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“AMINOGLICOSÍDEO” SE ORIGINA DA SUA ESTRUTURA: DOIS AMINOAÇÚCARES UNIDOS POR LIGAÇÃO GLICOSÍDICA A UM NÚ- CLEO HEXOSE CENTRAL. OS AMINOGLICOSÍDEOS SÃO DERIVADOS DE STREPTOMYCES SP. OU MICROMONOSPORA SP MECANISMO DE AÇÃO • Consiste na difusão passiva por meio dos canais de porina através da membrana externa, em seguida, o fármaco é transportado de maneira ativa através da membrana celular para dentro do citoplasma por meio de um processo dependente de oxigênio. O gradiente eletroquímico transmembrana fornece a energia para esse processo, e o transporte está acoplado a uma bomba de próton. O pH extracelular baixo e as condições anaeróbias inibem o transporte ao reduzirem o gradiente. • Dentro da célula, os aminoglicosídeos se ligam a proteínas ribossomais específicas da subunidade 30S. A síntese proteica é inibida por aminoglicosídeos pelo menos de três maneiras o Interferência com o complexo de iniciação de formação do peptídeo o Leitura errônea do mRNA, o que provoca a incorporação de aminoácidos incorretos no peptídeo e resulta em uma proteína afuncional ou tóxica o Clivagem dos polissomos em monossomos não funcionais. FARMACOCINÉTICA • TODOS os aminoglicosídeos (exceto a neomicina) precisam ser administrados por via parenteral para alcançar níveis séricos adequados o A neomicina não é administrada por via parenteral devido à grave nefrotoxicidade. Ela é administrada topicamente contra infecções cutâneas ou por via oral para preparação intestinal previa à cirurgia colorretal. • TODOS os aminoglicosídeos atravessam a barreira placentária e podem acumular no plasma fetal e no liquido amniótico. • São muito mal absorvidos no trato gastrintestinal • Quase a totalidade da dose oral é excretada nas fezes após administração oral e excretado inalterado na urina após administração parenteral • A meia-vida Resumo Se dá pela inibição da síntese proteica, por meio de um acoplamento na subunidade 30S do ribossomo bacteriano, inibindo a tradução/síntese proteica, com isso, não há formação da cadeia peptídica e as bactérias não conseguiam se replicar. o Paciente normal = 2 a 3 horas o Paciente com comprometimento da função renal = 24 a 48 horas Via parenteral Via oral Amicacina Neomicina Gentamicina Estreptomicina ESPECTRO DE AÇÃO • são utilizados em sua maioria contra bactérias aeróbias Gram-negativas, em particular quando existe a possibilidade de o isolado ser resistente ao medicamento e quando há suspeita de sepse. • São quase sempre utilizados em combinação com um antibiótico β-lactâmico para estender a cobertura a fim de incluir potenciais patógenos Gram-positivos com a vantagem do sinergismo entre as duas classes de fármacos. • Aplicações terapêuticas de quatro dos aminoglicosídeos mais usados o Amicacina o Gentamicina o Tobramicina o Estreptomicina RESISTÊNCIA • Bactérias podem ser resistentes aos aminoglicosídeos por: o inativação do fármaco pelas enzimas microbianas; o falha do antibiótico em penetrar no interior da célula; o Proteína receptora na subunidade ribossomal 30S – suprimida ou alterada. Sinergismo com outros antibióticos Gentamicina + B-lactâmico: contra G+ Amicacina + B-lactâmico: contra G- Gentamicina − Apresentação: Ampolas com 10, 20, 40, 60, 80, 120, 160 e 280 mg. − Posologia: Adultos: 3-6 mg/kg/dia a cada 8 h ou 240 mg a cada 24 horas. Prematuros, menos de 1.000 g: 3,5 mg/kg, a cada 24 h; 0-4 semanas, < 1.200 g: 2,5 mg/kg, a cada 18-24 h; até sete dias de vida: 2,5 mg/kg, a cada 12 h; acima dos sete dias, 1.200-2.000 g: 2,5 mg/kg, a cada 8-12 h; acima de sete dias, mais de 2.000 g: 2,5 mg/kg, a cada 8 h. Amicacina − Apresentação: Frasco-ampola com 100, 250 e 500 mg. − Posologia: 15-22,5 mg/kg/dia, divididos de 8 em 8 h, ou em dose única diária, IV ou IM, máximo de 1,5 g/dia. Se forem utilizadas doses fracionadas, aplicar dose de ataque de 7,5-15 mg/kg. Estreptomicina − Apresentação: Frasco-ampola com 1 g. − Posologia: 15-25 mg/kg/dia, IM profundo, divididos de 12 em 12 h ou 1 g, IM, 24/24 h. Neomicina − Apresentação: Bisnaga com 15 e 50 g de pomada. − Posologia: Aplicar de 1-4x/dia. EFEITOS ADVERSOS • Ototoxicidade (vestibular e coclear) o relacionada diretamente com picos plasmáticos elevados e com a duração do tratamento. o O antimicrobiano acumula na endolinfa e na perilinfa do ouvido interno. o Vertigens (especialmente em pacientes que recebem estreptomicina) podem ocorrer. • Nefrotoxicidade o Com a redução da TFG, o rim deixa de excretar de maneira adequada o antibiótico, ficando mais biodisponível na corrente sanguínea. Com isso, o antibiótico penetra ainda mais o tecido vestibulococlear e potencializa seus efeitos adversos. o Resulta em insuficiência renal leve e reversível até grave, potencialmente irreversível, e necrose tubular aguda. o ↑ creatinina sérica o ↓ depuração da creatinina • Paralisia neuromuscular o Este efeito adverso está associado com aumento rápido da concentração ou administração concomitante de bloqueadores neuromusculares. o Pacientes com miastenia grave são particularmente suscetíveis. • Reações alérgicas o Dermatite de contato é uma reação comum para a neomicina aplicada topicamente. Favorece a toxicidade Terapia por mais de 5 dias Doses elevadas Idosos Insuficiência renal Mamíferos → folato exógeno Bactérias → sintetiza o folato através do ácido p-aminobenzóico (PABA) MECANISMO DE AÇÃO • Bloqueio da síntese da Pteridina + PABA, por competição direta como o PABA, que compõem a cascata da formação do ácido fólico, componente essencial para a síntese de DNA • A combinação de uma sulfonamida com um inibidor da di-hidrofolato redutase (trimetoprima ou pirimetamina) proporciona atividade sinérgica em razão da inibição sequencial da síntese do folato → bactericida o Trimetoprima ou pirimetamina agem na cascata da formação do ácido fólico, inibindo a transformação do ácido diidrofólico em ácido tetraidrofólico. • Sulfonamidas → bacteriostática RESISTÊNCIA • A resistência à sulfonamida pode ocorrer em razão de mutações que: o Provocam produção em excesso de PABA o Causam a produção de uma enzima sintetizadora de ácido fólico com baixa afinidade para as sulfonamidas o Comprometem a permeabilidade à sulfonamida. • Sua resistência bacteriana é feita pelo aumento da produção do PABA, alteração enzimática por mutação e formação de enzimas de baixa afinidade ESPECTRO DE AÇÃO – USO CLÍNICO Infecção do trato urinário Nocardiaose Toxoplasmose Sulfonamidas + trimetoprima • Espectro de ação: G+ (estáfilos MSSA e MRSA comunidade), G- (enterobactérias), bactérias superiores, fungos e protozoários. • Aplicação clínica: Sulfadiazina de Prata • Aplicação clinica o Queimaduras: ação antimicrobiana e cicatrizante. EFEITOS ADVERSOS • Náuseas • Vômitos • Reações de hipersensibilidade o erupções morbiliformes, escarlatiniformes, urticariformes, erisipeloides, penfigoides, purpúricas e petequiais, além de eritema nodoso, eritema multiforme tipo Stevens-Johnson, síndrome de Behçet, dermatite esfoliativa e fotossensibilidade • Distúrbios do trato urinário o Cristalúria Sulfametoxazol - Trimetoprim Apresentação: Comprimidos com sulfametoxazol 400 mg, mais trimetoprima 80 mg, ou 800 mg de sulfametoxazol, mais 160 mg de trimetoprima; suspensão oral com 200 mg de sulfametoxazol, mais 40 mg de trimetoprima em 5 mL, ou 400 mg de sulfametoxazol, mais 80 mg de trimetoprima/5 mL; ampolas com 400 mg de sulfametoxazol, mais 80 mg de trimetoprima.. Posologia: Adultos: 800 mg de sulfametoxazol, mais 160 mg de trimetoprima, VO ou IV, de 12 em 12 h, por 10-14dias para a maioria das infecções. Acima de dois meses de idade: infecções leves a moderadas, 6-12 mg/kg/dia do componente trimetoprima, em duas administrações. Pneumocistose: 15-20 mg/kg/dia do componente trimetoprima, em 3-4 administrações. Profilaxia da pneumocistose: 150 mg/m2/dia de trimetoprima, a cada 12 ou 24 h, 3x/semana, em dias consecutivos ou alternados. Profilaxia de infecção do trato urinário: 2 mg/kg do trimetoprima/dia ou 5 mg/kg, 3x/semana. Pneumocistose: usar 75-100 mg/kg de sulfametoxazol, mais 15-20 mg/kg de trimetoprima ao dia, divididos de 6 em 6, ou de 8 em 8 h, durante 14-21 dias. Sulfadiazina de Prata Apresentação: comprimidos de 500 mg. Posologia: Adultos: 2-8 g/dia, VO, divididos de 6 em 6 h, mais pirimetamina 25 mg/dia e ácido folínico 5-10 mg, 3x/sema- na. Para o tratamento supressivo da toxoplasmose, usar 1 g, de 12 em 12 h. • ÁCIDO NALIDÍXICO o Primeira quinolona; o Não alcança níveis bacterianos sistêmicos; o Derivado fluorados → alcançam níveis bactericidas no sangue e nos tecidos MECANISMO DE AÇÃO • As quinolonas bloqueiam a síntese do DNA bacteriano ao inibirem a topoisomerase II (DNA-girase) bacteriana e a topoisomerase IV. • A inibição da DNA-girase impede o relaxamento do DNA positivamente superespiralado, o que é necessário para a transcrição e a replicação normais. • A inibição da topoisomerase IV interfere na separação do DNA cromossomial replicado nas respectivas células filhas durante a divisão celular. REAÇÕES ADVERSAS • Sinais e sintomas gastrointestinais o Náusea, vômito e diarreia; • Insônia • Tontura • Cefaleia • Prolongamento do QT (Torsades de pointes) CONTRAINDICAÇÕES • Gestantes • Lactentes e crianças abaixo de 16-18 anos: gera um comprometimento da formação de cartilagens articulares, aumentando o risco de tendinites e artralgias. RESISTÊNCIA • Mutação → DNA girase ou topoisomerase IV; • Transporte ativo do fármaco para fora da bactéria. INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA • As quinolonas devem ser evitadas em pacientes em uso de varfarina, pois podem aumentar sua concentração sérica, bem como a concentração de outras substâncias, como a cafeína e ciclosporina. • O uso concomitante com AINES, pode aumentar os efeitos das quinolonas no sistema nervoso central, deslocando o neurotransmissor GABA de seus receptores, o que pode diminuir o limiar convulsivo. Quinolonas 1ª Geração Ácido Nalidíxico • Espectro de ação: germes G- e enterobactérias. • Aplicação na prática o Cistites e uretrites: infecções de TGU causadas por G- e enterobactérias (E.coli). Quinolonas 2ª Geração Norfloxacino, Ciprofloxacino e Ofloxacino • Espectro de ação o Norfloxacino: enterobactérias (exceto pseudomonas). o Ciprofloxacino: gonococo, outros G- (com ação para P. aeruginosa), G+ (estafilos MSSA), clamídias e micoplasma. o Ofloxacino: semelhante à cirpofloxacina, porém, baixa ação para P. aeruginosa e maior ação contra micobactérias. • Aplicação prática o Cistites e profilaxia de PBE: Norfloxacino o Uretrite, pielonefrite, prostatite e diarreias infecciosas: Ciprofloxacino. Apresentação: Comprimido de 500 mg e suspensão oral com 250 mg/5 mL de 60 mL. Posologia: Tratamento de infecção do trato urinário (1 g, a cada 6 h) ou Profilaxia (1 g, a cada 12 h). Pouco usado na prática, pois gera muita resistência e efeitos colaterais. Ciprofloxacino Apresentação: (solução injetável [bolsa] com 2 mg/mL de 100 ou 200 mL); cloridrato de ciprofloxacina (comprimidos revestidos de 250 e 500 mg), comprimidos de 250, 500, 750 ou 1.000 mg. Posologia: 400-500 mg, IV, de 12 em 12 h, chegando a 400 mg, IV, de 8 em 8 h, em casos muito graves; 250-750 mg, VO, de 12 em 12 h. Norfloxacino Apresentação: Comprimidos simples e revestidos de 400 mg. Posologia: 400 mg, de 12 em 12 h ou 10-15 mg/kg/dose, a cada 12 h. Entérocolite disentérica: 400 mg/2x/dia por 5 dias. Diarreia do viajante: 400 mg/2x/dia por 3 dias. Prostatite: 400 mg/2x/dia por 4-6 semanas. Ofloxacino Apresentação: Comprimido revestido de 200 mg ou 400 mg; solução oftálmica com 3 mg/mL em 0,5 mL ou 5 mL. Posologia: 400 mg, 12/12 h. Erradicação do meningococo da orofaringe: dose única de 400 mg. Infecções do trato urinário: 200 mg, de 12 em 12 h, por 3-10 dias Prostatite: 300 mg, de 12 em 12 h, por seis semanas Cervicite e uretrite não gonocócica: 300 mg, de 12 em 12 h, por sete dias. Outras situações: 400 mg, de 12 em 12 h. Quinolonas 3ª Geração Levofloxacino e Moxifloxacino • Excelente penetração no parênquima pulmonar, mas ruim penetração no SNC. • Espectro de ação: G+ (estreptos e estáfilos MSSA), G- (incluindo pseudomonas) e clamídia e micoplasma. • Aplicação prática o IVAS e PAC (leves e graves por pneumococo); o Infecções de pele por estáfilos MSSA; o PAC por estáfilos comunitários; o Uretrite por clamídia/micoplasma. Quinolonas 4ª Geração Trovafloxacino e Sitafloxacino • Espectro de ação: + (estreptos e estáfilos MSSA), G- (incluindo pseudomonas), clamídia e micoplasma e anaeróbios. • Aplicação prática: pneumonias, pielonefrites, prostatites, diarreias infecciosas, infecções mais graves. Levofloxacino Apresentação: Comprimidos revestidos de 250 ou 500 mg; bolsas com 100 mL da solução diluída em glicose a 5% com 5 mg/mL; bolsa solução injetável com 5 mg/mL em 100 ou 150 mL (sistema fechado); bolsa com 5 mg/mL em 50 mL; frasco-ampola com 25 mg/mL em 20 mL. Posologia: Pneumonia comunitária ou sinusite: 500 mg a cada 24 h por 7-14 dias, ou pneumonia comunitária 750 mg a cada 24 h por 5 dias. Infecção complicada de peles e suas estruturas: 750 mg a cada 24 h por 7-14 dias. Pneumonia nosocomial: 750 mg a cada 24 h por 7-14 dias. ITU (não complicada): 250 mg a cada 24 h por 3 dias. ITU (complicada): 250 mg a cada 24 h por 10 dias. Prostatite crônica: 500 mg a cada 24 h por 28 dias. Antrax (inalação): 500 mg a cada 24 h por 60 dias, iniciar logo que possível após inalação. Pacientes obesos: 750 mg a cada 24 h. Moxifloxacino Apresentação: Comprimidos simples e revestidos de 400 mg, solução injetável 1,6 mg/mL (bolsa com 250 mL). Posologia: 400 mg, seja por via oral, seja parenteral (IV), uma vez ao dia.
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