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Imunidade Parlamentar e Hierarquia entre Leis

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DIREITO CONSTITUCIONAL III
Profª JULIANA LEITE FERREIRA CABRAL
4º PERÍODO – NOTURNO
ATIVIDADE AVALIATIVA (4,0 pts)
ENTREGA: 09/06/2021
ALUNOS: PAULO CESAR CARDSO DE OLIVEIRA, RA 2012833 
A presente atividade será realizada em grupos de quatro a cinco alunos e tem como prazo para a entrega a data de 09 de junho de 2021, devendo ser encaminhada sua resposta para o seguinte email: juliana.cabral@prof.unidombosco.edu.br. Respondam às perguntas de maneira fundamentada.
1) Odorico Paraguaçu, médico e fazendeiro bastante conhecido na cidade de Sucupira, candidatou-se ao cargo de Deputado Federal nas eleições de 2018. Durante a propaganda eleitoral na televisão, acusou falsamente o Governador do Estado de participar de organização criminosa ligada à grilagem de terras. No entanto, em razão do grande número de votos que obteve, Paraguaçu conseguiu eleger-se. Após seis meses da expedição do seu diploma, o Procurador-Geral da República formulou denúncia contra Paraguaçu perante o Supremo Tribunal Federal, por entender que os atos por ele cometidos configuram crime de calúnia eleitoral. Em sua defesa, o Deputado Federal afirma que não houve a prática de crimes, pois detém imunidade material (inviolabilidade) quanto às suas opiniões, palavras e votos, razão pela qual não deve responder pelo crime que lhe é imputado.
Diante dos fatos narrados, responda aos itens a seguir.
A) O parlamentar está correto ao afirmar em sua defesa que incide imunidade material sobre os atos praticados e narrados na denúncia como crime? Responda de maneira justificada (Valor: 0,5)
As acusações do Sr. Odorico Paraguaçu demonstram a intenção de atacar a respeitabilidade do governador, ofendendo-o, nos discursos proferidos, sua dignidade pessoal, o que caracteriza, sem dúvida alguma, o crime de injúria tipificado no art. 326 do Estatuto Eleitoral. Demais disso, veja-se que o denunciado, ao utilizar-se do horário eleitoral, denigre a reputação do Excelentíssimo Senhor Governador com imputações falsas, levando, assim, ao seu descrédito perante a comunidade, o que configura o delito previsto no art. 325 do Código Eleitoral (difamação).
CONSIDERANDO que as acusações ocorreram durante a propaganda eleitoral ocasião em que o Sr. Odorico Paraguaçu era CANDIDATO. 
CONSIDERNADO que a Constituição brasileira de 1988 estabelece no caput do seu art. 53, que “os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”. Nota-se que o direito está assegurado aos parlamentares no uso de suas atribuições, NÃO assegura o pleno direito aos CANDIDATOS. 
CONSIDERANDO que tal conduta também está prevista na Lei nº 4.737 de 15 de Julho de 1965. A qual Institui o Código Eleitoral.
Art. 243. Não será tolerada propaganda:
IX - que caluniar difamar ou injuriar quaisquer pessoas, bem como órgãos ou entidades que exerçam autoridade pública.
CONSIDERANDO que as acusações foram preferidas durante propaganda eleitoral o deputado e diante disso NÃO estará isento da sanção cível ou penal.
Portanto o parlamentar não está isento de responder pelo crime. 
B) É possível a suspensão do referido processo em razão da imunidade formal quanto ao processo? Responda de maneira justificada (Valor: 0,5)
Neste caso, não. O cometimento do crime está evidenciado. 
Art. 324. Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando fins de propaganda, imputando-lhe falsamente fato definido como crime. Pena - detenção de seis meses a dois anos e pagamento de 10 a 40 dias-multa.
Art. 327. As penas cominadas nos arts. 324, 325 e 326 aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: 
I - Contra funcionário público, em razão de suas funções;
II - Na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da ofensa.
C) O Deputado Paraguaçu poderá vir a ser preso em razão do crime pelo qual foi denunciado pelo Procurador Geral da República? Ou seja, incide a imunidade quanto à prisão em relação a este crime, praticado durante a campanha eleitoral? Responda de maneira justificada (Valor: 0,5 pt)
CONSIDERANDO que não se aplica a imunidade a candidatados a lei sobre o parlamentar deverá ser aplicada. A condenação penal esta prevista no Art. 324. 
Art. 324. Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando fins de propaganda, imputando-lhe falsamente fato definido como crime. Pena - detenção de seis meses a dois anos e pagamento de 10 a 40 dias-multa.
2) A partir da leitura do texto de Flávio Martins[footnoteRef:1] explique de maneira fundamentada se há ou não hierarquia entre lei ordinária e lei complementar. (Valor: 1,0 pt) [1: MARTINS, Flávio. Curso de Direito Constitucional. 4ª Edição, Saraiva Educação, São Paulo, 2020, p. 1316 a 1317. Temos este livro na biblioteca digital.] 
Art. 69 /CF. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta.
Art. 47 / CF. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.
Não há existência de hierarquia entre lei complementar e lei ordinária. Não existe hierarquia entre essas espécies normativas, sendo que a distinção entre elas deve ser aferida em face da Constituição, considerando o campo de atuação de cada uma. 
Portanto, se lei complementar pode veicular matéria reservada à lei ordinária, sem incorrer em vício de inconstitucionalidade formal, mas, nesse caso, tal lei só será apenas formalmente complementar (será materialmente ordinária), isto é, o conteúdo dessa lei permanecerá com status ordinário. Logo, poderá ser posteriormente modificada ou revogada por lei ordinária.
Existem aqueles que pugnam pela inexistência de hierarquia entre estas espécies normativas, argumentam que ambas encontram seu fundamento de validade na Constituição Federal. Para eles, todas as normas previstas no rol do artigo 59 da Constituição Federal encontram-se num mesmo plano, com exceção das emendas.
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
        I -  emendas à Constituição;
        II -  leis complementares;
        III -  leis ordinárias;
        IV -  leis delegadas;
        V -  medidas provisórias;
        VI -  decretos legislativos;
        VII -  resoluções.
 Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.
Sendo assim, a Lei Complementar não é superior à Lei Ordinária, nem esta é superior à Lei Delegada, e assim por diante, de modo que a simples existência de campos materiais distintos e de quórum de aprovação especial não significa, necessariamente, hierarquia entre estas.
As Leis Complementares e as Leis Ordinárias são oriundas de um fundamento de validade comum, que as coloca num mesmo plano de igualdade, sendo impossível asseverar pela existência de hierarquia, havendo apenas fatores de distinção entre estas espécies normativas.
O fato de uma Lei Complementar não ser modificada por Lei Ordinária não evidencia a existência de hierarquia. Trata-se, na verdade, de respeito aos ditames constitucionais, evitando a flexibilização dos preceitos que traçaram um Processo Legislativo especial para determinadas matérias.   
3) Conforme o entendimento do Supremo Tribunal Federal, aponte quais são as prerrogativas dos Governadores de Estado. (Valor: 1,5 pt)

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