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05 - 41233 . 7 - História da Arte e do Design

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HISTÓRIA DA 
ARTE E DO 
DESIGN
Jana Cândida 
Castro dos Santos
Neoclassicismo e 
romantismo
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir neoclassicismo e romantismo.
 � Indicar as principais características desses estilos.
 � Reconhecer a importância desses movimentos para o designer de 
interiores.
Introdução
Nas últimas décadas do século XVIII e nas primeiras décadas do 
século XIX, uma nova tendência estética predominou nas criações 
dos artistas europeus, o chamado neoclassicismo ou academicismo. 
Tratava-se de uma expressão dos valores próprios de uma nova e 
fortalecida burguesia, que assumiu a direção da sociedade europeia 
após a Revolução Francesa e principalmente com o império de Na-
poleão. Nesse período, surgiram vários movimentos diferentes entre 
si. É o caso do romantismo, que se caracterizou como uma reação ao 
neoclassicismo do século XVIII. 
Neste capítulo, você vai ver a definição de neoclassicismo e roman-
tismo e conhecer as suas principais características. Assim, você vai per-
ceber a importância desses movimentos para o designer de interiores.
Neoclassicismo
Segundo a tendência neoclássica, a obra de arte só seria perfeitamente bela 
se resgatasse os princípios e as criações dos artistas clássicos gregos e renas-
centistas italianos. Para isso, seria necessário um cuidadoso aprendizado das 
técnicas e convenções da arte clássica. Assim, nesse período, prevaleceram 
o convencionalismo e o tecnicismo nas academias de belas-artes.
Denominou-se esse estilo de neoclassicismo pois ele retomou os princípios 
da arte da Antiguidade greco-romana. E sua outra denominação, academicismo, 
foi adotada porque as concepções artísticas do mundo greco-romano eram 
tidas como conceitos básicos no ensino das artes nas academias mantidas 
pelo governo.
A arquitetura neoclássica
A arquitetura neoclássica seguiu o modelo dos templos greco-romanos e das 
edificações do Renascimento italiano, como mostram tanto as construções 
civis como as religiosas. A seguir, você pode ver alguns exemplos dessa 
arquitetura.
 � Igreja de Santa Genoveva: localizada em Paris, foi transformada 
depois no Panteão Nacional. A igreja foi projetada por Jacques Germain 
Soufflot (1713–1780), considerado um dos primeiros arquitetos neo-
clássicos, segundo Proença (2009). A planta do edifício foi concebida 
em cruz grega, como pórtico de seis colunas e frontão com trabalhos 
escultóricos de David d'Angers (1788–1856). Observe a Figura 1.
Figura 1. Panteão Nacional (1757–1792), Paris.
Fonte: Panthéon de Paris (2014, documento on-line).
Neoclassicismo e romantismo2
 � Portão de Brandemburgo: localizada em Berlim, obra é assinada 
pelo arquiteto Karl Langhans (1732–1808). O monumento foi con-
cebido com imponentes colunas dóricas a apoiar um pavimento 
retangular, onde fica o conjunto escultórico de Gottfried Schadow 
(1764–1850), uma quadriga de bronze conduzida pela deusa da vi-
tória. Veja a Figura 2.
Figura 2. Portão de Brandemburgo (1789–1794), Berlim.
Fonte: Berlin (2016, documento on-line).
Você sabe o que é uma cruz grega? É uma cruz quadrada na qual todos os braços 
têm o mesmo comprimento. Já uma quadriga é um carro ou carroça conduzida por 
quatro cavalos lado a lado, utilizada nos jogos olímpicos antigos e em outros jogos. É 
considerada a carruagem dos deuses e heróis na mitologia grega.
3Neoclassicismo e romantismo
A pintura neoclássica
A pintura neoclássica foi inspirada na escultura clássica grega e na pintura 
renascentista italiana, principalmente nas obras de Rafael Sanzio, considerado 
mestre do equilíbrio da composição e da harmonia do colorido (PROENÇA, 
2009). Entre os representantes desse período, você pode considerar os listados 
a seguir.
 � Jacques-Louis David (1748–1825): nasceu em Paris e foi considerado 
o pintor da Revolução Francesa. Mais tarde, tornou-se o pintor oficial 
de Napoleão, registrando fatos históricos ligados à vida do imperador, 
entre eles a sua coroação e a travessia dos Alpes (Figura 3).
Para saber mais detalhes da Revolução Francesa e entender o contexto em que a 
arte neoclássica se desenvolveu, assista ao documentário disponível no link a seguir.
https://goo.gl/NFXajB
Neoclassicismo e romantismo4
Figura 3. Bonaparte atravessando os Alpes (1801), Jacques-Louis David.
Fonte: Proença (2009, p. 173).
David foi uma grande influência para a pintura de sua época. Suas obras 
geralmente expressam um realismo vibrante e fortes emoções. É o caso do 
quadro que retrata a morte de seu amigo Marat (Figura 4).
5Neoclassicismo e romantismo
Figura 4. A morte de Marat (1793), Jacques-Louis David.
Fonte: Proença (2009, p. 173).
 � Jean Auguste Dominique Ingres (1780–1867): no século XIX, en-
quanto outras tendências artísticas marcavam os pintores da época, 
Dominique conservava uma acentuada influência neoclássica. Entre suas 
obras, os retratos e os nus são considerados os mais bem-sucedidos pela 
crítica moderna. Em sua célebre tela Banhista de Valpinçon (Figura 5) 
fica evidente o seu domínio dos tons claros para a representação da 
pele e o seu domínio do desenho.
Neoclassicismo e romantismo6
Figura 5. Banhista de Valpinçon (1793), Jean Auguste Dominique Ingres.
Fonte: Proença (2009, p. 173).
Romantismo
Como você viu, os artistas neoclássicos se voltavam para a imitação da 
arte greco-romana e da arte dos mestres renascentistas italianos. Eles se 
7Neoclassicismo e romantismo
submetiam às regras determinadas pelas escolas de belas-artes. Por outro 
lado, os românticos buscavam a libertação das convenções acadêmicas para 
a livre expressão da personalidade do artista. Pode-se afirmar, assim, que 
o romantismo valorizava os sentimentos e a imaginação do artista como 
princípios de suas criações. Ao lado dessas características, compuseram 
também a estética romântica o sentimento de presente, o nacionalismo e a 
valorização da natureza.
A pintura romântica
A pintura romântica, ao negar os princípios neoclássicos, aproximou-se da 
estética barroca. Os pintores românticos, tais como Goya, Delacroix, Turner 
e Constable, dessa forma, recuperaram o dinamismo e a sugestão da agitação 
que os neoclássicos haviam negado. A cor passa novamente a ser valorizada, 
com o uso dos contrastes do claro-escuro para produzir efeitos de dramatici-
dade. Quanto aos temas, a pintura romântica deu ênfase aos fatos da história 
nacional e da cultura contemporânea, assim como à natureza, que ora aparece 
agitada, ora calma, como as emoções humanas. A seguir, você pode conhecer 
os principais artistas da pintura romântica.
 � Goya (1746–1828): trabalhou diferentes temas, de retratos de personali-
dades da corte espanhola e de pessoas do povo a cenas históricas, além 
de ter sido autor de muitos desenhos. Goya ficou conhecido por alterar 
o modo de retratar o conteúdo histórico, dando-lhe um caráter mais 
geral, como é o caso da obra Os fuzilamentos de 3 de maio de 1808, que 
representa o fuzilamento de cidadãos espanhóis contrários à ocupação 
de seu país pelo imperador Napoleão I. O tratamento dado pelo artista, 
como diz Proença (2009), é importante na medida em que universaliza 
o tema da repressão política, superando o fato particular da Espanha. 
Goya, na pintura, acentua o contraste entre os aspectos individualizados 
dos homens que vão morrer e o anonimato dos soldados, representados 
sem rosto, como você pode ver na Figura 6.
 � Eugène Delacroix: do ponto de vista temático, o artista revela-se um 
entusiasta dos movimentos da multidão nas ruas. Você pode ver isso 
em seu quadro mais conhecido, A Liberdade guiando o povo, realizado 
como exaltação da Revolução de 1830 (Figura 7). Nessa obra, apesar 
do forte comprometimento político e particularizador, o valor pictórico 
é assegurado pelo uso das cores, luzes e sombras.
Neoclassicismo e romantismo8
Figura 6. Os fuzilamentos de 3 maio de 1808 (1814–1815), Goya.
Fonte: Neveshkin Nikolay/Shutterstock.com.
Figura 7. A Liberdade guiandoo povo (1830), Eugène Delacroix.
Fonte: Delacroix (2015, documento on-line).
9Neoclassicismo e romantismo
Acessando o link a seguir, você pode assistir ao vídeo Pinceladas de Arte — Delacroix — A 
Liberdade guiando o povo e aprender mais detalhes sobre a obra.
https://goo.gl/ZAafrK
A paisagem romântica
No século XVIII, a pintura paisagística já havia se desenvolvido. No entanto, 
foi no romantismo que ganhou força, principalmente na Inglaterra. A paisagem 
romântica inglesa caracterizou-se por seu realismo e pela criação das contínuas 
modificações das cores da natureza causadas pela luz do sol. Por conta da 
última característica, alguns estudiosos consideram que os paisagistas ingle-
ses do século XIX anteciparam-se em algumas décadas aos impressionistas 
franceses (PROENÇA, 2009). A seguir, você pode conhecer alguns artistas 
que se dedicaram à paisagem romântica.
 � Turner (1775–1851): representou os grandes movimentos da natureza. 
Por meio do estudo da luz natural, procurou descrever certa “atmos-
fera” da paisagem. Em sua obra Chuva, vapor e velocidade, no lugar 
da representação dos detalhes, Turner utilizou as formas essenciais 
da locomotiva e dos trilhos, como você pode ver na Figura 8. Sua 
preocupação principal é relativa às cores brilhantes, concentradas no 
centro da tela. Vale destacar que é essa uma das primeiras vezes em 
que a arte registra a presença da máquina.
 � John Constable (1776–1837): suas obras revelam muito dos lugares 
onde nasceu, cresceu e trabalhou ao lado de seu pai. Muitos dos elemen-
tos de suas paisagens — os moinhos de vento, as barcaças carregadas 
de cereais — faziam parte da sua vida cotidiana quando jovem. Um 
exemplo significativo de sua pintura paisagística é A carroça de feno 
(Figura 9). Por meio da vasta gama de cores extraída da observação e do 
contato com a natureza, Constable obteve um efeito de vivacidade. Além 
disso, a luz que se reflete no rio dá maior luminosidade e serenidade 
para a paisagem. A luz era considerada um dos elementos fundamentais 
para a pintura paisagística de Constable.
Neoclassicismo e romantismo10
Figura 8. Chuva, vapor e velocidade (1844), Turner.
Fonte: Proença (2009, p. 179).
Figura 9. A carroça de feno (1821), Constable.
Fonte: Proença (2009, p. 180).
11Neoclassicismo e romantismo
O neoclassicismo e o romantismo no Brasil
O início do século XIX no Brasil foi marcado pela chegada da Família 
Real portuguesa, que vinha fugindo do conflito entre a França napoleônica 
e a Inglaterra. Segundo Proença (2009), Dom João VI e uma comitiva de 
aproximadamente 15 mil pessoas desembarcaram na Bahia em janeiro de 
1808 e mudaram-se para o Rio de Janeiro em março do mesmo ano. Nessa 
época, o Brasil recebeu forte influência da cultura europeia. Essa tendência 
europeizante se afirma na colônia ainda mais com a chegada da Missão 
Artística Francesa.
A Missão Artística Francesa
A Missão Artística Francesa chegou ao Brasil oito anos após a vinda da Fa-
mília Real, em 1816, chefiada por Joachim Lebreton (1760–1819), secretário 
perpétuo do Institut de France. Com o apoio de dom João e do Conde da Barca 
(1754–1817), Lebreton trouxe ao País um grupo de artistas e técnicos. Faziam 
parte do grupo os pintores Nicolas Antoine Taunay (1755–1830) e Jean-Baptiste 
Debret (1768–1848), o escultor Auguste-Marie Taunay (1768–1824) e o arquiteto 
Augusto-Henri-Victor Grandjean de Montigny (1776–1850). 
A Missão foi contratada para organizar e dar início às atividades da 
Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios. A instituição teve seu nome alte-
rado muitas vezes, até ser transformada, em 1826, na Academia Imperial de 
Belas-Artes (AIBA). A Escola possuía como função tanto formar o artista 
para o exercício das belas-artes como também o artífice para as atividades 
industriais.
A historiadora Lilia Schwarcz vem demonstrando, segundo Oliveira e Cury (2011), 
já há algum tempo, o equívoco de se falar de uma Missão Artística Francesa en-
comendada e pensada como um projeto estratégico de Estado por D. João IV. 
Na verdade, o grupo de artistas de que Debret fazia parte fugia de uma situação 
incômoda na França. O que houve, portanto, foi uma feliz coincidência de circuns-
tâncias que colocaram, ironicamente, os antigos artistas do regime bonapartista 
a servir a nobreza portuguesa que se instalara nos trópicos justamente para fugir 
de Napoleão, oito anos antes.
Neoclassicismo e romantismo12
Taunay foi considerado uma das figuras mais importantes da Missão 
Francesa. Suas criações mais famosas no Brasil foram as paisagens. Durante 
os cinco anos que ficou aqui, produziu cerca de 300 paisagens do Rio de 
Janeiro e regiões próximas. Na Figura 10, você pode ver uma obra de Taunay.
Figura 10. Morro de Santo Antônio em 1816 (1816), Taunay.
Fonte: Proença (2009, p. 196).
Debret foi certamente o artista mais conhecido da Missão Francesa, pois 
seus trabalhos documentaram a vida no Brasil durante o século XIX e são am-
plamente reproduzidos em livros escolares. Aqui no Brasil, Debret dedicou-se 
à criação de imagens sobre a vida cotidiana do Rio de Janeiro. Isso significou, 
em grande parte, figurar os escravos, que representavam a grande maioria 
da população na cidade. Suas imagens contemplavam os mais variados tipos 
sociais urbanos, além de inúmeras figuras indígenas, bem como elementos 
da fauna e da flora brasileiras, como destaca Trevisan (2012). De acordo com 
Oliveira e Cury (2011):
13Neoclassicismo e romantismo
O Brasil colorido de Jean-Baptiste Debret, portanto, não é, de forma alguma, 
um registro “verdadeiro” do cotidiano oitocentista carioca, no sentido de 
que qualquer obra artística — assim como qualquer documento histórico, 
aliás — se constitui basicamente como um recorte sobre a realidade feito a 
partir do olhar de seu autor. Fazendo-se essa ressalva, e lembrando que nesse 
tipo de documentação é surpreendentemente fácil amenizar conflitos e criar 
“verdades”, salta aos olhos o detalhismo presente nos desenhos de Debret, 
quase como se o artista desejasse fazer uma descrição densa daquele meio 
em que chegara com sua bagagem europeia.
Assim, na obra de Debret há um olhar neoclássico sobre a realidade brasi-
leira. Esse artista possuía a capacidade de documentar, por meio dos detalhes 
de suas pinturas e desenhos, os hábitos, costumes e mobiliário. Ou seja, criou 
uma forma de representação do Brasil oitocentista, daí a grande importância 
de sua obra como um registro histórico.
O artista realizou retratos da Família Real, pinturas de cenários para o 
Teatro São João e trabalhos de ornamentação da cidade do Rio de Janeiro 
para festas públicas e oficiais. Além disso, foi professor de pintura histórica 
na Academia Imperial de Belas-Artes e realizador da primeira exposição de 
arte no Brasil, em 1829.
O trabalho de Debret mais conhecido entre os brasileiros, como afirma 
Proença (2009), é uma obra em três volumes denominada Viagem pitoresca 
e histórica ao Brasil. Nos volumes, há ilustrações do artista — desenhos e 
aquarelas — que documentam os usos e costumes dos indígenas brasileiros, 
a sociedade do Rio de Janeiro e assuntos diversos — paisagens naturais e 
urbanas, retratos, estudo de condecorações, peças de vestuário, entre outros. 
Na Figura 11, a seguir, você pode ver uma das obras de Debret.
No campo da arquitetura, a Missão Francesa desenvolveu o estilo neo-
clássico, a partir do abandono dos princípios barrocos. Destaca-se o arquiteto 
Grandjean de Montigny (1776–1850), autor do projeto do edifício da Academia 
Imperial de Belas-Artes, de 1826 (Figura 12), onde ficavam inicialmente as 
pinturas trazidas pela Missão. Além dessa construção, pode se destacar como 
edifícios neoclássicos da época a Casa da Moeda e o Solar dos Marqueses 
de Itamarati.
Neoclassicismo e romantismo14
Figura 11. Chefe índio Camacã mongoió, Debret.
Fonte: Proença (2009, p. 198).
15Neoclassicismo e romantismo
Figura 12. Pórtico de entrada do prédio da Academia Imperial de Belas-Artes, no Jardim 
Botânico, Rio deJaneiro, projetado por Grandjean de Montigny.
Fonte: Jbrj (2010, documento on-line).
Neoclassicismo e romantismo16
O Solar dos Marqueses de Itamarati (Figura 13) foi projetado por José 
Maria Jacinto Rebelo, aluno de Montigny. O edifício serviu posteriormente 
como sede do Ministério das Relações Exteriores — com o nome Palácio do 
Itamarati —, no período em que o Rio de Janeiro era capital do País.
Figura 13. Solar dos Marqueses de Itamarati, hoje Palácio do Itamarati, no Rio de Janeiro, 
projetado por José Maria Jacinto Rebelo.
Fonte: Proença (2009, p. 199).
A Academia Imperial de Belas-Artes
A criação da Academia Imperial de Belas-Artes, no Rio de Janeiro, datada 
de 1826, inaugurou o ensino artístico no Brasil em moldes semelhantes aos 
das academias de arte europeias. As academias procuravam garantir aos 
artistas formação científica e humanística, além de treinamento no ofício, 
oferecendo aulas de desenho de observação e cópia de moldes. Além disso, 
eram responsáveis pela organização de exposições, concursos e prêmios, 
pela conservação do patrimônio e pela criação de pinacotecas e coleções, o 
que significava controlar a atividade artística, mantendo a fixação rígida de 
padrões de beleza.
17Neoclassicismo e romantismo
No Brasil, a arte realizada na Academia correspondeu, de modo geral, 
a modelos neoclássicos e românticos aclimatados, que têm de enfrentar as 
condições da natureza e da sociedade locais. Entre as várias alterações no 
modelo, houve o predomínio das paisagens entre os pintores acadêmicos 
no Brasil.
No que diz respeito à pintura histórica, vale destacar o papel da “arte 
acadêmica nacional” na construção de uma iconografia do Império, sobre-
tudo no período de dom Pedro II (1825–1891), entre 1841 e 1889. Ao lado da 
profusão de retratos do imperador e do registro de comemorações oficiais, 
parte dos artistas acadêmicos envolve-se na construção de uma memória da 
nação, de timbre romântico, com a eleição de alguns emblemas. O índio é um 
dos mais importantes. Como exemplos, há Moema (1866), de Victor Meirelles 
(1832–1903); Iracema (1881), de José Maria de Medeiros (1849–1925); e O 
Último Tamoio (1883), de Rodolfo Amoedo (1857–1941).
A importância do neoclassicismo e do romantismo
Como você viu, o neoclássico — estilo marcado pelo racionalismo, com 
criações baseadas nos modelos clássicos greco-romanos e com excelência 
da cópia exata — teve importante influência no País, como na implantação 
da Academia Imperial de Belas-Artes. Esta foi responsável por oficializar o 
ensino das artes plásticas, abrindo espaço para a formação de importantes 
artistas acadêmicos brasileiros, como é o caso de Vitor Meirelles e de Pedro 
Alexandrino. O romantismo, por sua vez, foi importante pelas mudanças 
que provocou no campo da criação, na busca pela liberdade individual e pela 
expressão dos sentimentos fora dos padrões de beleza consagrados.
Ambos os movimentos influenciaram diretamente, como você pôde 
ver ao longo do capítulo, as artes plásticas e o seu ensino, assim como o 
design brasileiro. Daí a importância desses movimentos para o designer 
de interiores.
Neoclassicismo e romantismo18
1. Nas últimas décadas do século 
XVIII e nas primeiras décadas do 
século XIX, uma nova tendência 
estética predominou nas criações 
dos artistas europeus, o chamado 
neoclassicismo ou academicismo. 
Sobre esse movimento, assinale 
a alternativa correta.
a) O estilo denominava-se 
neoclassicismo em razão 
das concepções artísticas 
do mundo greco-romano 
tornarem-se os conceitos 
básicos para o ensino das 
artes nas academias mantidas 
pelos governos europeus.
b) O estilo neoclássico foi marcado 
pela subjetividade, e os 
aspectos emocionais deviam 
se sobrepor aos intelectuais.
c) As criações neoclássicas 
eram marcadas pela 
imaginação do artista.
d) Nas pinturas neoclássicas, há 
a expressão de um vibrante 
realismo e de fortes emoções.
e) A principal virtude artística 
dos pintores e dos escultores 
neoclassicistas desse 
período era a capacidade de 
desenvolver releituras dos 
modelos clássicos a partir da 
criação de novos elementos.
2. O romantismo foi um movimento 
artístico e filosófico de grande 
importância, devido às mudanças 
que provocou no campo da 
criação. Sobre o movimento, 
assinale a alternativa correta.
a) O artista do romantismo 
buscou representar os padrões 
de beleza consagrados.
b) Ao negar a estética neoclássica, 
a pintura romântica aproxima-se 
das formas barrocas.
c) Na pintura do romantismo, a 
cor é desvalorizada, assim como 
os contrastes de claro-escuro.
d) A natureza, nas pinturas 
românticas, era renegada a pano 
de fundo das cenas retratadas.
e) A característica mais marcante 
do romantismo é a valorização 
das regras determinadas pelas 
escolas de belas-artes.
3. No início do século XIX, o Brasil 
recebeu a Missão Artística 
Francesa. Assinale a alternativa 
correta a respeito da Missão 
e da arte desse período.
a) A Missão Artística Francesa 
chegou ao Brasil em 1816 com o 
objetivo principal de documentar 
os aspectos naturais e sociais 
do território por meio da arte.
b) Taunay é certamente o artista 
da Missão Francesa mais 
conhecido pelos brasileiros, 
pois seus trabalhos são muito 
reproduzidos nos livros escolares.
c) Debret, durante os cinco anos 
que permaneceu aqui, produziu 
cerca de 30 paisagens do Rio 
de Janeiro e regiões próximas.
d) No campo da arquitetura, a 
Missão Francesa desenvolveu 
o estilo romântico, combinado 
aos princípios barrocos.
19Neoclassicismo e romantismo
e) Um dos marcos do 
desenvolvimento das 
artes no Brasil foi a Missão 
Artística Francesa.
4. Assinale a alternativa correta a 
respeito da arquitetura neoclássica.
a) No Brasil, o precursor do estilo 
neoclássico na arquitetura 
foi José Maria Jacinto Rebelo, 
autor do prédio da Academia 
Imperial de Belas-Artes.
b) Somente nas construções 
religiosas é que a arquitetura 
neoclássica seguiu o modelo 
dos templos greco-romanos.
c) O neoclassicismo teve grande 
influência na arquitetura dos 
Estados Unidos da América.
d) A arquitetura neoclássica 
refletiu-se principalmente na 
planta das construções.
e) A arquitetura do neoclassicismo 
recuperou o uso da curva e 
do movimento do barroco.
5. Sobre os artistas do neoclassicismo 
e do romantismo, assinale 
a alternativa correta.
a) Debret já era um artista 
premiado na Europa e, nos 
primeiros anos do século 
XIX, recebia encomendas 
da corte francesa. Ele veio 
para o Brasil em 1816.
b) Constable, pintor romântico, 
acreditava que a luz poderia 
ser desconsiderada na 
pintura paisagística.
c) Delacroix foi um artista 
romântico entusiasmado 
em retratar paisagens 
urbanas com pouca 
movimentação de pessoas.
d) No século XIX, a pintura 
de temas históricos já era 
considerada um gênero 
definitivo. Goya soube 
retratar fielmente o conteúdo 
histórico, dando-lhe um 
caráter bem específico.
e) O maior representante da 
pintura neoclássica é, sem 
dúvida, Jean Auguste Dominique 
Ingres, considerado o pintor 
da Revolução Francesa.
Neoclassicismo e romantismo20
BERLIN - 0266 - 16052015 - Brandenburger Tor. Wikimedia Commons, the free me-
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Delacroix_-_La_libert%C3%A9_guidant_le_peuple-3.jpg>. Acesso em: 20 out. 2018.
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OLIVEIRA, C. M. S.; CURY, C. E. Lazer e Leitura nas Imagens de Debret: O Cotidiano do 
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PANTHÉON DEPARIS (façade, depuis la rue Souflot). Wikimedia Commons, the free 
media repositor, 2 out. 2014. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/
File:Panth%C3%A9on_de_Paris_(fa%C3%A7ade,_depuis_la_rue_Souflot).jpg>. Acesso 
em: 20 out. 2018.
PROENÇA, G. História da arte. São Paulo: Ática, 2009.
TREVISAN, A. R. Arte, memória e sociedade: Jean-Baptiste Debret e sua (re)descoberta 
na primeira metade do século XX no Brasil. Resgate, v. 20, n. 23, p. 18-27, jan./jun. 2012.
Leituras recomendadas
GOMBRICH, E. H. A história da arte. 16. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012.
GUTIERREZ, E. F. Pierre, Erica e uma conversa sobre a história da arte brasileira. Caxias do 
Sul: UCS, 2015. Disponível em: <https://www.ucs.br/site/midia/arquivos/livro-pierre- 
erica-uma-conversa.pdf>. Acesso em: 20 out. 2018.
JANSON, H. W.; JANSON, A. E. Iniciação à história da arte. 2. ed. São Paulo: Martins 
Fontes, 1996.
MATTOS, P. B. A arte de educar: cartilha de arte e educação para professores do ensino 
fundamental e médio. São Paulo: Antonio Bellini, 2003.
MEDEIROS, A. Fragmentos da arte clássica no espelho do século XIX: uma alusão à 
arquitetura. Principia, ano 16, n. 26, p. 77-88, 2013. Disponível em: <http://www.e-publi-
cacoes.uerj.br/index.php/principia/article/view/7684/5548>. Acesso em: 20 out. 2018.
OLIVEIRA, J.; GARCEZ, L. Explicando a arte: uma iniciação para entender e apreciar as 
artes visuais. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.
PROENÇA, G. História da arte. São Paulo: Ática, 2003.
21Neoclassicismo e romantismo
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