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LARISSA MENEZES – AISM II Patologias Benignas e Malignas dos Ovários INTRODUÇÃO • Ovários: responsáveis pela gametogênese e produção hormonal; função reprodutiva • Eventos cíclicos mensais os tornam suscetíveis a alterações AFECÇÕES BENIGNAS DOS OVÁRIOS CLASSIFICAÇÃO QUANTO A DIVERSIDADE ETIOLÓGICA • Não neoplásicas: ▪ Cistos funcionais ▪ Cisto de inclusão ▪ Luteoma da gravidez ▪ Endometrioma ▪ Ovário policístico • Neoplásicas proliferativas derivadas do epitélio celômico: ▪ Tumores císticos ▪ Cistoadenoma serosa ▪ Cistoadenoma mucinoso ▪ Cistoadenoma mistos ▪ Tumor de Brenner • Neoplásicos proliferativos derivados da célula germinativa: ▪ Teratoma maduro/Cisto dermoide ▪ Digerminona ▪ Struma ovarri • Neoplásicos proliferativos derivados do estroma gonadal: ▪ Tecoma ▪ Neoplásicos proliferativos derivados do mesênquima não especifico: ▪ Fibroma ▪ Adenofibroma CAUSAS DE MASSA OVARIANA X IDADE • Produção de gonadotrofinas maior na infância, a conduta cirúrgica é geralmente mais usada. Enquanto na menacme a conduta expectante é mais usada • 80% massas benignas entre 20-44 anos (menacme) • Maior malignização em diagnostico avançado (60-70%), atrofia ovariana • Lactente: ▪ Tumor de células germinativas ▪ Cisto funcional • Pré puberdade: ▪ Cisto funcional ▪ Tumor de células germinativas ▪ Adolescência: ▪ Cisto funcional ▪ Teratoma cístico ▪ Tumor ovariano epitelial • Menacme: ▪ Cisto funcional ▪ Tumor ovariano epitelial ▪ Endometrioma • Perimenopausa: ▪ Tumor ovariano epitelial ▪ Cisto funcional LARISSA MENEZES – AISM II • Pós menopausa: ▪ Tumor ovariano maligno ou benigno ▪ Cisto funcional ABORDAGEM DIAGNÓSTICA • Anamnese e exame físico: ▪ Fatores de risco ▪ História clínica ▪ Sintomas associados ▪ Direcionar para possibilidade de ser benigno ou maligno ▪ Nem sempre o exame físico ajuda, porque a maioria é assintomática ▪ Alguns cistos tendem a ser mais volumosos ou com presença de malignidade gera algum sintoma • USG pélvica transvaginal: ▪ Principal método para diagnostico ▪ Direciona para um diagnostico sem que precise de um marcador ou ressonância • Doppler: ▪ Auxilia a USG ▪ Método adicional ▪ Neovascularização com baixa resistência (IR < 0,4) ▪ Novos vasos sendo produzidos geram uma resistência menor • Marcadores tumorais: ▪ Não são tão específicos ▪ Podem atrapalhar o diagnóstico, mas faz parte da propedêutica ▪ CA 125: mais sensível para tumores epiteliais ▪ CA 19-9: mais sensível para tumores mucinosos ▪ Teratomas não secretam marcadores ▪ São solicitados principalmente em pacientes com idade mais avançada na suspeita de malignidade • Cirurgia: ▪ Diagnóstico histopatológico e tratamento • RNM e TC: ▪ Métodos auxiliares ▪ TC não é tão boa para pelve ▪ Nem sempre é necessário chegar a uma RM CARACTERÍSTICAS ULTRASSONOGRÁFICAS DE DIFERENCIAÇÃO BENIGNAS o Unilocular o Componente sólido ausente ou massa sólida <7cm de diâmetro o Sombra acústica o Septações ausentes ou finas o Nenhum fluxo sanguíneo LARISSA MENEZES – AISM II o A: USTV evidenciando ovário esquerdo com fólico dominante (F), massa única e regular, <7cm o B: USG abdominal evidenciando cisto simples, com conteúdo líquido anecoico, de contornos definidos, paredes delgadas, sem aspecto de malignidade o C e D: mesmas características, sugestivas de benignidade, em pacientes distintas MALIGNAS o 8-10cm o Tumor solido e irregular o Ascite o Conteúdo misto o Multilocular o Septações grosseiras e espessas o Estrutura papilar o Fluxo colorido intenso o A: USTV evidenciando imagem tipicamente suspeita de malignidade – massa heterogênea em região de fossa ilíaca esquerda (setas), de contornos irregulares, conteúdo ecogênico heterogêneo, com Doppler evidenciando vascularização no componente solido da massa o B: USTV com massa ecogênica complexa, doppler colorido evidenciando vascularização no componente solido da massa (asterisco), multilocular (septo dividindo em 2) CISTOS FUNCIONAIS • Não neoplásicos CISTO FOLICULAR o Mais comum em todas as idades o 3-8cm o Frequente na menacme o Originado de um folículo estimulado que não rompeu (FSH) o Assintomáticas, geralmente achados no exame o Resolução em torno de 4-8 semanas de forma expectante, na maioria das vezes. Caso não resolva, pode usar hormônios e anticoncepcionais para deixar o ovário em anovulação até voltar a normalidade CISTO DE CORPO LÚTEO o Menos comum o LH é o estímulo o Corpo amarelo não consegue degenerar e forma um corpo cístico o O mais comum é a rotura e sangramento, porém pode ter regressão espontânea o Hipersensibilidade o Dor bilateral ao exame (20 e 26º dia do ciclo) o Conduta expectante se estabilidade o É preciso diferenciar da gestação ectópica (amenorreia, bhcg positivo) CISTOS NÃO FUNCIONAIS • Não neoplásicos ENDOMETRIOMA o ¼ das mulheres entre 31 e 49 anos o São os famosos implantes endometriais do útero no ovário LARISSA MENEZES – AISM II o Frequentemente compromete a função ovariana, muito relacionado a fertilidade o Pode chegar a 6-8cm o Dor pélvica e dispareunia o CA 125 elevado (geralmente): o que prova que não está totalmente ligado a malignidade o TTO cirúrgico: drenagem do cisto aumenta a recidiva e cistectomia diminui a fertilidade (quando a paciente tem prole definida ou não deseja engravidar) o TTO conservador: ACO, como progestagenos, mas é temporário o Conteúdo hipoecogênico homogêneo, pode haver septos e nódulos na parede do cisto TUMORES PROLIFERATIVOS EPITELIAIS • Neoplásicos • 20 a 40 anos de idade CISTOADENOMA SEROSO o 20 a 50 anos o Tem origem no epitélio superficial do ovário o 15-25% benignos o Multiloculares, calcificações firmes, base larga o Assintomáticas o Pode causar desconforto pélvico e inchaço abdominal o Corpos de Psammoma: áreas de granulação calcificada vistas ao RX o TRO cirúrgico: cistectomia (preservação ovariana deve ser incentivada) ou ooforectomia o Imagem com septação fina, conteúdo maior, parede delimitada com tamanho aumentado, características heterogêneas CISTOADENOMA MUCINOSO o 15% dos benignos o 5-7% são bilaterais e volumosos (50cm) o Entre a 3ª e 4ª décadas de vida o Multilobulados, císticos, mucoide o Assintomáticas o Pseudomixoma peritoneal: super produção de muco, gerando ascite (mais associada ao carcinoma mucinoso) o TTO cirúrgico: preservação ovariana sempre que for preciso e necessário, é prudente a ooforectomia TUMORES PROLIFERATIVOS DE CÉLULAS GERMINATIVAS • Neoplásicos TERATOMA CÍSTICO/CISTO DERMÓIDE o 10-15% dos benignos o Menacme o Unilaterais em sua maioria o Malignização rara o Risco de torção de 3,5% o Pode se tornar um abdome agudo pelo risco de isquemia ovariana o Composição: ectoderme, mesodérmicos e endodérmicos LARISSA MENEZES – AISM II o Cistos uniloculares com folículos pilosos e material sebáceo (gordura), cartilagem, ossos, dentes e calcificações o TTO cirúrgico ou conservador se a prole não for definida TUMORES SÓLIDOS BENIGNOS FIBROMA o Tumor do cordão sexual o Associado a ascite e hidrotórax pela sd de Meigs o Síndrome de Meigs: aumento da pressão intratorácica negativa e passagem de líquido pelo diafragma o TTO cirúrgico TUMOR DE BRENNER o Epitélio transicional o Raramente maligniza o Também associada a Sd de Meigs o TTO cirúrgico TUMORES SÓLIDOS BENIGNOS: COMO TRATAR? • Idade X USG X Complicações • Na infância 80% são malignos • Pré-púbere: cirurgia pediátrica • Pré-menopausa: Pós-menopausa: AFECÇÕES MALIGNAS DOS OVÁRIOS • Difícil diagnóstico (estágio avançado), por isso é um dos cânceresginecológicos que mais matam • Estimativa de casos novos: 6650 (2020 – INCA) • Número de óbitos: 3879 (2017 – SIM) • Mais comum: epiteliais • 40 e 65 anos • Fase pré-puberal 50% são malignos FATORES DE RISCO o História familiar o Nuliparidade o Indutores de ovulação o Fatores genéticos: BRCA 1 e 2 o Sd de Lynch II: maior risco de CA de reto (polipoide) e de ovário o Menarca precoce e menopausa tardia LARISSA MENEZES – AISM II o Anticoncepcional e amamentação são considerados um fator protetor, assim como outras medidas que favorecem um “descanso” do ovário o A malignidade está associada a regeneração da superfície do ovário na ovulação, ou seja, fatores que inibem a função ovariana são fatores protetores DIAGNÓSTICO o Sintomas iniciais: não valorizadas (sintomas do TGI), dor pélvica rara o Sinais: massa palpável no toque bimanual o Sinais avançados: caquexia, ascite, abdome volumoso o USG pélvica + Doppler: ❖ Cistos >8cm, espessados, multilobulados ❖ Massas solidas ❖ Neovascularização com IR < 0,4 ❖ Índice de pulsatibilidade <1 ❖ RNM e TC de abdome e pelve no pré- operatório o Marcadores tumorais: ❖ CA 125: tumores epiteliais ❖ CEA e CA19-9: cistoadenoma mucinoso ❖ HCG: coriocarcinoma ❖ Alfafetoprotéina: tumor de seio endodérmico ❖ Ldh: digerminoma ❖ Estradiol: tumor de células granulosa ❖ Progesterona: tecoma RASTREAMENTO o Pacientes com risco de CA de ovário o Não existe um protocolo como o do CA de útero, o que importa é a diminuição da morbimortalidade o Síndrome de Lynch II: ❖ Rastreio a partir de 30 a 35 anos ou 5 a 10 anos antes da idade do primeiro casod e CA da família ❖ Exame pélvico anual + CA 125 de 6/6 meses + USG TV DE 6/6 meses ou anual o Mesmo não sendo consenso, na população geral após menopausa: exame pélvico anual e USGTV ESTADIAMENTO o Cirúrgico e terapêutico o Estágio Ia e Ib (grau I e II): histerectomia + anexectomia o Estágios Ia e Ib grau II e estagio Ic: histerectomia + anexectomia e QT ajuvante o Estágios II e III: cirurgia citoredutora e QT, poliquimioterapia adjuvante o Estágio IV: cirurgia citoredutora pouco ajuda e QT exclusiva o Radioterapia é pouco utilizada
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