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Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • Conceito o Parte do tronco entre a pelve e o tórax o Local em que se encontra a maioria dos órgãos do sistema digestório e parte dos sistemas genital e urinário o A contenção das vísceras se da por ▪ Contenção anterolateral: paredes musculoaponeuróticas ▪ Contenção superior: diafragma ▪ Contenção inferior: músculos da pelve o Como sua parede musculoaponeuróticas são fixadas na parte inferior dos ossos do tórax e no osso do quadril, ela permite que o abdome envolva e proteja seu conteúdo ao mesmo tempo em que ele consegue ser flexível, permitindo a respiração, locomoção e a respiração o Seus músculos podem estar relacionados a expulsão de ar da cavidade torácica, de líquido (como urina ou vômito), flatos, fezes ou fetos da cavidade abdominopélvica o • Considerações gerais o Paredes do abdome ▪ São as paredes musculoaponeuróticas ▪ São dinâmicas ▪ São distensíveis ▪ Peritônio: túnica serosa que recobre a parede anterolateral do abdome e diversos órgãos próximos à parede posterior. Ele se reflete sobre as vísceras abdominais, formando uma bolsa ou um espaço virtual revestido (cavidade peritoneal) entre as paredes e as vísceras. ▪ Cavidade peritoneal: espaço virtual formado pelo peritônio; contém liquido extracelular (parietal) suficiente para lubrificar a membrana que reveste a maior parte das superfícies das estruturas que formam ou ocupam a cavidade abdominal Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 o Cavidade abdominal ▪ Forma a parte superior e principal da cavidade abdominopélvica, a cavidade contínua que se estende entre o diafragma e o diafragma da pelve ▪ Não tem assoalho próprio porque é contínua com a cavidade pélvica. O plano da abertura superior da pelve é uma divisão arbitrária, mas não física, das cavidades abdominal e pélvica ▪ Estende-se superiormente até o 4o espaço intercostal da caixa torácica osteocartilagínea. Consequentemente, os órgãos abdominais mais altos (baço, fígado, parte dos rins e estômago) são protegidos pela caixa torácica. A pelve maior (parte expandida da pelve acima da abertura superior) sustenta e protege parcialmente as vísceras abdominais inferiores (parte do íleo, ceco, apêndice vermiforme e colo sigmoide) ▪ É a localização da maioria dos órgãos do sistema digestório, de partes do sistema urinário (rins e a maior parte dos ureteres) e do baço. ▪ É dividida em nove regiões, que são delimitadas por quatro planos, sendo dois sagitais e dois transversos. São elas: • Hipocôndrio direito: • Epigástrio: • Hipocôndrio esquerdo • Lateral direito • Umbilical • Lateral esquerdo • Inguinal direito • Púbica • Inguinal esquerda ▪ Quando o abdome é divido em quatro quadrantes, ele é dividido a partir de dois planos (plano transumbilical e o plano mediano vertical), sendo essas regiões os quadrantes superior e inferior, direito e esquerdo ▪ Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 o Parede anterolateral do abdome ▪ É subdivida em paredes anterior, lateral direita, lateral esquerda e posterior ▪ Com exceção da posterior, todas são musculoaponeuróticas ▪ Como é difícil de se delimitar a divisão entre as paredes laterais e a anterior, comumente usa-se dizer que ela é uma parede anterolateral do abdome e ela se estende da caixa torácica até a pelve ▪ É formada por pele e tela subcutânea, que é composta principalmente por gordura, músculos, suas aponeuroses e fáscia muscular, gordura extraperitoneal e peritônio parietal ▪ A maior parte da parede anterolateral tem três camadas musculotendíneas; ▪ As fibras de cada camada seguem em direções diferentes. Essa estrutura tripla é semelhante à estrutura dos espaços intercostais no tórax. ▪ Fáscia da parede anterolateral do abdome • A tela subcutânea da maior parte da parede contém quantidade variável de gordura. É um depósito de gordura importante. • Homens são mais suscetíveis ao acúmulo subcutâneo de gordura na parede anteroinferior do abdome (famosa barriga de chopp) • Inferiormente ao umbigo, a parte mais profunda do tecido subcutâneo é reforçada por muitas fibras elásticas e colágenas, formando duas camadas: o panículo adiposo do abdome (fáscia de Camper) e o estrato membranáceo (fáscia de Scarpa) da tela subcutânea do abdome. • As camadas superficial, intermediária e profunda da fáscia de revestimento recobrem as faces externas das três camadas musculares da parede anterolateral do abdome e suas aponeuroses (tendões expandidos planos) e não podem ser facilmente separadas delas. As fáscias de revestimento são extremamente finas nesse ponto e são representadas principalmente pelo epimísio, situado superficialmente aos músculos ou entre eles. • Face interna da parede do abdome é revestida por lâminas membranáceas e areolares de espessura variável, que forma a fáscia parietal do abdome, que possui várias partes, que são denominadas de acordo com a região em que está localizada. o Fáscia transversal: parte que reveste a face profunda do músculo transverso do abdome e sua aponeurose o Peritônio parietal: formado por uma única camada de células epiteliais e tecido conjuntivo de sustentação; está situado profundamente à fáscia transversal e é separado dela por uma quantidade variável de gordura extraperitoneal. ▪ Músculos da parede anterolateral do abdome • A parede anterolateral do abdome tem cinco (pares bilaterais de) músculos: três planos e dois verticais • Os três músculos planos são o oblíquo externo do abdome, o oblíquo interno do abdome e o transverso do abdome. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • As fibras desses músculos concêntricos possuem orientações diferentes, as fibras dos músculos oblíquos são, em sua maioria, diagonais e perpendiculares entre si e as fibras do músculo transverso do abdome possui fibras transversais. • Todos esses três músculos planos continuam anterior e medialmente como aponeuroses fortes, semelhantes a lâminas. • Bainha do musculo reto do abdome: formada pelas aponeuroses e localizada entre a linha medioclavicular (LMC) e a linha mediana; é tendínea, aponeurótica e resistente, que envolve o músculo reto do abdome • As aponeuroses do abdome se unem, formando uma rafe mediana – a linha alba – que se estende medialmente do processo xifoide até a sínfise púbica. Esse entrelaçamento não ocorre apenas entre o lado direito e esquerdo, mas também entre as camadas superficial e intermediária e entre as camadas intermediária e profunda. • Os dois músculos verticais, que estão contidos na bainha do musculo reto do abdome são o grande músculo reto do abdome e o pequeno músculo piramidal Quadro 5.2 Músculos da parede anterolateral do abdome. Músculo Origem Inserção Inervação Principal açãoa Oblíquo externo do abdome (A) Faces externas das costelas V a XII Linha alba, tubérculo púbico e metade anterior da crista ilíaca Nervos toracoabdominais (nervos espinais T7 a T11) e nervo subcostal Comprime e sustenta as vísceras abdominais,b flexiona e roda o tronco Oblíquo interno do abdome (B) Fáscia toracolombar, dois terços anteriores da crista ilíaca e tecido conjuntivo situado profundamente ao terço lateral do ligamento inguinal Margens inferiores das costelas X a XII, linha alba e linha pectínea do púbis através da foice inguinal Nn. toracoabdominais (ramos anteriores dos nervos espinais T6 a T12) e primeiro nervo lombar Transverso do abdome (C) Faces internas das 7a a 12a cartilagens costais, aponeurose toracolombar, crista ilíaca e tecido conjuntivo situado profundamente ao terço lateral do ligamento inguinal Linha alba com aponeurose do M.oblíquo interno do abdome, crista púbica e linha pectínea do púbis através da foice inguinal Comprime e sustenta as vísceras abdominaisb Reto do abdome(D) Sínfise púbica e crista púbica Processo xifoide e 5a a 7a cartilagens costais Nn. toracoabdominais (ramos anteriores dos nervos espinais T6 a T12) Flexiona o tronco (vértebras lombares) e comprime as vísceras abdominais;b estabiliza e controla o movimento de báscula da pelve (antilordose) Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 ▪ • Músculo oblíquo externo do abdome o O maior e o mais superficial dos três músculos planos anterolaterais do abdome o Ao contrário das duas camadas profundas, o músculo oblíquo externo do abdome não se origina posteriormente da aponeurose toracolombar; suas fibras mais posteriores (a parte mais espessa do músculo) têm margem livre, que vai de sua origem costal até a crista ilíaca. A parte carnosa do músculo contribui principalmente para a parte lateral da parede do abdome. A aponeurose contribui para a parte anterior da parede. o Suas cristas se organizam em formato de leque o Suas fibras musculares se tornam aponeuróticas aproximadamente na LMC medialmente e na linha espinoumbilical inferiormente → forma uma lamina de fibras tendíneas que se cruzam na linha alba, onde a maioria se torna continua com as fibras tendíneas do músculo oblíquo interno do abdome contralateral o Por causa disso, os músculos oblíquos interno e externo do abdome contralaterais formam, juntos, um “músculo digástrico” o Inferiormente, a aponeurose do músculo oblíquo externo do abdome fixa-se à crista púbica, medialmente ao tubérculo púbico. o A parte inferior da aponeurose do músculo oblíquo externo do abdome forma o ligamento inguinal – atua como um retináculo (uma faixa de contenção) para as estruturas musculares e neurovasculares que passam profundamente a ele para entrar na coxa Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • Músculo Oblíquo interno do abdome o É o músculo intermediário entre os três músculos planos do abdome o É uma lâmina fina que se abre em leque anteromedialmetne o Suas fibras carnosas seguem perpendiculares às fibras do músculo oblíquo externo do abdome, em direção superomedial o Também se tornam aponeuróticas na LMC e participam da bainha do músculo reto do abdome o • Músculo transverso do abdome o O mais interno dos músculos planos o Suas fibras seguem transversamente ao plano do abdome, com orientação circunferencial – ideal para compressão do conteúdo abdominal e para aumentar a pressão intra-abdominal o Suas fibras também se tornam aponeuroses e colaboram para a formação da bainha do musculo reto do abdome o Entre os músculos oblíquo interno e transverso do abdome há um plano neurovascular, que contém os nervos e artérias que suprem a parede anterolateral do abdome. • Músculo Reto do abdome o É longo, reto, largo e semelhante a uma tira o Principal músculo vertical da parede anterior do abdome o Possui duas bandas separadas pela linha alba o É um músculo poligástrico (é o dos gominhos dos marombas) o Ele vai afinando, sendo mais grosso na parte de cima e mais fino na parte de baixo, onde suas duas porções se aproximam o Grande parte desse músculo está inserida na bainha do músculo reto do abdome o O músculo reto do abdome é sustentado transversalmente por inserção à lâmina anterior da bainha do músculo reto do abdome em três ou mais intersecções tendíneas o As intersecções, indicadas por sulcos na pele entre as saliências musculares, geralmente situam-se no nível do processo xifoide, no umbigo, e a meio caminho entre essas estruturas. • Músculo piramidal o É um músculo triangular, pequeno e insignificante, que não se encontra presente em cerca de 20% das pessoas o Situa-se anteriormente à parte inferior do músculo reto do abdome e se fixa à face anterior do púbis e ao ligamento púbico anterior Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 o Termina na linha alba, que é mais espessa em uma porção variável superior à sínfise púbica. o O músculo piramidal tensiona a linha alba. o Quando presente, os cirurgiões usam a inserção do músculo piramidal à linha alba como ponto de referência para a incisão abdominal mediana • Bainha do músculo reto do abdome, linha alba e umbigo o Bainha do músculo reto do abdome: ▪ Compartimento fibroso incompleto e forte dos músculos reto do abdome e piramidal ▪ Há a presença das artérias e veias epigástricas superior e inferior e as partes distais dos nervos toracoabdominais o Linha arqueada: ▪ É a linha que demarca a transição entre a parede posterior aponeuróticas da bainha que reveste os três quartos superiores do músculo reto do abdome e a fáscia transversal que reveste o quarto inferior. o Linha alba: ▪ Segue verticalmente por toda extensão da parede anterior do abdome, separando as bainhas do músculo reto do abdome bilateralmente ▪ Fica sobre a linha mediana do corpo o Anel umbilical: ▪ Defeito na linha alba atráves do qual os vasos umbilicais fetais entravam e saiam do cordão umbilical e da placenta o Estratimeria da parede abdominal supraumbilical: Pele → panículo adiposo → musculatura → fáscia endoabdominal → gordura extraperitoneal → Peritônio parietal. o A fáscia transversal tem a mesma função da endotorácica, é uma parte da fáscia endoabdominal (a fáscia do m. transverso do abdome). • Funções e ações dos músculos da parede anterolateral do abdome o Os músculos da parede anterolateral do abdome: ▪ Formam uma sustentação forte e expansível para a parede anterolateral do abdome ▪ Sustentam e protegem as vísceras abdominais contra lesões ▪ Comprimem o conteúdo abdominal para manter ou aumentar a pressão intra-abdominal e, assim, fazem oposição ao diafragma (o aumento da pressão intra-abdominal facilita a expulsão) ▪ Movem o tronco e ajudam a manter a postura. • Inervação da parede anterolateral do abdome o Nervos toracoabdominais: são formados pelas partes abdominais, distais dos ramos anteriores dos seis nervos espinais torácicos inferiores (T7 a T11); correspondem aos nervos intercostais inferiores distais à margem costal o Ramos cutâneos laterais (torácicos): dos nervos espinais torácicos T7 a T9 ou T10 o Nervo subcostal: o grande ramo anterior do nervo espinal T12 o Nervos ílio-hipogástrico e ilioinguinal: ramificações terminais do ramo anterior do nervo espinal L1. OBS: Dermátomos → Região epigástrica: Região de T7// Região umbilical: Região de T10 // Região inguinal: Região de L1 Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • Vascularização da parede anterolateral do abdome o Irrigação arterial ▪ Ramos da A. Torácica interna (região torácica): • A. Musculofrênica. • A. Epigástrica superior (se anastomosa com a A. Epigástrica inferior na região umbilical). ▪ Ramos da Aorta (região lateral): • Aa. Intercostais posteriores. • A. Subcostal ▪ Ramos da A. Ilíaca externa (região inferior): • A. Epigástrica inferior • A. Circunflexa ilíaca profunda ▪ Ramos da A. Femoral (região inferior): • Circunflexa ilíaca superficial • A. Epigástrica superficial • Aa. Pudendas externas o Drenagem venosa: ▪ As veias recebem os mesmos nomes das artérias que as acompanham. • V. Epigástrica superior • V. Musculofrênica • V. Epigástrica inferior • V. Circunflexa ilíaca profunda • V. Epigástrica superficial • V. Circunflexa ilíaca superf V. Safena Magna • Vv. Pudendas externas • Vv. Paraumbilicais: Emaranhado de veias na tela subcutânea ao redor do umbigo. Possuem comunicação com a V. Umbilical obliterada. • V. Toracoepigástrica: Anastomose das Vv. Epigástrica superficial + Torácica lateral. o Drenagem linfática: ▪ A direção da linfa é estabelecida com base nas divisões supra/infraumbilicais. ▪ Drenagem da parte superficial da parede. ▪ LINFONODOS: • REGIÃO SUPRAUMBILICAL: Linfonodos paraesternais e axilares. • REGIÃO INFRAUMBILICAL: Linfonodos inguinais superficiais. ▪ DRENAGEM DA PARTE PROFUNDA DA PAREDE ABDOMINAL: Linfonodosilíacos externos → Linfonos ilíacos comuns → Linfonodos lombares → Troncos linfáticos lombares → Cisterna do quilo → Ducto torácico (esquerdo) ou Ducto linfático direito (direito) → Ângulo venoso. o Parte interna da parede anterolateral do abdome ▪ É coberta por fáscia transversal, uma quantidade variável de gordura extraperitoneal e peritônio parietal ▪ Apresenta 5 pregas peritoneais umbilicais: • A prega umbilical mediana estende-se do ápice da bexiga urinária até o umbigo e cobre o ligamento umbilical mediano, o remanescente do úraco, que unia o ápice da bexiga urinária ao umbigo Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • Duas pregas umbilicais mediais, laterais à prega umbilical mediana, cobrem os ligamentos umbilicais mediais, formados por partes ocluídas das artérias umbilicais • Duas pregas umbilicais laterais, situadas lateralmente às pregas umbilicais mediais, cobrem os vasos epigástricos inferiores e, portanto, sangram se forem seccionadas. ▪ As depressões laterais às pregas umbilicais são as fossas peritoneais, e cada uma é um local de possível hérnia. A localização de uma hérnia em uma dessas fossas determina a classificação da hérnia. As fossas superficiais entre as pregas umbilicais são as: • Fossas supravesicais entre as pregas umbilicais mediana e mediais, formadas quando o peritônio se reflete da parede anterior do abdome sobre a bexiga urinária. O nível da fossa supravesical sobe e desce com o enchimento e o esvaziamento da bexiga urinária • Fossas inguinais mediais entre as pregas umbilicais mediais e laterais, comumente denominadas trígonos inguinais (triângulo de Hesselbach), que são possíveis locais de hérnias inguinais diretas, menos comuns • Fossas inguinais laterais, laterais às pregas umbilicais laterais, incluem os anéis inguinais profundos e são possíveis locais do tipo mais comum de hérnia na parede inferior do abdome, a hérnia inguinal indireta • Região inguinal o Região onde as estruturas entram e saem da cavidade abdominal – possíveis locais de herniação o Ligamento inguinal e trato iliopúbico ▪ O ligamento inguinal e o trato iliopúbico, que se estendem da EIAS até o tubérculo púbico, constituem um retináculo anterior (flexor) bilaminar da articulação do quadril. O retináculo cobre o espaço subinguinal, através do qual passam os músculos flexores do quadril e as estruturas neurovasculares que servem a grande parte do membro inferior. Essas faixas fibrosas são as partes espessas, inferolaterais, do músculo oblíquo externo do abdome e a aponeurose e a margem inferior da fáscia transversal. São os pontos de referência importantes da região ▪ Ligamento iguinal: uma faixa densa que constitui a parte mais inferior da aponeurose do músculo oblíquo externo do abdome. Embora a maioria das fibras da extremidade medial do ligamento insira-se no tubérculo púbico, algumas seguem outros trajetos • Algumas das fibras mais profundas seguem posteriormente para se fixarem ao ramo superior do púbis lateralmente ao tubérculo púbico, formando o ligamento lacunar (de Gimbernat) curvo, que forma o limite medial do espaço subinguinal. As fibras mais laterais continuam a seguir ao longo da linha pectínea do púbis como o ligamento pectíneo (de Cooper) • Algumas das fibras superiores se abrem em leque para cima, desviando-se do tubérculo púbico e cruzando a linha alba para se fundirem com as fibras inferiores da aponeurose do músculo oblíquo externo do abdome contralateral. Essas fibras formam o ligamento reflexo ▪ Trato iliopúbico: margem inferior espessa da fáscia transversal, que se apresenta como uma faixa fibrosa que segue paralela e posteriormente (profundamente) ao ligamento inguinal. O trato iliopúbico, observado no lugar do ligamento inguinal quando a região inguinal é vista a partir de sua face interna (posterior) (p. ex., durante laparoscopia), reforça a parede posterior e o assoalho do canal inguinal enquanto une as estruturas que atravessam o espaço subinguinal. ▪ O ligamento inguinal e o trato iliopúbico cobrem uma área de fraqueza inata na parede do corpo na região inguinal denominada óstio Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 miopectíneo (Fruchaud, 1956). Essa área fraca, que tem relação com as estruturas que atravessam a parede do corpo, é o local de hérnias inguinais diretas e indiretas, bem como de hérnias femorais. • Canal inguinal o O canal inguinal é uma passagem oblíqua, bilateral, através dos músculos da parede anterolateral do abdome. É originada no período intrauterino pelo processo vaginal e a passagem do gubernáculo, que no homem conduz os testículos ao escroto e na mulher se torna o ligamento redondo do útero. Essa passagem possui cerca de 4 cm de comprimento e se localiza sobre, e paralelamente o ligamento inguinal, estendendo-se da sua região intermédia em direção a púbis. o Como é um canal, possui uma porta de entrada, denominada anel inguinal profundo, e uma porta de saída para a região perineal, nominada de anel inguinal superficial. O seu longo eixo será chamado de canal propriamente dito. Para essa descrição, será necessário que você visualize esse canal contendo 4 paredes (lateral, superior, medial e inferior) e escolha um antímero corporal para análise. Assim, são as estruturas que compõem cada parte desse canal: o Anel inguinal profundo: formado pelas estruturas oriundas da fáscia transversal. Se localiza na parede interna do abdome, lateralmente a prega umbilical lateral: ▪ Parede lateral, superior e medial: formado pela fáscia transversal (FT). ▪ Parede inferior: formada pelo espessamento da fáscia transversal, chamado de trato iliopúbico (TIP), que está localizado profundamente ao ligamento inguinal. o Canal propriamente dito: formado pelas estruturas musculo-aponeuróticas da parede anterolateral do abdome. Sua localização e extensão já foram descritas. ▪ Parede lateral e superior: formada pelo arqueamento do músculo transverso do abdome e oblíquo interno do abdome. ▪ Parede medial: formada pela fixação do músculo transverso do abdome e oblíquo interno do abdome no tubérculo púbico. Essa fixação conjunta é comumente denominada de tendão conjunto (TC). ▪ Parede inferior: formada pelo ligamento inguinal. ▪ *Em virtude de sua forma e constituição, as paredes lateral, superior e medial podem ser simplesmente denominadas como foice inguinal (FI). o Anel inguinal superficial: formado pelas estruturas oriundas da aponeurose do músculo oblíquo externo do abdome. ▪ Parede medial e lateral: são constituídas por duas traves de aponeurose denominadas pilares (medial e lateral) (PM e PL). ▪ Parede superior: entre os pilares medial e lateral se estende, de forma perpendicular, fibras da aponeurose do músculo oblíquo externo do abdome nominada de fibras intercrurais (entre os pilares) (F Int). ▪ Parede inferior: formado pela reflexão do ligamento inguinal em sua fixação, em direção a linha alba. Essa estrutura é denominada de ligamento inguinal refletido (ou reflexo) (LIR). o No homem o canal contém o funículo espermático, o n. ilioinguinal (L1) e o ramo genital do n. genitofemoral (L2, L3). Na mulher o canal contém o ligamento redondo do útero, e os mesmos nervos. o Por permitir passagem de estruturas, o canal inguinal é uma região potencial para herniações (protrusão de alguma estrutura de forma patológica). Hérnia inguinal indireta é a denominação aplicada a hérnia que adentra o anel inguinal profundo e se distribui pelo canal inguinal, podendo emergir no anel inguinal superficial. Hérnia inguinal direta é a denominação dada a hérnia que atravessa a parede do abdome medialmente a prega umbilical lateral (na fossa inguinal medial) em direção ao anel inguinal superficial. Ou seja, não atravessa o canal propriamente dito (direta). • Peritônio o O peritônio é uma túnica serosa transparente, contínua, brilhante e deslizante. o Reveste a cavidadeabdominopélvica e recobre as vísceras. o O peritônio consiste em duas lâminas contínuas: o peritônio parietal, que reveste a face interna da parede abdominopélvica, e o peritônio visceral, que reveste vísceras como estômago e intestino. o As duas lâminas de peritônio consistem em mesotélio, uma lâmina de epitélio pavimentoso simples. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 o O peritônio parietal tem a mesma vascularização sanguínea e linfática e a mesma inervação somática que a região da parede que reveste. Como a pele sobrejacente, o peritônio que reveste o interior da parede do corpo é sensível a pressão, dor, calor e frio, e laceração. A dor no peritônio parietal geralmente é bem localizada, exceto na face inferior da parte central do diafragma, que é inervada pelos nervos frênicos; a irritação nesse local costuma ser referida nos dermátomos C3–C5 sobre o ombro. o O peritônio visceral e os órgãos que ele recobre têm a mesma vascularização sanguínea e linfática e inervação visceral. O peritônio visceral é insensível a toque, calor e frio, e laceração; é estimulado basicamente por distensão e irritação química. A dor provocada é mal localizada, sendo referida nos dermátomos dos gânglios sensitivos espinais que emitem as fibras sensitivas, sobretudo para as partes medianas desses dermátomos. Consequentemente, a dor oriunda de derivados do intestino anterior geralmente é sentida no epigástrio; a dor proveniente de derivados do intestino médio, na região umbilical; e aquela originada em derivados do intestino posterior, na região púbica. o O peritônio e as vísceras estão na cavidade abdominopélvica. A relação entre as vísceras e o peritônio é a seguinte: ▪ Os órgãos intraperitoneais são quase completamente recobertos por peritônio visceral (p. ex., o estômago e o baço). Intraperitoneal neste caso não significa dentro da cavidade peritoneal (embora o termo seja usado clinicamente para designar substâncias injetadas nessa cavidade). Os órgãos intraperitoneais foram conceitualmente, se não literalmente, invaginados para o saco fechado, como ao pressionarmos a mão fechada contra uma bola de aniversário cheia ▪ Os órgãos extraperitoneais, retroperitoneais e subperitoneais também estão situados fora da cavidade peritoneal – externamente ao peritônio parietal – e são apenas parcialmente cobertos por peritônio (geralmente apenas em uma face). Órgãos retroperitoneais, como os rins, estão entre o peritônio parietal e a parede posterior do abdome e só têm peritônio parietal nas faces anteriores (não raro com uma quantidade variável de gordura interposta). Do mesmo modo, a bexiga urinária subperitoneal só tem peritônio parietal em sua face superior. o A cavidade peritoneal está dentro da cavidade abdominal e continua inferiormente até a cavidade pélvica. A cavidade peritoneal é um espaço potencial com espessura capilar, situado entre as lâminas parietal e visceral do peritônio. Não contém órgãos, mas contém uma fina película de líquido peritoneal, que é composto de água, eletrólitos e outras substâncias derivadas do líquido intersticial em tecidos adjacentes. O líquido peritoneal lubrifica as faces peritoneais, permitindo que as vísceras movimentem-se umas sobre as outras sem atrito e permitindo os movimentos da digestão. Além de lubrificar as faces das vísceras, o líquido peritoneal contém leucócitos e anticorpos que combatem a infecção. Os vasos linfáticos, sobretudo na face inferior do diafragma, cuja atividade é incessante, absorvem o líquido peritoneal. A cavidade peritoneal é completamente fechada nos homens. Nas mulheres, porém, há uma comunicação com o exterior do corpo através das tubas uterinas, cavidade uterina e vagina. Essa comunicação é uma possível via de infecção externa o Formações peritoneais ▪ A cavidade peritoneal tem um formato complexo. Alguns dos fatos relacionados com isso incluem: • A cavidade peritoneal abriga uma grande extensão de intestino, a maior parte da qual é revestida por peritônio • São necessárias extensas áreas de continuidade entre o peritônio parietal e visceral para dar passagem às estruturas neurovasculares da parede do corpo até as vísceras • Embora o volume da cavidade abdominal corresponda a uma fração do volume do corpo, os peritônios parietal e visceral que revestem a cavidade peritoneal internamente têm uma área de superfície muito maior do que a face externa do corpo (pele); portanto, o peritônio é extremamente convoluto. ▪ Vários termos são usados para descrever as partes do peritônio que unem os órgãos a outros órgãos ou à parede do abdome, e os compartimentos e recessos resultantes. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 ▪ O mesentério é uma lâmina dupla de peritônio formada pela invaginação do peritônio por um órgão, e é a continuidade dos peritônios visceral e parietal. Constitui um meio de comunicação neurovascular entre o órgão e a parede do corpo. O mesentério une um órgão intraperitoneal à parede do corpo – geralmente a parede posterior do abdome (p. ex., o mesentério do intestino delgado). ▪ O mesentério do intestino delgado costuma ser denominado simplesmente “mesentério”; entretanto, os mesentérios relacionados a outras partes específicas do sistema digestório recebem denominações de acordo – por exemplo, mesocolos transverso e sigmoide, mesoesôfago, mesogástrio e mesoapêndice. Os mesentérios têm um cerne de tecido conjuntivo que contém sangue e vasos linfáticos, nervos, linfonodos e gordura. ▪ O omento é uma extensão ou prega de peritônio em duas camadas que vai do estômago e da parte proximal do duodeno até os órgãos adjacentes na cavidade abdominal. • O omento maior é uma prega peritoneal proeminente, que tem quatro camadas e pende como um avental da curvatura maior do estômago e da parte proximal do duodeno. Após descer, dobra-se de volta e se fixa à face anterior do colo transverso e seu mesentério • O omento menor é uma prega peritoneal muito menor, dupla, que une a curvatura menor do estômago e a parte proximal do duodeno ao fígado. Também une o estômago a uma tríade de estruturas que seguem entre o duodeno e o fígado na margem livre do omento menor. ▪ Um ligamento peritoneal consiste em uma dupla camada de peritônio que une um órgão a outro ou à parede do abdome. ▪ O fígado está conectado: • À parede anterior do abdome pelo ligamento falciforme • Ao estômago pelo ligamento hepatogástrico, a parte membranácea do omento menor • Ao duodeno pelo ligamento hepatoduodenal, a margem livre espessa do omento menor, que dá passagem à tríade portal: veia porta, artéria hepática e ducto colédoco. ▪ Os ligamentos hepatogástrico e hepatoduodenal são partes contínuas do omento menor e são separados apenas por conveniência para descrição. ▪ O estômago está unido: • À face inferior do diafragma pelo ligamento gastrofrênico • Ao baço pelo ligamento gastroesplênico, que se reflete para o hilo esplênico • Ao colo transverso pelo ligamento gastrocólico, a parte do omento maior semelhante a um avental, que desce da curvatura maior, inferiormente, recurva-se e, então, ascende até o colo transverso. ▪ Todas essas estruturas têm uma inserção contínua ao longo da curvatura maior do estômago, e todas fazem parte do omento maior, sendo separadas apenas para fins de descrição. ▪ Embora os órgãos intraperitoneais possam ser quase totalmente cobertos por peritônio visceral, todo órgão precisa ter uma área que não seja coberta para permitir a entrada ou saída de estruturas neurovasculares. Essas áreas são denominadas áreas nuas, formadas em relação às inserções das formações peritoneais aos órgãos, inclusive mesentérios, omentos e ligamentos que dão passagem às estruturas neurovasculares. ▪ Uma prega peritoneal é uma reflexão de peritônio elevada da parede do corpo por vasos sanguíneos, ductos e ligamentos formados por vasos fetais obliterados subjacentes (p. ex., as pregasumbilicais na face interna da parede anterolateral do abdome). Algumas pregas peritoneais contêm vasos sanguíneos e sangram quando seccionadas, como as pregas umbilicais laterais, que contêm as artérias epigástricas inferiores. ▪ Um recesso ou fossa peritoneal é uma bolsa de peritônio formada por uma prega peritoneal (p. ex., o recesso inferior da bolsa omental entre as lâminas do omento maior e as fossas supravesical e umbilical entre as pregas umbilicais;). Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 ▪ ▪ Subdivisões da cavidade peritoneal: • A cavidade peritoneal é a parte principal e maior. Uma incisão cirúrgica através da parede anterolateral do abdome entra na cavidade peritoneal. A bolsa omental situa-se posteriormente ao estômago e ao omento menor. • O mesocolo transverso (mesentério do colo transverso) divide a cavidade abdominal em: o Compartimento supracólico: contém o estômago, o fígado e o baço o Compartimento infracólico: que contém o intestino delgado e os colos ascendente e descendente. Se situa posteriormente ao omento maior e é dividido em espaços infracólicos direito e esquerdo pelo mesentério do intestino delgado. • Há comunicação livre entre os compartimentos supracólico e infracólico através dos sulcos paracólicos, os sulcos entre a face lateral dos colos ascendente e descendente e a parede posterolateral do abdome. O fluxo é mais livre no lado direito. • A bolsa omental é uma cavidade saciforme extensa, situada posteriormente ao estômago, ao omento menor e as estruturas adjacentes. A bolsa omental tem um recesso superior, limitado superiormente pelo diafragma e as camadas posteriores do ligamento coronário do fígado, e um recesso inferior entre as partes superiores das camadas do omento maior. • A bolsa omental permite o livre movimento do estômago sobre as estruturas posteriores e inferiores a ela, pois as paredes anterior e posterior da bolsa omental deslizam suavemente uma sobre a outra. A maior parte do recesso inferior da bolsa é separada da parte principal posterior ao estômago após aderência das lâminas anterior e posterior do omento maior. • A bolsa omental comunica-se com a cavidade peritoneal por meio do forame omental, uma abertura situada posteriormente à margem livre do omento menor (ligamento hepatoduodenal). O forame omental pode ser localizado passando-se um dedo ao longo Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 da vesícula biliar até a margem livre do omento menor. O forame omental geralmente admite dois dedos. Os limites do forame omental são: o Anteriormente: o ligamento hepatoduodenal (margem livre do omento menor), contendo a veia porta, a artéria hepática e o ducto colécodo o Posteriormente: a VCI e uma faixa muscular, o pilar direito do diafragma, cobertos anteriormente pelo peritônio parietal. (Eles são retroperitoneais) o Superiormente: o fígado, coberto por peritônio visceral o Inferiormente: a parte superior ou primeira parte do duodeno. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • Parede posterior do abdome o Ela é formada principalmente por: ▪ Cinco vértebras lombares e discos IV associados (centralmente) ▪ Músculos da parede posterior do abdome, que incluem os músculos psoas, quadrado do lombo, ilíaco, transverso do abdome e oblíquos do abdome (lateralmente) ▪ Diafragma, que contribui para a parte superior da parede posterior ▪ Fáscia, inclusive a fáscia toracolombar ▪ Plexo lombar, formado por ramos anteriores dos nervos espinais lombares ▪ Gordura, nervos, vasos (p. ex., aorta e VCI) e linfonodos. o A coluna vertebral lombar é uma proeminência central acentuada na parede posterior, que cria dois sulcos paravertebrais o Parte mais profunda desses sulcos é ocupada pelos rins e a gordura adjacente o A parte abdominal da aorta está na face anterior da coluna vertebral protrusa anteriormente. o Fáscia da parede posterior do abdome ▪ Fáscia endoabdominal: fáscia que cobre a parede posterior do abdome; está situada entre o peritônio parietal e os músculos; A fáscia que reveste a parede posterior do abdome é contínua com a fáscia transversal que reveste o músculo transverso do abdome ▪ Fáscia do músculo psoas: fixada medialmente às vertebras lombares e à margem da pelve; cobre o musculo psoas maior; ela é espessa superiormente para formar o ligamento arqueado maior; funde-se lateralmente com a fáscia do músculo quadrado do lombo e a aponeurose toracolombar; ▪ Aponeurose toracolombar: complexo fascial extenso fixado à coluna vertebral medialmente que, na região lombar, tem lâminas posterior, média e anterior com músculos inseridos entre elas; ela é ainda mais notável do que a bainha do músculo reto do abdome, por causa da espessura de sua camada posterior e da inserção central às vértebras lombares; fixada ao músculo latíssimo do dorso ▪ Fáscia do músculo quadrado do lombo: • Também conhecida como lâmina anterior da aponeurose toracolombar; • Reveste a face anterior do músculo quadrado do lombo • Fixada medialmente à coluna vertebral e lateralmente aos Mm. transverso do abdome e oblíquo interno. • Possui lâminas posterior, média e anterior. o Posterior: Parte tendínea dos Mm. eretores da espinha e latíssimo do dorso. o Média: Parte tendínea dos Mm. transverso do abdome e oblíquo interno. o Anterior: Fáscia e parte tendínea do M. quadrado do lombo. • Espessa-se superiormente para formar o ligamento arqueado lateral e está aderida inferiormente aos ligamentos iliolombares o Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 o o Músculos da parede posterior do abdome ▪ Os principais músculos da parede posterior do abdome são: • Psoas maior: que segue no sentido inferolateral • Ilíaco: situado ao longo das faces laterais da parte inferior do músculo psoas maior • Quadrado do lombo: situado adjacente aos processos transversos das vértebras lombares e lateral às partes superiores do músculo psoas maior. ▪ Músculo psoas maior • É longo, espesso e fusiforme • Situa-se lateralmente às vertebras lombares • Segue em sentido inferolateral, profundamente ao ligamento inguinal • Capaz de produzir movimento da coluna lombar ▪ Músculo ilíaco • Músculo triangular grande, que se situa ao longo da face lateral da parte inferior do músculo psoas menor • Juntos, os músculos psoas e ilíaco formam o músculo iliopsoas, o principal flexor da coxa • Responsável por estabilizar a articulação do quadril e ajudar a manter a postura ereta nessa articulação ▪ Músculo quadrado do lombo • Quadrilateral, forma uma lâmina muscular espessa na parede posterior do abdome • Adjacente aos processos transversos lombares e é mais largo inferiormente • Próximo da costela XII, o ligamento arqueado lateral cruza o músculo quadrado do lombo. • O nervo subcostal passa posteriormente a esse ligamento e segue em sentido inferolateral sobre o músculo quadrado do lombo. • Os ramos do plexo lombar seguem inferiormente sobre a face anterior deste músculo. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 o Inervação ▪ Nervos subcostais: • São ramos anteriores de T12 • Originam-se no tórax, passam posteriormente aos ligamentos arqueados laterais até o abdome, e seguem em sentido inferolateral na face anterior do músculo quadrado do lombo • Inerva o músculo obliquo externo do abdome e a pele da parede anterolateral do abdome ▪ Nervos espinais lombares (L1 – L5) • Possui ramo posterior e anterior, sendo que cada ramo possui fibras sensitivas e motoras • Os ramos posteriores seguem posteriormente para inervar os músculos do dorso e a pele sobrejacente • Os ramos anteriores seguem lateral e inferiormente, para suprir a pele e os músculos da parte inferior do tronco e os membros inferiores. ▪ Parte abdominal dos troncos simpáticos (troncos simpáticos lombares) • É formada por quatro gânglios simpáticos paravertebrais lombares e os ramos interganglionaresque os une • Para a inervação da parede do abdome e dos membros inferiores, as sinapses entre as fibras pré-ganglionares e pós-ganglionares ocorrem nos troncos simpáticos. • As fibras simpáticas pós-ganglionares seguem da face lateral dos troncos através dos ramos comunicantes cinzentos até os ramos anteriores. • Estes tornam-se os nervos toracoabdominais e subcostais e o plexo lombar (nervos somáticos), que propiciam estimulação vasomotora, sudomotora e pilomotora na parte inferior do tronco e no membro inferior. ▪ Nervos esplâncnicos lombares • Originados na face medial dos troncos simpáticos lombares • Conduzem fibras simpáticas pré-ganglionares para a inervação das vísceras pélvicas ▪ Plexo nervoso lombar • Rede nervosa formada pelos ramos anteriores dos nervos L1 a L4 Músculo Inserção superior Inserção inferior Inervação Principal ação M. psoas maiora Processos transversos das vértebras lombares; laterais dos corpos das vértebras T XII a L V e discos intervertebrais interpostos Por um tendão forte no trocanter menor do fêmur Ramos anteriores dos nervos L1, L2 e L3 Agindo inferiormente com o M. ilíaco, flete a coxa; agindo superiormente, flete a coluna vertebral lateralmente; é usado para equilibrar o tronco; na posição sentada, atua inferiormente com o M. ilíaco para fletir o tronco M. ilíacoa Dois terços superiores da fossa ilíaca, asa do sacro e ligamentos sacroilíacos anteriores Trocanter menor do fêmur e corpo inferior a ele, e ao tendão do músculo psoas maior Nervo femoral (L2–L4) Flete a coxa e estabiliza a articulação do quadril; atua com o músculo psoas maior Quadrado do lombo Metade medial da margem inferior das costelas XII e extremidades dos processos transversos lombares Ligamento iliolombar e lábio interno da crista ilíaca Ramos anteriores dos nervos T12 e L1 a L4 Estende e flete lateralmente a coluna vertebral; fixa a costela XII durante a inspiração Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • Ramos do plexo lombar o O nervo femoral (L2–L4) emerge da margem lateral do músculo psoas maior, inerva o músculo ilíaco e passa profundamente ao ligamento inguinal/trato iliopúbico até a face anterior da coxa, suprindo os músculos flexores do quadril e extensores do joelho o O nervo obturatório (L2–L4) emerge da margem medial do músculo psoas maior e segue até a pelve menor, passando inferiormente ao ramo superior do púbis (através do forame obturado) até a face medial da coxa, suprindo os músculos adutores o O tronco lombossacral (L4, L5) passa sobre a asa do sacro e desce até a pelve para participar na formação do plexo sacral com os ramos anteriores dos nervos S1–S4 o Os nervos ilioinguinal e ílio-hipogástrico (L1) originam- se do ramo anterior de L1, entrando no abdome posteriormente ao ligamento arqueado medial e seguindo inferolateralmente, anteriormente ao músculo quadrado do lombo. Seguem superior e paralelamente à crista ilíaca, perfurando o músculo transverso do abdome perto da EIAS. A seguir, eles atravessam os músculos oblíquos interno e externo do abdome para suprir os músculos abdominais e a pele das regiões inguinal e púbica. A divisão do ramo anterior de L1 pode ocorrer tão distalmente quanto a EIAS, de modo que muitas vezes apenas um nervo (L1) cruza a parede posterior do abdome em vez de dois o O nervo genitofemoral (L1, L2) perfura o músculo psoas maior e segue inferiormente sobre sua face anterior, profundamente à fáscia do músculo iliopsoas; divide-se lateralmente às artérias ilíacas comum e externa em ramos femoral e genital o O nervo cutâneo femoral lateral da coxa (L2, L3) segue inferolateralmente sobre o músculo ilíaco e entra na coxa profundamente ao ligamento inguinal/trato iliopúbico, logo medialmente à EIAS; inerva a pele na face anterolateral da coxa o Um nervo obturatório acessório (L3, L4) é encontrado em quase 10% das pessoas. É paralelo à margem medial do músculo psoas, anterior ao nervo obturatório, cruzando superiormente ao ramo superior do púbis, bem próximo da veia femoral. o Vasos da parede posterior do abdome: ▪ O principal feixe neurovascular do tronco inferior, que inclui a parte abdominal da aorta, a veia cava inferior e o plexo nervoso periarterial aórtico, segue na linha mediana da parede posterior do abdome, anteriormente aos corpos das vértebras lombares ▪ Parte abdominal da aorta • Vai de T12 – hiato aórtico – a L4, onde gera seus ramos terminais: Aa. Ilíacas comuns. • Ramos: o A. Frênica inferior o A. Suprarrenal o Tronco celíaco o A. Mesentérica superior o Aa. Renais esquerda e direita o Aa. Gonadais o A. Mesentérica inferior o Aa. Lombares (ramos posteriores) o A. Sacral mediana; ramo ímpar • Classificação das artérias da aorta abdominal: o Ímpares: Vão para órgãos ímpares. // Pares laterais: Vão para órgãos pares // Pares posterolaterais: Vão para parede posterior Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 ▪ Veias da parede posterior do abdome • São as tributárias da veia cava inferior (VCI), com exceção da veia testicular ou ovárica esquerda, que desemboca na veia renal esquerda em vez de drenar para a VCI • A VCI, a maior veia do corpo, não tem válvulas, exceto uma válvula variável, não funcional em seu óstio no átrio direito do coração. • A VCI conduz o sangue mal oxigenado dos membros inferiores, da maior parte do dorso, das paredes do abdome e das vísceras abdominopélvicas. • O sangue das vísceras abdominais atravessa o sistema venoso porta e o fígado antes de entrar na VCI através das veias hepáticas. • Veia cava inferior: o Ela tem seu início anteriormente a vertebra LV, pela união das veias ilíacas comuns, e tem seu fim no nível da vértebra TVIII o Ela recolhe o sangue pouco oxigenado dos membros inferiores e o sangue não portal do abdome e da pelve Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 o O sangue das vísceras abdominais atravessa o sistema porta hepático antes de entrar na VCI pelas Vv. Hepáticas. o Suas tributárias correspondem aos ramos pares laterais e posterolaterais da aorta abdominal. o As tributárias correspondentes aos ramos ímpares da aorta abdominal desembocam na V. Porta. ▪ Vasos linfáticos e linfonodos da parede posterior do abdome • Ocorre basicamente em 3 troncos que drenam para a cisterna do quilo, em seguida para o ducto torácico e por fim para o ângulo venoso esquerdo. • Troncos lombares direito e esquerdo o Linfonodos lombares (cavais e aórticos). o Recebem linfa da parede posterior do abdome, rins, ureteres, testículos ou ovários, útero, tubas uterinas, membros inferiores, colo descendente e pelve. • Tronco intestinal o Linfonodos pré aórticos (celíacos e mesentéricos superiores e inferiores). o Recebe linfa do sistema digestório.
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