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Atos administrativos
“Manifestação unilateral de vontade do Estado que atuando em supremacia, tem por finalidade constituir, extinguir, modificar, resguardar ou declarar direitos, bem como impor obrigações aos particulares (poder extroverso).” 
Características:
· Unilateral
· Decorrem da função administrativa
· Estado atua com supremacia
· Regidos pelo Direito Público
· Produzem efeitos jurídicos
· Sujeitos ao controle de legalidade
· Decorrem da manifestação de vontade da administração.
Fato x Ato:
	O fato jurídico está relacionado a qualquer acontecimento capaz de produzir efeitos, podendo este ser proveniente de ações humanas ou, simplesmente, de eventos naturais. 
	Os atos administrativos são regidos pelo regime de direito público e expedidos no exercício da função administrativa, a qual, apesar de típica do Poder Executivo, poderá ser exercida de maneira atípica pelos Poderes Legislativo e Judiciário. Todavia, nem sempre que a Administração atuar estará expedindo atos administrativos. Nem todo ato da Administração será um ato administrativo. Nem todo ato administrativo será um ato produzido pela Administração.
	São atos da administração: 
· Atos privados: algumas situações o administrador atuará em posição de igualdade com o particular e será regido pelo regime privado. 
· Atos materiais: assemelham-se muito mais a um fato do que propriamente a um ato, pois são condutas de mera execução, sem expressar manifestações de vontade. 
· Atos políticos: também denominados atos de governo, são aqueles que decorrem diretamente da própria Constituição e possuem ampla discricionariedade. Nesse caso, não se está exercendo a função administrativa, pois a atuação é baseada na função política do Estado. 
· Atos administrativos: são expedidos no exercício da função administrativa, em caráter infralegal (abaixo da lei), sob o regime de direito público, com todas as prerrogativas e restrições decorrentes deste.
Vinculação e Discricionariedade:
	Ato vinculado (ou regrado) é aquele que a lei impõe uma conduta ao administrador sem deixar a ele qualquer margem de liberdade. Nesse caso, o agente público será um mero executor dos termos legais.
	Ato discricionário oferece certa margem de liberdade ao administrador para que este possa analisar, em cada caso concreto, dentre duas ou mais alternativas, qual se apresenta mais conveniente e oportuna. Todavia, não se pode confundir discricionariedade com arbitrariedade. Esta ocorre quando se atua fora dos limites impostos ou aceitos pela lei. Portanto, um ato nunca será integralmente discricionário, pois, o agente público deve agir sempre dentro dos limites da lei e do interesse público.
Silêncio administrativo:
	A inércia administrativa, de forma geral, não produz nenhum ato administrativo. Entretanto, caso os efeitos do silêncio estejam previstos em lei, poderá produzir tanto ações de aprovação quanto de rejeição dos pedidos dos administrados.
REQUISITOS/ELEMENTOS DO ATO:
· Competência – quem pratica o ato.
· Finalidade – o que se busca.
· Forma – meio de exteriorização.
· Motivo – causa.
· Objeto – consequência/resultado do ato. 
COMPETENCIA: A competência, também denominada sujeito, é um requisito vinculado, ou seja, a própria lei definirá quem estará autorizado a praticar cada tipo de ato, devendo o termo “lei” ser entendido de forma a abarcar tanto as leis em sentido estrito, a Constituição Federal e, excepcionalmente, os atos administrativos gerais.
· Irrenunciável, salvo delegação e avocação.
· Imodificável (deriva da lei)
· Imprescritível
· Improrrogável 
	DELEGAÇÃO
	AVOCAÇÃO
	É a possibilidade de repassar, de forma temporária, a execução de determinada atividade à outra pessoa.
Não se delega:
· A edição de atos de caráter normativo.
· A decisão de recursos administrativos. 
· As matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
	O superior hierárquico tomar para si as atribuições de um subordinado. Entretanto, para que isso ocorra, a competência não poderá ser exclusiva do subordinado, devendo existir ainda um motivo relevante e ser sempre excepcional e temporária.
Vicio de competência: 
· Excesso de poder: o administrador pratica o ato sem nem possuir competência para tanto, ou seja, ele extrapola os limites de suas atribuições. O ato praticado com excesso de poder é inválido, poderá tal ato ser convalidado se não for de competência exclusiva.
· Funcionário de fato: é aquele que possui algum tipo de vício em sua investidura. Os atos praticados são tidos como válidos em razão da boa-fé. Teoria da aparência. 
· Usurpação de função: ato praticado por um particular que não possui nenhuma relação com a Administração Pública. Os atos são tidos como inexistentes. (vide 328 CP).
FINALIDADE: é o que o administrador busca com a sua atuação, podendo, pode ser definida em: 
· Finalidade geral: o administrador sempre deverá atuar em busca da satisfação do interesse público, sendo exatamente esta a finalidade geral de todo e qualquer ato administrativo. 
· Finalidade específica: apesar de a finalidade geral de todos os atos ser exatamente a mesma, de forma específica cada atuação administrativa estará buscando um fim diferente, qual seja aquele estipulado pela lei.
Vicio de finalidade: O administrador deverá agir sempre dentro de certos limites. Com isso, caso ele atue buscando uma finalidade diversa da prevista em lei estará cometendo abuso de poder classificado como: desvio de finalidade. Em certas situações, o administrador desviará da finalidade específica, mas, ainda assim, o ato será considerado lícito. Esse fenômeno poderá ocorrer nas desapropriações, sendo denominado: tredestinação lícita. A finalidade é requisito vinculado. 
FORMA: Em virtude do princípio da solenidade, adota-se como regra a forma escrita e em vernáculo (língua portuguesa). Todavia, excepcionalmente admite-se a utilização de outras formas que não sejam escritas, tais como meios sonoros, verbais, gestuais e até mesmo luminosos, como os semáforos. É requisito vinculado, mas pode ser convalidado desde que não haja previsão da lei. 
· Motivação: é explicar, justificar, realizar uma fundamentação (de fato e de direito) sobre os atos e decisões produzidos pelo Poder Público. É um princípio geral que deve reger toda atividade administrativa. Observe que a motivação faz parte da forma, até mesmo porque motivar é explicar por escrito a razão de o Poder Público ter tomado as suas decisões. A motivação é uma regra generalíssima, porém, excepcionalmente, por autorização legal ou constitucional, admite-se a prática de atos independentemente de motivação.
Motivação aliunde: ocorre quando o administrador justifica a prática de seu ato com base em uma motivação anterior.
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
	Vicio de forma: A forma é um instrumento para que a Administração Pública consiga atingir os seus objetivos, pois, se o ato não for exteriorizado, ele nem sequer existirá. Além do mais, sendo a forma um requisito vinculado, deverá o agente público respeitar os ditames e procedimentos legais até para que não exista o desrespeito a princípios básicos, tais como o da indisponibilidade, devido processo legal, contraditório e ampla defesa. Entretanto, nem todo defeito de forma culminará com a nulidade do ato, pois, caso o vício não atinja interesses de terceiros nem prejudique a Administração poderá existir a correção da irregularidade por meio do instituto da convalidação. Por outro lado, sendoo vício considerado insanável, só restará uma opção: a anulação.
MOTIVO: é uma causa que gera uma consequência. É uma situação de fato e de direito que autoriza a prática de um ato. Pressuposto de direito: existência de uma norma. Pressuposto de fato: ocorrência concreta da previsão normativa.
	Teoria dos motivos determinantes: O administrador fica vinculado ao motivo por ele alegado. Sendo assim, a causa que determinou a prática do ato terá de ser existente e válida; caso não o seja, o ato será invalidado por vício de motivo.
Administrativo. Exoneração por prática de nepotismo. Inexistência. Motivação. Teoria dos motivos determinantes. 1. A Administração, ao justificar o ato administrativo, fica vinculada às razões ali expostas, para todos os efeitos jurídicos, de acordo com o preceituado na teoria dos motivos determinantes. A motivação é que legitima e confere validade ao ato administrativo discricionário. Enunciadas pelo agente as causas em que se pautou, mesmo que a lei não haja imposto tal dever, o ato só será legítimo se elas realmente tiverem ocorrido. 2. Constatada a inexistência da razão ensejadora da demissão do agravado pela Administração (prática de nepotismo) e considerando a vinculação aos motivos que determinaram o ato impugnado, este deve ser anulado, com a consequente reintegração do impetrante. Precedentes do STJ. 3. Agravo regimental não provido (STJ, 2.ª Turma, AgRg no RMS 32437/MG, 22.02.2011).
Segundo a Teoria dos Motivos Determinantes, a Administração, ao adotar determinados motivos para a prática de ato administrativo, ainda que de natureza discricionária, fica a eles vinculada. 4. Hipótese em que, constatado, ao final da investigação, que as conclusões preliminares não subsistiam e que não havia irregularidades no concurso público, caberia à Administração, à míngua de outros supostos vícios, proceder imediatamente à anulação das contratações temporárias e à nomeação dos candidatos aprovados. 5. Recurso ordinário provido (STJ, 5.ª Turma, RMS 20565/MG, 15.03.2007).
	MOTIVO
	MOTIVAÇÃO
	Causa do ato praticado;
Requisito de validade;
	Explicação do ocorrido;
Exteriorização dos motivos. 
	Todo ato administrativo tem motivo, mas nem todo ato tem motivação!
	Vicio de motivo: para que o ato venha a ser válido, ele deverá possuir previamente um motivo que o tenha causado. Caso o motivo alegado venha a ser falso ou inexistente, o ato praticado será considerado nulo.
OBJETO: é o conteúdo simplesmente o efeito gerado pela prática do ato. Tal requisito está relacionado ao efeito jurídico imediato do ato, ou seja, ao efeito produzido com a ação administrativa, devendo o objeto ser sempre lícito, possível, determinado ou, pelo menos, determinável. Por fim, o objeto possuirá um vício caso viole a lei ou busque resultados material ou juridicamente impossíveis.
Controle judicial dos atos administrativos: 
	Como decorrência da tripartição de poderes, o magistrado poderá exercer apenas controle de legalidade dos atos administrativos, sem, entretanto, invadir o mérito destes. Em outras palavras, o Poder Judiciário verifica se o ato praticado respeitou ou não a lei (controle de legalidade), sendo vedada a substituição das decisões do administrador pelas do juiz (controle de mérito). 
	Em resumo, podemos afirmar que poderá existir, sim, controle judicial em relação aos atos discricionários, desde que o juiz se limite a analisar os aspectos referentes à legalidade desses atos, não podendo, então, por consequência lógica, invadir o mérito administrativo. Caso o administrador pratique um ato desrespeitando princípios, tais como a proporcionalidade e razoabilidade, caberá, sim, ao Poder Judiciário exercer controle sobre esse ato. Nesse caso, estará fazendo a análise da legalidade da atuação administrativa, e não do mérito, pois, se um ato fere os princípios, será considerado ilegal.
ATRIBUTOS/CARACTERÍSTICAS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS: 
	Os atos administrativos possuem algumas características que os distinguem dos atos privados chamadas de atributos dos atos administrativos, são eles: Presunção de legitimidade, Autoexecutoriedade, Tipicidade e Imperatividade. 
Presunção de Legitimidade: Em virtude do princípio da legalidade, o administrador só poderá fazer aquilo que a lei permite. Com isso, quando existir uma atuação do Poder Público, se presumirá que a ação está sendo feita de acordo com a lei, o atributo da presunção de legitimidade faz que os atos administrativos se presumam válidos desde a sua produção até o momento que alguém porventura consiga provar que, na verdade, eles possuíam alguma ilegalidade. A presunção de legitimidade dos atos administrativos é meramente relativa (juris tantum), ou seja, poderá o interessado contestar a ação administrativa e demonstrar a ilegalidade da conduta. Está presente em TODOS os atos da administração, pois os atos administrativos gozam de fé pública. São fundamentos desse atributo
· Soberania do Estado. 
· Princípio da legalidade. 
· Necessidade de maior celeridade na atuação administrativa. 
· Observância de procedimentos prévios e formais para a expedição do ato. 
· Submissão do ato ao controle interno e externo.
	Presunção de Legitimidade
	Presunção de Veracidade
	O ato está de acordo com a lei até prova em contrário.
	Os fatos narrados pelo Estado são verdadeiros até prova em contrário.
Autoexecutoriedade: O atributo da autoexecutoriedade possibilita à Administração a execução de seus atos independentemente de prévia autorização judicial, podendo inclusive fazer uso da força, desde que esta seja necessária e se respeitem os princípios da proporcionalidade e razoabilidade. Esse atributo só existirá quando a lei previamente autorizar a ação administrativa ou em situações de urgência. A autoexecutoriedade apenas faz que o agente público não precise pedir para praticar o ato. Todavia, em caso de excessos, existirá, sim, um controle judicial, realizado posteriormente à prática do ato. Possui dois aspectos: a exigibilidade e a executoriedade.
	Exigibilidade
	Executoriedade
	É a possibilidade de a Administração tomar decisões independentemente da manifestação do Poder Judiciário. Nesse caso, o administrador usa meios indiretos de coerção para forçar determinadas condutas. Para que a Administração exija seus atos, faz-se imprescindível a existência de prévio procedimento administrativo em respeito, especialmente, aos princípios do devido processo legal, contraditório e ampla defesa. 
	A Administração poderá usar meios diretos de coerção para fazer cumprir os comandos legais, utilizando, inclusive, de força física a fim de fazer valer suas decisões.
Súmula 312 STJ: No processo administrativo para imposição de multa de trânsito, são necessárias as notificações da autuação e da aplicação da pena decorrente da infração.
Tipicidade: o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados. Para cada finalidade que a Administração pretende alcançar existe um ato definido em lei (MSZDP). A tipicidade está relacionada diretamente ao princípio da legalidade, impondo a Administração a prática de atos legalmente previstos e vedando, por consequência, os atos inominados (não previstos em lei). Impõe restrições à atuação administrativa, já que a Administração só poderá atuar dentro dos limites estipulados pelo ordenamento jurídico. Sendo assim, a tipicidade representa uma garantia aos administrados, vendando condutas abusivas por parte do Estado. Por fim, como o princípio da legalidade deve sempre ser respeitado, esse atributo estará presente em todos os atos administrativos.
Imperatividade: A imperatividade faz com que a Administração possa impor obrigações aos particulares independentemente da concordância destes (poder extroverso). Trata-se de decorrência do princípio da supremacia do interesse público. A imperatividade não está presente em todos os atos (exemplos atos enunciativos e negociais). Em virtude do atributo da presunção de legitimidade, o ato, mesmo tendo sido produzido de maneirainválida, poderá ser impositivo em relação aos particulares, devendo estes acatar o comando estatal até que consigam comprovar a ilegalidade da ação administrativa.
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS: 
	Quanto à liberdade
	Vinculado: o administrador não possuirá nenhuma margem de liberdade para realizar escolhas, existindo, segundo os comandos legais, apenas uma única opção de atuação.
	
	Discricionário: oferece-se certa margem de liberdade ao administrador para que este possa analisar, em cada caso concreto, dentre duas ou mais alternativas, qual se apresenta mais conveniente e oportuna.
	Quanto aos destinatários
	Geral: destinado a pessoas indeterminadas, preservando as características de abstração, generalidade e impessoalidade. Nesse caso, temos comandos normativos que atingem de forma indiscriminada a todos que se enquadrem na situação descrita.
	
	Individual: o ato é produzido para atingir pessoas certas e determinadas. Não necessariamente será atingido um único indivíduo, pois, para que um ato seja considerado individual, basta que as pessoas atingidas pelo comando estatal sejam conhecidas.
Obs: caso o ato individual atinja uma única pessoa, será chamado de singular; se atingir vários indivíduos determinados, será denominado ato múltiplo.
	Quanto ao alcance
	Interno: são aqueles ligados diretamente ao poder hierárquico, produzindo efeitos meramente internos à estrutura administrativa sem atingir particulares. Esses atos buscam garantir a organização e estruturação dos órgãos e agentes públicos, não precisando, como regra, ser publicados para que possam produzir efeitos.
	
	Externo: são aqueles que possuem abrangência externa, ou seja, atingem indivíduos estranhos à repartição pública. É muito comum a produção de atos externos no uso do poder de polícia, já que este pode limitar a liberdade e a propriedade dos particulares em benefício da coletividade. Por atingir pessoas em geral, deverá esse ato ser devidamente publicado nos meios oficiais para que possa iniciar a produção dos seus efeitos.
	Quanto ao objeto:
	Império: decorrente do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado e faz com que a Administração atue em posição de superioridade em relação ao particular. Em virtude da relação verticalizada, ao praticar atos de império adota-se o regime de direito público, o qual confere diversas prerrogativas ao Estado, tais como a possibilidade de atuar sem a necessidade de prévia autorização judicial e de impor condutas independentemente da anuência dos indivíduos.
	
	Gestão: nesse ato, a Administração despe-se de sua posição de supremacia e atua em posição de horizontalidade com o particular. Sendo assim, adota-se o regime de direito privado, colocando-se o Estado em posição de igualdade com os indivíduos.
	
	Expediente: são os atos burocráticos relacionados ao andamento dos processos administrativos. Nesse caso, o Estado não está se relacionando com os particulares, mas meramente impulsionando os procedimentos administrativos.
	Quanto à estrutura
	Concreto: é produzido para um único e específico caso. Após a sua produção, ele já exaure os seus efeitos.
	
	Abstrato: define uma regra genérica que deve ser observada por todos que se enquadrem em determinada situação. É perene e se aplica indefinidas vezes.
	Quanto aos efeitos
	Constitutivo: é aquele apto a gerar uma nova situação jurídica, seja criando, extinguindo ou modificando direitos.
	
	Declaratório: não cria um novo direito, mas apenas declara algo já preexistente.
	Quanto aos resultados
	Ampliativo: é aquele que amplia a esfera de direitos de seus destinatários. É um ato benéfico que concede vantagens àquele que o recebe.
	
	Restritivo: também denominado ato ablativo, é aquele que limita os direitos dos destinatários ou lhes impõem restrições.
	Quanto à formação
	Simples: para ser formada, basta uma única manifestação de vontade, podendo esta ser expedida por um único indivíduo ou por um órgão colegiado.
	
	Complexo: é aquele que para ser formado necessita da conjugação de duas ou mais vontades expedidas por órgãos distintos e independentes entre si, ou seja, não existe entre eles hierarquia.
	
	Composto: é aquele que, para ser formado, necessita de dois atos. Um principal e o outro acessório. Podemos dizer que inicialmente será produzido um ato; entretanto, esse ato só poderá produzir seus efeitos após a ratificação, aprovação, homologação de outro ato produzido por uma autoridade diversa da primeira.
ESPÉCIES DE ATOS:
Normativos: possuem como função complementar os termos da lei produzindo normas gerais e abstratas, mas sem o poder de inovar no ordenamento jurídico. São decorrência lógica do uso do poder normativo. Possuem como escopo a produção de regras gerais para dar fiel execução às leis, atingindo, dessa forma, pessoas indeterminadas.
· Decreto (Regulamento): Atos, em regra, gerais e abstratos, privativos do chefe do Poder Executivo e expedidos para dar fiel execução à lei. Obs.: decreto é a forma e regulamento é o conteúdo. 
· Regimentos: Disciplinam o funcionamento interno dos órgãos colegiados. Decorrem do poder hierárquico
· Deliberações: Atos decisórios dos órgãos colegiados. 
· Resoluções: Meio utilizado pelos órgãos colegiados de alto escalão para dispor sobre assuntos de sua competência.
· Instruções normativas: atos expedidos, de regra, pelos Ministros de Estado a fim de pôr em prática leis e outros atos infralegais.
Enunciativos: Não criam nenhuma situação nova, pois possuem como função base atestar, cientificar e opinar acerca de uma situação existente.
· Certidão: Cópia autenticada que atesta um fato registrado em determinado órgão público.
· Atestado: Comprova uma situação que não está previamente registrada nos arquivos públicos.
· Parecer: Opinião de órgãos técnicos especializados em determinado assunto. Podem ser técnicos ou jurídicos.
· Apostila: Acrescenta ou altera situações previamente registradas. Possui a função de uma averbação.
Punitivos: estão relacionados às sanções impostas pelo Estado aos particulares que pratiquem atos irregulares, podendo ser fruto do poder disciplinar (supremacia especial) ou de polícia (supremacia geral).
Ordinatórios: decorrem diretamente do poder hierárquico e possuem como finalidade básica a organização interna da própria Administração. Exatamente por isso, esses atos não atingem particulares estranhos à estrutura do Poder Público.
· Circular: Ato escrito e concreto produzido pelo superior hierárquico a fim de transmitir ordens a seus subordinados.
· Ofício: É a forma como a Administração se comunica.
· Portaria: Ato interno que inicia inquéritos, sindicância e processos administrativos.
· Aviso: Utilizado pelos Ministérios de Estado para assuntos de competência interna.
· Despacho: Decisão final ou interlocutória da autoridade pública.
· Ordem de serviço: Ato concreto que determina instruções aos executores de obras e serviços.
· Instrução: Ordem escrita e geral, do superior para seus subordinados.
Negociais: o Estado concede algum benefício ao particular após haver o requerimento deste. A Administração não está impondo condutas, mas apenas permitindo o exercício de alguma atividade.
	Permissão
· Ato unilateral 
· Discricionário 
· Constitutivo 
· Precário 
· Interesse predominantemente público 
	Autorização
· Ato unilateral 
· Discricionário 
· Constitutivo 
· Precário 
· Interesse predominante do particular 
	Licença
· Ato unilateral 
· Vinculado 
· Declaratório
	Dispensa
· Ato unilateral 
· Discricionário 
· Libera o particular do desempenho de certa atividade
	Admissão
· Ato unilateral
· Vinculado 
· Permite ao particular o uso de um serviço público 
	Aprovação
· Ato unilateral 
· Discricionário 
· Faz o controle, prévio ou posterior, da legalidade e do mérito de um ato anterior.
	Renuncia
· Ato unilateral 
· Discricionário 
· Administração extingue um crédito ou direito próprio e libera o particular
	Visto
· Ato unilateral 
· Vinculado 
· Controla a legitimidade formal de um ato produzido pela Administração ou pelo particular
	Homologação· Ato unilateral 
· Vinculado 
· Controla de forma posterior a legalidade de um ato praticado anteriormente.
FORMAÇÃO E EFEITOS DOS ATOS:
Perfeição: Ato perfeito é aquele que completou o seu ciclo de formação. O ato jurídico perfeito não poderá ser atingido por uma nova lei, devendo esta possuir efeitos ex nunc (não retroativos). Entretanto, caso exista alguma ilegalidade, logicamente poderá o ato ser anulado, tanto pela Administração quanto pelo Poder Judiciário. 
Ato imperfeito: é aquele que ainda está sendo constituído, ou seja, ainda necessita da conclusão de algumas etapas.
Validade: Ato válido é aquele que respeitou todos os ditames legais, o princípio da legalidade e todo o ordenamento jurídico. Válido será aquele expedido com respeito às normas relativas à competência, finalidade, forma, motivo e objeto. 
Ato inválido: é aquele possuidor de algum defeito, tendo sido praticado sem o devido respeito aos ditames legais.
Eficácia: Alguns atos, apesar de perfeitos e válidos, ainda não estão aptos a produzir os seus efeitos. Isso ocorre nas situações em que existe a submissão a alguma condição ou termo. Condição é evento futuro e incerto.
Termo é evento futuro e certo
Ato eficaz – apto a produzir os seus efeitos. 
Ato ineficaz – está sujeito a uma condição ou termo. Também pode ser denominado ato pendente.
Efeitos próprios (típicos) e impróprios (atípicos) dos atos administrativos:
Efeito próprio: está relacionado aos efeitos típicos do ato, ou seja, é exatamente aquilo que se espera com a expedição do comando administrativo.
Efeito impróprio: também denominado atípico, é aquele que, apesar de não estar relacionado ao fim principal da produção do ato, surge como consequência da prática administrativa, dividindo-se esse efeito em duas espécies.
Efeito impróprio reflexo: atinge terceiros estranhos à relação original.
Efeito impróprio prodrômico: também denominado efeito reflexo, é aquele que impõe uma nova manifestação administrativa após o início da feitura do ato.
Ato perfeito + válido + eficaz: o ato administrativo completou seu ciclo de formação, respeitando todos os requisitos legais, e está apto a produzir seus efeitos.
Ato perfeito + inválido + eficaz: em virtude do atributo da presunção de legitimidade, um ato administrativo, ainda que inválido, produz efeitos como se válido fosse, até que exista a comprovação de sua irregularidade.
Ato perfeito + válido + ineficaz: é o ato que completou todo seu ciclo de formação, respeitou o ordenamento jurídico, porém ainda não está apto a produzir efeitos em virtude da submissão de condições ou termos.
Ato perfeito + inválido + ineficaz: apesar de o ato ter encerrado o seu ciclo de formação, possui irregularidades e não está apto a produzir efeitos ou por estar sujeito a alguma condição/termo ou em virtude da comprovação da irregularidade.
EXTINÇÃO DOS ATOS:
	A extinção, também denominada desfazimento, é a retirada do ato administrativo do ordenamento jurídico, podendo esse fenômeno ocorrer pelas mais variadas razões, por exemplo, pela ilegalidade da atuação administrativa, em virtude da falta de conveniência e oportunidade, e pela sobrevinda de uma lei incompatível com o ato anteriormente praticado, entre outros. 
Revogação: é a extinção de um ato administrativo que, apesar de válido, não se mostra mais conveniente e oportuno.
· A extinção será de um ato plenamente válido, mas que não se mostra mais adequado aos interesses da Administração. 
· Natureza de ato discricionário, já que não existe uma obrigação em relação à extinção do comando administrativo, mas, sim, mera faculdade, em virtude de o ato ter se tornado inconveniente e inoportuno.
· Decorre de um controle de mérito.
· Não poderá o Poder Judiciário revogar atos praticados pelo administrador.
· Poderá o ato revocatório ser produzido tanto pela própria autoridade que praticou originariamente o ato como por alguma autoridade de hierarquia superior.
· Não existe previsão legal de limite temporal para que a Administração possa revogar os seus próprios atos. Sendo assim, poderá essa forma de extinção ser realizada a qualquer tempo.
· Apesar de não existirem limitações temporais, em virtude do princípio da segurança jurídica surgem algumas restrições materiais, ou seja, alguns tipos de atos não poderão ser extintos por meio da revogação.
· Atos vinculados
· Atos que geram direitos adquiridos
· Atos consumados ou exauridos
· Atos enunciativos
· Atos que integram um procedimento
· Atos de controle
· Atos complexos
· Atos que a lei declare irrevogáveis
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. 
Súmula 473 do STF. A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Art. 64, Lei 9.784/1999. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência.
Anulação: é a extinção de um ato administrativo que foi produzido em desacordo com o ordenamento jurídico, ou seja, possui algum vício em relação à legalidade.
· No caso da anulação, o ato terá a sua extinção pautada na ofensa ao princípio da legalidade.
· Natureza vinculada, já que quando a ilegalidade for descoberta deverá ocorrer a extinção do ato viciado.
· A anulação decorre do controle de legalidade. Poderá ser realizada tanto pela própria Administração, no exercício de sua autotutela, quanto pelo Poder Judiciário, mediante provocação do interessado.
· É pacífico na jurisprudência pátria a necessidade de prévio procedimento administrativo para que a anulação seja efetivada, necessidade essa que fica ainda mais forte e evidente nos casos em que a extinção puder retirar direitos de terceiros.
· Caso exista decisão judicial confirmando a nulidade do ato, não haverá necessidade de se instaurar processo administrativo para apurar a irregularidade.
· Em virtude da ilegalidade, deverá a anulação produzir efeitos retroativos (ex tunc), desconstituindo os efeitos do ato administrativo desde o momento de sua edição. Todavia, em virtude do princípio da segurança jurídica e da vedação ao enriquecimento ilícito do Estado, alguns efeitos do ato nulo poderão ser preservados, mesmo após sua extinção. Nesse caso, haverá a estabilização dos efeitos dos atos administrativos.
· Estão os atos administrativos submetidos a um prazo decadencial dentro do qual deverá ser providenciada a anulação das condutas irregulares. Segundo a lei do processo administrativo federal, quando um ato for favorável ao seu destinatário, a Administração terá o prazo de cinco anos para anulá-lo, salvo se ficar comprovada a má-fé do beneficiário.
Administrativo. Agravo regimental em agravo de instrumento. Súmula 473 do STF. Necessidade de processo administrativo. Alegada violação ao art. 5.º, LIV e LV, do STF. Ofensa reflexa. Agravo improvido. I – O entendimento da Corte é no sentido de que, embora a Administração esteja autorizada a anular seus próprios atos quando eivados de vícios que os tornem ilegais (Súmula 473 do STF), não prescinde do processo administrativo, com obediência aos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório. Precedentes. II – Como tem consignado o Tribunal, por meio de remansosa jurisprudência, a alegada violação ao art. 5.º, LIV e LV, da Constituição, pode configurar, em regra, situação de ofensa reflexa ao texto constitucional, por demandar a análise de legislação processual ordinária, o que inviabiliza o conhecimento do recurso extraordinário. III – Agravo regimental improvido (STF, 1.ª Turma, AI 710085 AgR/SP, 03.02.2009).
Reclamação. Descumprimento da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 518/TO. Concessão de pontos aos detentores do título de “Pioneiros doTocantins”. Anulação do concurso público por decisão judicial. Desnecessidade de instauração de processo administrativo prévio para exoneração dos aprovados. 1. A decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal na Ação Direta de Inconstitucionalidade 598/TO acarretou a nulidade de todo o certame e, consequentemente, dos atos administrativos que dele decorreram. 2. O estrito cumprimento da decisão proferida por este Supremo Tribunal Federal torna desnecessária a instauração de processo administrativo prévio à exoneração dos candidatos aprovados. 3. Reclamação julgada procedente (STF, Tribunal Pleno, Rcl 5819/TO, 20.05.2009).
[...] 5. Também não há que se falar na figura de funcionário de fato, onde teria a incidência da teoria da investidura aparente, que impediria o Poder Público de obrigar o servidor irregular a repor aos cofres públicos aquilo que percebeu até então. Isto porque, havendo trabalhado para o ente estatal, se lhe fosse exigida a devolução dos vencimentos auferidos haveria um enriquecimento sem causa do Estado, o qual, destarte, se locupletaria com trabalho gratuito (STJ, AREsp 766633, Min. Herman Benjamin, 17.09.2015).
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
Cassação: ocorrerá quando o particular deixar de preencher os requisitos necessários à permanência de um benefício. Nesse caso, o ato administrativo é completamente válido, todavia, o destinatário (particular) pratica condutas incompatíveis com a continuidade da vantagem.
A cassação é a extinção de um ato administrativo válido.
O culpado pela cassação é o destinatário do ato (particular).
O motivo da cassação é o cometimento de atos irregulares por parte do beneficiário do ato.
Caducidade: A caducidade, também denominada decaimento, é a extinção de um ato administrativo válido em virtude da edição de lei posterior que proíbe o que antes o ato autorizava.A caducidade é a extinção de um ato administrativo válido.
O destinatário do ato (particular) não praticou nenhuma conduta irregular.
O motivo da caducidade é a edição de uma lei posterior que proíbe o que antes o ato administrativo autorizava.
Contraposição: também denominada derrubada, ocorre quando um ato administrativo posterior, baseado em competência diversa, possui efeitos contrários a um ato originário. O exemplo clássico dessa forma de extinção é o binômio: nomeação x exoneração.
A contraposição é a extinção de um ato administrativo válido.
O destinatário do ato (particular) não praticou nenhuma conduta irregular.
O motivo da contraposição é a edição de um segundo ato administrativo com efeitos contrapostos (contrário) aos do ato originário.
Extinção natural: 
· Ato cumpriu seu efeito
· Implemento de termo ou condição
· Esgotamento do conteúdo jurídico
Renúncia: engloba a extinção dos atos ampliativos pelo simples fato de o beneficiário não mais desejá-los.
Desaparecimento da pessoa ou coisa: nesse caso, o objeto ou a pessoa destinatária do ato desaparecem.
CONVALIDAÇÃO: Convalidar é consertar um ato anterior. Há quatro formas de desconformidades legais que os atos administrativos podem apresentar:
· Ato inexistente: é aquele que viola princípios básicos e se encontra fora das possibilidades do nosso ordenamento jurídico.
· Ato nulo: apresenta defeitos insanáveis, logo, não poderá ser convalidado.
· Ato anulável: refere-se aos defeitos mais brandos, ou seja, sanáveis e passíveis de convalidação.
· Ato irregular: apresenta um vício material irrelevante, representando mera ofensa à padronização das normas internas.
Atos que podem ser convalidados: Apenas poderão ser convalidados os atos que apresentem defeitos sanáveis, ou seja, irregularidades mais simples (atos anuláveis). Qualquer vício relacionado à finalidade, ao motivo e objeto torna o ato nulo, ou seja, impossibilita o conserto. Os defeitos sanáveis, passíveis de convalidação, são aqueles presentes nos elementos: competência e forma. Os defeitos de forma e de competência, como visto, admitem convalidação. Entretanto, caso se trate de um ato de competência exclusiva ou se a forma for indispensável à validade do ato, não se admitirá a sanatória. 
	A finalidade da convalidação é consertar um ato anterior que foi produzido de forma defeituosa.
	A convalidação é um dever (ato vinculado) imposto pelos princípios da segurança jurídica e da economia processual, ressalvando-se apenas os casos de defeitos de competência em relação a atos discricionários, pois, nesses casos, a autoridade competente poderá analisar se convalidará ou não.· Lei 9.784/1999: a Administração pode convalidar. 
· Doutrina e jurisprudência: a Administração deve convalidar. 
· Quando um ato discricionário for praticado por uma autoridade incompetente, a convalidação poderá ser feita ou não pela pessoa com atribuições legais para tanto, pois, tratando-se de um ato discricionário, não pode existir a imposição de que uma pessoa concorde com os fundamentos expostos por outra.
	A convalidação pode ser de três espécies diferentes:
Ratificação: a convalidação é feita pela mesma autoridade que havia praticado o ato originário. 
Confirmação: a convalidação é feita por uma autoridade diferente daquela que praticou o ato inválido. 
Saneamento: a convalidação é feita pelo particular. Podemos citar o caso de um ato que dependa da manifestação de vontade do indivíduo.
Não poderão ser convalidados: Segundo a doutrina majoritária, não podem ser convalidados os seguintes atos: 
· Atos com defeitos na finalidade, motivo e objeto. 
· Atos com defeito na competência, quando exclusiva. 
· Atos com defeito na forma, quando indispensável à validade do ato. 
· Atos que causem prejuízo ao interesse público. 
· Atos que causem prejuízo a terceiros. 
· Atos defeituosos já impugnados administrativa ou judicialmente. 
· Atos já atingidos pela prescrição ou decadência.