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Avaliação e diagnóstico cinesiológico funcional

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@DUDACFISIO_ 
Avaliação e diagnóstico cinesiológico funcional 
1. ANAMNESE 
“Ouvir o paciente” é uma habilidade que devemos ter, pois a escuta, muitas vezes, possibilita 
fazer o diagnóstico. Mesmo que o diagnóstico seja óbvio, o histórico do paciente nos 
possibilita ter informações valiosas sobre a doença, seu prognóstico e a tomada de decisão 
para prescrição do tratamento. Será nesse momento que identificaremos pontos chave para 
orientação ao nosso paciente. Este nunca deverá sair do espaço terapêutico sem uma 
orientação de mudanças de hábito – postura para dormir, trabalhar, carregar peso ou 
orientações para a continuidade do tratamento. 
IDENTIFICAÇÃO A identificação é o início do relacionamento com o paciente, 
que lhe informa: nome, idade, sexo, etnia, estado civil, 
profissão atual, profissão anterior, local de trabalho, 
naturalidade, nacionalidade, residência. 
QUEIXA PRINCIPAL (QP) Em poucas palavras, o profissional registra a queixa principal, o 
motivo que levou o paciente a procurar ajuda. É importante 
que se mantenha o paciente concentrado e se desincentivem 
informações que não sejam relevantes. 
HISTÓRIA DA DOENÇA 
ATUAL (HDA) 
No histórico da doença atual, é registrado tudo que se relaciona 
com ela: sintomatologia, época de início, história da evolução 
da doença, entre outros. A clássica tríade: Quando, como e 
onde, ou seja: quando começou? Onde começou? Como 
começou? Em caso de dor, devemos caracterizá-la por 
completo. 
HISTÓRIA PROGRESSA OU 
HISTÓRIA PATILÓGICA 
PROGRESSA (HP OU HPP) 
Adquirem-se informações sobre toda a história da saúde do 
paciente, mesmo das condições que não estejam relacionadas 
com a doença atual, como visitas a médicos para prevenção de 
câncer, nas mulheres, a visita ao ginecologista; nos homens, a 
visita ao proctologista. Isso direciona a escolha de 
procedimentos a serem utilizados. 
HISTÓRIA FAMILIAR (HF) Neste histórico, indaga-se o paciente sobre sua família e suas 
condições de trabalho e vida. Procura-se alguma relação com 
hereditariedade de doenças. 
HISTÓRIA PESSOAL 
(FISIOLÓGICA) E HISTÓRIA 
SOCIAL 
Procura-se informar sobre a ocupação do paciente, como e 
onde trabalha, onde reside; se é tabagista, alcoolista ou faz uso 
de outras drogas. Se viajou recentemente, se possui animais de 
estimação (para se determinar a exposição a agentes 
patogênicos ambientais), suas atividades recreativas e se faz 
uso de algum tipo de medicamento (inclusive os da medicina 
alternativa). 
REVISÃO DE SISTEMAS É também conhecida como interrogatório sintomatológico ou 
anamnese especial/específica. É um Interrogatório sobre os 
diversos aparelhos (ISDA) de todos os sistemas do corpo do 
paciente, permitindo levantar hipóteses de diagnósticos e 
prognósticos. 
Essas informações são valiosas para a prescrição do tratamento. Esse paciente pode procurar a 
fisioterapia em decorrência de uma dor cervical, mas na sua história clinica pode relatar que 
@DUDACFISIO_ 
tem alguns problemas na próstata (ainda em pesquisa de diagnóstico) e essas informações é 
de fundamental importância para a prescrição de um aparelho de eletroterapia que tenha 
como contraindicação o câncer. Informações sobre doenças na família também possibilitam 
contraindicar alguns procedimentos, quando se evidenciam diversos membros da família com 
câncer ou doenças cardiovasculares. Fiquem atentos às informações colhidas com o paciente. 
O examinador também deve prestar atenção a quaisquer sinais e sintomas “bandeiras 
vermelhas” potenciais, que indiquem a necessidade de outro profissional de saúde. 
CÂNCER • Dor persistente à noite; 
• Dor constante em alguma parte do corpo; 
• Perda inexplicável de peso; 
• Nódulos ou tumorações incomuns; 
• Fadiga injustificada. 
CARDIOVASCULARES • Falta de ar; 
• Tontura; 
• Dor – uma sensação de peso no tórax; 
• Dor pulsátil em qualquer parte do corpo; 
• Dor constante e intensa na panturrilha ou braço; 
• Pés com alteração de cor ou dolorosos; 
• Edema (sem histórico de trauma). 
GASTROINTESTINAIS/GENITOURI
NÁRIOS 
• Dor abdominal frequente ou intensa; 
• Azia ou indigestões frequentes; 
• Náuseas ou vômitos frequentes; 
• Irregularidades menstruais incomuns. 
DIVERSOS • Febres ou suores noturnos; 
• Perturbações emocionais graves recentes; 
• Edema ou rubor em qualquer articulação sem 
histórico de trauma; 
• Gravidez. 
NEUROLÓGICOS • Alterações na audição; 
• Cefaleias frequentes ou graves; 
• Problemas de deglutição ou alterações na fala; 
• Alterações da visão (visão turva ou perda da visão); 
• Problemas de equilíbrio, coordenação ou queda; 
• Desmaios; 
• Fraqueza súbita. 
 
1.2 INSPEÇÃO E PALPAÇÃO 
A inspeção pode ser dividida em duas partes: estática e dinâmica e com a chegada do paciente 
no ambiente de avaliação alguns dados já podem ser observados: nível de consciência, fácies, 
fala, confusão mental, postura, mobilidade, entre outros. 
CABEÇA E PESCOÇO Aqui você deverá observar o tipo de rosto do pacientes (fácies). 
Existem alguns característicos em que o padrão pode levar a suspeita 
de algumas doenças como, por exemplo, hipocráticas (aquele paciente 
extremamente emagrecido), lúpica (aquela que apresenta uma 
vermelhidão em forma de “borboleta”) e também faces com edema, 
paralisia muscular, movimentos involuntários, nódulos/tumores e 
@DUDACFISIO_ 
outras lesões e deformidades. 
TÓRAX Avaliação do padrão respiratório – observar se há dificuldades para 
respirar ou se está usando força excessiva (uso de musculatura acessória) 
para inspirar. O paciente pode estar eupneico ou dispneico (com 
dificuldades de respirar). Observar a frequência respiratória (o paciente 
pode estar bradipneico – “poucas inspirações”, ou taquipneico – “muitas 
inspirações”). Exemplo: um paciente com esforço para respirar e com 
frequência respiratória aumentada encontra-se taquidispneico. 
ABDÔMEN Nessa etapa, deseja-se averiguar observar o paciente, buscando na 
região abdominal lesões, distribuição anormal de pelos, estrias, 
circulação colateral venosa (veias ao redor da cicatriz umbilical), 
cicatrizes. O formato do abdômen também deve ser observado na 
inspeção – plano, globoso, batráquio – presença de ascite, obesos, 
escavada – muito emagrecido. 
MEMBROS Devem ser avaliados como um todo – tamanho (avaliar se não existe 
desproporção entre os membros), simetria, amplitude de movimentos, 
função, cor e textura da pele, padrão venoso e presença de edemas 
(inchaços) e sinais flogísitcos (dor, calor, rubor, tumor e perda de função). 
MARCHA Locomoção bípede ou marcha é uma tarefa funcional que exige 
interações complexas e coordenação entre muitas das principais 
articulações do corpo, especialmente da extremidade inferior. A 
deambulação ou marcha deve ser avaliada quanto a deslocamento linear, 
deslocamento rotacional (graus), passos, ciclo da marcha (apoio e 
balanço, comprimento do passo, comprimento da passada, largura e 
duração do passo). 
 
A palpação é a utilização do sentido do tato com o objetivo de explorar a superfície corporal – 
palpação superficial – e os órgãos internos – palpação profunda. A palpação confirma dados da 
inspeção e permite a obtenção de novos indícios como alteração da textura, tamanho, forma, 
consistência, sensibilidade (tátil, térmica e dolorosa), elasticidade, temperatura, posição e 
característica de cada órgão, resistência muscular, presença de massas e outros. Existem várias 
técnicas de palpação e sua escolha depende do local a ser examinado e do que se pretende 
investigar. 
1.3 SINAIS VITAIS 
Sinais vitais são medidas que fornecem dados fisiológicos indicando as condições de saúde da 
pessoa. As alterações das funções corporais geralmente se refletem na temperatura do corpo, 
na pulsação, na respiração e na pressão arterial, podendo indicar enfermidades. Por essa 
razão, são chamados sinais vitais. Sua verificação tem como objetivo auxiliar na coleta de 
dados e avaliação das condições de saúde da pessoa, bem como instrumentalizarna tomada 
de decisão sobre intervenções específicas. Deverão ser verificados na admissão, durante o 
tratamento e após o tratamento fisioterapêutico. 
 Sinais vitais principais: pulso (frequência cardíaca), respiração (frequência 
respiratória), pressão arterial e temperatura corporal. Alguns autores já incluem a 
avaliação da dor junto aos sinais vitais, como o 5º sinal vital, mas nosso próximo tema 
será a avaliação da dor e iremos nos atentar somente para os quatro iniciais. 
@DUDACFISIO_ 
 
 Frequência cardíaca (FC) e pulso (P): nem sempre as medidas serão equivalentes. Para 
aferição da FC, pode-se auscultar o coração e contar os batimentos cardíacos em 1 
minuto. Para aferição do pulso, normalmente se palpa a artéria radial com o 2° e 3° 
dedos, contando os batimentos em 1 minuto. É importante também comparar a 
frequência cardíaca e o pulso. Nunca verifique o pulso com o polegar, pois ele tem 
pulsação própria e poderá mascarar sua avaliação. Na palpação do pulso, além da 
frequência, podemos verificar o ritmo, a intensidade, a forma. A unidade de medida 
utilizada é: batimentos por minuto (bpm). O padrão de normalidade fica entre: 
• Bebês de menos de 1 ano: 100 a 160 batimentos por minuto; 
• Crianças de 1 a 10 anos: 80 a 120 batimentos por minuto; 
• Crianças de mais de 10 anos e adultos: 60 a 100 batimentos por minuto; 
• Atletas bem treinados: 40 a 60 batimentos por minuto; 
• Adulto: 60 a 100 batimentos por minuto. 
TEMINOLOGIA 
1. Quanto à frequência: 
• Pulso normocárdico: batimento cardíaco normal; 
• Taquisfigmia ou taquicardia: pulso acelerado; 
• Bradisfigmia ou bradicardia: frequência abaixo da faixa normal. 
2. Quanto ao ritmo: 
• Pulso rítmico: os intervalos entre os batimentos são iguais; 
• Pulso arrítmico: os intervalos entre os batimentos são desiguais; 
• Pulso dicrótico: dá impressão de dois batimentos. 
3. Quanto ao volume: 
• Pulso cheio: normal; 
• Pulso filiforme: indica redução da força ou do volume do pulso periférico. 
4. Locais mais comuns para obtenção (palpação) do pulso: 
• Radial – punho; 
• Carótida – pescoço; 
• Femoral - região inguinal; 
• Braquial - face interna do braço; 
• Apical - ausculta cardíaca. 
@DUDACFISIO_ 
 
Frequência respiratória – Contar a quantidade de inspirações em 1 minuto, observando 
movimentos da caixa torácica ou parede abdominal. Não se deve informar ao paciente que sua 
frequência respiratória está sendo verificada, pois inconscientemente ele mudará o padrão 
respiratório. Pode-se utilizar o momento após a verificação da frequência de pulso e desviar o 
olhar, verificando os movimentos da caixa torácica. É importante verificar também o ritmo da 
respiração, que pode conter pausas, períodos de inspiração/expiração profunda ou ser 
arrítmica; uso de musculatura acessória, tiragem (retração dos espaços intercostais, da fossa 
supraclavicular ou da região epigástrica) – que evidenciam dificuldade para respirar. Observar 
se não há tempo expiratório prolongado (o normal é o tempo da inspiração ser maior do que o 
da expiração, o que pode se inverter em situação de broncoespasmo – “crise de asma”). A 
unidade de medida utilizada é incursões respiratórias por minuto (irpm). 
 Respiração (frequência respiratória) normal, pela idade: 
• Recém-nascidos: 44 respirações por minuto; 
• Bebês: 30 a 60 respirações por minuto; 
• Crianças em idade pré-escolar: 20 a 30 respirações por minuto; 
 • Crianças mais velhas: 16 a 25 batimentos por minuto Verificar: batimentos ou 
respirações; 
• Adultos: 12 a 20 batimentos por minuto. Verificar batimento ou respirações; 
• Idosos: 19 a 26 batimentos por minuto. Verificar batimentos ou respirações. 
TERMINOLOGIA 
• Eupneia: respiração normal; 
• Taquipneia: respiração rápida, acima dos valores da normalidade, frequentemente pouco 
profunda; 
• Bradipneia: respiração lenta, abaixo da normalidade; 
• Dispneia: é a respiração difícil, trabalhosa ou curta. É sintoma comum de várias doenças 
pulmonares e cardíacas; pode ser súbita ou lenta e gradativa; 
• Ortopneia: é a incapacidade de respirar facilmente, exceto na posição ereta; 
• Apneia: ausência da respiração; 
• Respiração de Cheyne-Stokes: respiração em ciclos, que aumenta e diminui a profundidade, 
@DUDACFISIO_ 
com períodos de apneia. Quase sempre ocorre com a aproximação da morte; 
• Respiração de Kussmaul: inspiração profunda seguida de apneia e expiração suspirante, 
característica de coma diabético; 
• Respiração de Biot: respirações superficiais durante 2 ou 3 ciclos, seguidos por período 
irregular de apneia; 
• Respiração sibilante: sons que se assemelham a assovios. 
 Pressão arterial (PA) – A aferição da PA requer preparação do paciente e escolha do 
material adequado. Antes de aferir a PA, deve-se fazer as seguintes perguntas ao 
paciente: 
• Fumou ou bebeu café ou outros estimulantes há menos de 30 minutos; 
• Está sentindo dor; 
• Está com a bexiga cheia; 
• Está em repouso há menos de 3 minutos. 
Se a resposta para todas as perguntas for “não”, podemos prosseguir com o procedimento. O 
braço que terá a PA aferida deverá estar apoiado sobre um suporte, na altura do coração. Não 
deve estar pendente. O paciente pode estar em pé, sentado ou deitado (para o diagnóstico de 
hipertensão arterial sistêmica, utilizamos os resultados quando o paciente está sentado). Esse 
braço não pode ter manga de roupa e não pode estar edemaciado ou ter fístula arteriovenosa. 
Podemos, então, colocar o manguito. Para isso, devemos escolher aquele cuja câmara tenha 
uma largura de cerca de 40% da circunferência do braço e um comprimento de cerca de 80% 
da circunferência do braço (na prática, a maioria dos pacientes encaixa-se na faixa normal; se 
ele for obeso, faça as medições e peça o manguito de obeso, se ele for muito magro, solicite o 
manguito infantil). Após palpar o pulso da artéria braquial (fica logo abaixo do bíceps), para 
verificar se há pulso viável, o manguito correto deve ser posicionado obedecendo à sinalização 
da “artéria braquial”, uns quatro dedos acima da prega do cotovelo. Uma vez preparado o 
paciente, a aferição da PA (que é medida em mmHg) segue o seguinte protocolo: 
1. Com uma das mãos, palpe a artéria radial (fica do lado do osso rádio, próximo à mão, visto 
na figura 1.2) e, com a outra, insufle o manguito. A pressão sistólica estimada será aquela em 
que você deixar de sentir o pulso radial; 
2. Coloque o estetoscópio sobre o local onde você palpou o pulso da artéria braquial e insufle 
o manguito cerca de 30 mmHg acima do valor estimado de pressão sistólica; 
3. Esvazie o manguito à razão de 2 a 3 mmHg/seg e atente-se aos sons de Korotkoff (uma 
espécie de “TUM” que surge durante a sístole). OBS: os sons de Korotkoff possuem várias 
fases, mas o importante é saber que: 
• Fase I (aparecimento do som, o primeiro “TUM”): momento em que a pressão no manguito 
se iguala à maior pressão na artéria braquial, que corresponde à pressão sistólica. 
• Fase V (desaparecimento dos sons): a pressão no manguito se iguala à menor pressão na 
artéria, que corresponde à pressão diastólica. 
Através de estudos, descobriu-se que a pressão arterial varia ao longo da vida, se- guindo 
quatro fases bem distintas, sempre em relação ao padrão de 120 x 80mmHg: 
@DUDACFISIO_ 
• um rápido aumento durante o crescimento do adolescente; 
• um suave aumento no início da idade adulta; 
• um aumento na meia-idade (em geral, ao redor dos 40 anos); 
• um aumento lento e uma reversão da pressão arterial na terceira idade. 
TERMINOLOGIA 
• Hipotensão: inferior a 100 x 60 mmHg; 
• Normotensão: 120 x 80 mmHg; 
• Hipertensão-limite: 140 x 90 mmHg; 
• Hipertensão moderada: 160 x 100 mmHg; 
• Hipertensão grave: superior a 180 x 110 mmHg; 
• Hipotensão: PA inferior à média; 
• Convergente: a sistólica e a diastólica se aproximam; 
• Divergente: a sistólica e a diastólica se afastam. 
 Temperatura – temperatura é a medidado calor do corpo: é o equilíbrio entre o calor 
produzido e o calor perdido. Varia de pessoa para pessoa. A temperatura corporal é 
geralmente menor de manhã e maior à tarde. 
 Material: termômetro de mercúrio – deve ser lavado com água e sabão a cada uso, 
secado e colocado em solução antisséptica. Antes da tomada de temperatura, a coluna 
de mercúrio deve ser baixada até o nível mínimo. 
 Fatores que alteram a temperatura: atividades físicas; fatores emocionais; distúrbios da 
glândula tireoide; alimentação; ambiente; vestuário; efeito da ovulação sobre a 
temperatura; medicamentos; doenças; traumas. 
Valores da temperatura média de cada local do corpo: 
• Temperatura axilar: 36°C a 36,8°C; 
• Temperatura bucal: 36,2°C a 37°C; 
• Temperatura retal: 36,4° C a 37,2° C. 
TERMINOLOGIA 
• Febre/pirexia: aumento patológico da temperatura corporal (37,6 a 38,9° C); 
• Hiperpirexia: elevação da temperatura do corpo ou de uma parte do corpo acima do valor 
normal (> acima de 39° C); 
• Hipotermia: redução da temperatura do corpo ou de uma parte do corpo abaixo do valor 
normal (< 36,5° C); 
• Normotérmico/apirexia: temperatura normal (36,5 °C a 37,2 °C). 
1.4 DOR E AVALIAÇÃO 
A dor não é um aspecto simples de se avaliar, pois é sempre subjetiva: não conseguimos 
visualizar a dor por meio de um exame de imagem, por exemplo. Assim, toda a avaliação do 
paciente com dor é feita com base em seu próprio relato. Muitos estudos têm apontado à 
importância da avaliação da dor, alguns deles sugerindo que seja considerado como o quinto 
@DUDACFISIO_ 
sinal vital. Dessa forma, a equipe de profissionais de saúde de qualquer hospital ou clínica, ao 
registrar os sinais do paciente (pressão, temperatura, frequência cardíaca e frequência 
respiratória), deveria também fazer o registro da dor. Para se medir a intensidade da dor que o 
paciente sente, há escalas específicas. As mais simples e utilizadas são a Escala Visual 
Analógica (EVA) e a Escala Visual Numérica (EVN). Através delas, o paciente pode apontar para 
o profissional de saúde o quão intensa é a sua dor: em um extremo, está à condição sem dor 
ou dor "nota zero". No extremo oposto, está à dor pior que a pessoa já sentiu ou "dor nota 
dez". 
 
A dor é uma condição complexa e exige que a sua avaliação aborde diversos aspectos. Além da 
intensidade, é fundamental saber as características da dor, o que a faz piorar ou melhorar e 
quais são seus impactos na vida do paciente. É importante obter do paciente a descrição exata 
da dor. Como ela varia de intensidade e qualidade, torna-se difícil para o paciente descrevê-la. 
O questionário de Dor de McGill (MPQ) foi à primeira tentativa sistemática de usar expressões 
verbais para avaliar a qualidade dos sintomas e foi o instrumento mais utilizado na prática e 
pesquisa da dor. 
É importante diferenciar as dores agudas das crônicas. As dores agudas são consideradas 
fisiológicas, como um sinal de alerta da maior importância para a sobrevivência. Tem duração 
limitada no tempo e espaço, cessando com a resolução do processo agressivo. Já as dores 
crônicas não têm a finalidade biológica de alerta e sobrevivência podendo-se dizer que se 
constituem como verdadeiramente uma doença. Com relação ao aspecto temporal, as 
definições variam quanto à sua conceituação, da duração de mais de três ou seis meses ou as 
que persistem após a cura da lesão inicial. Algumas vezes não se consegue uma causa evidente 
e clara, o que não invalida o seu diagnóstico e sua existência. Um instrumento bastante 
utilizado na avaliação do paciente com dor é a Escala de Qualidade de Vida, SF-36. Trata-se de 
um questionário com 36 itens, que aborda diferentes dimensões da vida da pessoa, como 
capacidade funcional e estada geral de saúde, além de aspectos físicos, emocionais e sociais. 
Numa avaliação funcional, quando a queixa principal do paciente é a dor, dados sobre ela são 
muito relevantes. As principais perguntas que se referem à dor dão bons indicativos para 
continuação da anamnese. São elas: 
• Onde dói? (o paciente deve mostrar o local) 
• Quando começou? 
• Como começou? (súbito ou progressivo) 
• Como evoluiu? (como estava antes e como está agora) 
• Qual o tipo da dor? (queimação, pontada, pulsátil, cólica, constritiva, contínua, cíclica, 
profunda, superficial) 
• Qual a duração da crise? (se a dor for cíclica) 
• É uma dor que se espalha ou não? 
@DUDACFISIO_ 
• Qual a intensidade da dor? (forte, fraca ou usar escala de 1 a 10) 
• A dor impede a realização de alguma tarefa? 
• Em que hora do dia ela é mais forte? 
• Existe alguma coisa que faça a dor melhorar ou piorar? 
• A dor é acompanhada de mais algum sintoma? 
TIPO DE DOR ESTRUTURA 
Cãibra, indistinta, contínua Músculo 
Aguda em tiro Raiz nervosa 
Aguda, viva, como um relâmpago Nervo 
Ardente, pressionando, ferroando, 
contínua 
Nervo simpático 
Profunda, importuna, indistinta Osso 
Nítida, intensa, intolerável Fratura 
Latejante, difusa Vascular 
 
1.5 SINAIS, SINTOMAS E SÍNDROME 
Sinais e sintomas de uma doença são coisas distintas, pois dependem da perspectiva de 
quem está relatando a história clinica ou avaliando a situação na relação profissional de 
saúde-paciente. 
SINTOMA São os relatos, as queixas, aquilo que o paciente expõe durante a 
anamnese. É uma queixa subjetiva. É o que o paciente sente e relata 
durante uma consulta. Não há uma tradução no exame físico. Exemplo: dor 
torácica (dor no peito), dor irradiada pelo membro inferior. 
SINAL É um achado no exame físico – um dado objetivo – que pode ou não ser 
relatado pelo paciente. São as imagens, os sons e outros dados objetivos que 
o profissional vê, escuta, ausculta (com o auxílio do estetoscópio) e sente 
quando realiza o exame físico. É o que se consegue de dados pela observação 
direta. Exemplo: movimento e deformidade articular, edema, acúmulo de 
secreção pulmonar. 
SÍNDROME É um conjunto de sinais e sintomas típicos de uma determinada doença. 
Exemplo: características físicas específicas da síndrome de Down (olhos 
amendoados, mãos com prega única na palma, membros mais curtos, tônus 
muscular mais baixo e língua protrusa) ou sinais e sintomas típicos da 
síndrome da insuficiência cardíaca congestiva (falta de ar – dispneia e edema 
nos membros inferiores). 
 
1.6 TESTES ESPECIFICOS 
O exame aqui descrito relaciona-se com as articulações do corpo, seu movimento e sua 
estabilidade. É necessário examinar todos os tecidos apropriados para delinear a área afetada, 
a qual pode, em seguida, ser examinada em detalhe, como será exposto nesse livro. Teremos 
capítulos específicos de coluna vertebral, tórax, membros superiores e membros inferiores. 
Aplicação de tensão, alongamento ou contração isométrica de tecidos específicos produzem 
tanto uma resposta normal como uma normal apropriada. Essa ação possibilita determinar a 
@DUDACFISIO_ 
natureza e o local dos sintomas presentes e a resposta do paciente a esses sintomas. O exame 
mostra se certas atividades provocam ou alteram a dor do paciente e, deste modo, associa-se 
a resposta subjetiva do paciente com os achados dos testes. 
Em toda avaliação, o examinador procura dois conjuntos de dados: 
1. O que o paciente sente (dados subjetivos). 
2. Respostas que podem ser medidas ou apuradas pelo examinador (dados objetivos) 
 Medula espinhal e raízes nervosas – A raiz nervosa é a parte de um nervo que conecta o 
nervo com a medula espinal. As raízes nervosas originam-se de cada nível da medula 
espinal (por exemplo, C3, C4) e muitas, mas não todas, interconectam-se em um plexo 
(braquial, lombar ou lombossacral) para formar nervos periféricos. Esse arranjo pode 
resultar em uma raiz nervosa suprindo mais de um nervo periférico. Por essa razão, se for 
aplicado pressão à raiz nervosa, a distribuição da sensibilidade (dermátomos) ou dafunção 
motora (miótomos) é muitas vezes sentida ou exibida na distribuição de mais de um nervoperiférico. 
 
RAIZ NERVOSA MOVIMENTO 
C1-C2 Flexão de pescoço 
C3 Flexão lateral do pescoço 
C4 Elevação do ombro 
C5 Abdução do braço 
C6 Flexão do cotovelo e extensão do punho 
C7 Extensão do cotovelo e flexão do punho 
C8 Extensão e desvio ulnar do polegar 
T1 Abdução do 5° dedo (mindinho) 
L2 Flexão de quadril 
L3 Extensão do joelho 
L4 Dorsiflexão do tornozelo 
L5 Extensão do hálux 
L6 Pantiflexão do tornozelo, eversão do tornozelo e extensão do quadril 
@DUDACFISIO_ 
S2 Flexão do joelho 
 
 Nervos periféricos – os nervos periféricos constituem um tipo de tecido inerte, pelo fato 
de que não são tecidos contráteis, mas são necessários para o funcionamento normal do 
músculo voluntário. O examinador deve estar alerta para uma potencial lesão do tecido 
nervoso, quando estiver examinando tanto o tecido contrátil como o inerte. Os nervos 
periféricos são mais comumente afetados por pressão, tração, atrito, anoxia ou corte. 
Como exemplos, podemos citar compressão do nervo mediano, no túnel do carpo; tração 
do nervo fibular comum na cabeça da fíbula durante uma entorse em inversão de 
tornozelo. Resfriamento, congelamento, lesão térmica ou elétrica também podem afetar 
os nervos periféricos. 
 Movimentos ativos – os movimentos ativos têm seu próprio valor pelo fato de 
combinarem testes de amplitude articular (goniometria), controle, força motora e 
disposição do paciente de executar o movimento. Tecidos contráteis, inertes e nervosos 
são envolvidos ou movidos durante o movimento ativo. Devemos observar quais os 
movimentos que causam dor ou outro sintoma e a quantidade e qualidade do movimento. 
Deve-se observar, também, o ritmo do movimento juntamente com qualquer dor, 
limitação ou movimentos substitutos (truques) que ocorram. Deve-se observar, no arco do 
movimento, o grau que apresenta a dor ou disfunção, sempre comparando os dois 
hemicorpos. 
A amplitude de movimento ativo e passivo pode ser medida com o uso de um goniômetro, 
que possui nível satisfatório de confiabilidade intraobservador. Essa medida pode ser 
comparada à observação visual de fisioterapeutas experientes. 
ARTICULAÇÃO AÇÃO GRAUS DE MOVIMENTOS 
OMBRO Flexão 
extensão 
abdução 
rotação interna 
rotação externa 
0-180 
0-40 
0-180 
0-80 
0-90 
COTOVELO Flexão 0-150 
ANTEBRAÇO Pronação 
supinação 
0-80 
0-80 
PUNHO Flexão 
extensão 
desvio radial 
Desvio ulnar 
0-60 
0-60 
0-20 
0-30 
QUADRIL Flexão 
extensão 
abdução 
adução 
rotação interna 
rotação externa 
0-100 
0-30 
0-40 
0-20 
0-40 
0-50 
JOELHO Flexão 0-150 
TORNOZELO Flexão plantar 
dorsiflexão 
0-40 
0-20 
PÉ Inversão 
eversão 
0-30 
0-20 
@DUDACFISIO_ 
 Movimentos passivos – se os movimentos ativos não reproduzirem os sintomas 
do paciente porque este evita deslocar-se até a parte dolorosa, é importante 
executar a amplitude de movimento de forma passiva para investigação. Os testes 
de amplitude de movimento passivo fornecem informações sobre a integridade 
dos tecidos inertes e contráteis, bem como a sensação de “final de movimento”. 
Há três sensações finais normais clássicas: 
• Osso-com-osso: essa é uma sensação “dura” que não cede e é indolor, exemplo – 
extensão de cotovelo. 
• Aproximação de tecidos moles: na sensação final há uma compressão cedendo, que 
detém o movimento adicional, exemplo: flexão de cotovelo ou joelho, onde há uma 
interrupção pelo volume dos músculos.

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