Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Anatomia topográfica e funcional das regiões poplítea, perna e pé Com auxílio do livro texto e atlas de anatomia humana responda essa questões e problemas anatomoclínicos: 1) Liste ao menos 10 acidentes ósseos palpáveis no joelho, perna e pé, que você médico (a), utilizaria como referência no exame físico e nas vias de acesso cirúrgico. ● Patela ● Epicôndilo (medial e lateral do fêmur) ● Côndilo (medial e lateral da tíbia) ● Cabeça da fíbula ● Colo da fíbula ● Tuberosidade da tíbia ● Margem anterior e face medial da tíbia ● Maléolo (lateral e medial) ● Tuberosidade do navicular ● Tuberosidade do 5º metatarsal ● Tuberosidade do calcâne 2) A lesão do ligamento cruzado anterior (LCA) é uma das lesões ligamentares mais comuns, tornando a reconstrução do LCA uma das cirurgias mais frequentes. Explique sucintamente o principal mecanismo de estabilização de cada um dos ligamentos do joelho e as funções dos meniscos. Os ligamentos colaterais do joelho (fibular e tibial) encontram-se tensos na posição de extensão completa do joelho, contribuindo para estabilidade na posição de pé. Durante a flexão, eles se tornam cada vez mais frouxos, permitindo e limitando a rotação do joelho. O ligamento poplíteo oblíquo reforça a cápsula articular posteriormente quando transpõe a fossa intracondilar. O ligamento poplíteo arqueado também fortalece a parte posterolateral da cápsula articular. O ligamento cruzado anterior limita a rolagem posterior dos côndilos do fêmur sobre o platô tibial durante a flexão, convertendo-o em rotação; também impede o deslocamento posterior do fêmur sobre a tíbia e a hiperextensão da articulação do joelho. O ligamento cruzado posterior limita a rolagem anterior do fêmur sobre a tíbia ou o deslocamento posterior da tíbia sobre o fêmur e ajuda a evitar a hiperflexão da articulação do joelho. Os meniscos são lâminas em forma de meia-lua de fibrocartilagem na face articular da tíbia que aprofundam a superfície e tem função de absorver o choque mecânico. Meniscos – discos em meia lua que aprofundam art entre côndilo tibial e côndilo femoral – adaptar sinergia entre ossos. Se mexem de acordo com ângulo da articulação – importante porque menisco tem característica de adaptar, então também acompanha movimento. O menisco medial tem formato de C, é mais largo na parte posterior do que na anterior e é menos móvel que o lateral, devido às suas inserções amplas. O menisco lateral é quase circular, menor e tem mais mobilidade do que o menisco medial. 3) Vários são os motivos para o conhecimento anatômico da vascularização arterial do joelho. Trata-se de uma complexa rede anastomótica com diversas artérias envolvidas. Como exemplo, podemos citar a Doença Arterial Obstrutiva Periférica (DAOP), que acomete 10,5% das pessoas maiores de 18 anos no Brasil. A sua principal etiologia é a obstrução aterosclerótica. A rede vascular arterial do joelho está acometida quando a DAOP envolve principalmente a A. femoral e a A. poplítea. Com o auxílio do atlas de anatomia, cite as artérias que fazem parte da rede articular do joelho. Cinco ramos geniculares da artéria poplítea suprem a cápsula e os ligamentos da articulação do joelho. As artérias do joelho são as artérias superior lateral, superior medial, média, inferior lateral e inferior medial do joelho. Elas participam na formação da rede articular do joelho periarticular, uma rede de vasos que circundam o joelho e garantem circulação colateral capaz de manter a vascularização da perna durante a flexão completa do joelho, o que pode causar acotovelamento da artéria poplítea. Outras artérias que contribuem para essa importante rede no joelho são: ● Artéria descendente do joelho, um ramo superomedial da artéria femoral; ● Ramo descendente da artéria circunflexa femoral lateral, superolateral; ● Artéria recorrente tibial anterior, ramo da artéria tibial anterior, inferolateral. 4) No exame físico do membro inferior é importante determinar os pulsos para verificação da perfusão. Cite três pontos de aferição dos pulsos e as artérias examinadas (apenas nas regiões de estudo deste ED). Os membros inferiores devem ser examinados em decúbito dorsal e com os membros despidos. A avaliação das artérias dos membros inferiores compreende a palpação dos pulsos femoral, poplíteo, tibial e pedioso. O pulso femoral palpa-se no nível do trígono femoral, no ponto médio entre a sínfise púbica e a espinha ilíaca ântero-posterior. (Artéria Femoral) O pulso poplíteo é geralmente de difícil palpação, uma vez que não é superficial nem atravessa nenhuma proeminência óssea. (Artéria Poplítea) O pulso tibial posterior é palpado posteriormente ao maléolo medial. (Artéria tibial posterior) O pulso dorsal do pé (pedioso) tem variação anatômica e pode apresentar dificuldade na palpação do pulso. (Artéria dorsal do pé (pediosa)) 5) A lesão traumática na região lateral do joelho é comum, mas de acordo com a força do impacto e a sua natureza, pode levar a fratura da cabeça da fíbula e do nervo fibular comum. No caso da lesão total desse nervo, cite os sinais e sintomas que o paciente apresentará no exame físico. A secção do nervo fibular comum resulta em paralisia flácida de todos os músculos nos compartimentos anterior e lateral da perna (dorsiflexores do tornozelo e eversores do pé). A perda da dorsiflexão do tornozelo causa o pé em gota, que é ainda mais exacerbado pela inversão do pé sem oposição. Isso tem o efeito de tornar o membro “muito longo”: os dedos do pé não saem do solo durante a fase de balanço da marcha. Os indivíduos com lesão do nervo fibular também podem apresentar perda variável de sensibilidade na face anterolateral da perna e no dorso do pé. 6) A hanseníase é uma das doenças mais antigas da humanidade. O Brasil ocupa o 2º lugar no mundo no registro de novos casos. Os sinais e sintomas mais comuns da hanseníase são: lesões cutâneas com alterações de sensibilidade, e comprometimento de nervos periféricos. Nos membros inferiores, o nervo periférico mais frequentemente acometido é o nervo fibular comum, levando a alterações do seu ramo cutâneo, o N. cutâneo sural lateral. Cite a inervação cutânea da perna, identificando as regiões correspondentes a cada nervo cutâneo ao qual o (a) médico (a) deve examinar nesses casos. Safeno: face medial do tornozelo e do pé Sural: faces posterior e lateral da perna, face lateral do pé Fibular comum: parte lateral da face posterior da perna através do nervo cutâneo sural lateral Fibular superficial: terço distal da face anterior da perna e dorso do pé Fibular profundo: primeira fenda interdigital 7) A síndrome compartimental é um conjunto de sinais e sintomas causados pelo aumento de pressão em um compartimento osteomiofascial. Possui uma forte relação com edemas volumosos pós-traumáticos, sendo a perna, a região mais frequentemente envolvida por esta síndrome em virtude da anatomia da fáscia crural (por exemplo, fratura da tíbia e da fíbula). Cite os compartimentos da perna com seus músculos, nervos e artérias. Anterior: M. tibial anterior M. extensor longo dos dedos do pé M. extensor longo do hálux M. fibular terceiro Nervo fibular profundo A. tibial anterior Retináculo superior e inferior dos extensores Lateral: M. fibular curto M. fibular longo N. fibular superficial Ramos da A. tibial anterior A. fibular Retináculo superior e inferior dos fibulares Posterior superficial: M. gastrocnêmio M. sóleo Posterior profundo: M. flexor longo dos dedos dos pés M. flexor longo do hálux M. tibial posterior M. poplíteo M. plantar N. tibial A. tibial posterior A. fibular (ramo tibial post.) 8) O diabete mellitus (DM) é uma doença que pode evoluir com ulcerações associadas com alterações neurológicas e arteriais nos pés (chamado, pé diabético). O pé diabético é a única complicação crônica do DM possível de prevenção primária. Para a prevenção primária, é necessário o exame neurológico do pé do paciente diabético. Cite a inervação cutânea do pé, identificando as regiões correspondentes a cada nervocutâneo o qual o (a) médico (a) deve examinar e interpretar. Plantar medial: pele da face medial da planta do pé e laterais dos três primeiros dedos Plantar lateral: pele na planta, lateralmente a uma linha que divide quarto dedo Sural: face lateral das partes posterior e média do pé Ramos calcâneos: pele do calcanhar 9) O refluxo venoso das veias periféricas dos membros inferiores pode levar ao aparecimento de varizes. É um fenômeno muito comum e idiopático, mas que podem complicar formando trombos e êmbolos que se deslocam para outras regiões do corpo. No exame físico o (a) médico (a) deve inspecionar e palpar esses vasos na perna. Para tanto, cite as veias superficiais, o seu trajeto na perna, e os nervos cutâneos que acompanham essas veias. Veia safena parva: parte das regiões superficiais da planta do pé e forma-se através da junção entre a rede venosa plantar e a veia marginal lateral do pé. Ascende na região posterior da perna até desembocar na veia poplítea e acompanha o nervo sural em sua parte mais inferior, enquanto na parte superior acompanha o ramo cutâneo sural medial do nervo tibial. Veia safena magna: parte da região superficial do dorso do pé através da anastomose da rede venosa dorsal e veia marginal medial do pé. Ascende pela região lateral da perna até desembocar na veia femoral e acompanha o nervo safeno. 10) A forma como um indivíduo pisa (pisada) determina uma série de outros fatores que podem levar a saúde ou à doença. A pisada está anatomicamente relacionada a forma do pé, especialmente aos arcos plantares. Cite os arcos do pé, e as estruturas responsáveis pela manutenção destes arcos. Arco longitudinal medial e arco longitudinal lateral e transversal ; formato dos ossos, articulações, ligamentos e alguns músculos do pé. Arco longitudinal medial: calcâneo, tálus, navicular, 3 cuneiformes e 3 metatarsos (1º, 2º e 3º). Arco longitudinal lateral (+ plano): calcâneo, cubóide e 2 metatarsos (4º e 5º). Arco transverso: cubóide, cuneiformes e bases dos metatarsos.
Compartilhar