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Aulas-1-a-10-Letramento-e-Alfabetização-1

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FACULDADE FUTURA 
 
 
 
 
 
 
 
LETRAMENTO E 
ALFABETIZAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
VOTUPORANGA – SP 
 
 
1 
 
 
 
1 DESCREVENDO SOBRE “ALFABETIZAÇÃO” E “LETRAMENTO” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: https://hayzblog.files.wordpress.com 
O professor canadense Serge Wagner, já em 1990, apresenta-nos 
conceitos muito interessantes, pois acompanham o termo “alfabetização” e 
tecem sentidos a este, refinando-o e, por isso, permitem trabalhos mais precisos 
junto com minoria linguísticas no âmbito do ensino, da pesquisa e da extensão. 
São eles: “analfabetismo de minorias”; “analfabetismo de opressão”; 
“analfabetismo de resistência”; e “alfabetização de afirmação nacional”. 
Para compreendermos as suas definições, é importante levarmos em 
consideração como este autor define “minoria linguística”, pela sua composição, 
a saber: 
1- Povos aborígenes: grupo de pessoas que se encontram no local há 
muito tempo e que podem ser considerados os “primeiros” habitantes 
da terra: indígenas no Brasil. 
2- Minorias estáveis: grupos que se estabelecem no local há muito tempo 
e que mantêm certas diferenças com a população local: Catalões na 
Espanha. 
AULAS 1 A 10 
http://faculdadefutura.com.br/
 
 
2 
 
3- Novas Minorias: grupos recém-chegados na nova localidade, 
chamados também de migrantes: nordestinos em São Paulo. 
Para Wagner (1990), quando uma minoria linguística se vê em contato 
com uma língua majoritária, dominante em determinado local, existem duas 
formas de manifestação do “analfabetismo”: o “analfabetismo de opressão” ou o 
“analfabetismo de resistência”. Este é uma reação de um grupo de pessoas, que 
recusa o processo de assimilação, ou, ainda, de aculturação proposto. 
Pontuamos que está “recusa” pode se dar do mais consciente até o inconsciente, 
com o objetivo de salvaguardar a cultura de origem da parte “mais fraca” da 
sociedade em questão. Nesta direção, quando ocorre esta modalidade de 
“alfabetização”, a pessoa, ou o grupo, pode reivindicar o direito de aprender à 
escrita e a leitura de sua própria língua, quando esta possui versão escrita; e 
caso esta língua não possua escrita, o grupo, ou pessoa, torna-se “duplamente 
analfabeto”, pois não pode aprender a língua que gostaria e não aprende a língua 
majoritária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: www.atividadesparaeja.online.com.br 
 
 
http://faculdadefutura.com.br/
 
 
3 
 
Por outro lado, o “analfabetismo de opressão” tende a se desenvolver 
quando a minoria em questão é obrigada a aprender a língua do grupo 
dominante, seja pelo sistema público de ensino, seja pela necessidade de 
inserção no mercado de trabalho. Para Wagner (1990), neste caso, ao longo do 
tempo, a cultura da minoria, em processo de alfabetização na língua do outro, 
desaparece. Temos as minorias que frequentam escolas públicas, onde são 
“obrigadas” a aprender a língua do grupo social dominante. Tal situação de 
“obrigação” provoca, para o estudioso canadense, todos os tipos de efeitos 
pedagógicos. 
Dentre eles, destacamos: “o aluno pertinente à minoria fica defasado”; “o 
aluno perde sua língua de origem e aprende mal a língua dominante por meio da 
qual ele deve pensar, agir, trabalhar”, e, ainda, “um sujeito mal equipado do 
ponto de vista linguístico”. O outro conceito de Serge Wagner (1990) que 
destacamos é o de “alfabetização de afirmação nacional”, que significa o 
aceitamento do aprendizado de uma língua, que não é a sua língua materna, 
sabendo que este processo deve ocorrer para determinados fins de afirmação 
do seu país, e de si mesmo, porém, tal aprendizado não significa romper com 
suas raízes. Ou seja, é uma alfabetização que significa o “aprender mais uma 
língua”, que nada se relaciona com o abandono da sua própria. Wagner ressalta 
termos decorrentes desta situação social: “alfabetização de afirmação 
comunitária” e “alfabetização de afirmação individual”. Finalmente, não obstante 
está “aceitação”, caso estas minorias venham a manter sua língua materna, 
sempre em paralelo com a do grupo dominante, por meio de instâncias 
institucionalizadas, com o passar dos anos, uma situação de separatismo 
político-administrativo pode ocorrer. 
No artigo, O ser e as Letras: da voz à letra, um caminho que construímos 
todos, Biarnés (1998) afirma que cada um de nós constrói uma relação com o 
mundo das letras e, por meio desta relação, constrói-se a si mesmo. Ou seja, 
ninguém está fora deste mundo e, mais do que isto, ele atribui e retribui sentidos 
para esta relação ao longo da vida. Vejamos abaixo diferentes passagens deste 
artigo, que juntas nos dão clareza acerca da relação entre Homem e letra: 
A letra me permite encontrar o outro, encontrar a alteridade e, 
sobretudo, construir ‘meu outro’ em mim. A letra, objeto do outro se a 
http://faculdadefutura.com.br/
 
 
4 
 
leio, objeto para o outro se a escrevo, é um espelho mágico que me 
permite reconhecer-me, descobrindo-me outro. O problema do acesso 
à leitura, como o da iniciação à escrita, está aí. Para que, pela letra, eu 
possa conhecer-me outro, é necessário que eu possa antes 
reconhecer-me nela [...] Construir uma relação de funcionalidade com 
a letra é ser em vir-a-ser. Mas ser em vir-a-ser implica um duplo 
movimento: abandonar o presente e construir o futuro, ‘fazer não ser o 
meu ser e ser um não-ser’ [...] A funcionalidade da letra não é saber 
preencher o formulário da Previdência, ou saber responder ao 
questionário da assistente social, ou da apostila do professor. Propor 
esse tipo de exercício em um estágio de formação, ou na escola, é um 
non-sens? se o exercício não servir de estímulo à leitura do livro. A 
funcionalidade da letra é ser capaz de descobrir o segredo contido no 
livro! Só se aprende ou se reaprende a ler nos livros! Foi isso, 
exatamente, que nos mostrou aquela pessoa que tinha "falado de 
literatura" com sua professora. Só a letra do livro pode deslocar o 
sujeito de sua aderência ao espaço-tempo de seu meio, daquela 
"imagem do mesmo", e abrir, então, o espaço do jogo onde a letra tem 
sentido. 
2 O QUE É LETRAMENTO? 
Letramento é o estado em que vive o indivíduo que não só sabe ler e 
escrever, mas exerce as práticas sociais de leitura e escrita que circulam na 
sociedade em que vive. (SOARES, 2000). O termo letramento passou a ter 
veiculação no setor educacional há pouco menos de vinte anos, primeiramente 
entre os linguistas e estudiosos da língua portuguesa. 
No Brasil, o termo foi usado pela primeira vez por Mary Kato, em 1986, na 
obra "No mundo da escrita: uma perspectiva psicolinguística". Dois anos depois, 
passou a representar um referencial no discurso da educação, ao ser definido 
por Tfouni em "Adultos não alfabetizados: o avesso dos avessos". 
Segundo Soares (2003), foram feitas buscas em dicionários da língua 
portuguesa quanto ao significado da palavra e nada foi encontrado nem mesmo 
nas edições mais recentes dos anos de 1998 e 1999. Na realidade, o termo 
originou-se de uma versão feita da palavra da língua inglesa "literacy", com a 
representação etimológica de estado, condição ou qualidade de ser literate, e 
literate é definido como educado, especialmente, para ler e escrever. 
http://faculdadefutura.com.br/
 
 
5 
 
Assim como as sociedades no mundo inteiro, tornam-se cada vez mais 
centradas na escrita, e com o Brasil não poderia ser diferente. E como ser 
alfabetizado, ou seja, saber ler e escrever, é insuficiente para vivenciar 
plenamente a cultura escrita e responder às demandas da sociedade atual, é 
preciso letrar-se, ou seja, tornar-se um indivíduo que não só saiba ler e escrever, 
mas exercer as práticas sociais de leitura e escrita que circulam na sociedade 
em que vive (Soares, 2000). 
2.1 Sociedade letrada/sujeito letrado 
"Letrado" poderia ser, então, o sujeito - criança ou adulto - que, 
independentemente de (já) ter idoà escola e de ter aprendido a ler e escrever 
(ter sido alfabetizado), usasse ou compreendesse certas estratégias próprias de 
uma cultura letrada. (KLEIMAN, 1995, p. 19, apud MELLO; RIBEIRO, 2004, p. 
26). 
Para um sujeito ser considerado letrado não é necessário que tenha 
frequentado a escola ou que saiba ler e escrever, basta que o mesmo exercite a 
leitura de mundo no seu cotidiano, sendo um cidadão partícipe de sua 
comunidade, atuando em associações, clubes, instituições, igreja, entre outros. 
Quem é letrado 
[...] utiliza a escrita para escrever uma carta através de um 
outro indivíduo alfabetizado, um escriba, mas é necessário enfatizar 
que é o próprio analfabeto que dita o seu texto, logo ele lança mão de 
todos os recursos necessários da língua para se comunicar, mesmo 
que tudo seja carregado de suas particularidades. Ele demonstra com 
isso que conhece de alguma forma as estruturas e funções da escrita. 
O mesmo faz quando pede para alguém ler alguma carta que recebeu, 
ou texto que contém informações importantes para ele. (SOARES, 
2003, p. 43 apud PEIXOTO et al, 2004). 
 
 
 
 
 
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6 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: www.alototal.com.br/a-importancia-da-leitura-na-infancia/ 
 
O sujeito analfabeto não compreende a decodificação dos signos, mas 
possui um determinado grau de letramento pela prática de vida que tem em uma 
sociedade grafo Centrica, ele é letrado, porém não com plenitude. Uma criança 
que mesmo antes de estar em contato com a escolarização, e que não saiba 
ainda ler e escrever, porém, tem contato com livros, revistas, ouve histórias lidas 
por pessoas alfabetizadas, presencia a prática de leitura, ou de escrita, e a partir 
daí também se interessa por ler, mesmo que seja só encenação, criando seus 
próprios textos "lidos", ela também pode ser considerada letrada. (SOARES, 
2003, p. 43 apud PEIXOTO et al, 2004). 
Como Soares nos relata, este é um outro grau de letramento, e há ainda 
aquele indivíduo que, mesmo tendo escolarização ou sendo alfabetizado, possui 
um grau de letramento muito baixo, ou seja, é capaz de ler e escrever, mas tem 
dificuldade ao fazer o uso adequado da leitura e da escrita, não possuindo 
habilidade para essas práticas, não sendo capaz de compreender e interpretar 
o que lê assim como não consegue escrever cartas ou bilhetes. Por esse 
indivíduo ser alfabetizado, mas não dominar as práticas sociais da leitura e da 
escrita, considera-se um sujeito iletrado. No entanto, em uma sociedade grafo 
Centrica, acredita-se que não há sujeito com grau "zero de letramento", ou seja, 
sujeito iletrado, pois os tipos e os níveis de letramento estão ligados às 
necessidades e exigências de uma sociedade e de cada indivíduo no seu meio 
social. 
 
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Fonte:www.adrigomes.com/trocaliteraria.com.br 
3 ALFABETIZAR LETRANDO 
Porque alfabetização e letramento são conceitos frequentemente 
confundidos ou sobrepostos, é importante distingui-los, ao mesmo tempo que é 
importante também aproximá-los: a distinção se faz necessária porque a 
introdução, no campo da educação, do conceito de letramento tem ameaçado 
perigosamente a especificidade do processo de alfabetização; por outro lado, a 
aproximação é necessária porque não só o processo de alfabetização, embora 
distinto e específico, altera-se e reconfigura-se no quadro do conceito de 
letramento, como também este é dependente daquele. (SOARES, 2003, p. 90 
apud COLELLO, 2004) 
O processo de letramento inicia-se quando a criança nasce em uma 
sociedade grafo Centrica, começando a letrar-se a partir do momento em que 
convive com pessoas que fazem uso da língua escrita, e que vive em ambiente 
rodeado de material escrito. Assim ela vai conhecendo e reconhecendo práticas 
da leitura e da escrita. Já o processo da alfabetização inicia-se quando a criança 
chega à escola. Cabe à educação formal orientar esse processo metodicamente, 
mas, segundo Peixoto (et al, 2004), não basta apenas o saber ler e escrever, 
necessário é saber fazer uso do ler e do escrever, saber responder às exigências 
de leitura e de escrita que a sociedade faz, pois: enquanto a alfabetização se 
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ocupa da aquisição da escrita por um indivíduo, ou grupo de indivíduos, o 
letramento focaliza os aspectos sócio históricos da aquisição de uma sociedade. 
(TFOUNI, 1995, p. 20 apud COLELLO, 2004). 
Depois que se iniciaram os estudos do letramento, o conceito de 
alfabetização foi reduzido à mera decodificação, ao simples ensinar a ler e 
escrever. Não devemos desmerecer a árdua tarefa, a importância de ensinar a 
ler e a escrever, pois a aquisição do sistema alfabético se faz necessária para o 
indivíduo entrar no mundo da leitura e da escrita. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:www.encrypted-tbn1.gstatic.com/images.com.br 
Na realidade, alfabetização e letramento, esses dois processos, 
caminham juntos, ou melhor o processo de letramento, como vimos, antecede a 
alfabetização, permeia todo o processo de alfabetização e continua a existir 
quando já estamos alfabetizados. Segundo Soares (2000) deve-se alfabetizar 
letrando: Alfabetizar letrando significa orientar a criança para que aprenda a ler 
e a escrever levando-a a conviver com práticas reais de leitura e de escrita: 
substituindo as tradicionais e artificiais cartilhas por livros, por revistas, por 
jornais, enfim, pelo material de leitura que circula na escola e na sociedade, e 
criando situações que tornem necessárias e significativas práticas de produção 
de textos. 
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9 
 
3.1 O papel do educador no letramento 
O educador que se dispõe a exercer o papel de "professor-letrador" 
considera que: [...] o ato de educar não é uma doação de conhecimento do 
professor aos educandos, nem transmissão de ideias, mesmo que estas sejam 
consideradas muito boas. Ao contrário, é uma contribuição "no processo de 
humanização". Processo este de fundamental papel no exercício de educador 
que acredita na construção de saberes e de conhecimentos para o 
desenvolvimento humano, e que para isso se torna um instrumento de 
cooperação para o crescimento dos seus educandos, levando-os a criar seus 
próprios conceitos e conhecimento. (FREIRE, 1990 apud PEIXOTO et al, 2004). 
Mas se faz necessário que o educador, principalmente o que já se 
encontra há anos exercendo o papel de professor-alfabetizador e que confia 
plenamente na mera aquisição de decodificação, aceite romper paradigmas e 
acreditar que as transformações que ocorrem na sociedade contemporânea 
atingem todos os setores, assim como também a escola e os saberes do 
educador, pois métodos que aprenderam há décadas podem e devem ser 
aprimorados, atualizados ou até mesmo modificados. O conhecimento não pode 
manter-se estagnado, pois ele nunca se completa ou se finda. 
Então, antes de o professor querer exercer esse papel de "professor-
letrador" é necessário que ele se conscientize e busque ser letrado, domine a 
produção escrita, as ferramentas de busca de informação e seja um bom leitor e 
um bom produtor de textos. Mas para que se torne capaz de letrar seus alunos, 
é preciso que conheça o processo de letramento e que reconheça suas 
características e peculiaridades. E Soares (2000) pensa que: Os cursos de 
formação de professores, em qualquer área de conhecimento, deveriam centrar 
seus esforços na formação de bons leitores e bons produtores de texto naquela 
área, e na formação de indivíduos capazes de formar bons leitores e bons 
produtores de textos naquela área. 
Percebemos que a ineficácia na formação dos professores reflete na 
formação de um sujeito que seja um bom leitor e produtor de textos. Atualmente, 
temos recursos a que o próprio educador pode recorrer para aprimorar seu 
conhecimento. Masainda não são todos os que têm essa coragem de 
reconhecer que precisa aprender e aprender sempre. O professor, hoje em dia, 
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10 
 
tem a oportunidade de estudar os Parâmetros Curriculares Nacionais e cito aqui, 
em especial, o de Língua Portuguesa que traz, em linguagem simples, o ensino 
da língua de forma contextualizada para auxiliá-lo em sua prática em sala de 
aula e em seu planejamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte:www.revide.com.br 
 
Os estudos realizados por Peixoto (et al, 2004) sobre o papel do 
"professor-letrador, ao analisar a prática do letramento pelo professor, destacou 
alguns passos para o desempenho desse papel que considero relevante citar: 
 Investigar as práticas sociais que fazem parte do cotidiano do 
aluno, adequando-as à sala de aula e aos conteúdos a serem 
trabalhados; 
 Planejar suas ações visando ensinar para que serve a linguagem 
escrita e como o aluno poderá utilizá-la; 
 Desenvolver no aluno, através da leitura, interpretação e produção 
de diferentes gêneros de textos, habilidades de leitura e escrita que 
funcionem dentro da sociedade; 
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 Incentivar o aluno a praticar socialmente a leitura e a escrita, de 
forma criativa, descobridora, crítica, autônoma e ativa, já que a 
linguagem é interação e, como tal, requer a participação 
transformadora dos sujeitos sociais que a utilizam; 
 Recognição, por parte do professor, implicando assim o 
reconhecimento daquilo que o educando já possui de 
conhecimento empírico, e respeitar, acima de tudo, esse 
conhecimento; 
 Não ser julgativo, mas desenvolver uma metodologia avaliativa 
com certa sensibilidade, atentando-se para a pluralidade de vozes, 
a variedade de discursos e linguagens diferentes; 
 Avaliar de forma individual, levando em consideração as 
peculiaridades de cada indivíduo; 
 Trabalhar a percepção de seu próprio valor e promover a 
autoestima e a alegria de conviver e cooperar; 
 Ativar mais do que o intelecto em um ambiente de aprendizagem, 
ser professor aprendiz tanto quanto os seus educandos; e 
 Reconhecer a importância do letramento, e abandonar os métodos 
de aprendizado repetitivo, baseados na descontextualização. 
Esses passos devem servir como norteadores à prática dos professores 
que buscam exercer verdadeiramente o papel de "professor-letrador". 
4 POR QUE SURGIU A PALAVRA LETRAMENTO? 
A palavra analfabetismo nos é familiar, usamos essa palavra há séculos, 
ela já está presente em textos do tempo em que éramos Colônia de Portugal. É 
um fenômeno interessante: usamos, há séculos, o substantivo que nega, e não 
sentíamos necessidade do substantivo que afirmasse: alfabetismo ou 
letramento. Por que só agora, no fim do século XX, a palavra letramento se 
tornou necessária? 
Palavras novas aparecem quando novas ideias ou novos fenômenos 
surgem. Convivemos com o fato de existirem pessoas que não sabem ler e 
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escrever, pessoas analfabetas, desde o Brasil Colônia, e ao longo dos séculos 
temos enfrentado o problema de alfabetizar, de ensinar as pessoas a ler e 
escrever; portanto: o fenômeno do estado ou condição de analfabeto nós o 
tínhamos (e ainda temos...), e por isso sempre tivemos um nome para ele: 
analfabetismo. 
À medida que o analfabetismo vai sendo superado, que um número cada 
vez maior de pessoas aprende a ler e a escrever, e à medida que, 
concomitantemente, a sociedade vai se tornando cada vez mais centrada na 
escrita (cada vez mais grafo Centrica), um novo fenômeno se evidencia: não 
basta apenas aprender a ler e a escrever. As pessoas se alfabetizam, aprendem 
a ler e a escrever, mas não necessariamente incorporam a prática da leitura e 
da escrita, não necessariamente adquirem competência para usar a leitura e a 
escrita, para envolver-se com as práticas sociais de escrita: não leem livros, 
jornais, revistas, não sabem redigir um ofício, um requerimento, uma declaração, 
não sabem preencher um formulário, sentem dificuldade para escrever um 
simples telegrama, uma carta, não conseguem encontrar informações num 
catálogo telefônico, num contrato de trabalho, numa conta de luz, numa bula de 
remédio... Esse novo fenômeno só ganha visibilidade depois que é minimamente 
resolvido o problema do analfabetismo e que o desenvolvimento social, cultural, 
econômico e político traz novas, intensas e variadas práticas de leitura e de 
escrita, fazendo emergirem novas necessidades, além de novas alternativas de 
lazer. Aflorando o novo fenômeno, foi preciso dar um nome a ele: quando uma 
nova palavra surge na língua, é que um novo fenômeno surgiu e teve de ser 
nomeado. Por isso, e para nomear esse novo fenômeno, surgiu a palavra 
letramento. 
Compreendido o que é letramento, por que surgiu a palavra letramento, 
qual a origem da palavra letramento, pode-se voltar à diferença entre letramento 
e alfabetização: 
 
 Alfabetização = ação de ensinar/aprender a ler e a escrever 
 Letramento = estado ou condição de quem não apenas sabe ler e 
escrever, mas cultiva e exerce as práticas sociais que usam a escrita. 
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13 
 
Cultiva = dedica-se a atividades de leitura e escrita 
Exerce = responde às demandas sociais de leitura e escrita 
Precisaríamos de um verbo "letrar" para nomear a ação de levar os 
indivíduos ao letramento... Assim, teríamos de alfabetizar e letrar como duas 
ações distintas, mas não inseparáveis, ao contrário: o ideal seria alfabetizar 
letrando, ou seja: ensinar a ler e a escrever no contexto das práticas sociais da 
leitura e da escrita, de modo que o indivíduo se tornasse, ao mesmo tempo, 
alfabetizado e letrado. 
Alfabetizado e/ou letrado - uma nova pergunta se impõe. 
4.1 Como diferenciar o apenas alfabetizado do letrado? 
Ler é um conjunto de habilidades e comportamentos que se estendem 
desde simplesmente decodificar sílabas ou palavras até ler Grande Sertão 
Veredas de Guimarães Rosa... uma pessoa pode ser capaz de ler um bilhete, ou 
uma história em quadrinhos, e não ser capaz de ler um romance, um editorial de 
jornal... Assim: ler é um conjunto de habilidades, comportamentos, 
conhecimentos que compõem um longo e complexo continuum: em que ponto 
desse continuum uma pessoa deve estar, para ser considerada alfabetizada, no 
que se refere à leitura? A partir de que ponto desse continuum uma pessoa pode 
ser considerada letrada, no que se refere à leitura? 
Escrever é também um conjunto de habilidades e comportamentos que 
se estendem desde simplesmente escrever o próprio nome até escrever uma 
tese de doutorado... uma pessoa pode ser capaz de escrever um bilhete, uma 
carta, mas não ser capaz de escrever uma argumentação defendendo um ponto 
de vista, escrever um ensaio sobre determinado assunto... Assim: escrever é 
também um conjunto de habilidades, comportamentos, conhecimentos que 
compõem um longo e complexo continuum: em que ponto desse continuum uma 
pessoa deve estar, para ser considerada alfabetizada, no que se refere à escrita? 
A partir de que ponto desse continuum uma pessoa pode ser considerada 
letrada, no que se refere à escrita? 
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14 
 
Conclui-se que há diferentes tipos e níveis de letramento, dependendo 
das necessidades, das demandas do indivíduo e de seu meio, do contexto social 
e cultural. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: www.meussonhosdevida.blogspot.com.br 
5 O FOCO NAS CAPACIDADES LINGUÍSTICAS DA ALFABETIZAÇÃO 
A principal atenção se volta para fornecer subsídios para a apropriação, 
pelo aluno dos anos iniciais, do sistema de escrita alfabético e de capacidades 
necessárias não só à leitura e produção de textos escritos, mas também à 
compreensão e produção de textos orais, em situações de uso e estilos de 
linguagem diferentes das que são corriqueiras no cotidiano dacriança. O 
desenvolvimento dessas capacidades linguísticas - ler e escrever, falar e ouvir 
com compreensão em situações diferentes dos familiares - não acontece 
espontaneamente e, portanto, elas precisam ser ensinadas sistematicamente. 
Sabe-se que os três anos iniciais da Educação Fundamental não esgotam 
essas capacidades linguísticas e comunicativas, que se desenvolvem ao longo 
de todo o processo de escolarização e das necessidades da vida social. Sabe-
se, também, que o trabalho a ser feito nesses três anos iniciais não se esgota na 
alfabetização ou no desenvolvimento dessas capacidades linguísticas. 
http://faculdadefutura.com.br/
 
 
15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte:www.wreducacional.com.br 
É na alfabetização e no aprendizado da língua escrita que vêm se 
concentrando os problemas localizados não apenas na escolarização inicial, 
como também em fracassos no percurso do aluno durante sua escolarização. 
Espera-se, por isso, que a consolidação dos princípios aqui definidos 
possa se combinar com propostas para os demais anos da Educação 
Fundamental, bem como com propostas das outras áreas de conhecimento 
pertinentes a esse nível inicial de nosso sistema de ensino, favorecendo uma 
abordagem curricular interdisciplinar. 
Um sistema de escrita é uma maneira estruturada, e organizada com base 
em determinados princípios, para representação da fala. Há sistemas de escrita 
que são logo gráficos (que representam o significado das palavras) e há aqueles 
que representam o aspecto sonoro da língua, sua "pauta sonora". São chamados 
de sistemas de escrita "fonográficos". Nosso sistema de escrita (chamado de 
"alfabético" ou "alfabético-ortográfico") representa "sons" ou fonemas, em geral 
cada "letra" correspondendo a um "som" e vice-versa. É, portanto, um sistema 
de escrita ortográfico. Mas há sistemas de escrita logo gráficos que representam 
sílabas. Num sistema como esse, a palavra "apaixonado" poderia ser escrita 
APXAD em que cada "letra" corresponderia a uma sílaba. 
 
http://faculdadefutura.com.br/
 
 
16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: www.arquidiocesano.com.br 
 
http://faculdadefutura.com.br/

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