, porque quem existe é o mágico Adoniran Barbosa, vindo dos carreadores de café para inventar no plano da arte a permanência da sua cidade e depois fugir, com ela e conosco, para a terra da poesia, ao apito fantasmal do trenzinho perdido da Cantareira. (Adaptado de Antonio Candido. Textos de intervenção. São Paulo, Duas Cidades, Ed.34, 2002, p.211-213) Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 36 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br ...João Rubinato, que adotou o nome de um amigo funcionário do Correio... O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está empregado em: a) ... que já acabou com a garoa... b) ... e produziu uma obra radicalmente brasileira.... c) ... a que se sobrepôs à velha cidadezinha provinciana... d) Adoniran Barbosa é um paulista de cerne... e) ... e depois fugir, com ela e conosco, para a terra da poesia... Questão 08 – (FGV) Programador – DETRAN-RN/2010 Painel do leitor (Carta do leitor) Resgate no Chile Assisti ao maior espetáculo da Terra numa operação de salvamento de vidas, após 69 dias de permanência no fundo de uma mina de cobre e ouro no Chile. Um a um os mineiros soterrados foram içados com sucesso, mostrando muita calma, saúde, sorrindo e cumprimentando seus companheiros de trabalho. Não se pode esquecer a ajuda técnica e material que os Estados Unidos, Canadá e China ofereceram à equipe chilena de salvamento, num gesto humanitário que só enobrece esses países. E, também, dos dois médicos e dois “socorristas” que, demonstrando coragem e desprendimento, desceram na mina para ajudar no salvamento. (Douglas Jorge; São Paulo, www.folha.com.br painel do leitor – 17/10/2010) No 2º§, em “ofereceram à equipe chilena de salvamento, ...”, o emprego do acento grave: a) É justificado pela regência de “ofereceram” e pela presença de artigo definido feminino antes de “equipe”. b) É considerado facultativo por estar diante de substantivo coletivo. c) Tem a mesma função em: “Eu não ia perder tempo com quem ganhou muito dinheiro à custa de mentiras”. d) Antecede uma locução adverbial que expressa uma circunstância. e) Não se manteria caso “ofereceram” fosse substituído por “deram”. Questão 09 – (FCC) Analista Judiciário – TRE-RN/2011 (Adaptada) O valor que atribuímos ...... coisas é resultado, não raro, de uma história pessoal e intransferível, de uma relação construída em meio a acidentes e percalços fundamentais. Assim, nosso apreço por elas não corresponde absolutamente ...... valorização que alcançariam no mercado, esse deus todo-poderoso, que, no entanto, resta impotente quando ao valor econômico se superpõe ...... afeição. Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada, Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 37 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.bra) às - à - a b) as - à – a c) as - a – à d) às - a – a e) às - à - à Questão 10 – (FGV) Delegado de Polícia – PC - AP/2010 (Adaptada) O desafio da violência A VIOLÊNCIA, em diversas formas, foi variável fundamental na constituição da sociedade brasileira. A ocupação europeia do hoje território brasileiro foi feita mediante a destruição de centenas de culturas indígenas e da morte de milhões de ameríndios. Por outro lado, a instituição da escravidão, implicando uma dominação violenta, física e simbólica, atingiu os índios e depois, principalmente, a mão-de-obra africana que, durante quase quatro séculos, foi objeto do tráfico. Portanto, a sociedade brasileira tradicional, a partir de um complexo equilíbrio de hierarquia e individualismos, desenvolveu o uso da violência, mais ou menos legítimo, por parte de atores sociais bem definidos. No entanto, o panorama atual apresenta algumas características que alteram e agravam o quadro tradicional. A urbanização acelerada, com o crescimento desenfreado das cidades, as fortes aspirações de consumo, em boa parte frustradas, dificuldades no mercado de trabalho e conflitos de valores são algumas variáveis que concorrem para tanto. Ninguém mais se sente seguro: nem empresas nem indivíduos. Elites e classes médias têm suas casas assaltadas. O que dizer das camadas populares, secularmente vitimizadas? Nas favelas, nos conjuntos habitacionais, nas periferias, os criminosos fazem praticamente o que querem, seviciando, estuprando e matando. As pessoas são humilhadas e desrespeitadas de todos os modos. O poder público tem se mostrado, no mínimo, incapaz de enfrentar essa catástrofe. Sem dúvida, a pobreza, a miséria e a iniquidade social constituem, historicamente, campo altamente propício para a disseminação da violência. No entanto, creio que não tem sido dada a devida atenção para a dimensão moral, ética e do sistema de valores como um todo, para a compreensão desse fenômeno. A perda de credibilidade e de referências simbólicas significativas destrói expectativas de convivência social elementares. A família, a escola e a religião não têm sido capazes, por sua vez, de resistir à deterioração de valores. Na sociedade tradicional, com sua violência constitutiva, existiam mecanismos de controle social que marcaram uma moralidade básica compartilhada. Sem dúvida, continuam existindo áreas e grupos sociais que preservam e se preocupam com essas questões. Certamente a maioria das pessoas não é violenta ou corrupta. No entanto, o clima geral de impunidade incentiva a utilização de recursos e estratégias criminosas. Desenvolvem-se, inevitavelmente, soluções do tipo “justiça pelas próprias mãos”, que aumentam ainda mais a violência e a insegurança. Policiais, bandidos, justiceiros e seguranças travam batalhas diárias matando e pondo em risco a segurança de toda a população. O fenômeno das “balas perdidas”, expressão desses conflitos, é difícil de ser explicado para pessoas que não vivem nas cidades brasileiras. O fato de qualquer pessoa em qualquer de seus bairros estar exposta a esse tipo de perigo ilustra, de modo dramático, a intensidade da crise. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 38 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Como construir e sustentar um projeto nacional nessas circunstâncias? A sociedade civil, por si só, é insuficientemente organizada para enfrentar esses desafios e criar alternativas legítimas para o enfrentamento da violência. Só o Estado, reformado e renovado, incluindo o Legislativo e o Judiciário, poderá dispor de meios e recursos, articulado à opinião pública, para reverter essa ameaça de colapso. Estou falando, bem entendido, de regime democrático e não de ditaduras salvacionistas. Hoje um projeto capaz de mobilizar a nação passa, inevitavelmente, pelo estabelecimento de uma política efetiva de segurança pública dentro da ordem democrática. Só assim poderemos implementar e consolidar nossa precária cidadania, condição básica para o futuro da nação brasileira. (VELHO, Gilberto. Violência: faces e máscaras. In: www.scielo.br – com adaptações) A regência do verbo dispor (em negrito no texto) é a mesma de: a) O artigo defende a necessidade de uma nova ética social. b) Convém atualizar velhas formas de comportamento. c) O autor expressa suas ideias de forma clara e objetiva. d) O palestrante fugiu ao foco dos debates. e) Busca-se uma saída para a crise institucional. Questão 11 – (CESPE) Todos os cargos – MEC/2014 (Adaptada) O Censo Escolar da Educação Básica de 2013 revela que, desde 2010, o número de matrículas em educação integral no ensino fundamental cresceu 139%, chegando a 3,1 milhões o número de estudantes matriculados na educação básica. Só no último ano, o crescimento foi de 45,2%. O aumento do número de alunos no ensino integral é atribuído ao Programa Mais Educação, criado pelo Ministério da Educação para incentivar as secretarias estaduais e municipais de educação, com a transferência de recursos federais, a oferecer a educação integral. É considerada educação integral a jornada escolar com sete ou mais horas de duração. “Esses números demonstram o esforço que está sendo feito e mostram que já temos resultados”, disse o ministro da Educação, para quem a expansão do ensino integral é um dos grandes destaques do censo. “A meta de ensino integral do Plano Nacional de Educação, de 25% dos alunos estarem no ensino integral, é factível se continuarmos com esse esforço”, complementou. De acordo com o ministro, os dados do censo evidenciam o resultado das políticas públicas e dos programas governamentais dedicados à ampliação da oferta educacional. “Em médio e longo prazo, as políticas públicas voltadas para o processo educacional começam a surtir efeito no censo”, afirmou. Censo revela crescimento no ensino integral. fev./2014.Internet: <www.portal.inep.gov.br> (com adaptações). No que se refere aos aspectos sintáticos e semânticos do texto acima, julgue o item que se segue. O emprego do acento grave em “à ampliação” (sublinhado no texto) justifica-se em razão de o termo “dedicados” exigir complemento regido pela preposição a e o termo “ampliação” estar precedido de artigo definido feminino. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08 Página 39 de 67 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Questão 12 – (CESPE) Auditor de Controle Externo – TCU/2013 (Adaptada) A experiência de governança pública tem mostrado que os sistemas democráticos de governo se fortalecem à medida que os governos eleitos assumem a liderança de processos de mudanças que buscam o atendimento das demandas de sociedades cada vez mais complexas e alcançam resultados positivos perceptíveis pela população. Contemporaneamente, para o alcance de resultados de desenvolvimento nacional, exige-se dessa liderança não apenas o enfrentamento de desafios de gestão, como a busca da eficiência na execução dos projetos e das atividades governamentais, no conhecido lema de “fazer mais com menos”, mas também o desafio de “fazer melhor” (com mais qualidade), como se espera, por exemplo, nos serviços públicos de educação e saúde prestados à população. Esse novo desafio de governo tem como consequência um novo requisito de 16 gestão, o que implica a necessidade de desenvolvimento de novos modelos de governança para se alcançarem os objetivos e metas de governo, em sintonia com a sociedade.
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